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Aula 04
Passo Estratégico de Português p/
Receita Federal (Analista Tributário)
2021 - Pré-Edital
Autor:
Carlos Roberto
Aula 04
30 de Janeiro de 2021
00663862256 - cleilson rezende da sillva
 
 
 
 
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Carlos Roberto
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1 - APRESENTAÇÃO 
Prof. Carlos Roberto 
#amoraovernáculo 
 
 
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2 - ANÁLISE ESTATÍSTICA 
Interpretação de textos. 37,15% 
Reescrita de frases 14,94% 
Pontuação. 8,75% 
Semântica. 7,27% 
Classes de palavras; Formação e estrutura das palavras. 7,00% 
Ortografia, Acentuação e Crase. 6,06% 
Concordância verbal, nominal e vozes verbais. 5,79% 
Tipologia Textual. 3,10% 
Termos da oração. 2,56% 
Palavras “se”, “que” e “como”. 1,88% 
Regência nominal e verbal. 1,62% 
Colocação pronominal. 1,62% 
Relação de coordenação e subordinação das orações. 1,48% 
Linguagem. 0,81% 
TOTAL (743 questões analisadas) 100,00% 
3 – CONCORDÂNCIA 
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3.1 – CONCORDÂNCIA NOMINAL 
 
Antigos livros e canetas estavam naquela estante. 
Antigas canetas e livros estavam naquela estante. 
 
 
Compramos livros e apostilas novas. 
Sintaxe de 
concordância
Nominal
Gênero Masculino/Feminino
Número Singular/Plural
Verbal
Pessoa
Primeira/Segunda/
Terceira.
Número Singular/Plural.
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Mães e filhas unidas reivindicavam seus direitos. 
Livros e cadernos usados foram doados ao orfanato. 
 
Livros e canetas usados foram doados ao orfanato.
 
Enfrentaram adversidades e problemas complicados. 
Enfrentaram problemas e adversidades complicadas. 
 
 
Gosto de estudar a língua inglesa e a portuguesa. 
 
Gosto de estudar as línguas inglesa e portuguesa. 
 
 
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A aluna e o professor estavam tranquilos. 
 
 
Após a prova, estavam exaustos a aluna e o professor. 
 
Após a prova, estava exausta a aluna e o professor. 
 
 
Os alunos consideraram a prova cansativa. 
 
Os alunos encontraram questões e pegadinhas maliciosas na prova. 
 
Os alunos encontraram questões e textos extensos na prova. 
 
O servidor achou maravilhoso o cargo e a repartição. 
O servidor achou maravilhosa a repartição e o cargo. 
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O servidor achou maravilhosos o cargo e a repartição. 
O servidor achou maravilhosos a repartição e o cargo.
 
Foi divulgado o edital do concurso. 
Realizadas as provas, restava aguardar os novos servidores. 
Alunos e alunas decididos têm mais chance de êxito na prova. 
 
 
Nenhuma dificuldade trazia-lhe aflição. 
Certas lições nos fazem crescer. 
Procurou o professor para sanar suas dúvidas, mas não o encontrou. 
 
Aquela bela cidade tinha algo de perigoso. 
A multidão não tinha nada de agitado. 
As alunas daquele curso não tinham nada de bobas. 
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Professor e aluna devem ajudar um ao outro. 
 
 
Fé é bom para a vida. 
 
A fé é boa para a vida. 
 
 sozinho
Carlos estudou só. 
Carlos e Roberto estudaram sós. 
 
Eles só querem passar no concurso e ser felizes. 
 
Seguem anexos os documentos necessários para tomar posse no cargo público. 
 - Muito obrigada, agradeceu a aula. 
Carlos Roberto
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Eles mesmos elaborarão o planejamento de estudo. 
Ela própria adotará medidas responsáveis. 
Estão inclusos todos os materiais necessários para sua preparação. 
Nós estamos quites com o cronograma. 
O ministro considerou a assinatura do acordo um crime de lesa-pátria. 
Eles desistiram mesmo de viajar para permanecerem focados no concurso. 
 
Aquela aluna estudava muito todos os dias. (advérbio) 
Ele lia muitos livros de direito. (pronome adjetivo) 
Sentiu-se pouco confortável no dia da prova. (advérbio) 
Tinha poucas alternativas para escolher o melhor caminho. (pronome adjetivo) 
Há bastantes candidatos para fazer a prova. (pronome adjetivo) 
Estudou bastante na fase pós-edital. (advérbio) 
Ela estava meio estranha nos últimos dias. (advérbio) 
Ele comeu meia porção de lasanha. (numeral adjetivo) 
Comprei uma bolsa cara para a minha esposa. (adjetivo) 
A bicicleta que sempre sonhei custa caro. (advérbio) 
Os livros mais baratos podem ser os melhores. (adjetivo) 
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Os cursinhos poderiam cobrar mais barato. (advérbio) 
Avistamos montanhas longes. (adjetivo) 
Não imaginava que as montanhas estivessem tão longe. (advérbio) 
 
Os policiais estavam alerta. 
Havia menos servidoras que servidores no órgão público. 
 
Queria morar o mais perto possível da biblioteca. 
Estudou nas melhores escolas possíveis. 
 
 
É proibido crianças neste ambiente. 
Durante a prova, é necessário atenção. 
 
É proibida a entrada de crianças. 
A educação é necessária. 
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Os intelectuais somos vaidosos. (estilística) 
Os intelectuais são vaidosos. (formal) 
Brasileiros e latino-americanos fazemos a crítica ao sistema. (estilística) 
Brasileiros e latino-americanos fazem a crítica ao sistema. (formal) 
3.2 – CONCORDÂNCIA VERBAL 
 
Os alunos estavam tranquilos durante a prova. 
 
Não faltarão oportunidades nos próximos anos. 
 
A resistência e a falta alimentam a violência. 
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Trabalho e atividade produzem bens de consumo. 
Trabalho e atividade produz bens de consumo.
 
Vêm ocorrendo a transformação da sociedade e a consolidação de valores. 
Vem ocorrendo a transformação da sociedade e a consolidação de valores. 
Chegaram o prefeito, o senador e o deputado. 
Chegou o prefeito, o senador e o deputado. 
 
 
Meus amigos e eu (nós – 1ª pessoa) faremos uma excelente prova. 
 
Tu e ele (vós – 2ª pessoa) estudais muito. 
Tu e ele estudam muito. 
 
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A plateia aplaudiuos novos aprovados. 
 
A plateia de servidores aplaudiram os novos aprovados. 
 
A maioria dos policiais ficou insatisfeita e evidenciou revolta. 
(concordância lógico-formal) 
A maioria dos policiais ficaram insatisfeitos e evidenciaram revolta. 
(concordância estilística) 
 
Vossa Excelência um dia será o nosso Presidente da República. 
 
Portanto, 55% da população estão no mercado informal. 
Portanto, 55% da população está no mercado informal. 
Portanto, 0,98% da população está no mercado informal. 
Portanto, 1,36% da população está no mercado informal. 
1/3 dos estudantes crê na aprovação. 
1/3 dos estudantes crêem na aprovação. 
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Uma tonelada de drogas foi apreendida na fronteira. 
Uma tonelada de drogas foram apreendidas na fronteira. (errado) 
Foi atingido 1,5 bilhão de pessoas. 
Foram atingidos 1,5 bilhão de pessoas. (errado) 
Os milhares de pessoas buscavam a paz social. 
As milhares de pessoas buscavam a paz social. (errado) 
 
Cerca de 800 habitantes receberão o benefício. 
Mais de um americano morreu após os conflitos. 
 
 
Tudo eram experiências adquiridas. 
Isso são lições da vida. 
Aquilo seriam desejos ambiciosos. 
 
Nem tudo é flores na vida de um estudante dedicado. 
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4 – VOZES VERBAIS 
4.1 – VOZ ATIVA 
Os alunos (pratica a ação) resolveram todas as questões da prova. 
O professor (pratica a ação) lecionou um conteúdo importante. 
4.2 – VOZ PASSIVA 
 
As questões da prova (recebe a ação) foram respondidas pelos alunos. 
 
Alugam-se casas. 
Vende-se este livro. 
 
4.3 – VOZ REFLEXIVA 
O montanhista (pratica e recebe a ação) feriu-se gravemente. 
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Os atletas (pratica e recebe a ação) abraçaram-se para comemorar o título. 
 
5 – APOSTA ESTRATÉGICA 
Quando o assunto for concordância, tanto a nominal quanto a verbal são bem cotadas nas provas. Mas 
apostamos na cobrança da concordância nominal com um adjetivo posposto ou anteposto para mais de um 
substantivo. Veja na página 4. 
É corriqueiro também aparecerem questões de concordância nominal com mais de um adjetivo relacionado 
a apenas um substantivo. Veja isso na página 5. 
Quanto à concordância verbal, estude com carinho as situações de sujeito composto posposto e anteposto 
ao verbo. Outro assunto da concordância verbal em que podemos apostar é como se dá a concordância com 
o verbo ser. Um resumo: 
 
 Pode concordar com o predicativo do sujeito quando o sujeito for os pronomes isto, isso, 
aquilo, tudo. 
 Também é possível a concordância do verbo com o sujeito-pronome no singular. 
 
Certamente, no que diz respeito ao assunto vozes do verbo, o que tem maior potencial de ser cobrado é a 
transposição da voz ativa para a passiva. Talvez possa aparecer uma questão com uma determinada oração 
na voz ativa e as alternativas sejam possíveis estruturas da mesma oração na voz passiva ou vice-versa: 
oração na passiva com alternativas na ativa. 
 
Precisamos lembrar aí que: 
- a transposição só é possível com verbo transitivo direto ou bitransitivo; 
- o sujeito da oração na voz ativa passa a ser o agente da passiva; 
- o objeto direto passa a ser o sujeito da passiva; 
- quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá agente na passiva. (Atingiram-
me. (voz ativa) > Fui atingido. (voz passiva)). 
 
 
 
 
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6 - QUESTÕES-CHAVE DE REVISÃO 
QUESTÕES CEBRASPE 
Concordância verbal 
Questão 01 
CEBRASPE (CESPE) - Analista Portuário I (EMAP)/Administrativa/2018 
 
Serviço de tráfego de embarcações 
(vessel traffic service – VTS) 
 
O VTS é um sistema eletrônico de auxílio à navegação, com capacidade de monitorar ativamente o tráfego 
aquaviário, melhorando a segurança e eficiência desse tráfego, nas áreas em que haja intensa 
movimentação de embarcações ou risco de acidente de grandes proporções. 
Internacionalmente, os sistemas de VTS são regulamentados pela International Maritime Organization, 
sendo seus aspectos técnicos detalhados em recomendações da International Association of Maritime Aids 
to Navigation and Lighthouse Authorities. No Brasil, cabe à Marinha do Brasil, autoridade marítima do país, 
definir as normas de execução de VTS e autorizar a sua implantação e operação. 
Uma estrutura de VTS é composta minimamente de um radar com capacidade de acompanhar o tráfego 
nas imediações do porto, um sistema de identificação de embarcações denominado automatic 
identification system, um sistema de comunicação em VHF, um circuito fechado de TV, sensores ambientais 
(meteorológicos e hidrológicos) e um sistema de gerenciamento e apresentação de dados. Todos esses 
sensores operam integrados em um centro de controle, ao qual cabe, na sua área de responsabilidade, 
identificar e monitorar o tráfego marítimo, adotar ações de combate à poluição, planejar a movimentação 
de embarcações e divulgar informações ao navegante. Adicionalmente, o Centro VTS pode fornecer 
informações que contribuam para o aumento da eficiência das operações portuárias, como a atualização de 
horários de chegada e partida de embarcações. 
Internet: <www defensea com br> (com adaptações) 
 
Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto apresentado, julgue o item que se segue. 
A forma verbal “haja” poderia ser flexionada no plural — hajam —, preservando-se a correção gramatical e 
os sentidos do texto. 
Certo 
Errado 
Comentário: 
Observando a forma verbal “haja” no trecho “...nas áreas em que haja intensa movimentação de 
embarcações ou risco de acidente de grandes proporções”, percebemos que ele foi empregado com sentido 
de existir: nas áreas em que existia intensa movimentação de embarcações ou risco de acidente de grandes 
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proporções. Nesse caso, o verbo é impessoal e deve sempre ser grafado na terceira pessoa do singular. Se 
a alteração sugerida ocorresse, a correção gramatical do texto seria comprometida. 
Gabarito: ERRADO 
 
Concordância verbal 
Questão 02 
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STM)/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 
 
A obra de Maquiavel causou bastante polêmica por romper com a visão usual da atividade política. Na 
tradição cristã, a política era vista como uma forma de preparar a Cidade de Deus na terra. Na Antiguidade, 
era uma maneira de “promover o bem comum”. Havia sempre a referência a um objetivo transcendente, a 
um padrão implícito ou explícito de justiça. Para Maquiavel, o que importa, na política, é o poder real. Não 
é uma questão de justiça ou de princípios, mas de capacidade de impor-se aos outros. 
N’O Príncipe, Maquiavel ensina que a meta de toda ação política é ampliar o próprio poder em relação aos 
outros. É necessário reduzir o poder dos adversários: semear a discórdia nos territórios conquistados, 
enfraquecer os fortes e fortalecer os fracos; em suma, dividir para reinar. 
Os Discorsi são uma longa glosa dos dez primeiros livros da História de Roma, de Tito Lívio, vistos como 
um documento históricoincontestável, embora hoje se saiba que o autor não se furtava a alterar os fatos 
para robustecer seu caráter alegórico ou exemplar — procedimento, aliás, que Maquiavel também adotaria 
em suas Histórias Florentinas. Na obra, ele procura, nos costumes dos antigos, elementos que possam ser 
utilizados na superação dos problemas de sua época. 
Ao buscar as causas da grandeza da Roma antiga, Maquiavel acaba por encontrá-las na discórdia entre seus 
cidadãos, naquilo que tradicionalmente era estigmatizado como “tumultos”. Trata-se de uma visão 
revolucionária, já que o convencional era fazer o elogio da harmonia e da unidade. Até hoje, a busca do 
“consenso” e o sonho de uma sociedade harmônica, sem disputa de interesses, estão presentes no discurso 
político e, mais ainda, alimentam a desconfiança com que são vistas as lutas políticas. Para Maquiavel, 
porém, o conflito é sempre um sintoma de equilíbrio de poder. Na sociedade, uma parte sempre quer 
oprimir a outra — nobres e plebeus, ricos e pobres ou, na linguagem que ele prefere usar, o povo e os 
“grandes”. Se o conflito persiste, é porque nenhuma parte conseguiu atingir sua meta de dominar a outra. 
Portanto, permanece um espaço de liberdade para todos. 
L. F. Miguel. A moral e a política. In: L. F. Miguel. O nascimento da política moderna. De Maquiavel a 
Hobbes. Brasília: Editora da UnB, 2015, p. 21, 23-4 (com adaptações). 
 
Julgue o item, relativo às estruturas linguísticas do texto. 
Se a expressão “uma visão revolucionária” fosse substituída por ideias revolucionárias, seria necessário 
alterar a forma verbal “Trata-se” para Tratam-se, para se manter a correção gramatical do texto. 
Certo 
Errado 
Comentário: 
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Com a substituição, o verbo “Trata-se” permanece grafado na terceira pessoa do singular, uma vez que ele, 
nesse contexto em que tem sentido de diz respeito a, é impessoal e a expressão “ideias revolucionárias”, 
assim como era “uma visão revolucionária”, é seu objeto indireto. 
Gabarito: ERRADO 
 
Concordância verbal 
Questão 03 
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STM)/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 
 
 
 Internet: <http://bloga.grupoa.com.br> (com adaptações). 
 
No que concerne aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item a seguir. 
No período “É um orgulho poder contar com você”, a terceira pessoa do singular empregada na forma verbal 
“É” justifica-se por tratar-se de um verbo impessoal, como em É tarde. 
Certo 
Errado 
Comentário: 
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Na frase em análise, a forma verbal “É” está grafada na terceira pessoa do singular porque o seu sujeito é 
uma oração. Se colocarmos a frase na ordem sintática padrão, visualizamos isso melhor: Poder contar com 
você é um orgulho. 
Gabarito: ERRADO 
 
Concordância verbal 
Questão 04 
CEBRASPE (CESPE) - Professor de Educação Básica (SEDF)/Língua Portuguesa/2017 
 
A língua continua sendo forte elemento de discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em 
outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços públicos em geral (serviços de saúde, 
por exemplo). 
Por isso, parece ser um grande equívoco a afirmação de que a variação linguística não deve ser matéria de 
ensino na escola básica. Assim, a questão crucial para nós é saber como tratá-la pedagogicamente, ou seja, 
como desenvolver uma pedagogia da variação linguística no sistema escolar de uma sociedade que, 
infelizmente, ainda não reconheceu sua complexa cara linguística e, como resultado da profunda divisão 
socioeconômica que caracterizou historicamente sua formação (uma sociedade que foi, por trezentos anos, 
escravocrata), ainda discrimina fortemente pela língua os grupos socioeconômicos que recebem as 
menores parcelas da renda nacional. 
A maioria dos alunos que chegam à escola pública é oriunda precisamente desses grupos socioeconômicos. 
E há, entre nossas crenças pedagógicas, um pressuposto de que cabe à escola pública contribuir, pela oferta 
de educação de qualidade, para favorecer, mesmo que indiretamente, uma melhor redistribuição da renda 
nacional. 
Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de língua — um ensino que 
garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaços públicos. Nessa 
perspectiva, esse domínio inclui o das variedades linguísticas historicamente identificadas como as mais 
próprias a essas práticas, ou seja, o conjunto de variedades escritas e faladas constitutivas da chamada 
norma culta. 
 Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles. Introdução. In: Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles 
(orgs.). 
Pedagogia da variação Linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: ParábolaEditorial, 2015. p. 8-
9 (com adaptações). 
 
Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item. 
 
Em “A maioria dos alunos que chegam à escola pública é oriunda precisamente desses grupos 
socioeconômicos”, a forma verbal “chegam” poderia ser corretamente flexionada no singular. 
Nesse caso, o pronome “que” retomaria o núcleo do sujeito da oração principal. 
Certo 
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e
 
 
 
 
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Errado 
Comentário: 
A afirmação está correta porque quando se tem como sujeito uma estrutura em que o núcleo é a expressão 
“A maioria” seguida de um substantivo no plural, no caso “pessoas”, o verbo poderá tanto ser grafado no 
singular, concordando com seu núcleo, quanto no plural, concordando assim com o substantivo. 
Gabarito: CERTO 
 
Concordância nominal 
Questão 05 
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TRF 1ª Região)/Apoio Especializado/Taquigrafia/2017 
 
O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer as operações de circulação, compra e venda de 
mercadorias; e, ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade de localizações, paisagens, 
topografias físicas e simbólicas que são de diferentes modos incorporadas à dinâmica mercantil. Hoje, 
podemos talvez acrescentar que a cidade se torna o lugar do consumismo e do consumismo de lugar. O que 
isso quer dizer e que implicações isso tem para o compartilhamento da cidade como espaço público? 
 Sabemos que a cidade é o lugar preferencial da realização do consumismo de bens. Mas, também, vale 
dizer que, com o advento do urbanismo competitivo, é o lugar do consumismo de lugares, por meio das 
dinâmicas da cidade-espetáculo, dos megaeventos e do esforço de venda de imaginadores urbanos com 
suas obras fundadas em um culturalismo de mercado. O planejamento estratégico do urbanismo de 
mercado propõe-se, na atualidade, a realizar um esforço de venda macroeconômico dos lugares, o que faz 
do consumismo de lugares um modo particular de articulação entre o rentismo imobiliário e a competição 
interurbana por capitais. Para isso concorre o consumismo publicitário privatizante dos espaços da cidade. 
Por outro lado, conforme observa o economista Pierre Veltz, os novos requisitos da espacialidade das 
empresas nas cidades exprimem hoje “o paradoxo segundo o qual os recursos não mercantis não veem seu 
papel diminuir, mas, ao contrário, se afirmar e se estender nas economias avançadas e concorrenciais”. Isso 
é exemplificado pela luta dos pescadores artesanais da Associação Homens do Mar em defesa do caráter 
público da Baía da Guanabara e pelas manifestações maciças de ciclistas pelo direito ao espaço público nas 
cidades.Tratando-se de bens não mercantis em disputa, os conflitos por apropriação dos recursos urbanos 
apresentam forte potencial de politização, seja na busca de acesso equânime a ambientes saudáveis, seja 
na eliminação de controles policiais discriminatórios. 
Para Abba Lerner, Prêmio Nobel de Economia de 1954, toda transação econômica realizada é um conflito 
político resolvido. Inversamente, podemos sustentar que toda disputa pelos recursos não mercantis das 
cidades — saúde e saneamento, mobilidade, meio ambiente, segurança — não redutível a relações de 
compra e venda configura conflitos políticos em potencial. 
Henri Acselrad. Cidade – espaço público? A economia política do consumismo nas e das cidades. In: Revista 
UFMG, v. 20, n.º 1, jan.–jun./2013, p. 234-247 (com adaptações). 
 
A respeito dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue. 
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No trecho “por meio das dinâmicas da cidade-espetáculo”, o elemento determinado do vocábulo “cidade-
espetáculo” rege a concordância nominal, enquanto o elemento determinante qualifica-o. 
Certo 
Errado 
Comentário: 
Primeiramente precisamos relembrar o que é determinante e o que é determinado e a relação entre eles: 
Determinante – especifica ou qualifica o sentido do determinado. 
Determinado – tem o sentido modificado pelo determinante e é subordinado a ele. 
Cientes disso, vamos em frente. 
No substantivo composto “cidade-espetáculo”, o determinado é o vocábulo “cidade” e o determinante é 
“espetáculo”. O termo “cidade” comanda a regência nominal no caso em relação à preposição “da” em “da 
cidade-espetáculo”. Quanto ao termo “espetáculo”, ele está especificando a palavra “cidade”, dando a ela 
um novo sentido, o qual podemos entender, no contexto, como uma cidade que parece um espetáculo por 
conta do urbanismo competitivo. 
Gabarito: CERTO 
 
Concordância verbal 
Questão 06 
CEBRASPE (CESPE) - Auxiliar em Administração (IFF)/2018 
 
Acho muito simpática a maneira da Rádio Jornal do Brasil de anunciar a hora: “onze e meia” no lugar de 
“vinte e três e trinta”; “um quarto para as cinco” em vez de “dezesseis e quarenta e cinco”. Mas confesso 
minha implicância com aquele “meio-dia e meia”. 
Sei que “meio-dia e meio” está errado. Mas a língua é como a mulher de César: não lhe basta ser honesta, 
convém que o pareça. 
Lembrando um conselho que me deu certa vez um amigo boêmio quando lhe perguntei se certa frase estava 
certa (“Olhe, Rubem, faça como eu, não tope parada com a gramática: dê uma voltinha e diga a mesma 
coisa de outro jeito”), eu preferiria dizer “doze e meia” ou “meio-dia e trinta”, sem nenhuma afetação. Aliás, 
a língua da gente não tem apenas regras: tem um espírito, um jeito, uma pequena alma que aquele “meio-
dia e meia” faz sofrer. 
Rubem Braga Recado de primavera Rio de Janeiro, Record,1984, p 58 (com adaptações) 
 
A expressão ‘meio-dia e meio’ está errada porque 
a) a repetição de ‘meio’ deve ser evitada na mesma frase. 
b) o emprego do hífen na expressão contraria o novo acordo ortográfico. 
c) a concordância deve ser feita com a ideia de hora — meia hora. 
Carlos Roberto
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d) a única forma correta é ‘meio-dia e trinta’. 
e) ‘meio’ provoca erro de regência. 
Comentário: 
A expressão em análise está incorreta porque o termo “meio” deveria estar grafado no feminino para 
concordar com a ideia de hora: meio dia e meia (hora), ou seja, 12:30 é metade do dia mais metade da hora. 
Gabarito: C 
 
Concordância verbal 
Questão 07 
CEBRASPE (CESPE) - Auxiliar (FUB)/Administração/2016 
 
Hoje, constituída por 26 institutos e faculdades e 21 centros de pesquisa especializados, a UnB possui 2.695 
professores, 2.620 servidores técnico-administrativos, 36.370 alunos de graduação e 7.510 de pós-
graduação. 
Ela oferece 109 cursos de graduação, sendo 31 noturnos e 10 a distância, além de 147 cursos de pós-
graduação stricto sensu e 22 especializações lato sensu. Os cursos estão divididos em quatro campi 
espalhados pelo Distrito Federal: Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Planaltina, Ceilândia e Gama. Os órgãos 
de apoio incluem o Hospital Universitário, a Biblioteca Central, o Hospital Veterinário e a Fazenda Água 
Limpa. 
Sua missão é ser uma instituição inovadora, comprometida com a excelência acadêmica, científica e 
tecnológica, e formar cidadãos conscientes do seu papel transformador na sociedade, respeitadas a ética e 
a valorização de identidade e culturas com responsabilidade social. 
Estar entre as melhores universidades do Brasil, inserida internacionalmente, com excelência em gestão de 
processos que fortaleça o ensino, a pesquisa e a extensão, é a visão de futuro da UnB. 
Internet: <www.unb.br> (com adaptações). 
 
Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto. 
No terceiro parágrafo, o adjetivo “respeitadas” encontra-se no plural porque concorda com os termos 
“ética”, “valorização”, “identidades” e “culturas”. 
Certo 
Errado 
Comentário: 
No trecho “...e formar cidadãos conscientes do seu papel transformador na sociedade, respeitadas a ética e 
a valorização de identidade e culturas com responsabilidade social”, o termo “respeitadas” é um verbo na 
forma nominal particípio e está concordando com “a ética e a valorização” apenas. Os termos “identidade” 
e “culturas” são complementos de “valorização”, portanto não interferem na relação de concordância. 
Gabarito: ERRADO 
Carlos Roberto
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d
 
 
 
 
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57 
Vozes verbais 
Questão 08 
CEBRASPE (CESPE) - Escrivão de Polícia Federal/2018 
 
No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica festa de 
punição de condenados foi-se extinguindo. Em algumas dezenas de anos, desapareceu o corpo como alvo 
principal da repressão penal: o corpo supliciado, esquartejado, amputado, marcado simbolicamente no 
rosto ou no ombro, exposto vivo ou morto, dado como espetáculo. Ficou a suspeita de que tal rito que dava 
um “fecho” ao crime mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em 
selvageria, acostumando os espectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los afastados, 
mostrando-lhes a frequência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os juízes com 
assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do supliciado um objeto de piedade e de 
admiração. 
A punição vai-se tornando a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências: deixa 
o campo da percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à sua 
fatalidade, não à sua intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime, e 
não mais o abominável teatro. 
Sob o nome de crimes e delitos, são sempre julgados corretamente os objetos jurídicos definidos pelo 
Código. Porém julgam-se também as paixões, os instintos, as anomalias, as enfermidades, as inadaptações, 
os efeitos de meio ambiente ou de hereditariedade. Punem-se as agressões, mas, por meio delas, as 
agressividades, as violações e, ao mesmo tempo, as perversões, os assassinatos que são, também, impulsos 
e desejos. Dir-se-ia que não são eles que são julgados; se são invocados, é para explicar os fatos a serem 
julgados e determinar até que ponto a vontade do réu estava envolvida no crime. As sombras que se 
escondem por trás dos elementos da causa é que são, na realidade, julgadase punidas. 
O juiz de nossos dias — magistrado ou jurado — faz outra coisa, bem diferente de “julgar”. E ele não julga 
mais sozinho. Ao longo do processo penal, e da execução da pena, prolifera toda uma série de instâncias 
anexas. Pequenas justiças e juízes paralelos se multiplicaram em torno do julgamento principal: peritos 
psiquiátricos ou psicológicos, magistrados da aplicação das penas, educadores, funcionários da 
administração penitenciária fracionam o poder legal de punir. Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles 
partilha realmente do direito de julgar; os peritos não intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, 
mas para esclarecer a decisão dos juízes. Todo o aparelho que se desenvolveu há anos, em torno da 
aplicação das penas e de seu ajustamento aos indivíduos, multiplica as instâncias da decisão judiciária, 
prolongando-a muito além da sentença. 
Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987, p. 8-
26 (com adaptações). 
 
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item. 
A expressão “Dir-se-á” poderia ser corretamente substituída por Será dito. 
Certo 
Errado 
Comentário: 
Carlos Roberto
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No contexto “Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar”, o verbo “Dir-
se-á” está na voz passiva sintética e tem a partícula apassivadora em mesóclise por estar conjugado no 
futuro do presente. A substituição sugerida é possível porque “Será dito” é o mesmo verbo, no futuro, porém 
na voz passiva analítica, que é caracterizada por locução verbal (verbo ser + verbo particípio). 
Gabarito: CERTO 
 
Vozes verbais 
Questão 09 
CEBRASPE (CESPE) - Assistente Administrativo Fazendário (SEFAZ RS)/2018 
 
O homem primitivo procurava defender-se do frio e da fome abrigando-se em cavernas e alimentando-se 
de frutos silvestres, ou do que conseguia obter da caça e da pesca. Ao longo dos séculos, passou a espécie 
humana a sentir a necessidade de maior conforto e começou a reparar no seu semelhante. Assim, como 
decorrência das necessidades individuais, surgiram as trocas. Sistemas de troca direta, que duraram vários 
séculos, ocasionaram o aparecimento de palavras como “salário” (pagamento feito por meio de certa 
quantidade de sal) e “pecúnia” (do latim pecus, que significa rebanho de gado, ou peculium, relativo a gado 
miúdo, como ovelha ou cabrito). 
As primeiras moedas, peças que representavam valores, geralmente em metal, surgiram na Lídia (atual 
Turquia), no século VII a.C. As características que se desejava ressaltar eram gravadas nas peças por meio 
da pancada de um objeto pesado (martelo), em primitivos cunhos. Foi o surgimento da cunhagem a 
martelo, na qual os signos monetários eram valorizados também pela nobreza dos metais empregados, 
como o ouro e a prata. Embora a evolução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata por 
metais menos raros ou suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a associação dos atributos de 
beleza e expressão cultural ao valor monetário das moedas, que quase sempre, na atualidade, apresentam 
figuras representativas da história, da cultura, das riquezas e do poder das sociedades. 
A necessidade de guardar as moedas em segurança fez surgirem os bancos. Os negociantes de ouro e prata, 
por terem cofres e guardas a seu serviço, passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de 
seus clientes e a dar recibos escritos das quantias guardadas. Esses recibos passaram, com o tempo, a servir 
como meio de pagamento por seus possuidores, por serem mais seguros de portar do que o dinheiro vivo. 
Assim surgiram as primeiras cédulas de papel moeda, ou cédulas de banco, ao mesmo tempo em que a 
guarda dos valores em espécie dava origem a instituições bancárias. 
Internet: <www.casadamoeda.gov.br> (com adaptações). 
 
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam preservados caso a forma “preservou-se” fosse 
substituída por 
a) foi preservada. 
b) foram preservados. 
c) teria sido preservada. 
d) teriam sido preservados. 
Carlos Roberto
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e) tinha sido preservada. 
Comentário: 
No contexto “preservou-se, com o passar dos séculos, a associação dos atributos de beleza e expressão 
cultural ao valor monetário das moedas”, o verbo “preservou-se” está na voz passiva sintética, está 
conjugado no pretérito e tem como núcleo do seu sujeito a expressão “associação”, que, por sua vez, é um 
substantivo feminino e está grafado no singular. As alternativas apresentam locuções verbais para análise, 
porém, dentre elas, a única que está conjugada no pretérito e concordando em gênero e número com o 
sujeito é a apresentada na letra A: a associação dos atributos (...) foi preservada. Temos aí a forma verbal 
“preservou-se” na voz passiva analítica. 
Gabarito: A 
 
Vozes verbais 
Questão 10 
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TRF 1ª Região)/Apoio Especializado/Taquigrafia/2017 
 
O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer as operações de circulação, compra e venda de 
mercadorias; e, ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade de localizações, paisagens, 
topografias físicas e simbólicas que são de diferentes modos incorporadas à dinâmica mercantil. Hoje, 
podemos talvez acrescentar que a cidade se torna o lugar do consumismo e do consumismo de lugar. O que 
isso quer dizer e que implicações isso tem para o compartilhamento da cidade como espaço público? 
Sabemos que a cidade é o lugar preferencial da realização do consumismo de bens. Mas, também, vale dizer 
que, com o advento do urbanismo competitivo, é o lugar do consumismo de lugares, por meio das dinâmicas 
da cidade-espetáculo, dos megaeventos e do esforço de venda de imaginadores urbanos com suas obras 
fundadas em um culturalismo de mercado. O planejamento estratégico do urbanismo de mercado propõe-
se, na atualidade, a realizar um esforço de venda macroeconômico dos lugares, o que faz do consumismo 
de lugares um modo particular de articulação entre o rentismo imobiliário e a competição interurbana por 
capitais. Para isso concorre o consumismo publicitário privatizante dos espaços da cidade. 
Por outro lado, conforme observa o economista Pierre Veltz, os novos requisitos da espacialidade das 
empresas nas cidades exprimem hoje “o paradoxo segundo o qual os recursos não mercantis não veem seu 
papel diminuir, mas, ao contrário, se afirmar e se estender nas economias avançadas e concorrenciais”. Isso 
é exemplificado pela luta dos pescadores artesanais da Associação Homens do Mar em defesa do caráter 
público da Baía da Guanabara e pelas manifestações maciças de ciclistas pelo direito ao espaço público nas 
cidades. Tratando-se de bens não mercantis em disputa, os conflitos por apropriação dos recursos urbanos 
apresentam forte potencial de politização, seja na busca de acesso equânime a ambientes saudáveis, seja 
na eliminação de controles policiais discriminatórios. 
Para Abba Lerner, Prêmio Nobel de Economia de 1954, toda transação econômica realizada é um conflito 
político resolvido. Inversamente, podemos sustentar que toda disputa pelos recursos não mercantis das 
cidades — saúde e saneamento, mobilidade, meio ambiente, segurança — não redutível a relações de 
compra e venda configura conflitos políticos em potencial. 
Carlos Roberto
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Henri Acselrad. Cidade – espaço público? A economia políticado consumismo nas e das cidades. In: Revista 
UFMG, v. 20, n.º 1, jan.–jun./2013, p. 234-247 (com adaptações). 
 
Com relação aos sentidos do texto, julgue o item a seguir. 
No segundo período do terceiro parágrafo, os termos “pela luta”, “pelas manifestações” e “pelo direito" 
funcionam como agentes da passiva. 
Certo 
Errado 
Comentário: 
Vejamos o trecho: “Isso é exemplificado pela luta dos pescadores artesanais da Associação Homens do Mar 
em defesa do caráter público da Baía da Guanabara e pelas manifestações maciças de ciclistas pelo 
direito ao espaço público nas cidades.” 
Para lembrar, na voz passiva, o agente da passiva provoca a ação do verbo no sujeito da passiva. 
No trecho, identificamos a voz passiva na expressão verbal “é exemplificado” e o seu sujeito é “Isso”, sendo 
assim, mesmo estando distantes uma da outra, as expressões “pela luta” e “pelas manifestações” são 
agentes da passiva. A expressão “pelo direito”, porém, é um adjunto adnominal de “manifestações” e não 
agente da passiva. 
Gabarito: ERRADO 
QUESTÕES FCC 
Concordância verbal / voz passiva 
Questão 01 
FCC - Analista de Gestão Administrativa (Pref. Recife)/2019 
 
Quem não gosta de samba 
 
“Como se dá que ritmos e melodias, embora tão somente sons, se assemelhem a estados da alma?”, pergunta 
Aristóteles. Há pessoas que não suportam a música; mas há também uma venerável linhagem de moralistas 
que não suporta a ideia do que a música é capaz de suscitar nos ouvintes. Platão condenou certas escalas e 
ritmos musicais e propôs que fossem banidos da cidade ideal. Santo Agostinho confessou-se vulnerável aos 
“prazeres do ouvido” e se penitenciou por sua irrefreável propensão ao “pecado da lascívia musical”. Calvino 
alerta os fiéis contra os perigos do caos, volúpia e emefinação que ela provoca. Descartes temia que a música 
pudesse superexcitar a imaginação. 
O que todo esse medo da música – ou de certos tipos de música – sugere? O vigor e o tom dos ataques traem o 
melindre. Eles revelam não só aquilo que afirmam – a crença num suposto perigo moral da música −, mas 
também o que deixam transparecer. O pavor pressupõe uma viva percepção da ameaça. Será exagero, 
Carlos Roberto
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portanto, detectar nesses ataques um índice da especial força da sensualidade justamente naqueles que tanto 
se empenharam em preveni-la e erradicá-la nos outros? 
O que mais violentamente repudiamos está em nós mesmos. Por vias oblíquas ou com plena ciência do fato, 
nossos respeitáveis moralistas sabiam muito bem do que estavam falando. 
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2016, p. 23-24) 
 
O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado de modo a concordar com o elemento sublinhado 
na frase: 
a) A Aristóteles, Platão e a outros pensadores (impressionar) vivamente a magia encantatória dos ritmos e 
das melodias musicais. 
b) Crê o autor do texto que àquele a quem mais (abalar) os efeitos da música é também quem mais conhece 
as razões para temê-la. 
c) Todos os ataques que contra a música se (promover) costumam partir dos que são extremamente 
sensíveis aos seus poderes. 
d) Está no texto a convicção, contra a qual a poucos (ocorrer) de se levantar, de que são irreprimíveis os 
efeitos gerados pelo ritmo musical. 
e) A música, independentemente dos que nela (ter) a atenção concentrada, acaba contagiando o ambiente 
em que se a promova. 
Comentário: 
Na oração, o verbo deve concordar com o seu sujeito. Relembrados disso, vamos analisar cada frase: 
A - A Aristóteles, Platão e a outros pensadores (impressionar) vivamente a magia encantatória dos ritmos e 
das melodias musicais. 
Incorreta – o verbo “impressionar” deve concordar com “magia”, que é o núcleo do seu sujeito, e não com 
“pensadores”. 
A frase com o verbo flexionado corretamente seria: A Aristóteles, Platão e a outros pensadores impressiona 
vivamente a magia encantatória dos ritmos e das melodias musicais. 
B - Crê o autor do texto que àquele a quem mais (abalar) os efeitos da música é também quem mais conhece 
as razões para temê-la. 
CORRETA – o sujeito do verbo “abalar” é o termo sublinhado: “efeitos”. 
A frase seria: Crê o autor do texto que àquele a quem mais abalam os efeitos da música é também quem 
mais conhece as razões para temê-la. 
PORÉM, nessa oração há um erro: como o pronome “aquele” é sujeito do verbo “é”, que é verbo de ligação 
e, portanto, não rege preposição, não há motivo para que tal pronome seja precedido de preposição a; 
sendo assim, o sinal indicativo de crase na sua grafia está incorreto. 
C - Todos os ataques que contra a música se (promover) costumam partir dos que são extremamente 
sensíveis aos seus poderes. 
Carlos Roberto
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Incorreta – nessa frase temos o verbo na voz passiva, devido ao vocábulo “se”, que é partícula apassivadora 
nesse contexto. O sujeito do verbo entre parênteses é o pronome “que”, o qual está retomando “Todos os 
ataques”, que, por sua vez, é com quem o verbo irá concordar. 
A frase com a flexão correta é: Todos os ataques que contra a música se promoveram costumam partir dos 
que são extremamente sensíveis aos seus poderes. 
Para uma visão melhor da ideia de voz passiva, a frase pode ser reescrita na voz passiva analítica: Todos os 
ataques que contra a música foram promovidos costumam partir dos que são extremamente sensíveis aos 
seus poderes. 
d) Está no texto a convicção, contra a qual a poucos (ocorrer) de se levantar, de que são irreprimíveis os 
efeitos gerados pelo ritmo musical. 
Incorreta – o verbo entre parênteses deve ser grafado na terceira pessoa do singular porque o seu sujeito é 
a oração “se levantar contra a convicção de que são irreprimíveis (...) musical”. 
Para melhor entendermos a oração no que diz respeito a quem é sujeito, verbo e predicado, faremos sua 
reescrita com os termos na ordem sintática padrão: 
Levantar-se contra a convicção de que são irreprimíveis os efeitos gerados pelo ritmo musical ocorre a 
poucos. 
e) A música, independentemente dos que nela (ter) a atenção concentrada, acaba contagiando o ambiente 
em que se a promova. 
Incorreta – o sujeito do verbo “ter” é “os” (de “dos que”). Tal pronome pode ser substituído por aqueles, o 
que nos dará uma melhor compreensão da frase. 
Vejamos a reescrita com a substituição do “os” e a flexão do verbo: A música, independentemente daqueles 
que nela tenham a atenção concentrada, acaba contagiando o ambiente em que se a promova. 
Gabarito: B 
 
Concordância verbal / voz passiva 
Questão 02 
FCC - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão (Pref. Recife)/2019 
 
O futuro de uma desilusão 
 
A ilusão de que uma metafísica calcada na ciência permitiria banir o mistério do mundo caducou − e agora? O 
que nos resta fazer? Não se pode esperar da ciência respostas a inquietações que estão constitutivamente além 
de seu horizonte de possibilidades. A ciência só se coloca problemas que ela é capaz, em princípio, de resolver, 
ou seja, questões que se prestam a um tratamento empírico-dedutivo e cujas respostas admitem a possibilidade 
da refutação. 
Há um equívoco em abordar as extraordinárias conquistas do método científico com o olhar expectante da busca 
religiosa ou metafísica. Ao mesmo tempo, contudo, parece simplesmente descabida, além de irrealista, a 
pretensão de se limitar a esfera do que é pertinente inquirir à província da investigação científica, como se a 
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ciência gozasse da prerrogativa de definir ou demarcar o âmbito do que há para ser explicado no mundo. Uma 
coisa é dizer que o animal humano partilha dos mesmos objetivos básicos − sobreviver e reproduzir das demais 
formas de vida; outra, muito distinta, é afirmar que “nenhuma espécie, inclusive a nossa, possui um propósito 
que vá além dos imperativos criados por sua história genética” e que, portanto, a espécie humana “carece de 
qualquer objetivo externo à sua própria natureza biológica”: pois, ao dar esse passo, saltamos da observação 
ao decreto e da constatação ao cerceamento da busca. 
A teima interrogante do saber não admite ser detida e barrada, como contrabando ou imigrante clandestino, 
pela polícia da fronteira na divisa onde findam os porquês da ciência. 
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2016, p. 37-38) 
 
Há presença de forma verbal na voz passiva e pleno atendimento às normas de concordância na seguinte 
frase: 
a) Reservam-se aos cientistas a prerrogativa de investigar os fenômenos valendo-se do método dedutivo. 
b) Haverá de ocorrer, a cada vez que se espera demais da ciência, reações frustradas pela falta de resposta. 
c) Não se deve imaginar, obviamente, que caibam aos métodos científicos atender a inquirições metafísicas. 
d) Ao se identificarem nossos objetivos com os dos animais, em nada se reduz a altura da nossa consciência. 
e) Os limites que não se admitem impor-se ao conhecimento são por vezes desconsiderados. 
Comentário: 
Analisando as frases: 
a) Reservam-se aos cientistas a prerrogativa de investigar os fenômenos valendo-se do método dedutivo. 
Incorreta – a forma verbal “Reservam-se” está incorreta porque deve concordar com o seu sujeito 
“prerrogativa”, sendo grafado no singular: Reserva-se aos cientistas a prerrogativa... 
b) Haverá de ocorrer, a cada vez que se espera demais da ciência, reações frustradas pela falta de resposta. 
Incorreta – para relembrar, o verbo haver, com sentido de existir, é impessoal, não tem sujeito, porém esse 
não é o caso. O verbo “Haverá” é, nessa frase, o verbo auxiliar de uma locução verbal, portanto deve sofrer 
flexão concordando com o seu sujeito, cujo núcleo é “reações. A frase correta é: Haverão de ocorrer (...) 
reações frustradas pela falta de resposta. 
c) Não se deve imaginar, obviamente, que caibam aos métodos científicos atender a inquirições metafísicas. 
Incorreta: vale relembrar que quando se tem um sujeito oracional, o verbo deve ser grafado na terceira 
pessoa do singular. 
O verbo “caibam” está flexionado incorretamente, pois o seu sujeito é a oração “atender inquirições 
metafísicas” e, dessa forma, a frase grafada corretamente é: Não se deve imaginar, obviamente, que caiba 
aos métodos científicos atender a inquirições metafísicas. 
d) Ao se identificarem nossos objetivos com os dos animais, em nada se reduz a altura da nossa consciência. 
CORRETA: todos os elementos da oração estão em correta concordância. 
e) Os limites que não se admitem impor-se ao conhecimento são por vezes desconsiderados. 
Carlos Roberto
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Incorreta – essa frase é um pouco mais complicada para compreendermos as relações de concordância 
porque temos verbos na voz passiva e na voz ativa e, ainda, temos sujeito oracional. Vejamos cada verbo: 
“se admitem” – flexão incorreta porque o sujeito é uma oração: “impor-se ao conhecimento”. 
“impor-se” – flexão incorreta porque o sujeito é o “que”, que está retomando “limites”. A forma verbal 
“impor-se” deve, então, ser grafada no plural: imporem-se. Além disso, trata-se de um verbo na voz passiva 
sintética (são impostos). 
“são” – flexão correta concordando com “limites”. 
A frase correta é: Os limites que não se admite imporem-se ao conhecimento são por vezes 
desconsiderados. 
Gabarito: D 
 
Concordância verbal e nomimal 
Questão 03 
FCC - Assistente de Gestão Pública (Pref. Recife)/2019 
 
Mais da metade dos seres humanos hoje vivem em cidades, e esse número deve aumentar para 70% até 2050. 
Em termos econômicos, os resultados da urbanização foram notáveis. As cidades representam 80% do Produto 
Interno Bruto (PIB) global. Nos Estados Unidos, o corredor Boston-Nova York-Washington gera mais de 30% 
do PIB do país. 
Mas o sucesso tem sempre um custo – e as cidades não são exceção, segundo análise do Fórum Econômico 
Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e desigualdade persistente são alguns dos 
problemas das cidades modernas. Recentemente, entraram na equação as consequências da transformação 
digital. Há quem fale sobre uma futura desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam 
essa possibilidade. Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como vão 
moldar a economia mundial. 
A digitalização promete melhorar a vida das pessoas nas cidades. Em cidades inteligentes como Tallinn, na 
Estônia, os cidadãos podem votar nas eleições nacionais e envolver-se com o governo local via plataformas 
digitais, que permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos, por exemplo. Programas similares 
em Cingapura e Amsterdã tentam criar uma espécie de “governo 4.0”. 
Além disso, a tecnologia vai permitir uma melhora na governança. Plataformas digitais possibilitam acesso, 
abertura e transparência às operações de governos locais e provavelmente irão mudar a forma como os 
governos interagem com as pessoas. 
(Adaptado de:“5 previsões para a cidade do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial”. Disponível 
em: https://epocanegocios.globo.com) 
 
Está redigido em conformidade com a concordância da norma-padrão o livre comentário sobre o texto: 
a) Os cidadãos de algumas cidades inteligentes já se faz ouvir por meio de plataformas digitais. 
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b) Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental, desigualdade persistente, tudo afetam as 
cidades modernas. 
c) Quando consultado pelo Fórum, os especialistas discorreram sobre como as cidades vão se adaptar à era 
da digitalização. 
d) É possível que a vida das pessoas nas cidades se tornem mais fáceis serem vividas com a digitalização. 
e) Segundo algumas previsões, 70% da população mundial deverá habitar as cidades até 2050. 
Comentário: 
A - Os cidadãos de algumas cidades inteligentes já se faz ouvir por meio de plataformas digitais. 
Incorreta - a expressão verbal “se faz ouvir” deve ser grafada no plural para concordar com o núcleo do 
sujeito “Os cidadãos”. 
Correção: Os cidadãos de algumas cidades inteligentes já se fazem ouvir por meio de plataformas digitais. 
B - Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental, desigualdade persistente, tudo afetam as 
cidades modernas. 
Incorreta: a forma verbal “afetam” deve ser grafada no singular para concordar com “tudo”. 
Correção: Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental, desigualdade persistente, tudo afeta 
as cidades modernas. 
C - Quando consultado pelo Fórum, os especialistas discorreram sobre como as cidades vão se adaptar à era 
da digitalização. 
Incorreta: o termo “consultado” deve ser grafado no plural para concordar com “os especialistas”. Temos 
aqui uma locução verbal com verbo auxiliar implícito: foram consultados. 
Para entendermos melhor, vamos explicitá-lo e colocar o seu sujeito mais próximo: Quando os especialistas 
(foram) consultados pelo Fórum 
Correção: Quando consultados pelo Fórum, os especialistas discorreram sobre como as cidades vão se 
adaptar à era da digitalização. 
D- É possível que a vida das pessoas nas cidades se tornem mais fáceis serem vividas com a digitalização. 
Incorreta: toda a expressão “se tornem mais fáceis de serem vividas” deve ser grafada no singular para 
concordar com o núcleo do sujeito “vida”. O sujeito completo é “a vida das pessoas nas cidades”, o que 
confunde um pouco a compreensão da concordância, mas devemos sempre focar no núcleo do sujeito. 
Correção: É possível que a vida das pessoas nas cidades se torne mais fácil ser vivida com a digitalização. 
E - Segundo algumas previsões, 70% da população mundial deverá habitar as cidades até 2050. 
CORRETA – vale lembrar que, na concordância com porcentagem, o verbo poderá concordar tanto com o 
complemento dela (da população mundial), sendo grafado no singular, quanto com o numeral (70%), 
situação em que o verbo seria grafado no plural. 
Outra forma de escrita: Segundo algumas previsões, 70% da população mundial deverão habitar as cidades 
até 2050. 
Gabarito: E 
 
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Concordância verbal e nominal 
Questão 04 
FCC - Assistente de Gestão Pública (Pref. Recife)/2019 
 
Atende às regras de concordância da norma-padrão a seguinte frase: 
a) Os cidadãos são bombardeado com notícias falsas com o propósito de dissuadi-las de vacinar suas 
crianças. 
b) Notícias falsas é o que tem deixado alarmado quanto à vacinação grande parte da população. 
c) As pessoas tornam improdutivo o esforço governamental de proteger os brasileiros de doenças evitáveis. 
d) Quando a criança não é vacinada contra determinada doença, sua saúde fica gravemente comprometido. 
e) Nos últimos anos, tem sido registrado uma queda na cobertura vacinal de crianças menores de dois anos. 
Comentário: 
A - Os cidadãos são bombardeado com notícias falsas com o propósito de dissuadi-las de vacinar suas 
crianças. 
Incorreta – o sintagma verbal “são bombardeado” deve ser todo grafado no plural para concordar com 
“cidadãos”; o pronome “-las” em “persuadi-las” deve ser grafado no masculino para concordar com o termo 
que retoma, que, no contexto, é “cidadãos”. O “-las” retomaria “notícias”, o que não ficaria coerente no 
contexto: dissuadir as notícias de vacinar suas crianças (incoerente). 
Correção: Os cidadãos são bombardeados com notícias falsas com o propósito de dissuadi-los de vacinar 
suas crianças. 
B - Notícias falsas é o que tem deixado alarmado quanto à vacinação grande parte da população. 
Incorreta – o termo “alarmado” deve ser grafado no feminino para concordar com “grande parte da 
população”. 
Vale lembrar que, no caso do verbo ser, a concordância pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo 
do sujeito, ou seja, nesse contexto, tanto o verbo pode concordar com o sujeito “Notícias falsas”, sendo 
grafado no plural, quanto com o predicativo “o que tem deixado...”, sendo grafado no singular. 
C - As pessoas tornam improdutivo o esforço governamental de proteger os brasileiros de doenças 
evitáveis. 
CORRETA – todas os sintagmas dessa frase estão em correta concordância. 
D - Quando a criança não é vacinada contra determinada doença, sua saúde fica gravemente 
comprometido. 
Incorreta – o termo “comprometido” deve ser grafado no feminino para concordar com “saúde”. 
Correção: Quando a criança não é vacinada contra determinada doença, sua saúde fica gravemente 
comprometida. 
e) Nos últimos anos, tem sido registrado uma queda na cobertura vacinal de crianças menores de dois anos. 
Incorreta – o elemento “registrado” deve ser grafado no feminino para concordar com “queda”. 
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Correção: Nos últimos anos, tem sido registrada uma queda na cobertura vacinal de crianças menores de 
dois anos. 
Gabarito: C 
 
Concordância verbal / pontuação / crase 
Questão 05 
FCC - Auditor Fiscal (SEFAZ BA)/Administração, Finanças e Controle Interno/2019 
 
Uma mudança ocorrida no último meio século foi o aparecimento do museu que constitui, por si só, uma grande 
atração cultural, independentemente do conteúdo a ser exibido em seu interior. Esses edifícios espetaculares e 
em geral arrojados vêm sendo construídos por arquitetos de estima universal e se destinam a criar grandes polos 
globais de atração cultural em centros em tudo o mais periféricos e pouco atrativos. O que acontece dentro 
desses museus é irrelevante ou secundário. Um exemplo disso ocorreu na cidade de Bilbao. Em tudo o mais 
praticamente inexpressiva, nos anos 1990 ela transformou-se num polo turístico global graças ao Museu 
Guggenheim, do arquiteto Frank Gehry. A arte visual contemporânea, desde o esgotamento do modernismo 
nos anos 1950, considera adequados e agradáveis para exposições esses espaços que exageram a própria 
importância e são funcionalmente incertos. Não obstante, coleções de grande significado para a humanidade, 
expostas, por exemplo, no Museu do Prado, ainda não precisam recorrer a ambientes de acrobacia 
arquitetônica. 
(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados: Cultura e sociedade no século XX. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2013, edição digital) 
 
Está gramaticalmente correta a redação da seguinte frase: 
a) A partir do fim do modernismo, considera-se apropriado para exposições de arte visual certos espaços 
cuja importância é superestimada. 
b) Surge, em locais muitas vezes pouco chamativos, edifícios de arquitetura espetacular e arrojados, com o 
intuito de criar grandes centros de turismo cultural. 
c) Encontram-se no acervo de alguns museus, como o do Prado, obras de grande relevância para a 
humanidade. 
d) Cidades pouco chamativas como Bilbao, podem se transformar em polos turísticos devido à atrações 
arquitetônicas. 
e) Museus como o de Bilbao, cujo edifício de fachadas ousadas constituem, a despeito do acervo exposto, 
uma atração cultural em si. 
Comentário: 
A - A partir do fim do modernismo, considera-se apropriado para exposições de arte visual certos espaços 
cuja importância é superestimada. 
Incorreta – a expressão verbal “considera-se apropriado”, cujo verbo está na voz passiva sintética, deve ser 
grafada no plural para concordar com “certos espaços”. 
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Correção - A partir do fim do modernismo, consideram-se apropriados para exposições de arte visual certos 
espaços cuja importância é superestimada. 
B - Surge, em locais muitas vezes pouco chamativos, edifícios de arquitetura espetacular e arrojados, com 
o intuito de criar grandes centros de turismo cultural. 
Incorreta – a forma verbal “Surge” deve ser grafada no plural para concordar com o núcleo de seu sujeito 
“edifícios”. 
Correção: Surgem, em locais muitas vezes pouco chamativos, edifícios de arquitetura espetacular e 
arrojados, com o intuito de criar grandes centros de turismo cultural. 
C - Encontram-se no acervo de alguns museus, como o do Prado, obras de grande relevância para a 
humanidade. 
CORRETA – todos os elementos verbais e não verbais dessa frase estão em correta concordância. 
D - Cidades pouco chamativas como Bilbao, podem se transformar em polos turísticos devido à atrações 
arquitetônicas. 
Incorreta – quanto à concordância, não há incorreção nessa frase. Porém, identificamos falta de vírgula 
antes de “como”, para isolar o elemento de exemplificação “como Bilbao”. E o sinal indicativo de crase está 
incorreto porque o termo “atrações” não está precedido de artigo definido, há antes dele somente a 
preposição ‘a’, regida pelo termo“devido”, sendo assim, não ocorre a contração de preposição mais artigo 
que resultaria no referido sinal. 
Correção: Cidades pouco chamativas, como Bilbao, podem se transformar em polos turísticos devido a 
atrações arquitetônicas. 
E - Museus como o de Bilbao, cujo edifício de fachadas ousadas constituem, a despeito do acervo exposto, 
uma atração cultural em si. 
Incorreta – a forma verbal “constituem” deve ser grafada no singular para concordar com “edifício”. O 
edifício de fachadas ousadas constitui uma atração... 
Correção: Museus como o de Bilbao, cujo edifício de fachadas ousadas constitui, a despeito do acervo 
exposto, uma atração cultural em si. 
Gabarito: C 
 
Concordância verbal / vozes verbais 
Questão 06 
FCC - Analista Jurídico de Defensoria (DPE AM)/Ciências Jurídicas/2018 
 
Ponderação, a mais desmoralizada das virtudes 
 
É isso, mas também aquilo. Não obstante o abacaxi, temos o pepino. Posto que A seja indiscutível, deve-se 
levar em conta que B, somado a C, cria um cenário em que D pode se impor de certa forma como desejável, 
ressalvados E e F. Só depois desse percurso, claro, chegaremos ao ponto G. 
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 O parágrafo anterior satiriza a ponderação de forma fácil e injusta, mas duvido que muita gente se 
incomode com isso. Sinônimo de circunspecção reflexiva, equilíbrio, prudência, a ponderação é hoje a mais 
desmoralizada das virtudes. Precisamos reabilitar a ponderação, nem que seja apenas como subproduto da 
perplexidade, aquilo que faz o marinheiro do samba levar o barco devagar sempre que o nevoeiro é denso. 
 O fogo selvagem que inflamou ao longo da história as turbas linchadoras do diferente que é visto como 
ameaça − corporificado em bruxas, negros, judeus, homossexuais, loucos, ciganos, gagos − é hoje 
condenado por (quase) todo mundo. No entanto, o mesmo fogo selvagem inflama as turbas linchadoras 
que se julgam investidas do direito sagrado de vingar bruxas, negros, judeus, homossexuais, loucos, 
ciganos, gagos etc. Quem acha que o primeiro fogo é ruim e o segundo é bom não entendeu nada. 
 Representa um inegável avanço civilizatório a exposição, nas redes sociais, de comportamentos opressivos 
ancestrais que sempre estiveram naturalizados em forma de assédio, desrespeito, piadinhas torpes e 
preconceitos variados. Ao mesmo tempo, é um claro retrocesso que o avanço se dê à custa da supressão do 
direito de defesa e do infinito potencial de injustiça contido no poder supremo de um juiz sem rosto. 
(Adaptado de: RODRIGUES, Sergio. Folha de S. Paulo, 16/11/2017) 
 
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: 
a) Ao menos existe nas redes sociais alguns momentos de ponderação, onde o ódio irrefletido cede lugar à 
dúvida quanto à possibilidade de julgar. 
b) Tendo em vista à irracionalidade predominante, incensam-se aqui e ali profundas controvérsias, 
verdadeiros fogos selvagens irredutíveis. 
c) Por mais inflamadas que sejam as nossas razões, supõem-se que de algum modo façam justiça ao que 
possa haver neles de mais imponderável. 
d) Assim como há linchadores do que é visto como diferente, assim também podem haver turbas que 
defendem o oposto, perpetrando o mesmo tipo de violência. 
e) Por falta da necessária ponderação, estão sendo vistas como naturais atitudes extremadas, que 
constituem verdadeiros linchamentos públicos. 
Comentário: 
A - Ao menos existe nas redes sociais alguns momentos de ponderação, onde o ódio irrefletido cede lugar à 
dúvida quanto à possibilidade de julgar. 
Incorreta – o verbo “existe” deve ser grafado no plural para concordar com o seu sujeito “alguns momentos 
de ponderação”. 
Frase correta - Ao menos existem nas redes sociais alguns momentos de ponderação, onde o ódio irrefletido 
cede lugar à dúvida quanto à possibilidade de julgar. 
B - Tendo em vista à irracionalidade predominante, incensam-se aqui e ali profundas controvérsias, 
verdadeiros fogos selvagens irredutíveis. 
Incorreta – quanto à concordância, não há erro nessa frase. O sinal indicativo de crase é que está empregado 
incorretamente, pois a expressão “tendo em vista” não rege preposição ‘a’. 
Frase correta: Tendo em vista a irracionalidade predominante, incensam-se aqui e ali profundas 
controvérsias, verdadeiros fogos selvagens irredutíveis. 
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C - Por mais inflamadas que sejam as nossas razões, supõem-se que de algum modo façam justiça ao que 
possa haver neles de mais imponderável. 
Incorreta – o verbo “supõem-se” é um verbo na voz passiva que tem como sujeito a oração “façam justiça 
ao que possa...”. Já que o sujeito do citado verbo é uma oração, ele deve ser grafado na terceira pessoa do 
singular, mas irá continuar acompanhado da partícula apassivadora. 
Frase correta: Por mais inflamadas que sejam as nossas razões, supõe-se que de algum modo façam justiça 
ao que possa haver neles de mais imponderável. 
D - Assim como há linchadores do que é visto como diferente, assim também podem haver turbas que 
defendem o oposto, perpetrando o mesmo tipo de violência. 
Incorreta – a forma verbal “podem” é o verbo auxiliar da locução “podem haver”, que está grafada 
incorretamente. Uma vez que o verbo “haver”, quando significa existir, é impessoal, ele torna toda a locução 
verbal também impessoal. Sendo assim, tal locução deve ser grafada no singular. 
Frase correta: Assim como há linchadores do que é visto como diferente, assim também pode haver turbas 
que defendem o oposto, perpetrando o mesmo tipo de violência. 
E - Por falta da necessária ponderação, estão sendo vistas como naturais atitudes extremadas, que 
constituem verdadeiros linchamentos públicos. 
CORRETA – toda a expressão está corretamente grafada. 
Gabarito: E 
 
Concordância verbal / vozes verbais 
Questão 07 
FCC - Analista de Gestão Contábil (Pref Recife)/2019 
 
Tempo é dinheiro 
 
O primeiro relógio mecânico de que se tem registro − um artefato movido pelo escoamento da água sobre uma 
roda − foi inventado no século VIII por um matemático e monge budista chinês chamado Yi Xing. Mas, quando 
os missionários jesuítas portugueses introduziram na China, no século XVI, o relógio mecânico acionado por 
pesos e cordas, a novidade provocou sensação e assombro na corte imperial. Mais do que qualquer outra 
novidade tecnológica europeia, o aparelho deslumbrou os até então reticentes chineses não só pelo engenho e 
precisão, mas como fonte de enlevo e contemplação. 
Os relógios europeus foram recebidos pelos chineses como um convite, um estímulo à meditação sobre o fluxo 
da existência, e foram tratados como verdadeiros brinquedos metafísicos. Jamais lhes ocorreu, porém, a ideia 
de tirar proveito daquele dispositivo visando disciplinar a jornada de trabalho, impor o ritmo dos negócios ou 
pautar a circulação das riquezas entre os consumidores. 
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2016, p. 154) 
 
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Há adequada transposição de uma voz verbal para outra e plena observância da concordância verbal em: 
a) Coube aos chineses inventar o primeiro relógio mecânico / Aos chineses couberam ter inventado o 
primeiro relógio mecânico. 
b) No artefato chinês, o escoamento das águas movia uma roda / O escoamento das águas, no artefato 
chinês, haviam de mover uma roda. 
c) Aos chineses deslumbrou o componente poético do relógioportuguês / Com o relógio português, 
deslumbraram aos chineses seu componente poético. 
d) Ao longo dos séculos, o relógio acabou subordinando os homens ao seu ritmo / Os homens acabaram 
sendo subordinados, ao longo dos séculos, ao ritmo do relógio. 
e) O proveito que é tirado de certas invenções nem sempre beneficia a todos / Nem todos tiram de certas 
invenções o proveito que os beneficiariam. 
Comentário: 
Vale lembrar aqui que só é possível a transposição de uma oração na voz ativa para a voz passiva quando o 
verbo dessa oração é transitivo direto ou bitransitivo. Isso porque o objeto direto do verbo na voz ativa passa 
a ser o sujeito da oração na voz passiva e o sujeito do verbo na ativa passa a agente da passiva. Cientes disso, 
vamos analisar cada oração: 
A - Coube aos chineses inventar o primeiro relógio mecânico / Aos chineses couberam ter inventado o 
primeiro relógio mecânico. 
Incorreta – o verbo coube é transitivo indireto, portanto não é possível que a transposição seja feita. Ocorreu 
apenas a substituição do verbo “inventar” por uma locução verbal “ter inventado” e a movimentação dos 
sintagmas na frase. Outro ponto a ser ressaltado é que o verbo “couberam” deve ser grafado no singular 
para concordar com o seu sujeito, que é oracional: “ter inventado o primeiro relógio mecânico”. 
Frase correta: Aos chineses coube ter inventado o primeiro relógio mecânico. 
B - No artefato chinês, o escoamento das águas movia uma roda / O escoamento das águas, no artefato 
chinês, haviam de mover uma roda. 
Incorreta: o verbo haver é transitivo direto, portanto seria possível a transposição, mas, ATENÇÃO, não 
ocorreu a transposição da voz do verbo, uma vez que o sujeito permanece o mesmo da primeira frase. Houve 
apenas a substituição do verbo “movia” por “haviam de mover” e a alteração de lugar dos elementos da 
frase. 
O verbo ‘haver’ é o verbo auxiliar da locução verbal “haviam de mover”, o sujeito da locução é “O 
escoamento das águas”, que está no singular, sendo assim, tal locução deve ser grafada no singular. 
Frase correta: O escoamento das águas, no artefato chinês, havia de mover uma roda. 
A frase transposta seria: Uma roda era movida pelo escoamento das águas no artefato chinês. 
C - Aos chineses deslumbrou o componente poético do relógio português / Com o relógio português, 
deslumbraram aos chineses seu componente poético. 
Incorreta – o verbo ‘deslumbrar’ é transitivo direto ou intransitivo, a depender do contexto, mas ele foi 
empregado na primeira frase como transitivo indireto, portanto a transposição não pode ser feita para a voz 
passiva. Outro ponto é que, na segunda frase, o verbo “deslumbraram” está com erro de concordância, pois 
deveria estar grafado no singular para concordar com “seu componente poético”. 
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Frase correta: Com o relógio português, deslumbrou aos chineses seu componente poético. 
D - Ao longo dos séculos, o relógio acabou subordinando os homens ao seu ritmo / Os homens acabaram 
sendo subordinados, ao longo dos séculos, ao ritmo do relógio. 
CORRETA – a locução verbal “acabou subordinando” é bitransitiva, sendo seu objeto direto “os homens” e 
o indireto “ao seu ritmo”, seu sujeito é “o relógio”. Na transposição, o objeto direto passou a sujeito e o 
sujeito a agente da passiva. 
E - O proveito que é tirado de certas invenções nem sempre beneficia a todos / Nem todos tiram de certas 
invenções o proveito que os beneficiariam. 
Incorreta – para entendermos melhor, vamos desmembrar a primeira frase: 
‘O proveito é tirado de certas invenções.’ – frase já na voz passiva, a voz ativa seria: Certas invenções tiram 
proveito. 
‘O proveito nem sempre beneficia a todos.’ – frase na voz ativa, mas com verbo transitivo indireto, o que 
não permite a transposição. 
A segunda frase foi escrita toda na voz ativa, houve apenas a sua reestruturação, porém o verbo 
“beneficiariam” está com erro de concordância. Ele deve ser grafado no singular para concordar com 
“proveito”. 
Gabarito: D 
 
Voz verbais 
Questão 08 
FCC - Assistente de Gestão Pública (Pref. Recife)/2019 
 
Mais da metade dos seres humanos hoje vivem em cidades, e esse número deve aumentar para 70% até 2050. 
Em termos econômicos, os resultados da urbanização foram notáveis. As cidades representam 80% do Produto 
Interno Bruto (PIB) global. Nos Estados Unidos, o corredor Boston-Nova York-Washington gera mais de 30% 
do PIB do país. 
Mas o sucesso tem sempre um custo – e as cidades não são exceção, segundo análise do Fórum Econômico 
Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e desigualdade persistente são alguns dos 
problemas das cidades modernas. Recentemente, entraram na equação as consequências da transformação 
digital. Há quem fale sobre uma futura desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam 
essa possibilidade. Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como vão 
moldar a economia mundial. 
A digitalização promete melhorar a vida das pessoas nas cidades. Em cidades inteligentes como Tallinn, na 
Estônia, os cidadãos podem votar nas eleições nacionais e envolver-se com o governo local via plataformas 
digitais, que permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos, por exemplo. Programas similares 
em Cingapura e Amsterdã tentam criar uma espécie de “governo 4.0”. 
Além disso, a tecnologia vai permitir uma melhora na governança. Plataformas digitais possibilitam acesso, 
abertura e transparência às operações de governos locais e provavelmente irão mudar a forma como os 
governos interagem com as pessoas. 
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(Adaptado de:“5 previsões para a cidade do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial”. Disponível 
em: https://epocanegocios.globo.com) 
 
Ao transpor para a voz passiva a oração permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos, a 
forma verbal correspondente será 
a) são permitidas. 
b) será permitida. 
c) são permitidos. 
d) é permitido. 
e) serão permitidos. 
Comentário: 
É importante lembrar aqui que, na transposição da voz ativa para a passiva, o verbo conserva o mesmo 
tempo verbal e o objeto direto passa a sujeito da passiva. Além disso, o verbo na voz passiva é uma locução 
verbal formada por verbo auxiliar ser/estar mais verbo da ativa conjugado no particípio como verbo 
principal. Sendo assim, vejamos: 
- a oração base é: “permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos.” 
O objeto dessa oração é “a assinatura de contratos e o pagamento de impostos”. Colocando-o como o 
sujeito da oração na voz passiva e o verbo “permite”, que está no presente, com a formação de voz passiva 
analítica, temos: A assinatura de contratos e o pagamento de impostos são permitidos. 
O termo “permitidas”, como consta na letra A, não é possível porque o sujeito é composto com dois núcleos 
de gêneros diferentes (assinatura; pagamento), nesse caso prevalece a concordância no masculino. 
O gabarito para essa questão é, portanto, a letra C. 
Gabarito: C 
 
Vozes do verbo 
Questão 09 
FCC - Analista em Gestão (DPE AM)/Especializado de Defensoria/Ciências Contábeis/2018 
 
As crianças gostam de brincadeiras que sejam imitativas e repetitivas, mas, ao mesmo tempo, inovadoras. 
Firmam-se no que lhes é conhecido e seguro, e exploram o que é novo e nunca foi experimentado. 
 O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou reproduzir são 
propensões psicológicas (e até fisiológicas) universais que vemos em todo ser humano e em muitos 
animais. 
 Merlin Donald,

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