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Parnasianismo: Estilo e Características

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Parnasianismo
↳ O Parnasionismo foi contemporâneo do
Realismo Naturalista, estando, portanto,
marcando pelos ideais cientificistas e
revolucionários do período. Diz respeito,
especialmente, à poesia da época, opondo-se ao subjetivismo e ao descuido com a
forma do Romantismo. O nome Parnaso diz respeito à figura mitológica que
nomeia uma montanha na Grécia, morada de musas e do deus Apolo, local de
inspiração para os poetas. A escola adota uma linguagem mais trabalhada,
empregando palavras sofisticadas, atendendo às necessidades da métrica e
ritmo regulares, que dificultam a compreensão, mas que lhes são característicos.
Para os parnasianos, a poesia deve pintar objetivamente as coisas sem
demonstrar emoção.
↳ A nova tendência toma corpo a partir de 1878,
quando nas colunas do Diário do Rio de
Janeiro se tenta criar a “Guerra do Parnaso”,
defendendo o emprego da ciência e da poesia
social, sem visar modificar nada, recebendo a
alcunha de ideia Nova. O poeta Alberto de Oliveira deseja o Realismo na poesia,
enquanto em São Paulo, Raimundo Correia e alguns colegas criam polêmicas
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sobre novo movimento na Revista de Ciências e Letras.Surge a poesia
diversificada: poesia científica, socialista e realista. A ciência é a única a manter
certo rigor e exclusividade. As demais se liberando do Romantismo aos poucos.
↳ Segundo Alfredo Bosi, a obra de Teófilo Dias, Fanfarras (1882) pode ser
considerada o primeiro livro parnasiano, contrapondo-se a Alberto de Oliveira
que destaca Soneto e Rimas (1880) de Luís Guimarães Júnior, como a primeira
manifestação.
Característica�:
↳ Os poetas brasileiro tomam como
fonte de inspiração os
portugueses do século XVIII,
destacando, sobretudo, o
trabalho de Bocage. Voltam-se,
também, para Basílio da Gama, Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio
Gonzaga. Cultuam a estética do Arcadismo, a correção da linguagem,
propiciadora de originalidade e imortalidade, buscando objetividade e
impassibilidade diante do objetivo, cultuando a forma para atingir a perfeição.
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↳ A sintaxe, sob a influência do século XVIII, prima pela devolução à clareza, à
lógica e à sonoridade. Os parnasianos evitam as aliterações, homofonias, hiatos,
ecos e expressões arrebatadoras, mas apreciam a rima consoantes, aplicada sob
o jugo de regras rígidas, privilegiando a rima paroxítona, abarcando a interna e
exigindo a rima em todas as quadras. Dão ênfase às alternâncias graves, aos
versos de rimas paralelas ou intercaladas. Apreciam as metáforas devidas das
lendas e histórias da Antiguidade Clássica, símbolo do ideal de beleza.
↳ O soneto ressurge juntamente com o verso alexandrino, bem como o trabalho
com a chave de ouro e a rima rica. A vida é cantada em toda sua glória,
sobressaindo-se a alegria, a sensualidade, o conhecimento do mal. A imaginação
é sempre dominada pela realidade objetiva.
↳ O universalismo se sobrepõe ao nacionalismo. Entretanto, o Parnasianismo
inicial, ligado à inspiração derivada dos temas históricos de Roma e Grécia, vai
se deslocando, aos poucos, para a paisagem brasileira, graças à ação do meio e
das tradições poéticas, tendendo à busca da simplicidade clássica, A recorrência
ao arcadismo interno e ao português acaba dando ao movimento uma
configuração própria. O social perde a força do início, cedendo lugar ao princípio
da Arte pela Arte, postulado pelo poeta francês, Théophile Gautier, sem,
entretanto, suprimir o subjetivismo. Por isso, os poetas não obedecem com
precisão o cientificismo e nem primam pela objetividade, mas se orientam pelo
determinismo, pessimismo e sensualismo, prevalecendo, com frequência, a
exigência de precisão, a riqueza de linguagem e a descrição.
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Olav� Bila�:
- Destaca-se pelo devotamento ao culto da palavra e ao estudo da língua
portuguesa. Os recursos estilísticos que mais emprega são: a repetição de
palavras, o polissíndeto e o assíndeto (separados ou conjugados), suas metáforas
e comparações são claras.
- Retratando o amor em suas obras, associado, geralmente, à noção de pecado,
cantado sob o domínio do sentimentalismo, fugindo às características
parnasianas, como se pode observar nos 35 sonetos de Via Láctea. As estrelas
têm presença marcante em seus versos, ora aparecem como confidentes, ora
como testemunhas ou conhecedoras do mistério da vida.
- A criança, também, recebe atenção dedica-lhe quadras infantis em que o mundo
juvenil aparece idealizado, destituído de misérias, ressaltando o aspecto
doméstico, patriótico e nobre. Por isso, acaba sendo aclamado “o poeta da
criança”. Outros temas prediletos são a guerra e a pátria. O patriotismo é
cantado eternamente, a ponto de assumir a forma de propaganda do progresso e
bem de estar nacional. A preocupação com temas nativistas se manifesta em O
caçador de Esmeraldas e é bem executada em Tarde, notadamente, nos poemas
Pátria, Música Brasileira, Pesadelo e Iara.
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Albert� d� Oliveir�:
- Temas variados
- Com laivos românticos, se firma como parnasiana com Soneto e Poemas.
- Sua constância ao Parnasianismo se deve à fidelidade às leis métricas e à
tendência à descrição. Os recursos estilísticos que emprega são o hipérbole,
polissíndeto, repetição de palavras, símbolos e alusões mitológicas, muitas
vezes, combinados ou ligados entre si.
- Nos primeiros livros entrega-se aos rigores do movimento,porém aos poucos, vai
se libertando, dedicando-se aos temas nacionais.
Raimund� Correi�:
- Não se preocupa em dar cor local e aproxima-se mais da paisagem européia. seus
poemas, embora façam parte do Parnasianismo, apresentam estilo sóbrio,
demonstrando execução apurada, recoberta de objetividade, distante da
pomposidade vocabular.
- Sua poesia está cheia de sombras e lugares, revelando dor e amargura. Por
vezes, os poemas transmitem sensações complexas, provocadas pela
musicalidade dos versos e pelo emprego de sinestesias a ponto de seus últimos
trabalhos se aproximarem da estética do Simbolismo. Sua poesia é descritiva,
voltada à exaltação da forma e à Antiguidade.
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RESUMO
- Início com a obra “Fanfaras”, de Teófilo Dias
- Perfeição estética, se preocupando com a estética/ beleza. E busca do sentido para
a existência humana
● CARACTERÍSTICAS
- Arte pela arte
- Preocupação estética
- Objetivismo
- Universalismo
- Cientificismo e Positivismo
- Baseados na realidade, fatos históricos, mitologia grega e cultura
- Busca pela perfeição formal
- Elementos religiosos
- Sacralidade e culto a forma
- Preocupação com a estética,metrificação, versificação
- Utilidade de rimas ricas e palavras raras
- Sonetos
- Descrição visual bem detalhada
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