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Aula 02
História p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)
Professor: Sergio Henrique
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Ciências Humanas e suas tecnologias 
 História: Idade Média. 
 Professor: Sérgio Henrique. 
 
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SUMÁRIO 
00. Bate papo inicial. Pág. 02 
1. Idade Média (parte 1). 
- O Império Bizantino (Império Romano do Oriente. Séc. 
IV ao XIV). 
- O mundo árabe e o surgimento do Islamismo. 
- A expansão islâmica. 
- O Reino Franco e o Império de Carlos Magno. 
- O Feudalismo. 
- As relações sociais no feudalismo. 
Pág. 03 
Pág. 03 
 
Pág. 04 
Pág. 05 
Pág. 06 
Pág. 07 
Pág. 09 
2. Exercícios Resolvidos (parte 1). Pág. 10 
3. Exercícios Propostos (parte 2). Pág. 24 
4. O Renascimento Comercial e urbano (parte 2). 
- As cruzadas e a decadência do Feudalismo. 
- O Renascimento Urbano e Comercial. 
- A crise do século XIV. 
Pág. 43 
Pág. 43 
Pág. 44 
Pág. 44 
5. Exercícios Resolvidos (parte 2). Pág. 46 
6. Exercícios Propostos (parte 2). Pág. 56 
7. Considerações finais. Pág. 81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 História: Idade Média. 
 Professor: Sérgio Henrique. 
 
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00. BATE PAPO INICIAL. 
 Olá amigo estudante. É com muita alegria que o recebo 
novamente para falarmos de história. Estudar as aulas anteriores é 
fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que 
vamos tratar aqui. Leia com atenção seu texto de apoio, releia e 
pratique exercícios. Aos poucos o conteúdo básico vai ficar retido na 
sua memória. Claro que para isso é muito importante você fazer suas 
próprias anotações, ou em forma de resumo ou anotações nos 
exercícios, não importa, você escolhe. O importante é estudarmos 
bastante e nos concentrarmos nos estudos. Estimule sua disciplina e 
procure motivação pensando em seus sonhos. Bons estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. IDADE MÉDIA (PARTE 1). 
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Ao fim do Império Romano, um dos últimos imperadores foi o 
Teodósio, que tentando controlar a crise que tomava conta de Roma 
desde o século I, decidiu dividir Roma em duas partes em 395: O 
Império Romano do Oriente, com capital em Roma e o Império 
Romano do Oriente, com capital em Constantinopla (ou Bizâncio). 
Enquanto Roma ocidental entrava em decadência e uma profunda 
ruralização da economia em razão das invasões germânicas, Roma 
oriental manteve seu poder e esplendor por mais 1.000 anos. O 
império do ocidente entrou em decadência no século IV quando 
definitivamente passou a ser controlado pelos germânicos, com 
destaque para os Francos, e o Império oriental caiu no século XIV 
com a invasão e a tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos. 
 
O Império Bizantino (Império Romano do Oriente. Séc. IV ao 
XIV): 
Seu nome deriva do nome da capital Bizâncio. Foi um império 
expansionista e teocrático. O Imperador era considerado o 
representante de deus na terra e ele era responsável pela escolha do 
papa da Igreja Oriental. A essa submissão do poder religioso ao 
poder político chamamos de cesaropapismo. Durante os séculos 
reconquistou muitos territórios que pertenciam até então ao antigo 
Império. Era um império cristão (Roma antes da divisão transformou 
o cristianismo em religião oficial) e lá desenvolveu o primeiro estilo 
de arte cristã e a construção de grandes templos, como a catedral de 
Santa Sofia (mais tarde dominada pelos árabes islâmicos). O auge do 
Império Bizantino ocorreu sob o governo de Justiniano, que além de 
ampliar as fronteiras do território, foi o responsável pela compilação 
do Direito Romano, conhecido como código de Justiniano que 
juntou, revisou e atualizou o direito. 
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A religiosidade católica oriental era bastante diferente da 
religiosidade ocidental, sobretudo em dois aspectos, considerados 
heresias pela igreja ocidental: 
 Monofisismo: Acreditavam que Jesus só possuía natureza 
divina. 
 Iconoclastia: Eram quebradores de ícones, ou seja, imagens 
sacras, pois consideravam um pecado grave. 
Sobretudo diante destas diferenças, a Igreja Católica sofreu 
uma divisão: O cisma do Oriente. A Igreja foi dividida em Igreja 
Católica Apostólica Romana e Igreja Católica Ortodoxa, cada qual 
com seu papa e liturgias próprias. Esta divisão existe até hoje. A 
Igreja ortodoxa é bastante comum no Leste Europeu e Oriente Médio. 
 
O mundo árabe e o surgimento do Islamismo: 
Na região da atual Arábia Saudita surgiu no século VII a 
terceira (em termos cronológicos) religião monoteísta, o Islamismo. 
Lá nasceu Maomé, numa época em que os árabes eram todos povos 
tribais e semi-nômades, sem unidade política e eram politeístas. A 
cidade de Meca era um grande centro religioso e de peregrinação até 
o templo da Caaba, que abrigava um meteorito em seu interior, a 
pedra negra. Maomé ficou órfão na infância e foi adotado por um tio 
comerciante da tribo coraixita, da qual fazia parte. Passou parte da 
vida viajando com as caravanas comerciais conhecendo as culturas 
do oriente médio e entrou em contato pela primeira vez com o 
monoteísmo Judaico e Cristão (religiões que influenciaram 
profundamente o Islamismo). 
Maomé casou-se com uma comerciante e se tornou-se rico e 
poderoso. Passou a dedicar-se a contemplação e a reflexão teológica 
até que de acordo com o Corão (livro sagrado do islamismo, significa 
revelação/recitação) recebeu a anunciação do anjo Gabriel (o mesmo 
que anunciou Maria como mãe de Jesus no cristianismo) que revelou 
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o princípio do monoteísmo islâmico: “só há um deus Alá, e Maomé 
é seu único profeta”. A partir daí, tem início a escritura do livro 
sagrado do islamismo com suas proibições e obrigações. 
Proibições: 
 Consumir álcool. 
 Comer carne de porco (tal qual os judeus). 
 Representar a imagem de Alá (e mais tarde de Maomé). 
Obrigações: 
 Orar 5 vezes ao dia em direção à Meca. 
 Peregrinar ao menos uma vez na vida à Meca (desde que sua 
condição financeira e sua saúde permitam). 
 Jejuar no período do Ramadã (época que corresponde à 
Hégira). 
 Caridade (dar esmolas). 
 Jihad (esforço máximo de conversão. Devem professar a todo 
custo a fé islâmica inclusive através da “Guerra Santa” contra o 
infiel, o adorador de imagens). 
 
Maomé conquista vários fiéis, mas também vários inimigos. 
Vivia em Meca que era um grande centro e peregrinações politeístas 
e pregava o monoteísmo. Seus opositores tentam assassiná-lo e ele é 
obrigado a fugir à noite pelo deserto até a cidade de Yatreb (que mais 
tarde foi batizada de Medida, ou seja, a cidade do profeta). A este 
episódio da fuga de Maomé de Meca para Medina é que chamamos de 
Hégira, que aconteceu no ano de 622 e é o início do calendário 
Islâmico. 
 
A expansão islâmica: 
Maomé funda um exército e luta contra os opositores, 
conquistando a cidade de Meca e tornando lá um centro de 
peregrinação monoteísta islâmico. Após o islamismo, os árabes se 
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convertem ao islamismo e as tribos são unificadas em um império 
em torno da religião. Após a morte do profeta Maomé, o Islã se 
expande para o Oriente Médio até onde hoje fica o Paquistão e para 
todo o norte da África. Passam a dominar a orla do mar mediterrâneo 
ao sul e mantêm seu domínio até o fim da Idade Média 
monopolizando o comércio e a navegação no mar. Enquanto isso, a 
Europa está em constante decadência comercial e com a economia 
processo de ruralização, que foi influenciado pelo monopólio árabe na 
navegação do Mediterrâneo, que aprofundou a decadência econômica 
na Europa, sendo uns fatores que influenciaram a formação do 
feudalismo. 
 
O Reino Franco e o Império de Carlos Magno: 
 O Império Romano do ocidente entra em decadência entre o 
século I e IV, com a crise do escravismo, a ascensão do cristianismo 
e as invasões germânicas. Os reinos fundados pelos germânicos (que 
até então viviam de forma tribal) foram de duração efêmera. O mais 
duradouro deles foi o Reino fundado pelos francos. Clóvis unifica as 
tribos francas e conquista a Gália (região da França) o que dá origem 
ao reino Franco, o mais poderoso da Europa ocidental no momento. O 
rei converte-se ao cristianismo, o que significa a conversão de todo o 
reino (a religião do rei é a do reino). Torna-se o defensor do 
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cristianismo e se empenha na sua expansão. Após sua morte, seus 
sucessores são inábeis politicamente e são conhecidos como “reis 
indolentes”. É criado um cargo na nobreza muito importante, 
responsável pela administração do reino: O Major Domus (também 
conhecido como prefeito do palácio). O major domus Pepino o breve, 
depõe o último rei da dinastia Merovíngia e inicia sob seu governo a 
dinastia Carolíngia, cujo maior representante foi Carlos Magno. 
 Durante o governo de Carlos Magno o reino franco atinge seu 
auge. Era o primogênito de Pepino o Breve, e dá continuidade à 
política expansionista do pai. Durante seu governo ocorreu um 
grande florescimento cultural conhecido como “Renascimento 
Carolíngio”: estimula a fundação de escolas palacianas e o estímulo 
ao monastério com os monges copistas, que copiam obras da 
tradição clássica Greco-Romana. No ano 800 é coroado imperador 
pelo papa (o Estado se submete à Igreja). Torna-se o defensor 
perpétuo do cristianismo e expande a fé pela Europa. O império 
expande-se, e Carlos divide-o em centenas de pequenas 
unidades administrativas autônomas chamadas feudos. O 
responsável pelo feudo era o senhor feudal, que formavam a nobreza 
da época e possuía diferentes graus de hierarquia, como os condes, 
responsáveis pelos condados (nobres militares de confiança 
responsáveis pela defesa do reino, que juravam fidelidade ao rei). 
Após a morte de Carlos Magno seu reino é dividido entre seus filhos 
pelo Tratado de Verdun. Tem início o período de desintegração da 
Europa, com uma profunda ruralização econômica que dá origem ao 
feudalismo. 
 
O Feudalismo: 
Durante os mil anos da Idade Média, a economia foi 
basicamente rural e autossuficiente. O auge desta ruralização e 
autossuficiência foi o Modo de Produção Feudal, que teve o seu auge 
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entre os séculos IX e XII. Podemos afirmar que o feudalismo foi a 
fusão de duas culturas e modos de produção: O Romano e o 
Germânico. Durante as invasões bárbaras (germânicas), os plebeus 
passaram a refugiar-se nas terras dos Patrícios (a camada mais alta 
da sociedade, grandes senhores de terras). Em troca de abrigo e 
proteção submetiam-se à servidão. 
As principais características do sistema feudal são: 
 Economia basicamente agrária. 
 Autossuficiência dos feudos. 
 Não ocorria comércio (ocorriam trocas muito pequenas nas 
cidades italianas banhadas pelo mediterrâneo principalmente 
Gênova e Veneza). Conseguiam mercadorias árabes que eram 
os grandes dominadores do mar durante o feudalismo europeu. 
 Não havia circulação monetária considerável, apesar de 
existirem moedas em cada feudo. 
 O direito era consuetudinário e Oral (baseado nos costumes 
e não havia leis escritas). 
 
O solo por ser o recurso mais importante era cuidado na época 
através da rotação de culturas. 
Os servos habitavam as terras destinadas a eles (o Manso 
Servil) e cada um cuidava de um trecho de terra (tenência). Viviam 
em condições bastante precárias e eram superexplorados com 
pesados impostos que deviam ser pagos através de trabalho e parte 
da produção. Os principais impostos eram: 
 Corveia: trabalho gratuito nas terras do Senhor Feudal. Em 
torno de três dias por semana. 
 Banalidade: Imposto para a utilização dos equipamentos do 
feudo com o forno e o moinho. 
 Talha: O servo deveria entregar metade da produção de suas 
terras. 
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 Tostão de Pedro: 10% da produção para a Igreja ou capela 
local. 
 Mão morta: taxa para passar o trecho de terra do camponês 
em caso de morte, a seu herdeiro. 
Os padrões de desenvolvimento técnico eram muito precários e 
pouco produtivos. Todo tipo de produto era escasso, como os tecidos. 
Este modo de produção vai entrar em decadência a partir do século 
XII quando ocorrem as Cruzadas (guerras religiosas em que os 
cristãos queriam expulsar os muçulmanos da cidade de Jerusalém, 
até então dominada por eles). Das expedições militares ao Oriente 
Médio passou a ocorrer um grande fluxo de mercadorias provenientes 
do mundo árabe, sobretudo especiarias. 
As relações sociais no feudalismo: 
 Podemos dividir as relações entre verticais e horizontais. As 
relações verticais eram de dominação da nobreza sobre os 
plebeus camponeses através de impostos e com o domínio de todos 
que habitavam suas terras (feudos). As relações horizontais eram 
aquelas entre os membros da própria nobreza, as chamadas relações 
de suserania e vassalagem. As relações de poder baseavam se na 
fidelidade e todos os nobres eram guerreiros (os que não se 
dedicavam a vida militar iam para o clero), que se aliavam a 
senhores mais poderosos que poderiam premiá-los através da 
concessão de um novo feudo, ou parte do conquistado, ou seja, um 
senhor poderia investir de poder outro nobre tornando-o também 
senhor feudal. Esta pratica é uma herança germânica ao feudalismo 
denominada de comitatus. Aquele que cede o feudo é o suserano e o 
que recebe é o vassalo. O vassalo deve fidelidade e proteção ao seu 
suserano. O rei é o único nobre que não é vassalo de ninguém. 
Apesar de todos os nobres serem vassalos do rei o poder dele é 
limitado ao mando no próprio feudo. É o que chamamos de 
monarquia descentralizada. 
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2. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS (PARTE 1). 
 
1. Sabe-se que o feudalismo resultou da combinação de instituições 
romanas com instituições bárbaras ou germânicas. Indique e 
descreva no feudalismo uma instituição de origem:a) romana. 
b) germânica. 
Resposta: 
a) A servidão feudal, caracterizada pelo vínculo dos 
camponeses à terra, teve origem no colonato surgido durante 
o Baixo Império Romano. 
 
b) As relações de suserania e vassalagem entre os nobres 
feudais, têm suas origens no "comitatus", tradição germânica 
de alianças militares que estabeleciam laços de fidelidade 
entre os chefes tribais e seus guerreiros. 
 
2. (G1 - ifsul 2016) “Maomé retirou-se às montanhas para rezar e 
meditar, vivendo como eremita. Em seguida, começou a pregar a 
existência de um deus único, Alá, e a prática do Islã, submissão total 
a deus.” 
(ORDOÑEZ, Marlene e QUEVEDO, Júlio. História. Coleção Horizontes. 
São Paulo: IBEP. Sd. p.58) 
 
Em 622, ocorreu a Hégira, que significou para o mundo islâmico, 
a) o nascimento de Maomé e a chegada dos muçulmanos na África. 
b) a fuga de Maomé e seus seguidores de Meca para Yatreb. 
c) o casamento de Maomé com Khadija e a retomada de Meca. 
d) a ocupação da península Ibérica pelos muçulmanos. 
 
 
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Resposta: 
 [B] 
 
Somente a proposição [B] está correta. O excerto faz 
referência a algumas passagens da vida do profeta Maomé 
(570-632). Este líder criou uma religião monoteísta 
denominada Islamismo dando unidade política e religiosa aos 
árabes. Sendo perseguido pela elite de comerciantes de Meca, 
Maomé, em 622, fugiu de Meca para Yatreb, uma pequena 
cidade próxima de Meca. Lá Maomé converteu a cidade a sua 
nova religião. Hégira é o nome dado a esta fuga do profeta 
que marca o início do calendário muçulmano. 
 
3. (Pucpr 2016) O islamismo, religião monoteísta fundada por 
Maomé (c. 570-632), mudou o cenário religioso e político do Oriente 
Médio e de toda a bacia do Mediterrâneo. Os padrões islâmicos de 
moralidade e as normas que regulam a vida cotidiana são fixados 
pelo Alcorão, que os muçulmanos acreditam conter a palavra de Alá, 
tal qual revelada a Maomé. Para os muçulmanos, sua religião é a 
conclusão e o aperfeiçoamento do judaísmo e do cristianismo. Maomé 
conseguiu unificar as tribos árabes, envolvidas em constantes 
disputas, numa força poderosa dedicada a Alá e à difusão da fé 
islâmica. Após a morte de Maomé, no entanto, seus sucessores não 
conseguiram manter a unidade, por disputas sucessórias. Essas 
disputas dividiram o Islã em dois grupos principais, que permanecem 
até os dias de hoje. 
 
É CORRETO afirmar que esses dois grupos rivais são: 
a) Monofisistas e nestorianos. 
b) Monofisistas e maronitas. 
c) Sunitas e xiitas. 
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d) Otomanos e assírios. 
e) Xiitas e politeístas. 
 
Resposta: 
[C] 
 
A questão remete ao surgimento do Islamismo bem como 
suas disputas internas. Maomé fundou o Islamismo tendo 
como base o catolicismo e o judaísmo. Esta religião 
monoteísta unificou as diversas tribos árabes. Após a morte 
de Maomé em 632 o Islamismo perdeu a unidade surgindo 
dois grupos que permanecem até hoje: Xiitas e Sunitas. Xiitas. 
Partidários de Ali, o jovem genro de Maomé, casado com 
Fátima. Defendiam o Corão e que a família de Maomé 
(descendentes) deve governar. Os xiitas são minoria entre os 
muçulmanos. Eles são maioria no Irã (90%) e Iraque (60%da 
população). Sunitas defendiam o Suna (livro sobre Maomé) 
defendiam um Estado eleito pelos crentes. Defendiam que o 
califa (escolhido por Deus) Abu Bahr, amigo de Maomé e mais 
experiente, deveria governar e não o inexperiente Ali. Os 
sunitas são maioria entre os muçulmanos (Arábia saudita, 
Síria, Egito, Tunísia, Paquistão, Jordânia). Os sunitas levam 
em consideração as transformações que correram no mundo. 
 
4. (Upe-ssa 1 2016) Um texto bastante famoso produzido na Idade 
Média foi o Exemplo dos carneiros, dos bois e dos cães, que 
explicava: “A razão de ser dos carneiros é fornecer leite e lã, dos bois 
é lavrar a terra, a dos cães defender os carneiros e os bois. Se cada 
um cumprir sua missão, Deus protegê-la-á. Do mesmo modo, fez 
com os homens: instituiu os Clérigos e os Monges para que 
rezassem, plenos de doçura, como ovelhas; os camponeses, como os 
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bois, para assegurar a subsistência, e os guerreiros para que 
defendessem dos inimigos, semelhantes a lobos, os que oram e os 
que cultivam a terra.” 
 
(Apud LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. Lisboa: 
Estampa, 1984, vol. 2, p. 10, adaptado). 
 
Partindo da análise dessa fonte, compreendemos que a Sociedade 
Feudal se dividia em três ordens principais, registradas na alternativa 
a) Os religiosos (os carneiros), os trabalhadores (os bois) e os 
guerreiros (os cães). 
b) Os mercadores (os bois), os clérigos (os cães) e os guerreiros (os 
carneiros). 
c) Os reis (os cães), os plebeus (os bois) e os nobres (os carneiros). 
d) Os reis (os cães), os plebeus (os bois) e a corte (os carneiros). 
e) Os homens (os cães), as mulheres (os carneiros) e os religiosos 
(os bois). 
 
Resposta: 
[A] 
 
A questão aponta para a sociedade feudal europeia no 
período medieval. A Igreja católica era a instituição mais 
importante que organizava e explicava a sociedade. O texto 
citado pelo historiador Jacques Le Goff foi elaborado na Idade 
Média e retrata muito bem a função social de cada estamento. 
O clero (carneiro) deve cuidar da parte espiritual, os servos 
(os bois) devem trabalhar e os nobres (cães) guerrear. 
 
5. (G1 - utfpr 2016) A produção feudal era agrícola, sendo a terra 
sua principal fonte de riqueza. O sistema comunitário de cultivo 
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reduzia o interesse por inovações técnicas, por isso, qualquer nova 
forma de trabalhar a terra, exigia a aprovação de toda a aldeia. Além 
disso, todo aumento da produção correspondia a mais tributos a 
serem pagos ao senhor feudal, desestimulando a produção excedente 
pelos servos. 
 
Entre os muitos impostos que estes pagavam, um deles era a 
corveia, que consistia em: 
a) dias de trabalho no manso senhorial. 
b) dias em que só se produzia artesanato. 
c) parte dos alimentos produzidos no manso servil. 
d) produção destinada à Igreja. 
e) parte dos alimentos produzidos nos feriados e dias santificados. 
 
Resposta: 
[A] 
 
A questão remete ao sistema feudal que reinou na 
Europa ao longo da Idade Média. O Feudalismo tinha como 
fonte de riqueza a posse da terra que estava nas mãos dos 
senhores feudais e da Igreja. Desta forma Clero e Nobreza 
tinham privilégios. Os servos não tinham terras e estavam 
sujeitos a trabalhar nas terras dos senhores feudais e pagar 
diversos impostos como a talha, banalidades, mão morta, 
formariage, tostão de Pedro, etc. Todos os impostos eram 
pagos em produtos, exceto a corveia que consistia em 
trabalho dos servos no manso senhorial alguns dias da 
semana. 
 
6. (Ucs 2016) Sobre a Igreja Católica, durante o Período Feudal, é 
correto afirmar que 
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a) a produção cultural, o comportamento e, sobretudo, a ordem 
social, através do controle da fé, normatizava os costumes. 
b) a figura do Papa, líder político mais influente durante toda a Idade 
Média, garantia a centralização do poder. 
c) a unificação da religião no Oriente e no Ocidente foi uma imposição 
apoiada pelo regime político em todo território. 
d) a crença difundida era a de que as pessoas obtinham a salvação 
espiritual pela predestinação, ou seja, desde o nascimento os fiéis 
estavam destinados à salvação ou à condenação eterna, 
independente de suas obras no mundo material. 
e) a necessidade da participação em apenas dois sacramentos, o 
batismo e a eucaristia, era um preceito para seus milhares de 
seguidores. 
 
Resposta: 
[A] 
 
Somente a proposição [A] está correta. A questão aponta 
para a relevância da Igreja católica durante o medievo. Com 
as invasões bárbaras e a subsequente queda do império 
romano do ocidente em 476, a Europa viveu um processo de 
ruralização ou êxodo urbano. A fusão de romanos e os 
bárbaros não foi harmoniosa. Diante do caos que imperava na 
Europa, a Igreja católica foi a única instituição capaz de 
organizar a sociedade através do controle da fé e dos 
costumes colocando Deus (teocentrismo) em primeiro plano. 
 
 
 
 
 
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 7. (Enem 2015) 
 
 
Os calendários são fontes históricas importantes, na medida em que 
expressam a concepção de tempo das sociedades. Essas imagens 
compõem um calendário medieval (1460-1475) e cada uma delas 
representa um mês, de janeiro a dezembro. Com base na análise do 
calendário, apreende-se uma concepção de tempo 
a) cíclica, marcada pelo mito arcaico do eterno retorno. 
b) humanista, identificada pelo controle das horas de atividade por 
parte do trabalhador. 
c) escatológica, associada a uma visão religiosa sobre o trabalho. 
d) natural, expressa pelo trabalho realizado de acordo com as 
estações do ano. 
e) romântica, definida por uma visão bucólica da sociedade. 
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Resposta: 
 
[D] 
 
Nota-se, pelas imagens, que os homens medievais 
contavam seu tempo através dos ciclos agrícolas, denotando, 
assim, uma concepção de tempo natural. 
 
8. (Enem 2015) A casa de Deus, que acreditam una, está, portanto, 
dividida em três: uns oram, outros combatem, outros, enfim, 
trabalham. Essas três partes que coexistem não suportam ser 
separadas; os serviços prestados por uma são a condição das obras 
das outras duas; cada uma por sua vez encarrega-se de aliviar o 
conjunto... Assim a lei pode triunfar e o mundo gozar da paz. 
 
ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F. Antologia de textos 
históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1981. 
 
A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon foi produzida durante 
a Idade Média. Um objetivo de tal ideologia e um processo que a ela 
se opôs estão indicados, respectivamente, em: 
a) Justificar a dominação estamental / revoltas camponesas. 
b) Subverter a hierarquia social / centralização monárquica. 
c) Impedir a igualdade jurídica / revoluções burguesas. 
d) Controlar a exploração econômica / unificação monetária. 
e) Questionar a ordem divina / Reforma Católica. 
Resposta: 
 
[A] 
 
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A ideologia apresentada no texto tem como objetivo 
reforçar a divisão estamental da Idade Média – “uns oram, 
outros combatem, outros, enfim, trabalham”. E os movimentos 
que mais se opuseram a isso foram as Revoltas Camponesas. 
 
9. (Enem 2014) Sou uma pobre e velha mulher, 
Muito ignorante, que nem sabe ler. 
Mostraram-me na igreja da minha terra 
Um Paraíso com harpas pintado 
E o Inferno onde fervem almas danadas, 
Um enche-me de júbilo, o outro me aterra. 
 
VILLON. F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC. 1999. 
 
Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às 
imagens presentes nos templos católicos medievais. Nesse contexto, 
as imagens eram usadas com o objetivo de 
a) refinar o gosto dos cristãos. 
b) incorporar ideais heréticos. 
c) educar os fiéis através do olhar. 
d) divulgar a genialidade dos artistas católicos. 
e) valorizar esteticamente os templos religiosos. 
 
Resposta: 
[C] 
 
As imagens das igrejas católicas do Medievalismo 
serviam para ensinar os fiéis os perigos advindos da prática 
imperfeita da religião e os benefícios adquiridos a partir da 
boa prática. O trecho “Um Paraíso com harpas pintado, E o 
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Inferno onde fervem almas danadas, Um enche-me de júbilo, 
o outro me aterra” é demonstrativo disso. 
 
10. (Enem cancelado 2009) A lei dos lombardos (Edictus Rothari), 
povo que se instalou na Itália no século VII e era considerado bárbaro 
pelos romanos, estabelecia uma série de reparações pecuniárias 
(composições) para punir aqueles que matassem, ferissem ou 
aleijassem os homens livres. A lei dizia: “para todas estas chagas e 
feridas estabelecemos uma composição maior do que a de nossos 
antepassados, para que a vingança que é inimizade seja relegada 
depois de aceita a dita composição e não seja mais exigida nem 
permaneça o desgosto, mas dê-se a causa por terminada e 
mantenha-se a amizade.” 
 
ESPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da 
Costa, 1976 (adaptado). 
 
A justificativa da lei evidencia que 
a) se procurava acabar com o flagelo das guerras e dos mutilados. 
b) se pretendia reparar as injustiças causadas por seus antepassados. 
c) se pretendia transformar velhas práticas que perturbavam a 
coesão social. 
d) havia um desejo dos lombardos de se civilizarem, igualando-se aos 
romanos. 
e) se instituía uma organização social baseada na classificação de 
justos e injustos. 
 
Resposta: 
[C] 
 
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O Edito de Rotário (Edictus Rothari) foi promulgado pelo 
rei lombardo Rotário em 643. Com 388 artigos e redigido em 
latim, abrangia não somente a tradição nacional lombarda, 
mas também outras legislações bárbaras e também o direito 
romano (justiniano e pré-justiniano). 
A maior novidade introduzida pela legislação de Rotário foi a 
abolição da faida, isto é, da vingança privada, e sua 
substituição pelo guidrigildo, uma compensação em dinheiro 
do ofensor a quem havia sofrido o dano (ou a seus parentes 
em caso de homicídio). O guidrigildo representava o valor de 
uma pessoa e não era um valor fixo segundo a gravidade 
objetiva da ofensa sofrida, mas variava segundo a condição 
jurídica e a função exercida pela pessoa que havia sofrido o 
dano. 
 
11. (Enem 2009) A Idade Média é um extenso período da História do 
Ocidente cuja memória é construídae reconstruída segundo as 
circunstâncias das épocas posteriores. Assim, desde o Renascimento, 
esse período vem sendo alvo de diversas interpretações que dizem 
mais sobre o contexto histórico em que são produzidas do que 
propriamente sobre o Medievo. 
Um exemplo acerca do que está exposto no texto acima é 
a) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro 
Império Romano Germânico. 
b) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes nos 
documentos do Concílio Vaticano II. 
c) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por 
valores dos primeiros cristãos. 
d) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se justificava 
na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno. 
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e) a tradição heroica da cavalaria medieval, que foi afetada 
negativamente pelas produções cinematográficas de Hollywood. 
 
Resposta: 
 
[A] 
 
A questão alude à inspiração de Hitler para a construção 
do III Reich, no Sacro Império Romano Germânico, união de 
territórios de população predominantemente germânica da 
Europa Central remanescente do Império de Carlos Magno que 
perdurou da Idade Média até o início da Idade Contemporânea 
sob a autoridade do Sacro Imperador Romano (I Reich). O II 
Reich compreeende o Império Alemão entre 1871 e 1914, 
resultante do processo de unificação da Alemnha iniciado em 
meados do século XIX. 
 
12. (Enem 2002) O ano muçulmano é composto de 12 meses, dentre 
eles o Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos que, em 2001, 
teve início no mês de novembro do Calendário Cristão, conforme a 
figura que segue. 
 
 
 
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Considerando as características do Calendário Muçulmano, é possível 
afirmar que, em 2001, o mês Ramadã teve início, para o Ocidente, 
em 
a) 01 de novembro. 
b) 08 de novembro. 
c) 16 de novembro. 
d) 20 de novembro. 
e) 28 de novembro. 
 
Resposta: 
 
[C] 
 
O Calendário Islâmico é baseado no mês lunar, iniciado 
no dia seguinte ao da lua nova, que é justamente o início da 
fase crescente. Baseado nesta informação, que não foi 
fornecida no enunciado, concluímos que o mês do Ramadã se 
iniciou em 16 de novembro. 
 
13. (Enem 1999) Considere os textos a seguir. 
 
(...) de modo particular, quero encorajar os crentes empenhados no 
campo da filosofia para que iluminem os diversos âmbitos da 
atividade humana, graças ao exercício de uma razão que se torna 
mais segura e perspicaz com o apoio que recebe da fé. 
 (Papa João Paulo II. Carta Encíclica Fides et Ratio aos bispos da 
igreja católica sobre as relações entre fé e razão, 1998) 
 
As verdades da razão natural não contradizem as verdades da fé 
cristã. 
 (São Tomás de Aquino-pensador medieval) 
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Refletindo sobre os textos, pode-se concluir que 
a) a encíclica papal está em contradição com o pensamento de São 
Tomás de Aquino, refletindo a diferença de épocas. 
b) a encíclica papal procura complementar São Tomás de Aquino, 
pois este colocava a razão natural acima da fé. 
c) a Igreja medieval valorizava a razão mais do que a encíclica de 
João Paulo II. 
d) o pensamento teológico teve sua importância na Idade Média, 
mas, em nossos dias, não tem relação com o pensamento filosófico. 
e) tanto a encíclica papal como a frase de São Tomás de Aquino 
procuram conciliar os pensamentos sobre fé e razão. 
Resposta: 
 
[E] 
 
Interpretação de texto somada ao conhecimento geral. 
Desde a baixa idade média, época de Tomás de Aquino, a 
Igreja Católica desenvolveu concepções de mundo que 
procuravam conciliar fé e razão. Tomás de Aquino foi um dos 
precursores dessa corrente filosófica denominada, na época, 
de escolástica. O texto do Papa, atual, é explicito quanto à 
essa opção. 
 
 
 
 
 
 
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3. EXERCÍCIOS PROPOSTOS (parte 1). 
1. (Uema 2015) No século XI, o bispo Fulbert de Chartes foi 
convidado a escrever sobre a fórmula da fidelidade e assim o fez: 
 
Aquele que jura fidelidade a seu senhor deve ter sempre em mente 
estes seis princípios: proteção, segurança, honra, interesse, 
liberdade, faculdade. Proteção, quer dizer, nada deve ser feito em 
prejuízo do senhor quanto ao seu corpo. Segurança, nada em 
prejuízo da residência onde ele habita ou de suas fortalezas nas quais 
ele possa se achar. Honra, quer dizer, nada em detrimento de sua 
justiça ou do que possa sua honra depender. Interesse, quer dizer, 
nada que possa prejudicar suas possessões. Liberdade e faculdade, 
quer dizer, o bem que o senhor possa fazer não lhe deva ser tornado 
difícil e o que ele esteja fazendo tornado impossível (...) 
 
Fonte: Fulbert de Chartres. Epistolae, LVIII, ano 1020. In: Jaime 
Pinsky. Modo de produção feudal. 2 ed. São Paulo: Global, 1982. 
 
 
Os princípios apresentados na cerimônia descrita pelo texto fazem 
referência às relações sociais entre 
a) patrícios e plebeus na Antiguidade. 
b) suseranos e vassalos na Idade Média. 
c) proprietários de terras e escravos no Brasil Colonial. 
d) burgueses e classe trabalhadora na sociedade industrial. 
e) latifundiários e camponeses na América Contemporânea. 
 
 
2. (G1 - ifsp 2016) Segundo o historiador Demant, “em princípio, 
Maomé conseguiu converter à nova fé a esposa e alguns amigos. Seu 
primeiro núcleo de ouvintes foi mínimo, mas suficiente para irritar a 
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elite comercial de Meca, cuja renda do turismo religioso foi ameaçada 
pela insistência de Maomé em destruir as imagens dos deuses 
politeístas. A repressão contra essa pequena e primeira comunidade 
muçulmana o levou a fugir com seus seguidores, no ano de 622 d.C, 
para outra cidade, mais aberta às suas demandas: Iatreb, desde 
então nomeada de Al-Medina (a Cidade), situada a 300 quilômetros 
ao norte de Meca. 
 
(DEMANT, Peter. O Mundo Muçulmano. São Paulo: Contexto, 2011, p. 
26). 
 
Com base na situação descrita sobre a fuga do fundador do islã, o 
Profeta Maomé, é correto o que se afirma em: 
a) Sua fuga é conhecida como a jihad (luta em favor de Deus) e 
marca o início do calendário muçulmano. 
b) Sua fuga é conhecida como a salat (reza que se faz cinco vezes ao 
dia) e marca o início do calendário muçulmano. 
c) Sua fuga é conhecida como a hijra (hégira ou migração) e marca o 
início do calendário muçulmano. 
d) Sua fuga é conhecida como o ramadan (ramadã - mês de jejum, 
entendido como purificação e ascese para Deus) e marca o início do 
calendário muçulmano. 
e) Sua fuga é conhecida como a shahada (testemunho – é a confissão 
que efetua a conversão) e marca o início do calendário muçulmano. 
 
3. (Espcex (Aman) 2016) Os fragmentos de texto abaixo foram 
extraídos de VICENTINO e DORIGO (2011) e se referemà Igreja 
Medieval. 
 
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I. Pouco a pouco, a Igreja foi “se transformando na maior proprietária 
de terras da Idade Média e construindo fortes vínculos com a 
estrutura feudal”. 
II. Viviam afastados das tentações do mundo por meio do isolamento 
em abadias e de votos de castidade, pobreza e silêncio. Com o 
tempo, num mundo em que uma restrita minoria era alfabetizada, 
as igrejas, os mosteiros e as abadias converteram-se nos principais 
centros da cultura letrada. 
III. Viviam apegados aos bens materiais e em contacto com a 
sociedade, a terra, a administração e a exploração das riquezas. 
IV. A proibição de casamento rigorosamente aplicada a partir do 
Século XI liberava os padres dos compromissos conjugais e 
contribuía, além disso, para a manutenção do patrimônio 
eclesiástico feudal, ao evitar a divisão entre possíveis herdeiros dos 
membros do clero. 
 
Os fragmentos I, II, III e IV referem-se, respectivamente, ao 
a) poder temporal, clero secular, clero regular e celibato clerical. 
b) celibato clerical, clero regular, clero secular e poder temporal. 
c) clero secular, celibato clerical, poder temporal e clero regular. 
d) poder temporal, clero regular, clero secular e celibato clerical. 
e) clero regular, clero secular, poder temporal e celibato clerical. 
 
4. (Unesp 2016) Os mosteiros eram em primeiro lugar casas, cada 
uma abrigando sua “família”, e as mais perfeitas, com efeito, as mais 
bem ordenadas: de um lado, desde o século IX, os mais abundantes 
recursos convergiam para a instituição monástica, levando-a aos 
postos avançados do progresso cultural; do outro, tudo ali se 
encontrava organizado em função de um projeto de perfeição, nítido, 
bem estabelecido, rigorosamente medido. 
 
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(Georges Duby. “A vida privada nas casas aristocráticas da França 
feudal”. 
História da vida privada, vol. 2, 1992. Adaptado.) 
 
A caracterização do mosteiro medieval como uma “casa”, um “posto 
avançado do progresso cultural” e um “projeto de perfeição” pode ser 
explicada pela disposição monástica de 
a) valorizar a vida privada, participar ativamente da vida política e 
combater o mal. 
b) recuperar a experiência histórica e pessoal do Salvador durante 
sua estada no mundo dos vivos. 
c) recolher-se a uma comunidade fechada para orar, estudar e 
combater a desordem do mundo. 
d) identificar-se com as condições de privação por que passavam as 
famílias pobres, celebrar a tradição escolástica e agir de forma 
ética. 
e) reconhecer a humanidade como solidária e unida num esforço de 
salvação da alma dos fiéis e dos infiéis. 
 
5. (Unicamp 2016) Reproduz-se, abaixo, trecho de um sermão do 
bispo Cesário de Arles (470-542), dirigido a uma paróquia rural. 
 
“Vede, irmãos, como quem recorre à Igreja em sua doença obtém a 
saúde do corpo e a remissão dos pecados. Se é possível, pois, 
encontrar este duplo benefício na Igreja, por que há infelizes que se 
empenham em causar mal a si mesmos, procurando os mais variados 
sortilégios: recorrendo a encantadores, a feitiçarias em fontes e 
árvores, amuletos, charlatães, videntes e adivinhos?” 
 
(Fonte: 
http://www.institutosapientia.com.br/site/index.php?option=co_conte
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nt&view=article&id=1397:sao-cesario-de-arles-sermao-13-parauma-
paroquia-rural&catid=28: outros-artigos&Itemid=285.) 
 
A partir desse sermão, escrito no sul da atual França, é correto 
afirmar que: 
a) A Igreja Católica assumia funções espirituais e deixava à nobreza o 
cuidado da saúde dos camponeses, através de ordens religiosas e 
militares. 
b) O cristianismo tinha penetrado em todas as categorias sociais e 
era interpretado da mesma forma através da autoridade dos bispos. 
c) Práticas consideradas menos ortodoxas por Cesário de Arles ainda 
encontravam espaço em setores da sociedade e a elite da Igreja 
tentava se afirmar como o único acesso ao sagrado. 
d) O avanço do materialismo estava afastando da Igreja os 
camponeses, que, com isto, deixavam de pagar os dízimos 
eclesiásticos. 
 
6. (Pucsp 2016) “As fugidias confissões que os inquisidores tentavam 
arrancar dos acusados proporcionam ao pesquisador atual as 
informações que ele busca – claro que com um objetivo totalmente 
diferente. Mas, enquanto lia os processos inquisitoriais, muitas vezes 
tive a impressão de estar postado atrás dos juízes para espiar seus 
passos, esperando, exatamente como eles, que os supostos culpados 
se decidissem a falar das suas crenças.” 
 
Carlo Ginzburg. O fio e os rastros. São Paulo: Companhia das Letras, 
2007, p. 283-284. Adaptado. 
 
O texto aponta semelhanças entre a expectativa do inquisidor, que 
colhia os depoimentos daqueles que eram julgados pelo Santo Ofício, 
e a expectativa do pesquisador, que, séculos depois, analisa os 
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processos inquisitoriais. O “objetivo totalmente diferente” de cada um 
deles pode ser assim caracterizado: 
a) enquanto o inquisidor desejava salvar a alma do acusado, por 
meio da expiação de seus pecados, o pesquisador consegue 
descobrir, no depoimento, a verdade completa e absoluta sobre o 
período. 
b) enquanto o inquisidor ampliava os limites da fé cristã, ao perdoar 
os erros do acusado, o pesquisador consegue identificar a fé 
superior do membro da Igreja e os pecados cometidos pelos réus. 
c) enquanto o inquisidor pretendia obter, do acusado, uma confissão 
ou o reconhecimento de culpa, o pesquisador deseja encontrar, no 
processo, indícios que o ajudem a compreender aquela experiência 
histórica. 
d) enquanto o inquisidor assumia uma atitude de tolerância e respeito 
perante o acusado, o pesquisador penetra indevidamente na 
intimidade dessas duas pessoas. 
 
7. (Unesp 2016) Examine a iluminura extraída do manuscrito Al-
Maqamat, de Abu Muhammed al-Kasim al-Hariri, 1237. 
 
 
 
A imagem pode ser associada à tradição dos conhecimentos 
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desenvolvidos no mundo árabe-islâmico durante a Idade Média e 
revela 
a) a inexistência de instrumental médico nas sociedades islâmicas, 
que impediam qualquer tipo de corte nos corpos. 
b) a preparação do cadáver feminino para a cremação, principal culto 
funerário desenvolvido nas sociedades islâmicas. 
c) a condenação imposta pelas autoridades religiosas islâmicas às 
pessoas que cuidavam de doentes e mulheres grávidas. 
d) o desenvolvimento da medicina nas sociedades islâmicas, o que 
permitiu avanços, como a descrição da varíola e o emprego de 
anestesia em cirurgias. 
e) o repúdio, nas sociedades islâmicas, à representação do nu 
feminino, o que provocou sucessivas punições civis e religiosas a 
artistas. 
 
8. (Unesp 2016) Eis dois homens à frente: um, quequer servir; o 
outro, que aceita, ou deseja, ser chefe. O primeiro une as mãos e, 
assim juntas, coloca-as nas mãos do segundo: claro símbolo de 
submissão, cujo sentido, por vezes, era ainda acentuado pela 
genuflexão. Ao mesmo tempo, a personagem que oferece as mãos 
pronuncia algumas palavras, muito breves, pelas quais se reconhece 
“o homem” de quem está na sua frente. Depois, chefe e subordinado 
beijam-se na boca: símbolo de acordo e de amizade. Eram estes – 
muito simples e, por isso mesmo, eminentemente adequados para 
impressionar espíritos tão sensíveis às coisas – os gestos que serviam 
para estabelecer um dos vínculos mais fortes que a época feudal 
conheceu. 
 
(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.) 
 
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O texto e a imagem referem-se à cerimônia que 
a) consagra bispos e cardeais. 
b) estabelece as relações de vassalagem. 
c) estabelece as relações de servidão. 
d) consagra o poder municipal. 
e) estabelece as relações de realeza. 
 
9. (Fgv 2016) “Em muitos reinos sudaneses, sobretudo entre os reis 
e as elites, o islamismo foi bem recebido e conseguiu vários adeptos, 
tendo chegado à região da savana africana, provavelmente, antes do 
século XI, trazido pela família árabe-berbere dos Kunta. 
(...) O islamismo possuía alguns preceitos atraentes e aceitáveis 
pelas concepções religiosas africanas, (...) associava as histórias 
sagradas às genealogias, acreditava na revelação divina, na 
existência de um criador e no destino. (...) O escritor árabe Ibn 
Batuta relatou, no século XIV, que o rei do Mali, numa manhã, 
comemorou a data islâmica do fim do Ramadã e, à tarde, presenciou 
um ritual da religião tradicional realizado por trovadores com 
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máscaras de aves.” 
 
(Regiane Augusto de Mattos, História e cultura afro-brasileira. 2011) 
 
Considerando o trecho e os conhecimentos sobre a história da África, 
é correto afirmar que 
a) a penetração do islamismo nas regiões subsaarianas mostrou-se 
superficial porque atingiu poucos setores sociais, especialmente 
aqueles voltados aos negócios comerciais, além de sofrer forte 
concorrência do cristianismo. 
b) a presença do islamismo no continente africano derivou da 
impossibilidade dos árabes em ocupar regiões na Península Ibérica, 
o que os levou à invasão de territórios subsaarianos, onde ocorreu 
violenta imposição religiosa. 
c) o desprezo das sociedades africanas pela tradição árabe gerou 
transações comerciais marcadas pela desconfiança recíproca, 
desprezo mudado, posteriormente, com o abandono das religiões 
primitivas da África e com a hegemonia do islamismo. 
d) o comércio transaariano foi uma das portas de entrada do 
islamismo na África, e essa religião, em algumas regiões do 
continente, ou incorporou-se às religiões tradicionais ou facilitou 
uma convivência relativamente harmônica. 
e) as correntes islâmicas mais moderadas, caso dos sunitas, 
influenciaram as principais lideranças da África ocidental, 
possibilitando a formação de novas denominações religiosas, não 
islâmicas, desligadas das tradições tribais locais. 
 
10. (Fgv 2015) A colisão catastrófica dos dois anteriores modos de 
produção em dissolução, o primitivo e o antigo, veio a resultar na 
ordem feudal, que se difundiu por toda a Europa. 
 
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Anderson, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Trad. Porto: 
Afrontamento, 1982, p. 140. 
 
O autor refere-se a três tipos de formações econômico-sociais nesse 
pequeno trecho. A esse respeito é correto afirmar: 
a) A síntese descrita refere-se à articulação entre o escravismo 
romano em crise e as formações sociais dos guerreiros germânicos. 
b) O escravismo predominava entre os povos germânicos e tornou-se 
um ponto de intersecção com a sociedade romana. 
c) A economia romana, baseada na pequena propriedade familiar, foi 
transformada a partir das invasões germânicas dos séculos IV a VI. 
d) Os povos germânicos desenvolveram a propriedade privada e as 
relações servis que permitiram a síntese social com os romanos. 
e) A transição para o escravismo feudal foi proporcionada pelos 
conflitos constantes nas fronteiras romanas devido à ofensiva dos 
magiares. 
 
11. (Enem 2015) A casa de Deus, que acreditam una, está, portanto, 
dividida em três: uns oram, outros combatem, outros, enfim, 
trabalham. Essas três partes que coexistem não suportam ser 
separadas; os serviços prestados por uma são a condição das obras 
das outras duas; cada uma por sua vez encarrega-se de aliviar o 
conjunto... Assim a lei pode triunfar e o mundo gozar da paz. 
 
ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F. Antologia de textos 
históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1981. 
 
 
A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon foi produzida durante 
a Idade Média. Um objetivo de tal ideologia e um processo que a ela 
se opôs estão indicados, respectivamente, em: 
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a) Justificar a dominação estamental / revoltas camponesas. 
b) Subverter a hierarquia social / centralização monárquica. 
c) Impedir a igualdade jurídica / revoluções burguesas. 
d) Controlar a exploração econômica / unificação monetária. 
e) Questionar a ordem divina / Reforma Católica. 
 
12. (Unesp 2015) Observemos apenas que o sistema dos feudos, a 
feudalidade, não é, como se tem dito frequentemente, um fermento 
de destruição do poder. A feudalidade surge, ao contrário, para 
responder aos poderes vacantes. Forma a unidade de base de uma 
profunda reorganização dos sistemas de autoridade […]. 
GOFF, Jacques Le. Em busca da Idade Média, 2008. 
 
Segundo o texto, o sistema de feudos 
a) representa a unificação nacional e assegura a imediata 
centralização do poder político. 
b) deriva da falência dos grandes impérios da Antiguidade e oferece 
uma alternativa viável para a destruição dos poderes políticos. 
c) impede a manifestação do poder real e elimina os resquícios 
autoritários herdados das monarquias antigas. 
d) constitui um novo quadro de alianças e jogos políticos e assegura 
a formação de Estados unificados. 
e) ocupa o espaço aberto pela ausência de poderes centralizados e 
permite a construção de uma nova ordem política. 
 
13. (Unesp 2015) Os homens da Idade Média estavam persuadidos 
de que a terra era o centro do Universo e que Deus tinha criado 
apenas um homem e uma mulher, Adão e Eva, e seus descendentes. 
Não imaginavam que existissem outros espaços habitados. O que 
viam no céu, o movimento regular da maioria dos astros, era a 
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imagem do que havia de mais próximo no plano divino de 
organização. 
 
(Georges Duby. Ano 1000, ano 2000: na pista de nossos medos, 
1998. Adaptado.) 
 
O texto revela,em relação à Idade Média ocidental, 
a) o prevalecimento de uma mentalidade fortemente religiosa, 
indicativa da força e da influência do cristianismo. 
b) a consciência da própria gênese e origem, resultante das 
pesquisas históricas e científicas realizadas na Grécia Antiga. 
c) o esforço de compreensão racionalista dos fenômenos naturais, 
base do pensamento humanista. 
d) a construção de um pensamento mítico, provavelmente originário 
dos contatos com povos nativos da Ásia e do Norte da África. 
e) a presença de esforços constantes de predição do futuro, 
provavelmente oriundos das crenças dos primeiros habitantes do 
continente. 
 
14. (G1 - ifsp 2014) Analisando as condições de trabalho da Europa 
medieval, o historiador Marc Bloch afirmou: 
 
O servo, em resumo, dependia tão estreitamente de um outro ser 
humano que, fosse ele para onde fosse, esse laço o seguia e se 
imprimia à sua descendência. Essas pessoas, para com o senhor, não 
estavam obrigadas apenas às múltiplas rendas ou prestações de 
serviços. Deviam-lhe também auxílio e obediência, e contavam com a 
sua proteção. 
(BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 79, s/d., p. 294-
295. Adaptado) 
 
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De acordo com o texto, é correto afirmar que a servidão na Europa 
medieval 
a) baseava-se na cobrança de taxas e no trabalho em troca de 
proteção e moradia. 
b) organizava a produção monocultora de exportação que 
predominava no período. 
c) proporcionava ampla mobilidade social para os servos e seus 
descendentes. 
d) garantia aos servos a participação nas decisões políticas dentro 
dos feudos. 
e) impedia a circulação dos trabalhadores nas lavouras dos territórios 
senhoriais. 
 
15. (Ufjf-pism 1 2016) Leia: 
 
“Os reinos germânicos tiveram entre si semelhanças e diferenças. 
Possuíram, em relação ao antigo Império Romano, caracteres comuns 
(elementos de permanência), bem como, outros que os 
individualizaram (elementos de ruptura). Houve a convivência entre o 
germano e o romano”. 
GUERRA MARTINS. M. Os povos bárbaros. São Paulo, Ática, 1997. p. 
17. 
 
A partir da leitura do trecho acima, marque a opção CORRETA sobre 
o contexto do período inicial da Idade Média (entre os séculos V e 
VII): 
a) Igreja Católica teve sua influência política e socioeconômica 
enfraquecida devido a sua forte relação com o Império Romano que 
não existia mais. 
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b) Os Estados organizados pelos invasores bárbaros se 
caracterizavam por uma forte estabilidade política e por fronteiras 
territoriais bem definidas. 
c) Com a diminuição de fatores que geravam o aumento da 
mortalidade, como guerras, epidemias e fome, ocorreu uma alta 
demográfica populacional. 
d) A sociedade vivenciou um processo de desmilitarização com a 
diminuição contínua da importância dos exércitos controlados pelos 
grandes proprietários de terras. 
e) A produção econômica concentrava-se fortemente em atividades 
rurais desenvolvidas em grandes propriedades que visaram à 
autossuficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gabarito: 
 
Resposta da questão 1: 
 [B] 
 
Somente a proposição [B] está correta. A questão remete a relação 
de suserania e vassalagem ocorrido na Europa Feudal durante o 
Medievo. O nobre suserano doava terras a um nobre vassalo e havia 
um juramento de fidelidade entre ambos, uma reciprocidade, um 
auxílio mútuo entre eles. O próprio texto do século XI já aponta para 
o referido contexto histórico e menciona o compromisso inerente ao 
ritual da relação de suserania e vassalagem, tais como: proteção, 
segurança, honra, interesse, faculdade e liberdade. 
 
Resposta da questão 2: 
 [C] 
 
O texto narra a perseguição sofrida por Maomé em Meca e sua 
consequente fuga para Medina. Esse episódio da história muçulmana 
ficou conhecido como hégira e marca o ano 1 do calendário 
muçulmano. 
 
Resposta da questão 3: 
 [D] 
 
A questão remete ao mundo europeu durante o medievo. A sequência 
correta é: 
[I] Poder Temporal 
[II] Clero Regular 
[III] Clero Secular: 
[IV] Celibato Clerical 
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Resposta da questão 4: 
 [C] 
 
A vida nos mosteiros era completamente fechada com relação ao 
mundo exterior, mas isso não impedia os mosteiros de serem 
verdadeiras casas do saber, uma vez que cabia aos monges estudar e 
aprimorar os preceitos da época e o latim. 
 
Resposta da questão 5: 
 [C] 
 
As práticas consideradas não ortodoxas pela Igreja Católica – como 
feitiçaria, encantos e videntes – foram, durante a Idade Média, 
usadas por parte da população, em especial na zona rural. Diante 
disso, a Igreja tentava adentrar nesse meio para ampliar sua 
influência sobre a sociedade. 
 
Resposta da questão 6: 
 [C] 
 
A alternativa [C] é a única que está em consonância com o texto do 
pensador Carlo Ginzburg. Há uma distância considerável entre o 
processo inquisitorial com a expectativa do inquisidor que procurava 
arrancar a confissão do acusado em relação ao historiador que, 
séculos depois, estuda e analisa os processos inquisitoriais em busca 
de uma compreensão daquele contexto histórico. O pesquisador 
debruçado sobre sua fonte documental procura vislumbrar o passado, 
conhecer aquela experiência histórica. 
 
 
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Resposta da questão 7: 
 [D] 
 
A sociedade islâmica desenvolveu uma apurada vocação para as 
ciências, em especial a Medicina. Logo, houve uma série de 
descobertas e avanços medicinais durante a Alta Idade Média nos 
lugares habitados pelos árabes. 
 
Resposta da questão 8: 
 [B] 
 
O texto e a imagem descrevem a cerimônia que acontecia para que 
fosse estabelecido o laço da nobreza mais importante do Feudalismo: 
o laço de suserania e vassalagem. 
 
Resposta da questão 9: 
 [D] 
 
Somente a proposição [D] está correta. A questão remete à expansão 
do Islamismo no continente Africano. Após a morte de Maomé em 
632 sua família assumiu o poder através do “Califado legítimo ou 
perfeito”. Em 660 começou a dinastia Omíada, 661-750, com uma 
forte expansão para o ocidente apoiado no “djihad”, ou a guerra 
santa. Em 750 a família Abássida assumiu o poder destronando os 
Omíadas. O Islamismo respeitava as culturas e religiões locais 
(conforme sugere o texto). Havia acordos econômicos entre líderes 
islâmicos com as lideranças locais, atrativos econômicos favoreciam o 
processo de conversão ao islamismo. 
 
Resposta da questão 10: 
 [A] 
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A forma social de trabalho formada no Feudalismo foi uma síntese 
entre dois tipos de relações sociais anteriores: o escravismo romano 
e o clientelismo bárbaro. Essa síntese resultou na servidão feudal. 
 
Resposta da questão 11: 
 [A] 
 
A ideologia apresentada no texto tem como objetivo reforçar a 
divisão estamental da Idade Média – “uns oram, outros combatem, 
outros, enfim, trabalham”. E os movimentos que mais se opuseram a 
isso foram as Revoltas Camponesas. 
 
Resposta da questão 12: 
 [E] 
 
Somente a alternativa [E] está correta. A questão remete ao poder 
político na Europa durante o medievo. O texto do historiador francês 
Jacques Le Goff aponta para a “feudalidade”. O pensador defende que 
o feudalismo não se caracterizou pela destruição de poder. Ao 
contrário, a feudalidade surgiu para preencher um vazio de poder que 
se deu com a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. 
Com a queda de Roma, acabou a centralização do poder político 
surgindo uma nova ordem social, econômica e política (conhecida 
como o sistema feudal) através da fusão de romanos e germanos. 
Trata-se do surgimento da Civilização Cristã Ocidental no começo da 
Idade Média. As demais alternativas estão incorretas. 
 
Resposta da questão 13: 
 [A] 
 
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Durante a Idade Média, a ideologia predominante era aquela criada e 
ditada pela Igreja Católica, baseada no Cristianismo. Fundamentos 
como a terra ser o centro do Universo e a criação do homem e da 
mulher por Deus faziam parte dessa ideologia. 
 
O pensamento humanista é posterior e marca o início da Era 
Moderna. 
 
Resposta da questão 14: 
 [A] 
 
A prática da servidão surgiu na Idade Média a partir do princípio da 
proteção: os romanos abastados ofereciam moradia e proteção 
(contra os bárbaros) aos romanos menos favorecidos em troca de 
serviço. E, a partir disso, surgiram as obrigações servis (talha, 
corveia, banalidades, tostão de Pedro). 
 
Resposta da questão 15: 
 [E] 
 
Uma característica econômica básica do Feudalismo foi a ruralização 
da economia com vistas à subsistência, ou seja, a produção agrícola 
rural visando à autossuficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. O RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO (PARTE 2). 
As cruzadas e a decadência do Feudalismo: 
No ano de 1096, o Papa Urbano II convocou a cristandade 
ocidental para lutar contra o infiel que dominava a cidade sagrada de 
Jerusalém. Até hoje esta cidade é local de intensos conflitos, pois é 
sagrada para as três grandes religiões monoteístas: Judaísmo, 
cristianismo e islamismo. Para os católicos europeus era então uma 
cruzada pela fé cristã para expandi-la, dominar seus locais sagrados 
no oriente, então foram enviadas várias expedições. Tiveram vários 
objetivos: 
 Religioso: expandir a fé crista e tomar Jerusalém dos árabes 
islâmicos. 
 Sociais: Diminuir o excedente populacional europeu. Nas duas 
primeiras cruzadas foram enviados os mendigos e as crianças 
abandonadas. 
 Comerciais: As cidades italianas financiaram expedições com o 
objetivo de realizar trocas comerciais com as ricas cidades 
orientais. As expedições cruzadas, em nome da fé saquearam 
muitas cidades islâmicas e levaram os produtos para 
comercializarem na Europa. 
Os católicos conquistaram Jerusalém e fundaram os reinos 
cristãos do oriente, e dominaram a região por mais de um século. A 
resistência cultural e militar islâmica foi notória, e apesar do mundo 
árabe ter sido destruído militarmente, conseguiram expulsar os 
europeus sob o comando de Saladino no séc. XIII. 
 As cruzadas promoveram um intenso choque de civilizações 
que, de certa forma, percorreu os séculos e dura até hoje. Sua 
principal consequência foi ter promovido um “renascimento 
comercial” e a reabertura do mar mediterrâneo, que até aquele 
momento era monopolizado pelos árabes. As cidades italianas de 
Gênova e Veneza foram pioneiras neste comércio e passaram a deter 
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o monopólio de navegação. Este momento foi decisivo para que o 
comércio se tornasse cadê vez maior e desse início à gestação do 
sistema capitalista. 
 
O Renascimento Urbano e Comercial: 
Na medida em que o comércio se intensificava, os comerciantes 
circulavam através de caravanas, que conforme o tempo passava, 
tornaram-se importantes rotas comerciais. Estas rotas multiplicaram-
se em seus entroncamentos, os primeiros comerciantes que se 
encontravam passaram a realizar as trocas ali mesmo, dando origens 
a feiras medievais. Estas feiras cresceram até dar origem as 
primeiras cidades, chamadas Burgos. O comerciante habitante do 
burgo era o burguês. Assim nasce uma nova classe social, que será a 
dominante no sistema capitalista. Os burgos eram totalmente 
caóticos e não possuíam saneamento básico. Para a sua proteção 
eram construídos grandes muros em formatos de anel. Para 
adentrarmo-nos na cidade tínhamos que atravessar os seus portões. 
Conforme as cidades cresciam mais eram construídos novos anéis. 
Sujas e sem circulação de ar e lotadas de ratos, eram locais muito 
propícios para a proliferação de doenças, e epidemias eram 
frequentes. A mais famosa delas foi a peste negra. As cidades 
começaram a crescer muito pois o servo que fugisse para um burgo, 
estaria liberto de suas obrigações feudais caso não fosse resgatado 
em um ano. Daí um ditado da época: “O ar da cidade liberta”. As 
fugas de servos dos feudos tornaram-se frequentes. 
 
A crise do século XIV: 
 O século XIV foi marcado por uma série de crises que 
acarretaram na decadência total do Feudalismo. Foi um século 
marcados por crises de fome, guerras (guerra dos 100 anos e as 
guerras camponesas e a peste negra). 
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 A peste negra atingiu a Europa de forma tão intensa que matou 
1/3 da população ocidental. Era a peste bubônica, transmitida 
pelo rato e de fácil e rápida contaminação. As condições 
sanitárias europeias aumentavam as chances de contaminação, 
mas como não dominavam como era transmitida a doença, não 
sabiam cuidar dela e atribuíam a epidemia a um castigo de 
Deus. 
 A fome se tornou constante. A alta mortalidade da população e 
fortes invernos fizeram as colheitas declinarem. Isso provocou 
um grave conflito entre camponeses e nobreza, pois os 
senhores além de aumentarem os impostos, aumentam muito a 
exploração e dominação. Isso estimulou o aumento das fugas 
para os burgos 
 A crise da servidão foi provocada pelo renascimento comercial e 
pela superexploração feudal decorrente da diminuição da 
população. Os camponeses que permaneceram, revoltaram-se 
contra a exploração e passaram a ocorrer guerras entre 
camponeses e senhores cada vez mais violentas, além disso os 
reinos da Inglaterra e da França disputavam sucessões no 
trono. A guerra dos 100 anos e as Jaquieries destruíram a 
organização feudal e estimularam a centralização política que 
viria ao final da guerra dos 100 anos e a formação do 
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5. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS (PARTE 2). 
 
1. "Guerra proclamada pelo Papa em nome de Cristo e travada como 
iniciativa do próprio Cristo para a recuperação da propriedade cristã 
ou em defesa da Cristandade contra inimigos externos. O movimento 
das Cruzadas era em certo sentido uma extensão da guerra que 
estava sendo travada contra os muçulmanos na Espanha e na Sicília." 
 (LOYN, H.R. "Dicionário da Idade Média") 
 
a) Cite uma motivação de ordem religiosa e outra de ordem 
socioeconômica para o início das Cruzadas. 
b) Cite e analise duas repercussões do movimento das Cruzadas para 
o ocidente medieval. 
Resposta: 
 
a) 1. Você poderá citar uma motivação de ordem religiosa do 
movimento das Cruzadas tal como: a recuperação de terras 
santas tomadas pelos muçulmanos e a retomada da cidade de 
Jerusalém, entre outras de mesma natureza. 
2. Você poderá citar uma motivação de ordem sócio-
econômica do movimento das Cruzadas tal como: a busca de 
novos territórios; o excedente populacional e o processo de 
expansão comercial, entre outras de mesma natureza. 
 
b) Você poderá citar e analisar duas repercussões do 
movimento das cruzadas tais como: o domínio europeu das 
rotas comerciais do Mediterrâneo; a expansão das atividades 
comerciais e urbanas como feiras; o desenvolvimento dos 
setores sociais urbanos como a burguesia e a maior presença 
de elementos culturais de origem oriental na Europa, entre 
outras. 
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2. "Em 1348 a peste negra invadiu a França e, dali para a frente, 
nada mais seria como antes. Uma terrível mortalidade atingiu o reino. 
A escassez de mão-de-obra desorganizou as relações sociais e de 
trabalho. Os trabalhadores que restaram aumentaram suas 
exigências. Um rogo foi dirigido a Deus, e também aos homens 
incumbidos de preservar Sua ordem na Terra. Mas foi preciso 
entender que nem a Igreja nem o rei podiam fazer coisa alguma. Não 
era isso uma prova de que nada valiam? De que o pecado dos 
governantes recaía sobre a população? Quando o historiador começa 
a encontrar tantas maldições contra os príncipes, novas formas de 
devoção e tantos feiticeiros sendo perseguidos, é porque de repente 
começou a se estender o império da dúvida e do desvio." 
 (Adaptado de Georges Duby, "A Idade Média na França (987-
1460): de Hugo Capeto a Joana D'arc". Rio de Janeiro: Jorge Zahar 
Editor, 1992, p. 256-258.) 
 
a) A partir do texto, identifique de que maneira a peste negra 
repercutiu na sociedade da Europa medieval, em seus aspectos 
econômico e religioso. 
b) Indique características da organização social da Europa medieval 
que refletiam a ordem de Deus na Terra. 
 
Resposta: 
 
a) A peste negra insere-se no contexto da crise do século XIV 
e é considerada uma manifestação do esgotamento do sistema 
feudal. Quanto ao aspecto econômico, as altas taxas de 
mortalidade ocasionaram a escassez de mão-de-obra, levando 
à superexploração dos servos pelos senhores feudais e às 
consequentes revoltas camponesas, destacando-se as 
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"jacqueries", além de mudanças nas relações de trabalho. Tais 
eventos acabaram por gerar a crise do trabalho servil. 
Outro efeito da mortalidade foi a redução do mercado em um 
contexto de retomada do comércio que, juntamente à 
paralisação das rotas terrestres, em decorrência 
particularmente da Guerra dos Cem Anos, estimularam a 
Expansão Marítima e Comercial Européia. 
Quanto ao aspecto religioso, a peste serviu de argumento para 
perseguições aos grupos considerados heréticos, culpados de 
atrair a ira divina, em razão de as interpretações sobre a peste 
estarem inseridas à mentalidade medieval marcada pelo 
cristianismo. 
b) A concepção de sociedade, na Europa medieval, era 
determinada pela Igreja e fundamentada no teocentrismo. 
Assim sendo, a sociedade era estratificada, composta de três 
ordens: o clero, os que rezam; a nobreza, os que combatem; e 
os camponeses, os que trabalham. 
 
3. (Enem 2015) No início foram as cidades. O intelectual da Idade 
Média – no Ocidente – nasceu com elas. Foi com o desenvolvimento 
urbano ligado às funções comercial e industrial – digamos 
modestamente artesanal – que ele apareceu, como um desses 
homens de ofício que se instalavam nas cidades nas quais se impôs a 
divisão do trabalho. Um homem cujo ofício é escrever ou ensinar, e 
de preferência as duas coisas a um só tempo, um homem que, 
profissionalmente, tem uma atividade de professor e erudito, em 
resumo, um intelectual – esse homem só aparecerá com as cidades. 
 
LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José 
Olympio, 2010 
 
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O surgimento da categoria mencionada no período em destaque no 
texto evidencia o(a) 
a) apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato. 
b) relação entre desenvolvimento urbano e divisão de trabalho. 
c) importância organizacional das corporações de ofício. 
d) progressiva expansão da educação escolar. 
e) acúmulo de trabalho dos professores e eruditos. 
 
Resposta: 
[B] 
 
O desenvolvimento urbano e o renascimento cultural 
promoveram transformações na sociedade, como o 
surgimento de novas profissões urbanas, promovendo, 
também, uma nova divisão do trabalho. 
 
4. (Enem PPL 2014) Veneza, emergindo obscuramente ao longo do 
início da Idade Média das águas às quais devia sua imunidade a 
ataques, era nominalmente submetida ao Império Bizantino, mas, na 
prática, era uma cidade-estado independente na altura do século X. 
Veneza era única na cristandade por ser uma comunidade comercial: 
“Essa gente não lavra, semeia ou colhe uvas”, como um surpreso 
observador do século XI constatou. Comerciantes venezianos 
puderam negociar termos favoráveis para comerciar com 
Constantinopla, mas também se relacionaram com mercadores do 
islã. 
 
FLETCHER, R. A cruz e o crescente: cristianismo de islã, de Maomé à 
Reforma. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004. 
 
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A expansão das atividades de trocas na Baixa Idade Média, 
dinamizadas por centros como Veneza, reflete o(a) 
a) importância das cidades comerciais. 
b) integração entre a cidade e o campo. 
c) dinamismo econômico da Igreja cristã. 
d) controle da atividade comercial pela nobreza feudal. 
e) ação reguladora dos imperadores durante as trocas comerciais. 
 
Resposta: 
[A] 
 
As chamadas cidades comerciais – como Gênova e 
Veneza – foram muito importantes para o renascimento 
urbano-comercial e para a superação da crise agrícola do fim 
do Feudalismo. Nessas cidades o comércio renasceu primeiro, 
a burguesia primeiro se formou, e as bases econômicas da Era 
Moderna se fundaram. 
 
5. (Enem PPL 2013) Queixume das operárias da seda 
 
Sempre tecemos panos

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