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Fichamento- Direito e Moral

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GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI
CAMPUS PROF. BARROS ARAÚJO
CURSO: BACHARELADO EM DIREITO
 DOCENTE :HILZIANE BRITO
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO
JUAN PABLO ALMEIDA LOPES
 
 
 
 
 Picos-PI
 2019 
 
FICHAMENTO DO CAPÍTULO V DO
LIVRO:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO,
DE PAULO DOURADO DE GUSMÃO
GUSMÃO,P.D.//Introdução ao estudo do Direito//ed:49 rev. e 
atual.//Rio de Janeiro:Forense,2018.
CAPÍTULO V-DIREITO E MORAL – DIREITO, EQUIDADE E
JUSTIÇA – DIREITO, NORMAS SOCIAIS E LEI FÍSICA – NORMA
TÉCNICA :
 - Deve-se, sob o império do Iluminismo, a Thomasius, em 1713, cujas ideias
foram desenvolvidas por Kant, a distinção entre direito e moral. Partindo da
consideração da coercibilidade como a marca do direito, não o confundiu com
os deveres morais, por considerá-los incoercíveis, em contraposição aos
jurídicos, que seriam coercíveis. Já Kant atribuiu à moral o julgamento dos
motivos, das resoluções, da intenção e da consciência, enquanto ao direito, a
disciplina da conduta exterior do homem e das manifestações da vontade
 - Para nós, a coercibilidade e a bilateralidade são, de modo geral, notas
específicas ao direito. É incompatível com a moral o constrangimento; o dever
moral deve ser observado voluntariamente, enquanto o constrangimento é
essencial ao direito. A consciência, a vontade e a intenção em si são
incontroláveis juridicamente. A sanção jurídica é bem diferente da sanção
moral.
- Concluindo: o direito é heterônomo, bilateral e coercível, enquanto a moral,
autônoma, unilateral e incoercível.
- No caso de lacuna, quando o juiz não encontra nos princípios gerais do direito
o princípio aplicável ao caso novo, a ele submetido a julgamento, a equidade
de que se deve socorrer o juiz é a praeter legem correspondente ao ideal
histórico de justiça, ainda não presente no direito positivo.
- Em síntese, de Aristóteles acolhemos duas notas formais características da
justiça: igualdade e proporcionalidade.
- Vieram depois os romanos, que, com seu espírito prático, não cogitaram dos
aspectos formais da justiça, mas de seus princípios, de seu conteúdo. É no
Digesto que vamos encontrar a definição romana da justiça: Justitia est
constans et perpetua voluntas jus suum cuique tribuendi (justiça é a constante
e perpétua vontade de dar a cada um o que é seu). “Dar a cada um o que é
seu”, eis a regra fundamental da justiça dos romanos, completada com outra,
alterum non laedere (não causar danoinjusto a outrem ou “a ninguém ofender”).
Eis os preceitos do direito justo romano que serviram de fonte e de manancial
inesgotável para as legislações da Civilização Europeia.
- Resumindo: justiça é igualdade de tratamento jurídico, bem como
proporcionalidade da penaao delito, da indenização ao dano, do preço à coisa
vendida, da prestação à contraprestação etc. Daíser a justiça: 1) comutativa,
tendo por critério a igualdade, aplicável às relações entre os indivíduos(direito
de família, direito dos contratos, direito das sociedades comerciais etc.); 2)
distributiva, tendo por critério a proporcionalidade, que rege o direito penal, a
reparação de danos, o direito fiscal, a distribuição de bens ou de encargos etc.
- Finalmente, a justiça deve ser entendida como a exigência de dar a cada um
o que é seu e de não causar dano injusto a outrem, considerado como nosso
semelhante, e não como meio de satisfação de nossos interesses. Exerce três
funções em relação ao direito: 1°, meta do direito; 2°, critério capaz de julgá-lo
e de aperfeiçoá-lo; 3°, fundamento do direito histórico. Torna-o problemático e
revela (quantas vezes), a sua imperfeição, injustiça e desumanidade. A justiça,
escreveu Alain, é a dúvida sobre o direito que salva o direito.
- O direito é um dos controles sociais, mas não é o único, porquanto ao lado
dele estão as demais normas de conduta como a norma moral, os costumes e
as normas sociais.
- Concluindo, os convencionalismos sociais (usos sociais, normas sociais,
costumes sociais etc.) são heterônomos, unilaterais e incoercíveis, enquanto o
direito é heterônomo, bilateral e coercível, já a moral, autônoma, unilateral e
incoercível.
- Finalmente, nada impede que a norma jurídica tenha por conteúdo norma
técnica, como, por exemplo, a disciplina do uso da energia nuclear ou Código
de Limpeza Urbana.