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Ambiguidade, Polissemia, Denotação e Conotação

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TEXTO – AULA 04 – AMBIGUIDADE, POLISSEMIA,
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO – SEMI – 2021
Prof. Tiago Fernandes
POLISSEMIA, DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
- DENOTAÇÃO: linguagem denotativa, literal, ao pé da letra, sentido básico
- CONOTAÇÃO: linguagem conotativa, figurada, metafórica, sentido
ampliado
- POLISSEMIA: capacidade de as palavras terem dois ou mais sentidos
EXEMPLO 01
Um pedaço de ciclovia chegou a ser pintado de vermelho junto ao
muro da avenida Ricardo Jafet, mas a suspensão fez com que as obras não
passassem desse estágio.
Folha de São Paulo. 04/03/2018
MURO: Construção vertical que separa dois ambientes =
LITERAL/DENOTAVO
____________________________________________________
EXEMPLO 02
Entretanto, ela reconhece que na própria família, na comunidade
ou na escola, ainda é preciso derrubar o muro (...) que tornam as crianças
soropositivo ou filhas de portadores cada vez mais excluídas da sociedade.
Diário do Nordeste. 03/12/2003
“muro”: preconceito = FIGURADO/CONOTATIVO
____________________________________________________
EXEMPLO 03
Milhares de pessoas ficaram ilhadas por mais de uma semana em
vilas inundadas sem acesso a água limpa.
Carta Capital. 27/10/2019
“inundada”: nivel de água acima do esperado = LITERAL/DENOTATIVO
____________________________________________________
EXEMPLO 04
(...) a poesia que é capaz de inundar uma vida inteira e resistir à
pena que busca fixá-la num verso.
Folha de São Paulo. 13/07/2002
“inundar”: ocupar, dar sentido, influenciar= FIGURADO/CONOTATIVO
AMBIGUIDADE
AMBIGUIDADE POR POLISSEMIA
EXEMPLO 05
ladrão do mar - Pirata
cópia ilegal - Pirata
1. estes piratas não toleram o pirata que vende DVD ilegal
2. estes piratas não toleram a cópia ilegal do piratas do caribe 3
AMBIGUIDADE POR IGUALDADE SONORA
(HOMONÍMIA)
EXEMPLO 06
1. Alguem está rindo; “Eu rio”
verbo “rir”: eu rio, eles ri, tu ris(...)
2. O rio Tietê diz ser um rio e diz estar preocupado; “Eu (sou um) rio,
mas tô preocupado”
substantivo “rio” (leito cheio de água)
o verbo “rir”, conjugado como “eu rio”, tem o mesmo som da palavra
“rio” significando o leitor de água. São homônimos, portanto.
AMBIGUIDADE POR CONSTRUÇÃO
SINTÁTICA
EXEMPLO 07
1 2
O cão enterrou o osso que achou no quintal.
3
O cão enterrou o osso que achou no quintal.
1. “no quintal” modifica apenas “enterrou”: o quintal é o lugar em que
o cão enterrou o osso (não se sabe onde ele o achou)
2. “no quintal” modifica apenas “achou”: o quintal é o lugar em que o
cão achou o osso (não se sabe onde ele o enterrou)
3. “no quintal” modifica os dois verbos: as duas ações ocorreram no
quintal
AMBIGUIDADE POR SEMELHANÇA SONORA
- CACOFONIA: ambiguidade sonora acidental ou chula
- PARONOMÁSIA: ambiguidade intencional (sem ser chula)
EXEMPLO 08
Ele não foi almoçar, já que tinha tomado café tarde.
1. Jaquetinha
2. Já que tinha
CACOFONIA = ambiguidade sonora acidenta
1
EXEMPLO 09
1. Schopenhauer (filosofia)
2. Chopp hour
Paronomásia = palavras de sons parecidos
_______________________________________________________
QUESTÕES RECENTES
01. (UERJ 2013-2) Leia a charge abaixo.
O sentido da charge se constrói a partir da ambiguidade de determinado
termo. O termo em questão é:
(A) fora
(B) agora
(C) sistema
(D) protestar
02. (Unifesp 2016) A questão focaliza uma passagem da comédia O juiz de
paz da roça do escritor Martins Pena (1815-1848).
JUIZ (assentando-se): Sr. Escrivão, leia o outro requerimento.
ESCRIVÃO (lendo): Diz Francisco Antônio, natural de Portugal, porém
brasileiro, que tendo ele casado com Rosa de Jesus, trouxe esta por dote uma égua.
“Ora, acontecendo ter a égua de minha mulher um filho, o meu vizinho José da Silva
diz que é dele, só porque o dito filho da égua de minha mulher saiu malhado como o
seu cavalo. Ora, como os filhos pertencem às mães, e a prova disto é que a minha
escrava Maria tem um filho que é meu, peço a V. Sa. mande o dito meu vizinho
entregar-me o filho da égua que é de minha mulher”.
JUIZ: É verdade que o senhor tem o filho da égua preso?
JOSÉ DA SILVA: É verdade; porém o filho me pertence, pois é meu, que é
do cavalo.
JUIZ: Terá a bondade de entregar o filho a seu dono, pois é aqui da mulher
do senhor.
JOSÉ DA SILVA: Mas, Sr. Juiz...
JUIZ: Nem mais nem meios mais; entregue o filho, senão, cadeia.
(Martins Pena. Comédias (1833-1844), 2007.)
O efeito cômico produzido pela leitura do requerimento decorre,
principalmente, do seguinte fenômeno ou procedimento linguístico:
(A) paródia.
(B) intertextualidade.
(C) ambiguidade.
(D) paráfrase.
(E) sinonímia.
03. (Fuvest 2014) Leia o seguinte texto, que faz parte de um anúncio de um
produto alimentício:
EM RESPEITO A SUA NATUREZA, SÓ TRABALHAMOS COM O MELHOR DA
NATUREZA
Selecionamos só o que a natureza tem de melhor para levar até a sua
casa. Porque faz parte da natureza dos nossos consumidores querer produtos
saborosos, nutritivos e, acima de tudo, confiáveis.
www.destakjornal.com.br, 13/05/2013. Adaptado.
Procurando dar maior expressividade ao texto, seu autor
a) serve-se do procedimento textual da sinonímia.
b) recorre à reiteração de vocábulos homônimos.
c) explora o caráter polissêmico das palavras.
d) mescla as linguagens científica e jornalística.
e) emprega vocábulos iguais na forma, mas de sentidos diferentes
04. (Famerp 2021-1 – Vunesp) Examine a tirinha de André Dahmer.
Para obter seu efeito de humor, a tira explora a ambiguidade do termo:
(A) “Coisas”.
(B) “Livros”.
(C) “motos”.
(D) “abrem”.
(E) “jovem”.
05. (ENEM 2013)
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até doze
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
[...]
Art 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades,
a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em
condições de liberdade e de dignidade.
Art 4° É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. [...]
BRASIL. Lei n. 8 069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança e do
adolescente. Disponível em: www.planalto.gov.br (fragmento)
Para cumprir sua função social, o Estatuto da criança e do adolescente
apresenta características próprias desse gênero quanto ao uso da língua e
quanto à composição textual. Entre essas características, destaca-se o
emprego de
a) repetição vocabular para facilitar o entendimento.
b) palavras e construções que evitem ambiguidade.
c) expressões informais para apresentar os direitos.
d) frases na ordem direta para apresentar as informações mais relevantes.
e) exemplificações que auxiliem a compreensão dos conceitos formulados.
2
06. (Unifesp 2020) Leia o trecho do livro O homem cordial, de Sérgio
Buarque de Holanda.
Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a
civilização será de cordialidade — daremos ao mundo o “homem cordial”. A lhaneza 1
no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que
nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro, na
medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos
padrões de convívio humano, informados no meio rural e patriarcal. Seria engano
supor que essas virtudes possam significar “boas maneiras”, civilidade. São antes de
tudo expressões legítimas de um fundo emotivo extremamente rico e transbordante.
Na civilidade há qualquer coisa de coercitivo — ela pode exprimir-se em mandamentos
e em sentenças. Entre os japoneses, onde, como se sabe, a polidez envolve os
aspectos maisordinários do convívio social, chega a ponto de confundir-se, por vezes,
com a reverência religiosa. Já houve quem notasse este fato significativo, de que as
formas exteriores de veneração à divindade, no cerimonial xintoísta, não diferem
essencialmente das maneiras sociais de demonstrar respeito.
Nenhum povo está mais distante dessa noção ritualista da vida do que o
brasileiro. Nossa forma ordinária de convívio social é, no fundo, justamente o contrário
da polidez. Ela pode iludir na aparência — e isso se explica pelo fato de a atitude
polida consistir precisamente em uma espécie de mímica deliberada de manifestações
que são espontâneas no “homem cordial”: é a forma natural e viva que se converteu
em fórmula. Além disso a polidez é, de algum modo, organização de defesa ante a
sociedade. Detém-se na parte exterior, epidérmica do indivíduo, podendo mesmo
servir, quando necessário, de peça de resistência. Equivale a um disfarce que permitirá
a cada qual preservar intatas sua sensibilidade e suas emoções.
(...)
(O homem cordial, 2012.)
Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:
(A) “Detém-se na parte exterior, epidérmica do indivíduo, podendo mesmo
servir, quando necessário, de peça de resistência.” (2º parágrafo)
(B) “Entre os japoneses, onde, como se sabe, a polidez envolve os aspectos
mais ordinários do convívio social” (1º parágrafo)
(C) “São antes de tudo expressões legítimas de um fundo emotivo
extremamente rico e transbordante.” (1º parágrafo)
(D) “Nenhum povo está mais distante dessa noção ritualista da vida do que o
brasileiro.” (2º parágrafo)
(E) “Na civilidade há qualquer coisa de coercitivo — ela pode exprimir-se em
mandamentos e em sentenças.” (1º parágrafo)
07. (Unesp 2020) Leia o trecho de uma fala do personagem Quincas Borba,
extraída do romance Quincas Borba, de Machado de Assis, publicado
originalmente em 1891.
— […] O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas,
pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há
vida, porque a supressão de uma é condição da sobrevivência da outra, e a destruição
não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da
guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas
chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a
montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos
dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e
morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação.
Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os
hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações
bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo
motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e
pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a
destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. [...] Aparentemente,
há nada mais contristador que uma dessas terríveis pestes que devastam um ponto do
globo? E, todavia, esse suposto mal é um benefício, não só porque elimina os
organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à
descoberta da droga curativa. A higiene é filha de podridões seculares; devemo-la a
milhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho.
(Quincas Borba, 2016.)
Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:
(A) “nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói”.
(B) “a supressão de uma é condição da sobrevivência da outra”.
(C) “Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos”.
(D) “Daí o caráter conservador e benéfico da guerra”.
(E) “não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição”.
lit -
08. (Famerp 2021 – Vunesp – O texto não foi reproduzido nesta folhinha.)
• “Os problemas aparecem-lhe em cardume, e parece que a escolhem de
preferência a outras criaturas de menor sensibilidade e iniciativa.” (1º
parágrafo)
• “Uma vez, ante a reclamação do vizinho, explicou que era disco de jazz.”
(11º parágrafo)
• “Minha amiga iluminou-se: ‘Está vendo, José? Ele não se acostuma. Vou te
trazer outro, novinho’.” (13º parágrafo)
Os termos sublinhados estão empregados, respectivamente, em sentido
(A) figurado, literal e figurado.
(B) literal, literal e figurado.
(C) literal, figurado e figurado.
(D) figurado, figurado e literal.
(E) figurado, literal e literal.
09. (Fuvest 2009) Examine a tirinha e responda ao que se pede.
O sentido do texto se faz com base na polissemia de uma palavra. Identifique
essa palavra e explique por que a indicou.
10. (Fuvest 2008. Adaptada) Considere a seguinte frase e responda ao que
se pede.
Preso vigia acusado de matar empresário.
É correto afirmar que na frase ocorre ambiguidade? Justifique sua resposta.
11. (Unicamp 2020)
Considerando o poema e a imagem, explique as ambiguidades presentes
nas duas primeiras estrofes do poema.
12. (Unicamp 2010)
3
Nessa propaganda do dicionário Aurélio, a expressão “bom pra burro” é
polissêmica, e remete a uma representação de dicionário. Explique como o
uso da expressão “bom pra burro” produz humor nessa propaganda.
13. (Unicamp 2009) Em transmissão de um jornal noturno televisivo (RedeTV,
7/10/2008), um jornalista afirmou: “Não há uma só medida que o governo
possa tomar.”
Considerando que há duas possibilidades de interpretação do enunciado
acima, construa uma paráfrase para cada sentido possível de modo a
explicitá-los.
14. (Unifesp 2016) Leia o excerto do “Sermão de Santo Antônio aos peixes”
de Antônio Vieira (1608-1697) para responder.
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns
aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só
vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. [...] Santo
Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo
mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e
abominável é, quero que o vejais nos homens. Olhai, peixes, lá do mar para a terra.
Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o
sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os
tapuias se comem uns aos outros, muito maior açougue é o de cá, muito mais se
comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes
aquele concorrer às praças e cruzar as ruas: vedes aquele subir e descer as calçadas,
vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem
buscando os homens como hão de comer, e como se hão de comer. [...]
(Antônio Vieira. Essencial, 2011.)
Em “Cuidais que só os tapuias se comem uns aos outros, muito maior
açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos.” (1º parágrafo), os
termos em destaque foram empregados, respectivamente, em sentido
(A) literal, figurado e figurado.
(B) figurado, figurado e literal.
(C) literal, literal e figurado.
(D) figurado, literal e figurado.
(E) literal, figurado e literal.
15. (ENEM 2012) O efeito de sentido da charge é provocado pela
combinação de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da
ilustração, a frase proferida recorre à
A) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para
transmitir a ideia que pretende veicular.
B) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
C) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da
população pobre e o espaço da população rica.
D) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
E) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede
caseira de descanso da família.
16. (Fuvest 2016) Leia o texto.
Seria ingenuidade procurar nos provérbios de qualquer povo uma filosofia
coerente, uma artede viver. É coisa sabida que a cada provérbio, por assim dizer,
responde outro, de sentido oposto. A quem preconiza o sábio limite das despesas,
porque “vintém poupado, vintém ganhado”, replicará o vizinho farrista, com razão igual:
“Da vida nada se leva”. (...)
Mais aconselhável procurarmos nos anexins não a sabedoria de um povo,
mas sim o espelho de seus costumes peculiares, os sinais de seu ambiente físico e de
sua história. As diferenças na expressão de uma sentença observáveis de uma terra
para outra podem divertir o curioso e, às vezes, até instruir o etnógrafo.
Povo marítimo, o português assinala semelhança grande entre pai e filho,
lembrando que “filho de peixe, peixinho é”. Já os húngaros, ao formularem a mesma
verdade, não pensavam nem em peixe, nem em mar; ao olhar para o seu quintal,
notaram que a “maçã não cai longe da árvore”.
Paulo Rónai, Como aprendi o português e outras aventuras.
Considere as seguintes afirmações sobre os dois provérbios citados no
terceiro parágrafo do texto.
I. A origem do primeiro, de acordo com o autor, está ligada à história do povo
que o usa.
II. Em seu sentido literal, o segundo expressa costumes peculiares dos
húngaros.
III. A observação das diferenças de expressão entre esses provérbios pode,
segundo o pensamento do autor, ter interesse etnográfico.
Está correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.
17. (Unicamp 2021) Durante anos, Penélope esperou que seu marido,
Ulisses, retornasse da Guerra de Troia (IX e VII a.C.). Essa viagem é o tema
da Odisseia, poema épico grego atribuído a Homero. Como os anos
passavam e não havia notícias de Ulisses, o pai de Penélope sugeriu que ela
se casasse novamente. Diante da insistência do pai, resolveu aceitar a corte
dos pretendentes, com a condição de que o novo casamento somente
aconteceria depois que ela terminasse de tecer um sudário, que ficou
conhecido como “Tela de Penélope”, que serviria de mortalha para Laerte, pai
de Ulisses. Durante o dia, aos olhos de todos, Penélope tecia, e à noite,
secretamente, desmanchava todo o trabalho. Com esse artifício, adiava a
escolha de outro marido até a volta de Ulisses.
(Adaptado de Penélope, Wikipedia.)
a) Como as palavras “traça” (na segunda estrofe) e “traças” (na terceira
estrofe) constroem uma relação antitética no poema?
b) No poema, a palavra “tramas” remete a Penélope por duas razões. Quais
são elas? Explique.
4
18. (FGV Adm Rio 2015-1)
Eram tempos menos duros aqueles vividos na casa de Tia Vicentina, em
Madureira, subúrbio do Rio, onde Paulinho da Viola podia traçar, sem cerimônia, um
prato de feijoada - comilança que deu até samba, "No Pagode do Vavá". Mas como
não é dado a saudades (lembre-se: é o passado que vive nele, não o contrário),
Paulinho aceitou de bom grado a sugestão para que o jantar ocorresse em um dos
mais requintados italianos do Rio. A escolha pela alta gastronomia tem seu preço.
Assim que o sambista chega à mesa redonda ao lado da porta da cozinha, forma-se
um círculo de garçons, com o maître à frente. [...]
Paulinho conta que cresceu comendo o trivial. Seu pai viveu 88 anos à
base de arroz, feijão, bife e batata frita. De vez em quando, feijoada. Massa, também.
"Mas nada muito sofisticado."
Com exceção de algumas dores de coluna, aos 70 anos, goza de plena
saúde. O músico credita sua boa forma ao estilo de vida, como se sabe, não dado a
exageros e grandes ansiedades.
T. Cardoso, Valor, 28/06/2013. Adaptado.
Tendo em vista o contexto, pode ser lida em duplo sentido a palavra
sublinhada na seguinte frase do texto:
A “Mas como não é dado a saudades”.
B “Paulinho aceitou de bom grado a sugestão”.
C “A escolha pela alta gastronomia tem seu preço”.
D “forma-se um círculo de garçons, com o maître à frente”.
E “O músico credita sua boa forma ao estilo de vida”.
19. (ENEM 2003) No ano passado, o governo promoveu uma campanha a
fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a
seguinte manchete:
CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA
FASE
A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento.
Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado
com a seguinte redação:
(A) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova
fase.
(B) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha.
(C) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência.
(D) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase.
(E) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.
20. (Fuvest 2018) Examine esta propaganda.
Por ser empregado tanto na linguagem formal quanto na linguagem informal,
o termo “legal” pode ser lido, no contexto da propaganda, respectivamente,
nos seguintes sentidos:
(A) lícito e bom.
(B) aceito e regulado.
(C) requintado e excepcional.
(D) viável e interessante.
(E) jurídico e autorizado.
21. (Fuvest 2015) Leia a seguinte mensagem publicitária de uma empresa da
área de logística:
A gente anda na linha para levar sua empresa mais longe
Mudamos o jeito de transportar contêineres no Brasil e Mercosul. Através
do modal ferroviário, oferecemos soluções logísticas econômicas seguras e
sustentáveis.
Visando a obter maior expressividade, recorre-se, no título da mensagem, ao
emprego de expressão com duplo sentido. Indique essa expressão e
explique sucintamente.
1. Há ambiguidade em “anda na linha”. Na primeira leitura a empresa oferece
transporte pela linha férrea, ou seja, oferece transporte pelo trem. Na
segunda, a empresa diz, com “andar na linha”, que trabalha corretamente do
ponto de vista economico, da segurança e do meio ambiente.
2. Há ambiguidade em “levar (...) mais longe”. Na primeira, a express’ao
22. (Unisa 2021-1 – Vunesp) Leia o texto.
Na fábula, com a intenção de atravessar o rio, o escorpião convence o
sapo a carregá-lo nas costas. No meio da viagem, o anfíbio é picado e ambos morrem.
“Desculpe, é da minha natureza”, justifica o escorpião em seu último suspiro.
Mas um novo estudo publicado por pesquisadores do Instituto Butantan e
da Universidade Estadual de Utah, nos EUA, mostra uma realidade bem diferente.
Longe da fantasia, o sapo, que não é tão chegado em água fora do
período reprodutivo, teria devorado o escorpião antes que ele terminasse a primeira
tentativa de comunicação, e, mesmo que topasse servir de montaria aquática, o anfíbio
não teria morrido ao ser picado.
Pela primeira vez, cientistas mostraram que o sapo-cururu (Rhinella
icterica) é um predador voraz do famigerado escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), que
se tornou um problema de saúde pública crescente no Brasil, com mais de 140 mil
casos anuais de envenenamento.
Em uma pesquisa publicada na revista científica Toxicon, o herpetologista
Carlos Jared, do Instituto Butantan, e colaboradores mostram como a refeição
acontece em uma questão de segundos e sem qualquer cerimônia.
(Gabriel Alves. Sapo-cururu pode ajudar no combate ao escorpião-amarelo.
www.folha.uol.com.br, 27.02.2020.)
No texto, tendo em vista o gênero em que ele se enquadra, predomina a
linguagem denotativa. Pode-se apontar, no entanto, o uso de linguagem
figurada no trecho:
(A) “em uma questão de segundos e sem qualquer cerimônia” (5º parágrafo).
(B) “o anfíbio é picado e ambos morrem” (1º parágrafo).
(C) “mostra uma realidade bem diferente” (2ª parágrafo).
(D) “é um predador voraz” (4º parágrafo).
(E) “Longe da fantasia” (3º parágrafo).
23. (Fuvest 2020) Examine a capa da revista Superinteressante, publicada
em julho de 2019.
5
*texto abaixo de “Para, noia”: “Um guia com as armas da psicologia e da psiquiatria
para enfrentar a ansiedade, a depressão e outros transtornos mentais.”
Indique o duplo sentido presente na manchete de capa da revista,
explicitando os elementos linguísticos utilizados.
Na manchete, a duplo sentido em “Para, noia” . Em primeiro lugar, a
expressão significa uma referênciaàs paranóias (transtornos mentais)
atuando com um substantivo. Noutro sentido, a expressão “Para, Noia” pode
ser lida como uma ordem para que a noia pare, num discurso de combate
contra transtornos mentais. Nesse sentido, “para” é um verbo no imperativo e
“noia” é um substantivo que faz referência aos transtornos mentais
24. (Fuvest 2019) Examine o cartum.
O efeito de humor que se obtém no cartum decorre, principalmente,
(A) da expressão facial da personagem.
(B) do uso de uma ferramenta fora de contexto.
(C) da situação rotineira exposta pela imagem.
(D) da ambiguidade presente na expressão “quebre a cara”.
(E) do emprego de linguagem popular.
25. (Fuvest 2021) Leia o texto para responder às questões.
Texto 2
Uma dentre as várias equações que fundam o Brasil enquanto
país é: governar é produzir incêndios. Marcado por uma ideia de
modernidade impulsionada pela crença de que modernizar é tomar posse de
um terreno baldio, amorfo, pretensamente sem culturas autóctones ditas
desenvolvidas, a fim de torná-lo “produtivo”, o Brasil foi criado por incêndios.
Diante das queimadas que agora retornam, devemos nos lembrar que a
destruição pelo fogo é nossa maior herança colonial.
V. Safatle, “Governar é produzir incêndios”. Adaptado.
Explique por que tanto o enunciado “É fogo!”, no texto 1, quanto “governar é
produzir incêndios”, no texto 2, apresentam mais de um sentido no contexto
em que foram empregados.
26. (Fuvest 2021)
O efeito de humor presente nas falas das personagens decorre
a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia.
b) da ambiguidade causada pela antonímia.
c) do contraste provocado pela fonética.
d) do contraste introduzido pela neologia.
e) do estranhamento devido à morfologia.
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ROTEIRO DE ESTUDO
1. Tarefa obrigatória: questões desta folhinha e releitura da teoria da lousa e
da folhinha
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GABARITO DAS QUESTÕES RECENTES
01. C 02. C 03. C 04. D 05. B 06. A 07. A
08. A
09. A palavra é “veículo”. No primeiro quadrinho, significa meio de comunicação; no
quarto, meio de transporte.
10. Sim. Há duas leituras: de que foi preso um vigia que teria matado empresário (a
mais coerente) ou de que um preso qualquer vigiou um indivíduo acusado de ter
matado um empresário (a mais inusitada). Para a primeira leitura, “vigia” é um
substantivo; “Preso”, verbo; e “acusado”, adjetivo. Na segunda, “vigia” é verbo; “Preso”,
substantivo; e “acusado”, substantivo. Para evitar a ambiguidade, na primeira leitura,
bastaria colocar “foi” antes de “preso”; na segunda, “um” antes de “preso”.
11. Na primeira estrofe, a ambiguidade decorre do uso da palavra “gênero”, que pode
corresponder tanto à categoria gramatical (gênero masculino, feminino e neutro)
quanto à identidade (sexual ou não) de uma pessoa. Já na segunda estrofe, a
ambiguidade está no uso da palavra “coletivos”, que tanto pode se referir aos
substantivos que indicam pluralidade quanto a grupos de pessoas com objetivos afins.
Nos dois casos, as palavras polissêmicas (“gênero”” e “coletivos”) remetem, de um
lado, a um sentido gramatical e, de outro, a um sentido político-social. (resposta oficial)
12. “Pra burro” é frequentemente associado à intensidade, quantidade, ao advérbio
‘muito’. Assim, a expressão “bom pra burro” significa ‘muito bom’. Ao vir junto à imagem
de um dicionário, permite a associação à expressão ”pai dos burros” (representação
estabilizada de dicionário). O humor é provocado, portanto, pela convivência das duas
associações no uso da expressão, colocando lado a lado a qualidade de ser muito bom
e a imagem estereotipada de ser destinado a pessoas burras. (resposta oficial da
Unicamp)
13. Em relação ao primeiro enunciado, algumas das paráfrases que podem ser feitas
para um dos sentidos são:
Não há medida alguma que o governo possa tomar.
Não há nenhuma medida que o governo possa tomar.
E para o outro, são:
Há mais de uma medida que o governo pode tomar.
Não há apenas uma medida que o governo possa tomar.
(resposta oficial da Unicamp)
14. A 15. A 16. E
17. 12. a) As palavras “traça” e “traças” estabelecem uma relação antitética porque
“traça” (na segunda estrofe) tem o sentido de criar, tecer, elaborar, planejar, compor,
conceber, e “traças” (na terceira estrofe) remete aos insetos que se alimentam de
tecidos e papéis, destruindo, desmanchando o tecido.
b) A palavra remete a Penélope porque “tramas” faz referência tanto à trama dos fios
do sudário (da tela) que ela tece e destece quanto ao artifício (truque, ardil) criado por
ela para enganar o pais e os pretendentes e continuar esperado Ulisses.
18. C 19. E 20. A
21. A expressão de duplo sentido é “anda na linha”. Ela pode significar andar na linha
de trem literalmente ou adequar-se a padrões, no caso, econômicos, seguros e
sustentáveis.
22. A
23. A expressão “Para, noia” sugere que se interrompa a “noia” (abreviação popular de
“paranoia”), isto é, que se enfrentem perturbações psíquicas. Nessa leitura, “para” é
verbo no imperativo, e “noia”, um vocativo: tem-se, portanto, uma ordem à noia. Ao
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mesmo, por semelhança sonora (paronomásia), também significa “paranoia”, um
substantivo, apresentando o assunto central da manchete, que destaca o
enfrentamento distúrbios mentais.
24. D
25. No texto 1, “É fogo!” remete ao assunto da discussão das lives e também ao
problema que são as queimadas (ou ainda ao possível clima acalorado e interessante
da discussão). No texto 2, “governar é produzir incêndios” significa que que se coloca
fogo num local literalmente a fim de torná-lo produtivo e também que governar é difícil
quando se trata de determinados assuntos delicados como as queimadas.
26. A
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