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Trabalho de Imunologia Médica

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Trabalho de Imunologia Médica
Vacinas 
A maioria das vacinas em uso atualmente trabalha induzindo a imunidade humoral. Os anticorpos são o único mecanismo do sistema imunológico que previne infecções pela neutralização e eliminação dos microrganismos antes de se estabelecerem hospedeiro. Ao ser introduzida no corpo, a vacina estimula o sistema imunológico humano a produzir os anticorpos necessários para evitar o desenvolvimento da doença caso a pessoa venha a ter contato com os vírus ou bactérias que são seus causadores. Sendo assim, o princípio fundamental da vacinação é administrar uma forma morta ou atenuada de um agente infeccioso ou um componente de um microrganismo que não causa a doença, mas provoca uma resposta imune que fornece proteção contra a infecção pelo microrganismo patogênico vivo.
Além dos antígenos (atenuados ou inativados), as vacinas podem conter quantidades muito pequenas de outros produtos químicos ou biológicos, como: água estéril, soro fisiológico ou fluidos contendo proteína; conservantes e estabilizantes (por exemplo, albumina, fenóis e glicina); potencializadores da resposta imune, chamados “adjuvantes”, que ajudam a melhorar a eficácia e/ou prolongar a proteção da vacina; e também podem conter quantidades muito pequenas do material empregado para fazer crescer a bactéria ou o vírus, como a proteína do ovo de galinha. Algumas vacinas apresentam ainda traços de antibiótico na composição, para evitar o crescimento de microrganismos durante a produção e o armazenamento do produto final. Estes ingredientes ajudam a preservar as vacinas e contribuem para manter sua eficácia ao longo do tempo. 
As vacinas são poderosas ferramentas, com comprovada capacidade para controlar e eliminar doenças infecciosas que ameaçam a vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que de 2 a 3 milhões de mortes a cada ano sejam evitadas pela vacinação e garante ser a imunização um dos investimentos em saúde que oferecem o melhor custo-efetividade para as nações. Isso significa que as vacinas possibilitam excelente resultado de prevenção a baixo custo, quando comparadas com outras medidas, o que é muito importante, principalmente nos países sem condições adequadas para realizar diagnóstico e tratamento de doenças. (BALLALAI, 2016)
Em relação a eficácia das vacinas, maioria protege cerca de 90% a 100% das pessoas. O pequeno percentual de não proteção se deve a muitos fatores — alguns estão relacionados com o tipo da vacina, outros, com o organismo da pessoa vacinada que não produziu a resposta imunológica adequada. Quanto à segurança, ou seja, à garantia de que não vai causar dano à saúde, é importante saber que toda vacina, para ser licenciada no Brasil, passa por um rigoroso processo de avaliação realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse órgão, regido pelo Ministério da Saúde (MS), analisa os dados das pesquisas, muitas vezes realizadas ao longo de mais de uma década, e que demonstram os resultados de segurança e eficácia da vacina obtidos em estudos com milhares de humanos voluntários de vários países. O objetivo é se certificar de que o produto é de fato capaz de prevenir determinada doença sem oferecer risco à saúde.
O desenvolvimento de uma vacina segue altos padrões de exigência e qualidade em todas as suas fases, o que inclui a pesquisa inicial, os testes em animais e humanos sob rigoroso protocolo de procedimentos éticos, até o processo de avaliação de resultados pelas agências reguladoras governamentais. No Brasil, o órgão responsável pela avaliação dos resultados de segurança e eficácia de uma vacina e seu registro é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Anvisa, por meio da Resolução (RDC) n. 55, de 16 de dezembro de 2010, estabelece os requisitos mínimos para o registro de produtos biológicos, entre eles as vacinas. As fases de desenvolvimento exigidas por essa RDC são semelhantes às exigidas pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC). São elas:
Fase exploratória ou laboratorial: Fase inicial ainda restrita aos laboratórios. Momento em que são avaliadas dezenas e até centenas de moléculas para se definir a melhor composição da vacina.
Fase pré-clínica ou não clínica: Após a definição dos melhores componentes para a vacina, são realizados testes em animais para comprovação dos dados obtidos em experimentações in vitro.
Fase clínica: Segundo a Agência de Medicina Europeia (EMA), um estudo ou ensaio clínico é “Qualquer investigação em seres humanos, objetivando descobrir ou verificar os efeitos farmacodinâmicos, farmacológicos, clínicos e/ou outros efeitos de produto(s) e/ou identificar reações adversas ao(s) produto(s) em investigação, com o objetivo de averiguar sua segurança e/ou eficácia”. Esta etapa é dividida em outras três:
Fase 1: É a primeira avaliação do produto e tem como objetivo principal analisar a segurança e se induz alguma resposta imunológica. O grupo de voluntários costuma ser pequeno, de 20 a 80 pessoas — em geral, adultos saudáveis.
Fase 2: Nesse momento, o objetivo é avaliar a eficácia e obter informações mais detalhadas sobre a segurança. O número de pacientes que participa é de algumas centenas.
Fase 3: Aqui, o objetivo é avaliar a eficácia e a segurança no público-alvo, aquele ao qual se destina a vacina, ou seja, se ela realmente protege da doença. O número de voluntários aumenta, chegando a milhares.
Fase 4: Após a aprovação pela Anvisa, o laboratório obtém o registro que o autoriza a produzir e distribuir a vacina em todo o território nacional. Como os estudos clínicos são realizados com um número de pessoas inferior ao que receberá a vacina, o laboratório continua acompanhando os resultados, a exemplo do que ocorre com outros medicamentos. O objetivo é monitorar a ocorrência dos eventos adversos.
Essas fases são conduzidas pelo laboratório fabricante e os resultados quando demonstradas a eficácia e segurança da vacina, passam a integrar um dossiê que é encaminhado para a apreciação da Anvisa. Esse acompanhamento também é realizado pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Vigilância de Eventos Adversos Pós-vacinação (EAPV) do Programa Nacional de Imunizações (PNI). O objetivo é quantificar e qualificar os eventos adversos para não haver dúvidas de que os riscos de complicações graves causadas pelas vacinas são nulos ou muito menores que os oferecidos pelas doenças contra as quais elas oferecem proteção.
Histórico das Vacinas
Os primeiros vestígios do uso de vacinas teve início do século 17, em que a varíola era uma das doenças transmissíveis mais temíveis no mundo, atingindo, até a juventude, a maioria das pessoas e representando uma alta taxa de mortalidade. Lady Mary Montagu, esposa do embaixador inglês em Istambul, observou que a doença poderia ser evitada através de uma técnica utilizada pelos muçulmanos, com a introdução, na pele de indivíduos sadios, de líquido extraído de crostas de varíola de um paciente, assim dando início a introdução de versões atenuadas de vírus no corpo das pessoas. Esse processo, conhecido por variolação, provavelmente teve origem na China no século 10 e foi levado à Europa Ocidental, onde, embora tenha provocado vários casos de morte por varíola, foi utilizado na Inglaterra e nos EUA até surgirem as primeiras investigações do médico inglês Edward Jenner, publicadas no trabalho Variolae Vaccinae, em 1798. 9 (FEIJO, 2006)
Edward Jenner nasceu em Berkeley, na Inglaterra, em 17 de maio de 1749. Com apenas treze anos de idade, já ajudava um cirurgião em Bristol. Formou-se em medicina em Londres, e, em seguida, retornou a sua cidade natal, onde realizou experimentos relativos à varíola, que, na época matava cerca de 400 mil pessoas por ano. Em 1789, ele começou a observar que as pessoas que ordenhavam vacas não contraíam a varíola, desde que tivessem adquirido a forma animal da doença. O médico extraiu o pus da mão de uma ordenhadora que havia contraído a varíola bovina e o inoculou em um menino saudável, James Phipps, de oito anos, em 4 de maiode 1796. O menino contraiu a doença de forma branda e, em seguida, ficou curado. (FEIJO, 2006)
Em 1º de julho, Jenner inoculou no mesmo menino líquido extraído de uma pústula de varíola humana. James não contraiu a doença, o que significava que estava imune à varíola. Estava descoberta a primeira vacina com vírus atenuado que, em dois séculos, erradicaria a doença. Phipps foi o décimo-sétimo caso descrito no primeiro artigo de Jenner sobre vacinação, “Um Inquérito sobre as Causas e os Efeitos da Vacina da Varíola”. 
Em 1881, quando o cientista francês Louis Pasteur começou a desenvolver a segunda geração de vacinas, voltadas a combater a cólera aviária e o carbúnculo, ele sugeriu o termo para batizar sua recém-criada substância, em homenagem a Jenner. A partir de então, as vacinas começaram a ser produzidas em massa e se tornaram um dos principais elementos para o combate a doenças no mundo. Isso levou à aceitação geral deste método para a indução da imunidade contra doenças infecciosas, e a vacinação permanece o método mais efetivo para a prevenção de infecções 
Amostras de vírus utilizadas para vacinação chegaram ao Brasil em torno de 1840, trazidas pelo Barão de Barbacena, sendo utilizadas principalmente na proteção de famílias nobres. Posteriormente, o cirurgião Barão de Pedro Afonso, criou um Instituto privado para o preparo de vacina antivariólica no país, sendo mais tarde encarregado pelo governo de estabelecer o Instituto Municipal Soroterápico no Rio de Janeiro, posteriormente, Instituto Oswaldo Cruz (IOC) (SCHATZMAYR, 2001).
Em 1904, o Rio de Janeiro sofria com a falta de saneamento básico, apresentando ruas cheias de lixo e tratamento de água e de esgoto ineficientes. Esse quadro desencadeava uma série de epidemias, inclusive de varíola. Nesse contexto preocupante, o então presidente da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves, deu início a diversas medidas para melhorar o saneamento e reurbanizar o Rio de Janeiro.
Nesse contexto, para reduzir o número de doenças, o médico e sanitarista Oswaldo Cruz iniciou uma série de ações, como remoção do lixo e tentativas de matar os mosquitos causadores da febre amarela. A varíola era outro problema, o qual o médico pretendia resolver com a chamada Lei da Vacina Obrigatória. 
A obrigatoriedade da vacinação imposta por Oswaldo Cruz e a falta de informação sobre a eficácia e segurança das vacinas causaram grande descontentamento na população, que já estava sofrendo com a reestruturação da cidade. Por essa razão, várias pessoas saíram às ruas em protesto contra a vacinação obrigatória. O Rio de Janeiro vivenciou grandes confrontos entre a população e as forças da polícia e exército. Esses confrontos, que ocorreram no período de 10 a 16 de novembro de 1904, causaram a morte de um grande número de pessoas. Essa semana de tensão tornou-se o maior motim da história do Rio, configurando aquilo que ficou conhecido como Revolta da Vacina. Nesse presente ano culminaram com a Revogação da Lei da Vacinação Obrigatória e campanhas de vacinação mais bem sucedidas e coordenadas em todo o mundo, fizeram com que a varíola tenha sido certificada como erradicada em 1973 no Brasil e em 1980 no mundo.
Nesse sentido, é criado em 1971, o PNI (Programa Nacional de Imunização) é citado como referência mundial, como um instrumento de organização e implementação do calendário vacinal no Brasil, adotando estratégias que viabiliza e regulamenta a política nacional de humanização baseado na realidade de cada comunidade, ou seja, trata o indivíduo como um ser único que se encontra inserido em sua problemática, ampliando o conceito de saúde. Ao longo dos anos, o calendário de vacina vem sofrendo inúmeras alterações, não só baseada pelo perfil da população, mas também pelo surgimento e gravidade de novas patologias. Inicialmente, o PNI tinha apenas como alvo principal as crianças, porém ao longo dessa trajetória surgiram várias modificações no calendário que hoje abrange todas as faixas etárias, crianças, adolescentes, adultos, gestantes e idosos. (LIMA, 2017)
Assim com Programa Nacional de Imunizações (PNI) através de ações planejadas e sistematizadas desenvolvidas em nosso país erradicaram a varíola em 1973 e a poliomielite em 1989, controlaram o sarampo, o tétano neonatal, as formas graves da tuberculose, a difteria, o tétano acidental e a coqueluche. Implementaram medidas para o controle da caxumba, rubéola e da síndrome da rubéola congênita, da hepatite B, das infecções invasivas pelo Haemophilus influenzae tipo b, da influenza e também das infecções pneumocócicas e suas complicações nos idosos. (LIMA, 2017)
Depois de mais de cem anos após a Revolta da Vacina, a visão da sociedade mundial e brasileira mudou em relação à vacinação. O passado de violência e obrigatoriedade, hoje é visto pela população como uma medida eficaz na prevenção de doenças. É relevante afirmar que até hoje as técnicas utilizadas por Edward Jenner e Louis Pasteur são bases na criação de novas vacinas. Os avanços tecnológicos adentraram também ao campo dos imunobiológicos. Exemplo desse fato é o uso da Biotecnologia que compreende os estudos do DNA e células troncos, através do uso do DNA recombinante (combinação de DNAs diferentes), pôde a partir de bactérias e insetos, produzir vacinas, o que antes só era alcançado por meio de soros de pacientes já infectados por doenças. A evolução na produção de inúmeras vacinas é considerada um feito histórico, não é à toa que Plotkin disse: “Com exceção da água potável, nenhuma outra modalidade, nem mesmo antibióticos, teve tanto efeito na redução da mortalidade e crescimento da população como as vacinas (DINIZ et al., 2010)”.
Outro ponto em questão que merece destaque é o calendário de vacinação, que em seu início era composto apenas contra sete doenças, e foi se expandindo gradativamente. Essa expansão seu deu graças à redução dos quadros de morbimortalidades das doenças que acometiam a população daquela época e hoje na atualidade temos o cartão de vacina da criança, do adolescente, da gestante, do adulto e do idoso (BRASIL, 2009). 
Anualmente são realizadas campanhas de vacinação específicas para algumas doenças como: influenza, poliomielite e mais recentemente contra o HPV, que já se encontra estabelecida no calendário vacinal da adolescente. Os objetivos dessas imunizações específicas é controlar e complementar a prevenção de uma doença em foco. Nesse sentido, metas são almejadas através da vacinação de grupos de riscos como: idosos, crianças e gestantes, pois são mais vulneráveis às algumas patologias. O foco destas metas é uma proteção coletiva dos indivíduos já citados, e garantir a quebra da cadeia de transmissão das doenças. O período de realização das campanhas é de geralmente 30 dias, podendo ser prolongados de acordo com a meta a ser batida pelo ministério da saúde (BRASIL, 2001).
As vacinas distribuídas em postos de saúde no Brasil, são produzidas por laboratórios nacionais, internacionais ou por institutos especializados ligados ao poder público, como o Instituto Butantan (do governo do Estado de São Paulo) ou a Bio-Manguinhos (do governo federal). A decisão sobre quais vacinas serão produzidas é feita a partir do planejamento anual da CGPNI (Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações), em parceria com os órgãos produtores. São levados em conta, por exemplo, a incidência de determinada doença, os agentes envolvidos nela e a capacidade de produção dos laboratórios. Essas instituições enviam então os produtos a centrais de distribuição, órgãos governamentais responsáveis por embalar, armazenar na temperatura adequada e distribuí-los por todo o país.
Vacinas Atenuadas
As vacinas atenuadas podem produzir condições semelhantes às provocadas pela doença que previne (como febre, por exemplo), mas em pessoas com o sistema imunológico competente isso é muito raro e, quando ocorre, os sintomas são brandos e de curta duração. Já as pessoas com doenças que deprimem o sistema imunológico, ou que estão em tratamento com drogas que levam à imunossupressão,não podem receber esse tipo de vacina. O mesmo vale para as gestantes. 
As vacinas compostas por microrganismos não patogênicos intactos são produzidas pelo tratamento dos microrganismos de maneira que não possam causar a doença (ou seja, a sua virulência é atenuada) ou matando os microrganismos, mantendo a sua imunogenicidade. A grande vantagem das vacinas microbianas atenuadas é que elas provocam toda resposta imunológica inata e adaptativa (tanto humoral quanto mediada por células) que o microrganismo patogênico desencadearia, e elas são, portanto, a maneira ideal de induzir a imunidade protetora.
 As bactérias vivas atenuadas foram mostradas pela primeira vez por Louis Pasteur conferindo imunidade específica. As vacinas bacterianas em uso hoje, de bactérias atenuadas ou mortas, em geral induzem uma proteção limitada e são eficazes apenas por curtos períodos. As vacinas virais vivas atenuadas são geralmente mais eficazes; pólio, sarampo e febre amarela são três bons exemplos. A abordagem mais utilizada para a produção de tais vírus atenuados é a passagem repetida em cultura celular. Mais recentemente, a geração de genes mutantes sensíveis à temperatura e por deleção alcançaram o mesmo objetivo. Vacinas virais frequentemente induzem a imunidade específica duradoura, de modo que a imunização de crianças é suficiente para a proteção ao longo da vida. A maior preocupação com as vacinas virais ou bacterianas atenuadas é a segurança. A vacina viva atenuada oral contra a poliomielite praticamente erradicou a doença, mas em casos raros o vírus da vacina é reativado e provoca a poliomielite paralítica. Na verdade, o sucesso da vacinação em todo o mundo leva a questionar-se se a doença induzida pela vacina, embora rara, poderia tornar-se mais frequente do que a doença adquirida naturalmente. Este problema potencial pode ser revertido pela utilização das vacinas de vírus mortos, de modo a completar o programa de erradicação. Uma vacina inativada amplamente utilizada e de considerável importância para a saúde pública é a vacina contra a gripe. Os vírus influenza cultivados em ovos de galinha são utilizados em dois tipos de vacinas. A vacina mais comum é a trivalente inativada(morta) usada na vacina contra a gripe aplicada na pela via intramuscular. Três das cepas de influenza mais frequentemente encontradas são selecionadas a cada ano e incorporadas nesta vacina. Um segundo tipo de vacina contra a influenza envolve as mesmas três cepas, mas a vacina é constituída pelo vírus vivo atenuado e é utilizada como um spray nasal.
Referências 
FEIJO, Ricardo Becker; SAFADI, Marco Aurélio P.. Imunizações: três séculos de uma história de sucessos e constantes desafios. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre , v. 82, n. 3, supl. p. s1-s3, July 2006 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572006000400001&lng=en&nrm=iso>. access on 27 Sept. 2020. https://doi.org/10.1590/S0021-75572006000400001.
Vacinas: as origens, a importância e os novos debates sobre seu uso. Fundação Osvaldo Cruz, 25 Julho de 2016. Disponível em: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1263-vacinas-as-origens-a-importancia-e-os-novos-debates-sobre-seu-uso?showall=1&limitstart= . Acesso em 28, Set de 2020.
ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Molecular. 8ᵃ Edição. Elsevier, 2015. 
SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "História da vacina"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/a-historia-vacina.htm. Acesso em 28 de setembro de 2020.
LIMA, A. A.; PINTO, E. S.. O contexto histórico da implantação do Programa Nacional de Imunização (PNI) e sua importância para o Sistema Único de Saúde (SUS). Scire Salutis, v.7, n.1, p.53-62, 2017. DOI: http://doi.org/10.6008/SPC2236-9600.2017.001.0005
BALLALAI, Isabella; BRAVO, Flavia (Org.). Imunização: tudo o que você sempre quis saber. Rio de Janeiro: RMCOM, 2016.
Trabalho de Imunologia Médica
 
Vacinas 
 
A maioria das vacinas em uso atualmente trabalha induzindo a imunidade humoral. Os 
anticorpos são o único mecanismo do sistema imunológico que previne infecções pela 
neutralização e eliminação dos micro
rganismos antes de se estabelecerem hospedeiro.
 
Ao ser 
introduzida no corpo, a vacina estimula o sistema imunológico humano a produzir os anticorpos 
necessários para evitar o desenvolvimento da doença caso a pessoa venha a ter contato com os 
vírus ou bactérias que são seus causadores.
 
Sendo assim, o 
princípio fundamental da vacinação 
é administrar uma forma morta ou atenuada de um agente infeccioso ou um componente de um 
microrganismo que não causa a doença, mas provoca uma resposta imune que fo
rnece proteção 
contra a infecção pelo microrganismo patogênico vivo.
 
Além dos antígenos (atenuados ou inativados), as vacinas
 
podem 
conter quantidades muito 
pequenas
 
de outros produtos químicos ou 
biológicos, como: água estéril, soro 
fisiológico ou 
fluidos contendo 
proteína; conservantes e estabilizantes
 
(por exemplo, 
albumina, fenóis 
e 
glicina); potencializadores da respost
a imune, chamados “adjuvantes”, 
que ajudam a melhorar a 
eficácia e/ou pr
olongar a proteção da vacina; e 
também podem conter quantid
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ovo de galinha. Algumas vacinas apresen
tam ainda traços de antibiótico 
na composição, para 
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nto de microrganismos durante a 
produção e o 
armazenamento do produto 
final. 
Estes ingredientes ajudam a preservar as vacinas e co
ntribuem para 
manter sua eficácia ao 
longo do tempo.
 
 
As vacinas são poderosas ferrame
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infecciosas que ameaçam a vida. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
 
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de 2 a 3 milhões de 
mortes a cada ano sejam evitadas
 
pela vacinação e garante ser a 
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principalmente nos países sem 
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(BALLALAI, 2016)
 
Em relação a eficácia das vacinas, maioria protege cerca de 90% a 100% das pessoas. O 
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alguns estão relacionados com 
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imunológica adequada. Quanto à segurança, ou seja, à garantia de que não vai causar dano à 
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realizadas ao longo de mais de uma década, e que demonstram os resultados de segurança e 
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oferecer risco à saúde.
 
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procedimentos éticos, até o processo de avaliação de resultados pelas
 
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reguladoras governamentais.
 
No Brasil, o órgão responsável pela avaliação dos resu
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A maioria das vacinas em uso atualmente trabalha induzindo a imunidade humoral. Os 
anticorpos são o único mecanismo do sistema imunológico que previne infecções pela 
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introduzida no corpo, a vacina estimula o sistema imunológico humano a produzir os anticorpos 
necessários para evitar o desenvolvimento da doença caso a pessoa venha a ter contato com os 
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Além dos antígenos (atenuados ou inativados), as vacinas podem conter quantidades muito 
pequenas de outros produtos químicos ou biológicos, como: água estéril, soro fisiológico ou 
fluidos contendo proteína; conservantes e estabilizantes (por exemplo, albumina, fenóis e 
glicina); potencializadores da resposta imune, chamados “adjuvantes”, que ajudam a melhorar a 
eficácia e/ou prolongar a proteção da vacina; e também podem conter quantidades muito 
pequenas do material empregado para fazer crescer a bactéria ou o vírus, como a proteína do 
ovo de galinha. Algumas vacinas apresentam ainda traços de antibiótico na composição, para 
evitar o crescimento de microrganismos durante a produção e o armazenamento do produto 
final. Estes ingredientes ajudam a preservar as vacinas e contribuem para manter sua eficácia ao 
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As vacinas são poderosas ferramentas, com comprovada capacidade para controlar e eliminar 
doenças infecciosas que ameaçam a vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 
de 2 a 3 milhões de mortes a cada ano sejam evitadas pela vacinação e garante ser a imunização 
um dos investimentos em saúde que oferecem o melhor custo-efetividade para as nações. Isso 
significa que as vacinas possibilitam excelente resultado de prevenção a baixo custo, quando 
comparadas com outras medidas, o que é muito importante, principalmente nos países sem 
condições adequadas para realizar diagnóstico e tratamento de doenças. (BALLALAI, 2016) 
Em relação a eficácia das vacinas, maioria protege cerca de 90% a 100% das pessoas. O 
pequeno percentual de não proteção se deve a muitos fatores — alguns estão relacionados com 
o tipo da vacina, outros, com o organismo da pessoa vacinada que não produziu a resposta 
imunológica adequada. Quanto à segurança, ou seja, à garantia de que não vai causar dano à 
saúde, é importante saber que toda vacina, para ser licenciada no Brasil, passa por um rigoroso 
processo de avaliação realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse 
órgão, regido pelo Ministério da Saúde (MS), analisa os dados das pesquisas, muitas vezes 
realizadas ao longo de mais de uma década, e que demonstram os resultados de segurança e 
eficácia da vacina obtidos em estudos com milhares de humanos voluntários de vários países. O 
objetivo é se certificar de que o produto é de fato capaz de prevenir determinada doença sem 
oferecer risco à saúde. 
O desenvolvimento de uma vacina segue altos padrões de exigência e qualidade em todas as 
suas fases, o que inclui a pesquisa inicial, os testes em animais e humanos sob rigoroso 
protocolo de procedimentos éticos, até o processo de avaliação de resultados pelas agências 
reguladoras governamentais. No Brasil, o órgão responsável pela avaliação dos resultados de

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