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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS- CAPÍTULO III PRICÍPIOS TRIBUTÁRIOS

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INSTITUTO ENSINAR BRASIL 
FACULDADES UNIFICADAS DE LEOPOLDINA 
 
 
 
 
 
ACADÊMICOS DO OITAVO PERÍODO UNIDADE DOCTUM LEOPOLDINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEOPOLDINA - MG 
2021 
 
INSTITUTO ENSINAR BRASIL 
FACULDADES UNIFICADAS DE LEOPOLDINA 
 
 
 
 
ACADÊMICOS DO OITAVO PERÍODO UNIDADE DOCTUM LEOPOLDINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I 
 
 
Trabalho apresentado ao Curso de Direito 
das Faculdades Unificadas de Leopoldina, 
exigido em Direito Tributário I, para 
obtenção de notas na primeira etapa de 
avaliação. 
Professor orientador: Joadir de Souza 
Junior 
 
 
 
 
LEOPOLDINA – MG 
2021 
 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
CAPÍTULO III – PRINCÍPIOS TRIBUTARIOS 
 
 
Os Diversos Tipos De Normas: Princípios, Regras E Normas De 
Colisão 
 
De acordo com a sua estrutura normativa, as normas jurídicas podem ser 
definidas como regras ou princípios. 
 São regras quando constituem simples normas de conduta, proibindo 
ou determinando algo concreto. Caso haja divergência de regra, constata-se a 
validade de cada qual e a sua aplicabilidade ao caso pelos critérios cronológicos. 
 Os princípios referem valores a serem promovidos, estabelecendo a 
identificação da conduta adequada a cada caso concreto, em conformidade à 
circunstância. Havendo contrariedade de princípios, se faz necessário 
desenvolver soluções para os diferentes valores contrários, precedendo aquele 
que tenha mais força em face das circunstâncias específicas sob apreciação e 
cujo afastamento seria aceitável perante o sistema como um todo. 
 As regras são qualificadas como razões definitivas, prescrições que 
obrigam certas condutas. Já os princípios são razões prima facie, prescrições de 
otimização. 
 Existem também as normas de particularidades específicas, que 
podem ser destacadas das demais e que familiarizam com os princípios ou 
normas de colisão. Essas são as que orientam o aplicador do direito quando da 
análise das normas-regra e das normas- princípio inerentes ao caso, 
capacitando-o a averiguar sua consistência normativa, sua validade e sua 
aplicabilidade. 
 
 
 
 
 
A Relação Entre Os Princípios E As Limitações Constitucionais Ao 
Poder de Tributar 
 
Costuma-se tomar as limitações constitucionais ao poder de tributar como 
princípios constitucionais tributários, mas esse critério não é tecnicamente 
correto. 
De outro lado, há princípios que não constam expressamente do art.150, 
como o da segurança jurídica em matéria tributária, o qual tem de ser construído 
por dedução do princípio do Estado de direito e por indução a partir das regras 
de legalidade, de irretroatividade e de anterioridade, bem como, dentre outros 
elementos, das referências à decadência e à prescrição. 
Ainda neste viés, chama-se atenção para o fato de que Outros princípios 
não constam do art. 150, mas têm suporte expresso em outro dispositivo, cita-
se, por exemplo, princípio da capacidade contributiva, estampado no art. 145, § 
1º, CF/88. 
 
Princípios Gerais De Direito Tributário 
 
Pode-se dizer que os princípios seriam os fundamentos sob os quais o 
edifício está alicerçado e sem os quais o mesmo desmorona, o barco perde o 
rumo e o Estado se torna arbitrário. 
Os princípios não descrevem condutas, são normas imediatamente 
finalísticas e por possuir tal característica o grau de abstração dos princípios é 
grande. 
Os princípios tributários apenas determinam um norte, uma orientação 
aos intérpretes e aplicadores do Direito. 
Os princípios do Direito Tributário são muito importantes em alguns 
aspectos, tais como: equilibrar interesses do Estado e do cidadão e garantir o 
que prevê a Constituição Federal. 
Em outras palavras, os princípios do Direito Tributário devem conduzir a 
relação jurídica para que a Constituição esteja direcionando cada decisão dos 
sujeitos, sejam elas decisões do Fisco ou as dos contribuintes. 
Pode-se citar os seguintes princípios gerais de Direito Tributário: 
princípios da capacidade contributiva; da capacidade de colaboração; da 
isonomia; da segurança jurídica e da praticabilidade da tributação. 
 
 
Princípio Da Capacidade Contributiva 
 
O princípio da capacidade contributiva é um conceito econômico e de 
justiça social na busca de um ideal de justiça no âmbito do Direito Tributário. 
Trata-se de um desdobramento do Princípio da Igualdade, buscando uma 
sociedade justa, igualitária, impondo maiores impostos sobre os mais ricos. É 
por meio da capacidade que o indivíduo tem de pagar os tributos que o Estado 
definirá quanto, de fato, ele deverá pagar. Tal princípio serve para coibir 
discriminações arbitrárias por meio do governo. 
O princípio da capacidade contributiva está vinculado ao princípio de 
igualdade através de um plano horizontal e um plano vertical. A capacidade 
contributiva horizontal impõe que indivíduos com a mesma capacidade 
contributiva deverão contribuir da mesma forma. Por outro lado, a capacidade 
contributiva vertical define que indivíduos que possuem capacidade contributiva 
diferente paguem tributos diferentes. O que se conclui é que na capacidade 
contributiva horizontal, a contribuição é igual para os iguais, enquanto na 
capacidade vertical, a contribuição é desigual para os desiguais. A ideia do 
princípio da capacidade contributiva é diminuir essas desigualdades, fazendo 
com que os indivíduos com capacidade contributiva maior contribuam de forma 
diversa em relação aos indivíduos que possuem renda menor. 
Cabe destacar também os chamados pela doutrina de “impostos 
indiretos”. É uma categoria de imposto dentro dos previstos na Constituição 
Federal que comportam a transferência dos encargos financeiros. No Direito 
Tributário Brasileiro, os impostos que comportam a citada transferência são o 
Imposto sobre Produtos Industrializados e o Imposto sobre Circulação de 
Mercadoria e Serviços. 
O que ocorre nessa modalidade é que o produtor ou vendedor da 
mercadoria introduz no valor da mercadoria o imposto que seria devido por ele. 
Acontece que todos os participantes desse ciclo de industrialização ou circulação 
da mercadoria impõem a compra da mercadoria no valor do mercado junto ao 
valor do imposto devido, tal valor que aumenta até a chegada da mercadoria ao 
consumidor, visto que ao adquirir a mercadoria ou serviço, paga o valor do bem 
junto aos impostos, mais todos os impostos devidos pelos produtores. 
Na tentativa de diminuir os efeitos das transferências do ônus tributário 
que desrespeita o princípio da capacidade contributiva, o legislador impôs a 
Observância ao Princípio da Seletividade, que determina que a tributação seja 
inversamente proporcional à essencialidade do produto que onera. Trata de uma 
tentativa de aplicar o Princípio da Capacidade Contributiva nos impostos 
indiretos. 
A Constituição de 1988 expressa o princípio da capacidade contributiva 
em seu art. 145, § 1º, que dispõe: 
Art. 145, §1º§ 1º Sempre que possível, os impostos terão 
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica 
do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente 
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os 
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e 
as atividades econômicas do contribuinte. 
 
 
 
Princípio Da Capacidade Colaborativa 
 
Propõe-se, inicialmente, no referido item, segundo argumentação 
desenvolvida previamente, o princípio da capacidade colaborativa – 
desdobramento do dever de colaboração, critério para a validação constitucional 
das obrigações acessórias e de terceiros, constituindo-se requisito para a 
instituição de obrigações de colaboração, sendo, sobretudo, necessária sua 
viabilidade – decorre do princípio da capacidade colaborativa que o Estado exija 
das pessoas que colaborem sem quetenham desvio ou demasiado ônus ou 
restrições às suas liberdades – não se pode exigir de quem não tem aptidão, de 
quem não tem possibilidade. O princípio é decorrente da especial relação que 
qualquer pessoa mantenha com os fatos geradores ou com os contribuintes, 
devendo habilitá-la: i. a emitir documentos ou prover informação útil para a 
fiscalização tributária; ii. a efetuar retenções e repasses que assegurem a 
arrecadação; iii. a adotar cautelas que inibam ou impeçam a sonegação. 
Terceiros, que de algum modo se relacionam com os contribuintes, 
testemunhando ou mesmo participando da realização dos fatos geradores, 
também poderão ter evidenciada sua capacidade de colaboração com a 
administração tributária. 
O art. 128 do CTN, sobre a exigência de capacidade de colaboração, 
adverte: “vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação” -. As pessoas que 
dispuserem de informações valiosas para a fiscalização tributária podem ser 
obrigadas a prestá-las ao Fisco (por exemplo, operadoras de cartão de crédito, 
conselhos de fiscalização profissional). Ao disporem sobre a responsabilidade 
de terceiros, os arts. 134 e 135 do CTN sempre a estabelecem em face do 
vínculo desses terceiros com o contribuinte, pressupondo até mesmo certa 
ascendência relativamente ao mesmo, de modo que tenham como colaborar 
para evitar o descumprimento da obrigação pelo contribuinte. Por fim, ao dizer 
da prestação de informações à autoridade administrativa, o art. 197 do CTN, 
refere as “informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou 
atividades de terceiros”. Efetivamente, deve estar ao alcance do sujeito passivo 
da obrigação acessória prestar a colaboração que dele se exige - por maior que 
seja a capacidade colaborativa de uma pessoa, não pode ser exigida 
colaboração exagerada consubstanciada em obrigações múltiplas, complexas e 
sobrepostas, não podendo pressupor recursos materiais e humanos 
demasiadamente onerosos. 
 
 
Princípio Da Segurança Jurídica Em Matéria Tributária 
 
O preâmbulo da Constituição da República Federativa do Brasil, formado 
por um Estado democrático, tem como valor supremo, dentre outros, a 
segurança, que se caracteriza pela qualidade daquilo que está livre de risco, 
perigo, sendo aquilo que garante certeza, ou que se pode ter confiança, 
convicção. 
O Estado de Direito traz uma referência de segurança, sendo que se 
revela com detalhamento em diversos dispositivos Constitucionais que visam 
proteger, garantir, prover a certeza e confiança às pessoas de que possuem 
arbítrio. 
O princípio da segurança jurídica constitui um subprincípio do princípio do 
estado de direito (sendo um subprincípio porque se extrai do princípio do Estado 
de direito e o promove), e um sobreprincípio relativamente a princípios 
decorrentes que se prestam à propositura de normas que possam garantir a 
efetivação da segurança (sobreprincípio porque dele derivam outros valores a 
serem promovidos na linha de desdobramento da sua concretização). 
 
Pode-se afirmar: 
 
“O princípio da segurança jurídica demanda que o Direito seja 
compreensível, confiável e calculável o que só ocorre quando o indivíduo 
conhece e compreende o conteúdo do Direito, quando tem assegurados no 
presente os direitos que conquistou no passado e quando pode razoavelmente 
calcular as consequências que serão aplicadas no futuro relativamente aos atos 
que praticar no presente”. 
 
A identificação dos diversos conteúdos normativos deste mesmo 
princípio, orientam a sua aplicação. Sendo eles: 
 
 A certeza do direito (legalidade, irretroatividade, anterioridade); 
Em relação ao conteúdo da certeza do direito, se trata do conhecimento 
vigente e aplicável aos casos, sendo que as pessoas desta forma podem orientar 
suas condutas conforme os efeitos jurídicos estabelecidos, buscando 
determinado resultado jurídico, ou evitando consequência indesejada. Quando 
são compreendidas as garantias do artigo 150, I (legalidade restrita); 150, III a 
(irretroatividade), b (anterioridade de exercício) e c (anterioridade nonagesimal 
mínima), e 195 §6° (anterioridade nonagesimal das contribuições de seguridade 
social), como dispositivos realizadores da certeza do direito, em relação com a 
instituição e majoração de tributos, permite-se que se perceba mais 
adequadamente o alcance de cada uma e o acréscimo de proteção que 
representam relativamente às garantias gerais da legalidade relativa (art. 5°, II, 
da CF), do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (art 5°, 
XXXVIII, da CF). 
 
 Intangibilidade das posições jurídicas consolidadas (proteção ao 
direito adquirido e ao ato jurídico perfeito); 
O conteúdo da intangibilidade das posições jurídicas pode ser entendido, 
no que diz respeito à consideração da formalização de um parcelamento de 
dívida tributária como ato jurídico perfeito, de modo a vincular o contribuinte e o 
tributante, gerando todos os efeitos previstos nas normas gerais de direito 
tributário, como a suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art. 151, VI, 
do CTN) e o consequente direito a certidões negativas de débito (art. 206 do 
CTN). Se tratando das isenções onerosas, cumpridas e condições, surge para o 
contribuinte direito adquirido ao gozo do benefício pelo prazo previsto em lei, 
restando impedida a revogação ou modificação da isenção a qualquer tempo 
quando concedida por prazo certo e em função de determinadas condições (art. 
178 do CTN). 
Nesses casos, inclusive é aplicável a garantia estampada no artigo 5°, 
XXXVI, da CF. 
 
 Estabilidade das situações jurídicas (decadência, prescrição 
extintiva e aquisitiva e aquisitiva); 
Evidencia-se nos artigos 150, §4°; 173, e 174 do CTN, sendo que 
estabelecem prazos decadenciais e prescricionais, ambos quinquenais. 
Também há a garantia de estabilidade presente no artigo 168 do CTN, em 
concordância com o artigo 3° da LC 118/04, que estabelece prazo quinquenal, 
contra o contribuinte, que deve exercer seu direito ao ressarcimento do indébito 
tributário ou pleitear a repetição dentro de tal prazo. 
 
 Confiança no tráfego jurídico (clausula geral da boa-fé, teoria da 
aparência, princípio da confiança), 
O conteúdo de proteção à confiança do contribuinte, se firma como por 
exemplo no artigo 100 do CTN, onde é estabelecido que a observância das 
normas complementares das leis e dos decretos, excluem a imposição de 
penalidades e a cobrança de juros de mora, inclusive a atualização do valor 
monetário da base de cálculo do tributo. O artigo 146 do CTN, igualmente, 
resguarda a confiança do contribuinte. Mesmo a título de boa-fé, tem-se, ainda, 
a proteção do contribuinte em casos de circulação de bens importados sem o 
pagamento dos tributos devidos. Nesses casos, é assegurada a confiança no 
tráfego jurídico. 
 Devido processo legal (direito à ampla defesa inclusive no processo 
administrativo, direito de acesso ao judiciário e garantias específicas como o 
mandado de segurança). 
É notado dentro de uma ampla gama de instrumentos processuais, que 
são colocados à disposição do contribuinte para o questionamento de créditos 
tributários, tanto na esfera administrativa, como na esfera judicial. 
Tratando-se de acesso à jurisdição, remédios e garantias processuais, é 
importante considerar que tem plena aplicação também em matéria tributária, 
dentre outros, os incisos XXXV, LIV, LV, LVI, LXIX e LXX do art. 5° da 
Constituição. Desta forma se evidencia a segurança jurídica enquanto devido 
processo legal e, mais particularmente, enquanto acesso à jurisdição. 
 
Desta forma, fica claro como o conteúdo normativo do princípio da 
segurança é projetado na matéria tributária. 
 
O STF reconhece que há uma necessidade de se preservar a segurança 
jurídica, bem como na hipótese de alteração jurisprudencial. Foi considerado que 
o STJ entendia que o prazo para a repetição do indébito contava dadata da 
declaração de inconstitucionalidade da exação no controle concentrado, ou da 
Resolução do Senado Federal, no controle difuso. 
Frisou que ao alterar sua jurisprudência de forma inesperada para tomar 
como inicial o recolhimento indevido, gerou uma violação “ao princípio da 
segurança jurídica e aos postulados da lealdade, da boa-fé e da confiança 
legítima, sobre os quais se assenta o próprio Estado Democrático de Direito”. 
Desta forma, não permitiu a aplicação do novel entendimento aos 
processos em curso. 
 
 
Princípio Da Igualdade Tributária 
 
Primeiramente, cabe ressaltar que o princípio da igualdade se encontra 
em todas as esferas do direito, tendo como base o caput do Art. 5º da nossa 
CF/88, onde este menciona que todos são iguais perante a Lei, sem qualquer 
tipo de distinção. Partindo dessa premissa, é notório que a aplicação de tal 
Princípio também se faz necessário dentro do Direito Tributário, a fim de que o 
tratamento desigual entre contribuintes em situações semelhantes seja extinto. 
Posto isso, como sabemos, o tributo tem o poder de interferir 
drasticamente na renda dos contribuintes supracitados e, sendo assim, a 
equidade na cobrança do mesmo se faz mais uma vez necessária, no momento 
em que uma cobrança desigual dentre os mesmos pode gerar lucros diferentes 
para estes. 
Diante do exposto, podemos observar a relevância da existência e 
aplicabilidade deste princípio, gerando para os contribuintes uma segurança 
jurídica. Ademais, a máxima que diz que o justo seria “tratar igualmente os iguais 
e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades” faz um 
grande sentido quando nós tratamos do Princípio da Igualdade no âmbito 
Tributário, onde os contribuintes em funções semelhantes serão tributados de 
maneiras igualitárias, e os que possuem um lucro maior ou menor, receberão 
uma cobrança de acordo com sua capacidade. 
A respeito do tema em análise, podemos trazer o entendimento de Celso 
Antônio Bandeira de Mello, onde o mesmo destacou a importância deste 
princípio e a necessidade do mesmo ser observado tanto pelo legislador quanto 
pelos aplicadores da Lei. O jurista ressaltou que para aqueles que têm o dever 
de criar leis, deverão estar sempre em observância a equidade que será causada 
durante sua aplicabilidade, por outro lado, aqueles que irão, futuramente, aplicá-
las, deverão também observar se, na prática, tal equidade está existindo. 
Aprofundando a respeito do Princípio da Igualdade no âmbito tributário, 
podemos observar expressamente no texto da Constituição Federal de 1988 em 
seu art. 150, II, onde determina-se que é vedado aos entes federativos da 
República a instituição de tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente. Em outras palavras, o princípio da 
igualdade tributária determina que o legislador é proibido de instituir tratamento 
desigual entre indivíduos que se encontrem em situação de equivalência, o que 
em termos conceituais caracteriza-se notoriamente como a aplicação da 
igualdade formal. Todavia, como ocorre com todos os princípios constitucionais, 
a igualdade tributária não contém característica de ser absoluta, razão pela qual 
existem diversas exceções, que em grande parte são aplicadas a título de 
exercício de igualdade material. 
O tratamento desigual direcionado aos casos que representam exceção 
às determinações do princípio constitucional, devem ser aplicados em caráter de 
relevância e proporcionalidade para a concretização da discriminação que irá 
excluir determinados indivíduos da imposição tributária. 
De acordo com as ideias do autor existem duas razões responsáveis por 
"dar sustentação às normas de tratamento diferenciado", que são, 
respectivamente, as razões de capacidade contributiva e as razões extrafiscais. 
As razões de capacidade contributiva possuem regulamentação direta no art. 
145, §1° da Constituição Federal, responsável por determinar que sempre que 
for possível, os impostos guardarão capacidade caráter pessoal, razão pela qual 
poderão ser graduados de acordo com a capacidade econômica do indivíduo 
contribuinte. Em análise superficial do texto deste dispositivo pode-se dizer que 
é uma clara ofensa ao princípio da igualdade tributária, porém o autor apresenta 
uma ideia que contrasta com este pensamento, qual seja a de que o tratamento 
diferenciado da lei não viola o princípio da igualdade, mas ao contrário, ele 
promove a igualdade material. 
As razões extrafiscais, por sua vez, são os casos específicos de 
tratamento diferenciado que possuem previsão expressa na Constituição 
Federal. Dentre os diversos exemplos de tratamento diferenciado da imposição 
tributária, está: a concessão de benefícios fiscais de incentivo regional, com 
previsão no art. 151, I, da Constituição Federal, e caracteriza-se como uma 
exceção à vedação de instituir tributo que não seja uniforme em todo o território 
nacional. 
Além disso, o autor cita um memorável mecanismo de discriminação da 
imposição tributária, que corresponde à isenção da taxa de inscrições em 
concurso público para pessoas que se encontrem em situação de desemprego. 
Nas palavras do autor, a permanência deste instrumento fixa-se sob o argumento 
de que "os desempregados têm sua capacidade econômica, e 
consequentemente, contributiva comprometida, com enormes dificuldades para 
proverem suas necessidades básicas, de modo que a dispensa do pagamento 
da taxa de inscrição atende à capacidade contributiva (não cobrar de quem não 
a tem), além do que assegura o acesso aos cargos públicos." 
Uma questão que está em voga no mundo jurídico contemporâneo é a 
possibilidade de o judiciário atuar como legislador positivo nos casos de ofensa 
ao princípio da igualdade tributária. Nesse sentido, existem duas teorias que são 
difundidas sobre a possibilidade ou não do julgamento destas questões pelo 
judiciário, a primeira se funda no fato de que o judiciário não pode atuar como 
legislador positivo, o que ocasionou na falta de prestação jurisdicional com vistas 
a oferecer tratamento isonômico. A outra teoria entende que a concretização do 
princípio da igualdade não é função exclusiva do Legislativo, razão pela qual o 
poder judiciário poderá realizar o controle material das normas que ofendem ao 
referido princípio, e inclusive declarar a inconstitucionalidade da norma que 
foram utilizadas e editadas de formas desproporcionais. 
 
 
Princípio Da Praticabilidade Da Tributação 
 
Entre citações de Alfredo Augusto Becker, Regina Helena Costa, Misabel 
Derzi, Eduardo Rocha Morais, Humberto Ávila e Alessandro Mendes Cardoso, 
são ressaltados os princípios da praticidade da tributação. 
Dizendo que as leis tributárias aplicáveis reduzem o inadimplemento e a 
sonegação, facilitam e asseguram a fiscalização e a cobrança. A tributação que 
ocorre por mecanismos, é essencial, pois permiti chegar aos seus objetivos do 
modo mais simples, econômico, confortável e eficiente possível. Assim, Alfredo 
Augusto Becker explica que as regras jurídicas devem ser construídas, não para 
um mundo ideal, mas para agir sobre a realidade social. É de se afirmar que a 
tributação não é um fim em si mesmo, mas um instrumento. Como também a 
praticabilidade, um instrumento necessário à aplicação da lei tributária. A 
praticabilidade tem uma profunda relação com a efetividade das normas 
constitucionais, é a qualidade ou característica do que é praticável, factível, 
exequível, realizável. A praticabilidade não está expressamente em nenhum 
artigo da Constituição, mas pode-se dizer que está em todos, porque não teria 
sentido se as leis não fossem viáveis, exequíveis, executáveis e não fossem 
efetivamente concretizadas na realidade. Tendo o poder também de designar 
todos os meios, todas as técnicas usadas para possibilitar a execução e a 
aplicação das leis. Pois, sem execução e sem aplicação, as leis nãotêm sentido, 
elas são feitas para serem obedecidas. A execução e a fiscalização da regra-
matriz de incidência não dispõem de recursos técnicos, destacando que a 
tributação individualizada, em grande parte dos casos, possibilita a fraude, a 
evasão e a sonegação fiscal, de forma que esse conjunto de fatores justifica a 
tributação igualada, refletida na praticabilidade. Praticabilidade da tributação, por 
exemplo, as obrigações dos substitutos tributários, especialmente quando 
envolvem presunções e ficções, a praticabilidade horizontal, adotada através de 
medidas estabelecidas pela própria lei, e a praticabilidade vertical, em que as 
medidas são adotadas por atos normativos com vista a dar a aplicação possível 
à lei. As obrigações impostas às pessoas que, mesmo não integrantes da relação 
tributária contributiva, são chamadas a adotar medidas relacionadas à apuração, 
fiscalização, arrecadação e cobrança dos tributos, de modo que sejam mais 
simples e efetivas, ou seja, medidas que colaboram para a praticabilidade da 
tributação. Doção de medidas de praticabilidade da tributação, para que seja 
efetiva, com o máximo de eficiência, deve atentar para a necessidade de que 
ocorra restrição aos direitos das pessoas, sejam contribuintes ou terceiros 
chamados a colaborar com a administração tributária. 
 
MAPAS MENTAIS :