Prévia do material em texto
Emanuel Barros - Enf Crescimento → Definição: ● Crescimento significa divisão celular e aumento da massa corpórea podendo ser identificado por medidas como peso e estatura. Ele estende-se da fecundação a senilidade, derivado da instrução genética e influenciado por fatores ambientais. ● É importante salientar que uma criança pode se desenvolver e não crescer (acondroplasia- crescimento em altura deficiente; ou vice versa no caso da síndrome de Down. ● A partir da fertilização há uma informação genética que será um plano para o crescimento, porém esse plano pode ser mudado em qualquer fase da vida pelos fatores externos (ambientais) → fenótipo. → O feto tem um padrão de crescimento desde a concepção, mas o pico da velocidade de crescimento em comprimento durante o período intrauterino acontece no 2º trimestre da gravidez, e o do peso, no último trimestre. → Se o RN tem um peso baixo, significa que ocorreram problemas no final da gestação. SE ele nascer com uma estatura baixa esse problema pode ter vindo desde o início. Isso implica no crescimento pois uma lesão crônica pode levar futuramente a baixa estatura. → Dentro do útero, o crescimento depende de fatores maternos, tais quais, condições nutricionais, de saúde e do tamanho da mãe do que do seu potencial genético. → Durante os primeiros 2 anos de vida, ocorre o que se chama de canalização. Onde o lactente pode ter nascido com um pequeno comprimento mas se tiver potencial genético para alturas maiores mudará de percentil na curva de crescimento ja nas primeiras semanas. No caso inverso essa mudança será a partir de 6 meses. → Fases do crescimento pós natal: ● 2,5 a 3 anos: uma fase de crescimento rápido, mas também de desaceleração rápida; ● 3 anos à puberdade: uma fase de crescimento mais estável com uma desaceleração lenta. ● Puberdade: o estirão caracterizado por um crescimento rápido até atingir o pico, com desaceleração posterior até atingir a altura adulta. Durante esse estirão os meninos tem pico de crescimento de 9,5 cm/ano e meninas de 8,5cm/ano. → A diferença no pico de crescimento entre os sexos e o fato de os meninos crescerem por mais 2 anos explica a diferença média de 13 cm entre homens e mulheres. Emanuel Barros - Enf #ALGUMAS CRIANÇAS TEM UM ESTIRÃO ENTRE 7 E 8 ANOS DE IDADE= ESTIRÃO DO MEIO DA INFÂNCIA. #FATORES INTRÍNSECOS DO CRESCIMENTO: → Genéticos: ● O crescimento, assim como outras características é herdado de genes contidos no núcleo do óvulo fertilizado com metade de características da mãe e metade do pai. ● O padrão de crescimento está qualitativa e quantitativamente influenciado pela genética ● A heterose é importante no processo de crescimento pois um estudo feito com crianças de maior estatura evidenciou que os pais eram de regiões distantes geograficamente. ● Tipo morfológico: normossômico, hipossômico (querem alimentar em excesso e acaba causando obesidade, diarréia, vômitos) e hiperssômico.// normolíneo, longilíneo e brevilíneo. → Fatores neuroendócrinos: ● Há uma interação entre SN e endócrino, onde cérebro (hipotálamo) regula a secreção de hormônio que agirão retroativamente no encéfalo modificando sua atividade. ● O hipótalamo é um centro receptor e distribuidor de mensagens que controla a função da hipófise na produção e liberação de hormônios tróficos que afetam todas as glândulas do corpo. Nele existem centros que têm influência no crescimento. ● Os neurônios hipotalâmicos contém peptídeos que regulam a secreção de hormônios da hipófise anterior, chamados de fatores de liberação e fatores de inibição. A secreção desses peptídeos dependem de norepinefrina e dopamina. ● Norepinefrina: inibe a secreção de CRF( fator de liberação de corticotrofina) e estimula a secreção de LRF (Fator de liberação do hormônio Luteinizante); FRF (hormônio folículo-estimulante), GRF (crescimento) e TRF (tireotrófico). ● Dopamina: estimulam o GRF. ● Peptídeos plasmáticos: somatomedinas (IGF-1 e IGF-2) e também a eritropoetina. #FATORES EXTRÍNSECOS DO CRESCIMENTO → Fatores ambientais pré-natais: ● No período pré-natal a velocidade de multiplicação é muito rápida, principalmente nas 8 primeiras semanas. ● Nutricionais: deficiência de iodo, vitaminas e outros fatores; ● Mecânicos: ectopia e posição fetal anormal; ● Endócrinos: diabetes mellitus materna ● Irradiações, drogas com efeitos teratogênicos Emanuel Barros - Enf ● Infecciosos: rubéola, sífilis, toxoplasmose ● Função placentária deficiente → Fatores ambientais pós natais: ● Processos mórbidos como poliomielite e raquitismo ● Doenças agudas: pode haver parada do crescimento mas há uma retomada posterior ● Doenças crônicas: cardiopatias e desnutrição ● Nutrição: 40% da energia é destinada ao crescimento no 1º ano de vida → 20%; ter uma dieta balanceada com quantidade adequada de energia e nutrientes. ● A proteína é muito importante no processo de crescimento, principalmente a albumina ● A criança precisa de 12 minerais em quantidades adequadas para a formação de novos tecidos: ca, fósforo e Mg (osso)/ iodo (hormônio tireoidiano) ● Vitaminas mais importantes: A (estimula células endoteliais da zona de ossificação e regula a atividade osteoblástica); D (regula o metabolismo de ca e fósforo); C (é fundamental para manutenção da substância intercelular no tecido conjuntivo, osso e dente. → Atividade física: ● Um curto tempo de atividade física já é importante para o crescimento normal e a atividade protoplasmática do tecido. ● Força da gravidade, suporte de peso corpóreo e contração muscular são importantes para o crescimento ósseo adequado ● Impacto na idade óssea, onde praticantes tem uma idade óssea superior a cronológica. #CRESCIMENTO NO PERÍODO FETAL → Fatores que influenciam: ● Nutrição fetal: glicose, se houver deficiência proteica pode causar danos no crescimento, deficiência de ácido fólico→ RCIU ● Suprimento de o2 e integridade úteroplacentária #HORMÔNIOS QUE AUXILIAM O CRESCIMENTO: → Insulina: ● já é detectada no plasma fetal com 12 semanas. (ela promove o crescimento estimulando a captação celular de aa→ síntese de ptn; aumenta o depósito de glicogênio e lipídeos nos tecidos de armazenamento, fígado, músculo e tecido adiposo. → Hormônio lactogênio placentário: estimula o crescimento. → Somatomedinas: ● No feto: produzidas pela placenta e pelo feto, estimulam mitose celular e tem propriedades semelhantes a insulina Emanuel Barros - Enf ● Ação: O principal fator de crescimento, tanto no período pré-natal como no período pós-natal, é a IGF-I, que age na epífise de crescimento. No período pós-natal, a IGF-I, sob a regulação direta do GH, é produzida no fígado e liberada na circulação e também produzida diretamente na epífise óssea. ● IGF-I estimula expansão e a hipertrofia, ● é transportado por uma proteína carreadora (IGFPB3), a qual tem a função de aumentar a meia-vida plasmática dos IGF → GH: ● produzido na hipófise, também tem ação direta na placa de crescimento, estimula a diferenciação celular e age no hepatócito onde. aumenta a secreção de fator de crescimento insulina-símile (IGF-1). → Hormônios tireoidianos: ● estimulam a produção e a secreção de GH e estimulam a síntese de IGF-I GH-dependente. Além disso, os hormônios tireoidianos têm um efeito direto na placa de crescimento, estimulando a diferenciação terminal dos condrócitos e a atividade dos osteoclastos → Glicocorticóides: ● apresentam um efeito agudo de estimular o crescimento, mas uma exposição crônica a níveis elevados de glicocorticóides causa uma diminuição da síntese e da sensibilidade ao GH e, consequentemente, diminui a síntese de IGF-I e a proliferação celular, comprometendo o crescimento. → Esteróides sexuais: ● O fechamento das epífises de crescimento é um efeito direto dos estrogênios. apresentam receptores específicos na placa de crescimento, além de estimulas a síntese de GH → Crescimento na adolescência: é desproporcional, iniciando-se, primeiramente, pelas extremidades distais, o que dá ao adolescente um aspecto peculiar nessa fase.Após o crescimento dos pés e mãos, ocorre o crescimento das extremidades proximais e, por último, o do tronco, retomando, então, a harmonia e a proporcionalidade Parâmetros utilizados para avaliar o crescimento: → Acompanhar o crescimento faz parte da rotina do atendimento à criança, defendido tanto pelo MS como pela SBP. → Um dos aspectos mais importantes utilizados para avaliar o crescimento é a tecnica utilizada na obtenção dos dados antropométricos. → Ao nascer, o menino mede em torno de 50 cm, e a menina, 49 cm de comprimento, com variação de +/- 2 cm. O peso é, em média, de 3.300 g. Crianças nascidas com peso menor que 2.500 g são denominadas de baixo peso e entre 2500 e 3000g peso insuficiente. → O deficit estatural representa atualmente a característica antropométrica mais representativa do quadro epidemiológico da desnutrição no Brasil. Emanuel Barros - Enf → A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação permite que a criança seja mais bem avaliada na sua relação peso vs. comprimento (para menores de 2 anos) ou peso vs. altura (para maiores de 2 anos). Tal parâmetro auxilia na classificação de crianças que em um determinado período estiveram desnutridas e tiveram o comprometimento de sua estatura, possibilitando uma melhor identificação de crianças com excesso de peso e baixa estatura → técnica: ● Para crianças com menos de 3 anos, seu comprimento deve ser medido com um estadiômetro infantil ou uma régua horizontal; ● A criança deve está em posição supina e o canto do olho deve está perpendicular ao corpo com os pés juntos. → Curvas de crescimento: ● Instrumento utilizado para se fazer uma avaliação sobre o crescimento. ● Objetivo comparar a altura encontrada com a esperada para crianças do mesmo sexo e idade e para acompanhar possíveis alterações na velocidade de crescimento. ● A da OMS foi elaborada dentro de um projeto envolvendo 6 cidades de 6 países: Brasil (Pelotas), Gana (Accra), Índia (Nova Déli), Noruega (Oslo), Omã (Muscat) e Estados Unidos (Davis). ● O brasil adotou a curva da OMS que está presente na caderneta de saúde da criança, e são apresentadas curvas do nascimento até 2 anos, dos 3 aos 5 e dos 5 aos 20, para comprimento/altura, e índice de massa corporal (IMC), e para o peso até os 10 anos, para os sexos masculino e feminino. → Idade óssea: ● É calculada pela avaliação de uma radiografia da mão e do punho esquerdos→ Recomendam-se a mão e o punho esquerdos porque tanto a avaliação com o atlas de Greulich-Pyle4 como o método de Tanner (TW2)5 foram elaborados desse lado; além de, a maioria da população é destra e a mão esquerda é menos sujeita a lesões e agressões ● Método pelo qual endocrinologistas pediátricos acompanham o grau de maturação corporal. ● As possíveis situações em que a IO pode auxiliar na prática clínica são: alteração na curva de crescimento, ascendente ou descendente; complementação diagnóstica nos casos de distúrbios do crescimento e/ou puberdade; pressão familiar e/ou social. ● O cálculo da idade óssea é feito comparando-se os centros de ossificação visíveis da mão esquerda de uma criança com padrões previamente estabelecidos. Avaliando se tem presença de calcificação nas várias cartilagens que normalmente ossificam em idades definidas. A IO é feita por meio da análise do aparecimento de núcleos de ossificação do rádio/ulna, metacarpos/falanges e carpo. Emanuel Barros - Enf ● Existem 2 métodos empregados para analisar a idade óssea: ► Método de Greulich-Pyle: radiografias mostram a IO a cada três meses no primeiro ano, a cada seis meses de um até cinco anos, e depois anualmente. Tem como vantagem ser um método mais fácil e mais rápido, sendo um bom método de triagem. Porém, é um método de baixa precisão, já que não permite análise contínua da IO. Tem uma correlação linear com a idade cronológica (IC), mas, em caso de assincronismo do aparecimento dos núcleos ósseos, pode haver dúvidas. Além disso, podem haver diferenças com outros grupos populacionais (porque foi feita com crianças brancas de bons níveis socioeconômico européias. É um método com alto índice de subjetivismo visto que a comparação é feita com radiografias-padrão. ● ► Método de Tanner-Whitehouse: ). O TW2 é um método mais preciso, tem boa correlação com a variação linear da IC, não sendo prejudicado pelo assincronismo no aparecimento dos núcleos epifisários. Tem uma menor variação entre dois observadores, pois analisam-se 20 núcleos dos ossos da mão esquerda. ● O desenvolvimento corporal de uma criança está mais relacionado a idade óssea que a idade cronológica. ● a menina cresce até atingir uma idade óssea de 15 a 16 anos, e o menino, até uma idade óssea de 17 a 18 anos. ● o radiologista compara a radiografia do paciente com os modelos apresentados no atlas e avalia com qual idade se parece. ● . De modo geral, aceita-se que a idade óssea apresenta, em relação à idade cronológica, uma variação de +/- 2 anos. ● Como o fechamento completo das epífises indica que a pessoa parou de crescer, o que esses métodos sugerem é o quanto ainda o paciente pode crescer. Sendo assim, tendo-se dois meninos de mesma idade e mesma altura, mas um com idade atrasada e outro com idade adiantada, pode-se inferir que o menino com idade atrasada tem maior probabilidade de atingir a idade adulta com maior altura. ● Porém em alguns casos como na puberdade precoce, hipertireoidismo e obesidade a idade óssea pode está acima da idade cronológica. ● Atraso na idade óssea: desnutrição, prematuridade, hipotireoidismo, hipopituitarismo, • Doenças de depósito – Mucopolissacaridoses – síndrome de Hurler • Hipogonadismo • Doença de Addison • Uso crônico de corticóide exógeno ou hiperprodução endógena (síndrome de Cushing). e infecção crônica Emanuel Barros - Enf → Velocidade de crescimento: ● Velocidade significa espaço dividido pelo tempo. Em crescimento isso se traduz em altura ganha em determinado intervalo de tempo. ● A criança cresce em média 25 cm no primeiro ano, sendo 15 cm no primeiro semestre e 10 cm no segundo. Já no segundo ano inteiro, a criança cresce 10 cm, e, a partir dos dois anos de idade, cresce entre 5 e 7 cm por ano até o início da puberdade, quando a velocidade de crescimento torna a aumentar, atingindo um pico médio de velocidade de 9 cm/ano para a menina e 10 cm/ano para o menino ● Assim, recomenda-se que medidas de estatura sejam feitas com, pelo menos, três meses de intervalo, pois o ganho em estatura é pequeno . ● calcular o escore z da primeira e da segunda medida, e depois subtrair o primeiro do segundo. Se a diferença for maior que zero, significa velocidade em ascensão; se for igual a zero, a velocidade está estável; se for menor que zero, ela está descendente. ● Como as curvas são construídas e delimitadas com percentis 3 e 97 ou +/- dois desvios padrão, existe um percentual de crianças normais que terão valores abaixo de 3% no caso dos percentis, ou 2,5% no caso do desvio padrão. → perímetro torácico: ● Quando nasce a relação entre diâmetro transverso e ântero-posterior=1 ● 1 ano= 1,25 ● 6 anos= 1,35