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Fundamentos conceituais de infecção e biossegurança
Profa. Me. Patricia rodrigues
O que é biossegurança?
BIOSSEGURANÇA
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Significa: vida + segurança;
No sentido amplo - a vida livre de perigos; 
Conjunto de ações consideradas seguras e adequadas à manutenção da saúde do profissional e que visam evitar a exposição de profissionais a agentes infecciosos, tóxicos ou radioativos dentro do ambiente hospitalar.
MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA
Emprego de equipamento de proteção individual (EPI’s);
Emprego de equipamento de proteção coletiva (EPC);
Educação continuada;
Fomentar a conscientização de práticas seguras no ambiente de trabalho.
O que é infecção?
Conceito de infecção
A entrada, multiplicação e permanência de um agente infeccioso nos tecidos de um hospedeiro. 
Mas, a presença de um agente infeccioso (patógeno) não significa o início da ocorrência de uma infecção. 
Para que esta se desenvolva, além da presença de um patógeno, é necessário um reservatório ou fonte para que ocorra o seu crescimento, uma via de saída deste reservatório, um modo de transmissão ou contágio, uma porta de entrada em um hospedeiro, e ainda um hospedeiro suscetível a este patógeno. 
Toda doença contagiosa é infecciosa?
e/ou
Toda doença infecciosa é contagiosa?
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 As doenças podem ser infecciosas e/ou transmissíveis.
 Uma doença infecciosa, embora séria para o paciente, pode não apresentar risco a outros, incluindo cuidadores;
Porém,
 Se a doença infecciosa for transmitida de uma pessoa para outra, é chamada transmissível.
Toda doença contagiosa é infecciosa, mas nem toda doença infecciosa é contagiosa.
Ciclo de infecção
Agente infeccioso
Reservatório ou fonte
Via de saída
Modos de transmissão ou contágio
Porta de entrada
Hospedeiro susceptível 
1. AGENTE INFECCIOSO
É um organismo causador de infecção. 
É também chamado de agente patógeno (do grego pathos, “doença” e genos, origem”). 
Se um agente infeccioso apenas está presente em um hospedeiro, isso não significa que ocorrerá infecção.
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Lugar onde os patógenos sobrevivem e se multiplicam ;
Seres humanos,
Animais,
Insetos,
Alimentos,
Água;
Solo;
Superfícies ambientais.
2. RESERVATÓRIO OU FONTE
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Forma	pela	qual	o	agente	infeccioso deixa seu	reservatório original;
Fluidos corporais – sangue, muco, saliva, leite materno, urina, fezes, vômito, sêmen, entre outros;
Cortes, picadas e abrasões também fornecem uma saída para líquidos corporais;
3. PORTA DE SAÍDA
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Contato direto: envolve toque, beijo ou ato sexual entre duas pessoas;
Contato indireto: a transmissão do agente infeccioso ocorre através do contato com objetos ou vetor.
Os animais transmitem infecções por meio de arranhões e mordidas;
4. MODO DE TRANSMISSÃO
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O agente infeccioso viaja em gotículas de água expelidas quando uma pessoa infectada exala, tosse, espirra ou fala;
Também pode ocorrer durante a realização de alguns procedimentos, tal como a aspiração de vias aéreas;
A contaminação ocorre quando a gotícula é inalada ou entra em contato com a mucosa (ex. ocular).]
Ex: Meningite Meningocócica, COVID, 19, Streptococcus pneumoniae multirresistentes, Rubéola, Coqueluche, dentre outras.
TRASMISSÃO POR GOTÍCULAS
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Partículas menores (aerossol) produzidas pela tosse e/ou espirro ficam suspensas no ar, ou em um gás por longos períodos de tempo, favorecendo a sua disseminação em diversos ambientes;
Pode infectar a pessoa diretamente ou indiretamente (fômites).
Varrer o chão ou bater roupas de cama contaminadas pode levantar o agente infeccioso e lançá-lo em corrente de ar;
Exemplo: sarampo, Covid-19, tuberculose, meningite etc.
TRANSMISSÃO PELO AR
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Organismo vivo que carrega o agente infeccioso até um hospedeiro suscetível, seja por picada ou por transportá-lo em seu corpo;
Exemplos: Mosquito, carrapatos, pulgas, ácaros e outros insetos.
TRANSMISSÃO POR VETORES
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Aberturas naturais do corpo: conjuntiva ocular, boca, narinas, uretra, vagina, ânus;
Aberturas não naturais: Cortes e arranhões;
Em hospitais: Feridas, sítios cirúrgicos e locais de inserção de cateteres e drenos.
5. PORTAS DE ENTRADA
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Pessoa	com	defesas	inadequadas contra o agente infeccioso;
No contexto hospitalar os mais vulneráveis são:
Grandes queimados;
Politraumatizados;
Em tratamento quimioterápico;
Em uso de dispositivos invasivos.
6. HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL
FATORES QUE AFETAM A
SUSCETIBILIDADE ÀS INFECÇÕES
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Alimentação inadequada;
Práticas de higiene insatisfatórias;
Sistema imunológico suprimido;
Doença crônica;
Quantidade insuficiente de células brancas no sangue;
Prematuridade;
Idade avançada;
Integridade da pele prejudicada;
Circulação sanguínea diminuída
As infecções possuem um curso progressivo de desenvolvimento, e a sua gravidade irá depender 
 O enfermeiro deve compreender o processo infeccioso para então conseguir definir o cuidado de enfermagem necessário, através da realização de ações de prevenção e de controle da infecção.
Patogenicidade dos microorganismos
Potencial que o patógeno tem de conseguir vencer as barreiras do corpo e causar a doença de fato.
Virulência do microorganismo
Potencial de causar danos, ou seja de gerar uma doença grave ou fatal. 
Suscetibilidade do hospedeiro
Curso progressivo do desenvolvimento da infecção
(Ribeirão Preto, 2015)
Período de incubação: período entre a entrada do patógeno no organismo e o aparecimento dos primeiros sintomas
Fase de pródromo: período entre o aparecimento dos primeiros sintomas inespecíficos e os sintomas característicos da infecção
Fase da doença: período em que a pessoa apresenta os sinais e sintomas característicos da infecção
Convalescença: Fase de desaparecimento dos sintomas agudos da infecção
Infecção local e sistêmica
Local
Pequena extensão
Sintomas: dor local, aumento da sensibilidade, presença de exsudato e odores
Sistêmica
Afeta todo o organismo
Sintoma principal: hipertermia, (febre), podendo em alguns casos levar a óbito
Processo de enfermagem: coleta de dados
Histórico de saúde completo e detalhado
História recente de infecção do paciente ou familiar
Fatores de risco
História atual da doença
Possibilidade de contágio de infecção
Suscetibilidade às infecções durante a internação (exames laboratoriais ou tratamento imunossupressor)
Sinais e sintomas
Exame físico
CONCEITOS
Inflamação: resposta celular apresentada a uma lesão ou infecção. Quando localizada, seus principais sinais são edema, calor, rubor, dor e perda da função; quando se torna sistêmica, a inflamação ocasiona febre, leucocitose, mal-estar, anorexia, náuseas, vômitos e aumento dos linfonodos. Logo, para que ocorra uma resposta inflamatória, alguns mecanismos fisiológicos deverão agir de forma simultânea:
Formação de exsudatos (pus, líquido sanguinolento ou plasma): acúmulo de material fluido característico de processo inflamatório, em que o líquido acumulado, as células mortas e os leucócitos que atuaram no combate aos patógenos são expulsos do organismo. Este exsudato pode ser caracterizado como seroso (claro como o plasma), sanguíneo (possui hemácias) e purulento (formado por leucócitos e bactérias). 
Reparação tecidual: é a capacidade celular de cicatrização, ou seja, a substituição de células desvitalizadas por células saudáveis, que, através de um processo de maturação, irão adquirir características estruturais iguais às das células anteriores.
Independentemente da localização da infecção, o enfermeiro deve manter o rigor na realização dos cuidados, para impedir a disseminação do patógeno e assegurar a proteção do profissional e do paciente.
Infecção hospitalar
De acordo com a Portaria nº2616 de 12 de maio de 1998, do Ministério da Saúde, Infecção Hospitalar é aquela adquirida após a admissão do paciente na instituição de saúde, e que apresenta manifestações durante o períodode internação (> 72horas de internação) ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou com procedimentos hospitalares. 
Flora Transitória
A flora transitória fica localizada na superfície da pele e é formada por microorganismos que adquirimos no contato com o ambiente. 
Qualquer tipo de micro-organismo pode ser encontrado transitoriamente nas mãos, apesar de ser mais comum encontrar bacilos Gram negativo (p.ex. Escherichia coli e Pseudomonas) e cocos Gram positivo (p.ex. Staphylococcus) – os agentes bacterianos mais frequentemente causadores de infecção hospitalar. 
Tem um curto tempo de sobrevivência, um elevado potencial patogênico e são facilmente transmitidos por contato. A lavagem das mãos com sabão simples remove-os com facilidade. 
Flora Residente
A flora residente existe normalmente na epiderme onde se multiplica, encontra-se nas camadas mais profundas da pele. Raramente causa doença a não ser quando introduzida traumaticamente nos tecidos, ou seja, ultrapassando as barreiras naturais. 
Estes microorganismos não são facilmente removidos pela ação mecânica da lavagem das mãos sendo necessário recorrer à ação química de um antisséptico. 
Infecção endógena e exógena
Principais infecções hospitalares
Combatendo a infecção hospitalar: o papel de enfermeiro
Possuir conhecimento científico
Realizar o pensamento crítico
Implementar estratégias eficientes para prevenir ou interromper o ciclo de transmissão
Realizar práticas de higiene para evitar o desenvolvimento ou a disseminação da infecção
Realizar atividades de educação em saúde com pacientes e familiares
Realizar capacitações em serviço
SURGIMENTO DA LAVAGEM DAS MÃOS
Em 1847 (maio), Ignaz Phillip Semmelweis, médico húngaro, relatou a redução no número de mortes maternas por infecção puerperal após a implantação da prática de higienização das mãos em um hospital em Viena. 
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MEDIDAS DE BIOSEGURANÇA
Lavagem Básica das Mãos
 
Legislação - NR 32 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde.
 32.2.4.3 - Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos, provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato.
 32.2.4.3.1 – Os quartos ou enfermarias destinados ao isolamento de pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas devem conter lavatório em seu interior.
 32.2.4.3.2 – O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas.
QUANDO LAVAR AS MÃOS?
MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA
Ao iniciar e terminar o turno de trabalho;
Antes e após o uso de banheiro;
Após assoar o nariz;
Antes e após o contato com paciente ou com qualquer objeto, mobília e outras superfícies nas proximidades do paciente;
Com presença de sujeira nas mãos, ;
Antes e após a retirada de luvas;
Antes e após procedimentos;
Antes do preparo de medicações;
Sempre que houver contato com sangue;
Antes e após se alimentar;
Após qualquer trabalho ou limpeza.
NR 32 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde.
32.2.4.5 O empregador deve vedar:
A utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos;
O ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho;
A guarda de alimentos não destinados para este fim;
O uso de calçados abertos.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Higienização Simples das Mãos
Higienização Antisséptica das Mãos
Fricção antisséptica das mãos com preparações alcoólicas
Antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos
HIGIENIZAÇÃO BÁSICA DAS MÃOS
OBJETIVOS
Prevenir infecções hospitalares
Promover a remoção dos microorganismos da flora transitória;
Remover células descamativas, pelos, suor, sujidades e oleosidades; 
APLICAÇÃO
Ao iniciar e terminar o turno de trabalho;
Antes e imediatamente após o contato direto com o cliente;
Antes do preparo e administração de medicamentos no cliente;
Ao preparar materiais e equipamentos;
Na manipulação de cateteres, equipamentos respiratórios e na manipulação do sistema fechado de drenagem urinária;
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APLICAÇÃO (continuação)
Antes e após utilizar o banheiro;
Após assoar o nariz.
Antes e após o uso de luvas;
Antes e depois de manusear alimentos;
Antes e depois de manusear cada cliente e, eventualmente, entre as atividades realizadas num mesmo paciente.
Sempre que tiver contato com sangue ou outros fluídos corpóreos;
RESPONSABILIDADE
Profissionais de Saúde
MATERIAL
Sabão líquido; 
Papel toalha.
HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS
Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/tecnicas.htm
FRICÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS
 Promover a remoção de sujidades e de microorganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos, com auxílio de um antisséptico.
Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.
 Técnica é igual à utilizada para higienização simples das mãos, substituindo-se o sabão por um antisséptico.
FRICÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS COM
PREPARAÇÕES ALCOÓLICAS
Reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades).
A utilização de gel alcoólico a 70% ou de solução alcoólica a 70% com 1-3% de glicerina pode substituir a higienização com água e sabão quando as mãos não estiverem visivelmente sujas.
Duração do Procedimento: 20 a 30 segundos
Realização de Antissepsia Cirúrgica ou Preparo Pré-operatório das mãos ou degermação das mãos
Sua finalidade é eliminar a microbiota transitória e reduzir a microbiota residente da pele. 
Para implementar esta técnica, são utilizadas escovas descartáveis (impregnada com substância antissépticas, ex: clorexidina degermante 2%), com cerdas macias e de uso exclusivo em leito ungueal e subungueal. 
No lugar do sabão, é utilizada solução antisséptica degermante, e a higienização abrange mãos e antebraços. 
Enxuga-se as mãos em toalhas ou compressas estéreis, com movimentos compressivos, iniciando pelas mãos e seguindo pelo antebraço e cotovelos, atentando para utilizar as diferentes dobras da toalha/compressa para regiões distintas 
Tempo: 5 min na primeira cirurgia do dia, e 3 minutos nas subsequentes. 
Regiões de maior concentração bacteriana
Por isso:
unhas curtas e ausência de anéis
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Quando devo higienizar as mãos
Obrigada!

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