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DESAFIOS E EXPECTATIVAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DISGRAFIA SABERES PEDAGÓGICOS

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
HELEN CRISTINA GOMES DE O. LINHARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESAFIOS E EXPECTATIVAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ALUNO 
COM DISGRAFIA – SABERES PEDAGÓGICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POSSE-GO 
2021 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
HELEN CRISTINA GOMES DE O. LINHARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESAFIOS E EXPECTATIVAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ALUNO 
COM DISGRAFIA – SABERES PEDAGÓGICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POSSE- GO 
2021 
Trabalho de conclusão de curso apresentado como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
Pedagogo. 
Universidade Paulista – Polo Posse/ GO. 
Orientação: Professor Me. Fábio Ferreira Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente a Deus que me amparou em todos os momentos, dando força e 
coragem nesta caminhada. Aos meus pais e familiares que incentivaram e ajudaram 
de diversas formas na realização deste trabalho, aos professores desde a 
alfabetização até o ensino superior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos familiares pelo 
apoio e a confiança acreditando no meu 
potencial, ajudando a realizar este sonho 
em comum. A todos os professores 
responsáveis por minha formação 
docente, aos amigos e colegas que 
sempre tiveram presentes nesta jornada, 
segurando as mãos durante as quedas. E 
em especial a todos os educadores e 
futuros educadores que sonham com uma 
educação de qualidade e enfrentam no 
dia a dia os desafios da sala de aula.
 
 
RESUMO 
Existe o pré-conceito da sociedade em pensar que os portadores de TAs são 
injustiçados, dignos de pena e incapazes, não percebendo que eles apenas 
aprendem e compreendem de maneira diferente ao comum, ser portador de 
disgrafia não significa que o individuo será um “desastre” na área das linguagens. 
Tais pensamentos só mostram a falta de conhecimento e o despreparo para lidar 
com tais desafios sociais, educacionais e acadêmicos. O portador deste transtorno 
quando inseguro devido a sua limitação, tem medo de enfrentar novas experiências 
de aprendizagem, pois acredita ser incapaz de evoluir. O mesmo pode ter alteração 
de comportamento, tornando-se agressivos e desinteressados. É necessário 
atenção para não rotular, condenando o aluno para o resto da sua vida. Para os 
professores o diagnóstico é valioso porque permite planejar o trabalho, as 
metodologias, melhorando o sucesso das lições, pois o mesmo indica formalmente 
os tipos de recursos que devem ser utilizados para determinada dificuldade. O 
profissional da educação deve estar atento aos alunos. Comumente, são alunos que 
não apresentam tarefas feitas, não participam das aulas, são consequentemente 
crianças inibidas. Caso não verificado o problema, pode-se chegar à reprovação 
destes alunos no final do ano ou déficit de conhecimento necessário para série 
seguinte. É necessária a identificação desses alunos o quanto antes, pois os 
problemas a longo prazo estão ligados á insegurança, medo, baixa autoestima, 
surgimento de criticas, punições indevidas e comprometimento escolar podendo 
afastar o estudante do contexto escolar e até mesmo do social. Sabe-se que, com 
um ensino adequado ou uma estimulação individualizada e coletiva, essas crianças 
podem render mais, elas têm um bom nível de inteligência e que a mesma não lhes 
falta. O que falta são instrumentos claros para a avaliação precoce dessas crianças 
e uma melhor compreensão de todos os processos envolvidos na aquisição dos 
diferentes conhecimentos. 
 
Palavras-chave: Disgrafia, Transtorno de aprendizagem, Escrita e Metodologias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
There is a society's pre-concept of thinking that people with AT are wronged, pitiful 
and incapable, not realizing that they just learn and understand differently from the 
ordinary, being a person with dysgraphia does not mean that the individual will be a 
“disaster. ” in the area of languages. Such thoughts only show the lack of knowledge 
and unpreparedness to deal with such social, educational and academic challenges. 
When people with this disorder are insecure due to their limitations, they are afraid to 
face new learning experiences, as they believe they are unable to evolve. The same 
can change behavior, becoming aggressive and disinterested. It is necessary to be 
careful not to label, condemning the student for the rest of his/her life. For teachers, 
the diagnosis is valuable because it allows them to plan the work, the methodologies, 
improving the success of the lessons, as it formally indicates the types of resources 
that should be used for a given difficulty. The education professional must be 
attentive to the students. Commonly, they are students who do not have tasks done, 
do not participate in classes, are consequently inhibited children. If the problem is not 
verified, these students may fail at the end of the year or lack the necessary 
knowledge for the next grade. It is necessary to identify these students as soon as 
possible, as long-term problems are linked to insecurity, fear, low self-esteem, the 
emergence of criticism, undue punishment and school commitment, which can lead 
to a distance between the student and the school context and even the social one. It 
is known that, with adequate education or individualized and collective stimulation, 
these children can yield more, they have a good level of intelligence and that they do 
not lack. What is lacking are clear instruments for the early assessment of these 
children and a better understanding of all the processes involved in the acquisition of 
different knowledge. 
 
 
 
 
 
Keywords: Dysgraphia, Learning Disorder, Writing and Methodologies. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO...........................................................................................................08 
CAPÍTULO I 
1 DISGRAFIA: DESAFIOS DO AMBIENTE ESCOLAR FRENTE ÀS DIFICULDADES 
INTELECTUAIS E SOCIAIS.......................................................................................10 
1.1 O que é aprendizagem e como acontece?.....................................................10 
1.2 Transtornos de Aprendizagem.......................................................................11 
1.3 Conhecendo a disgrafia ……………………………………..............................12 
 CAPÍTULO II 
2 AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS JUNTO Á ALUNOS PORTADORES DE 
DISLEXIA...................................................................................................................18 
 2.1 Ambiente escolar............................................................................................18 
2.2 Efeitos das dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita.......................21 
2.3 Os professores e as práticas docentes diante dos alunos com dificuldades 
severas em leitura e escrita..................................................................................23 
 2.4 Formação dos professores para trabalhar com alunos portadores Disgrafia.25 
CAPÍTULO III 
3 AVALIAÇÃO E PRÁTICA PEDÁGOGICA: ANÁLISE E DISCURSSÃO..................28 
3.1 Pesquisas de qualidades sobre disgrafia........................................................28 
3.2 O uso do concreto e das novas tecnologias no ensino de crianças portadoras 
de dislexia........................................................................................................28 
3.3 Intervenções Pedagógicas..............................................................................29 
3.4 Contribuições da Psicopedagogia para as práticas pedagógicas voltadas para 
alunos portadores de disgrafia..............................................................................33CONCLUSÃO…………..............................................................................................36 
REFERÊNCIAS..........................................................................................................38 
8 
 
INTRODUÇÃO 
Ao avaliarmos o processo de histórico-cultural do homem dentro da sociedade, 
ao longo de toda a história da evolução humana, houve a criação de códigos para 
expressar determinados significados. A possibilidade de simbolizar implica no 
domínio dos códigos escritos. 
A aprendizagem, aquisição e domínio da leitura e escrita é um processo 
complexo com alto nível de dificuldade para a criança que se encontra na fase 
inicial de alfabetização, pois tais aprendizagens exigem das mesmas habilidades 
cognitivas e motoras que exigem dos alunos o uso de componentes sensório-
motores e perceptivos, ou seja, a capacidade de decodificação das palavras e 
ação motora adequada no ato da escrita. 
A pesquisa objetiva atentar os profissionais de educação sobre os índices de 
fracasso escolar em na área das linguagens, proporcionando uma pesquisa voltada 
para as causas deste grande número de alunos que têm dificuldades em dominar a 
leitura e escrita. Este projeto trata de uma busca a inúmeras perguntas para este 
problema que é retratado unidades escolares, este fracasso pode estar relacionado 
a um transtorno de aprendizagem chamado: Disgrafia. 
Por ser um transtorno pouco explorado dentro das unidades escolares, no 
processo de formação continuada dos professores. Este, por sua vez, não tendo 
conhecimento taxava o aluno com dificuldade de preguiçoso, “burro”, lançando 
inúmeras crítica e punições indevidas. As dificuldades de aprendizagem ainda são 
assuntos poucos explorados nas escolas. Hoje, com estudos nesta área, os 
professores estão observando mais seus alunos evitando problemas futuros. 
Para os professores o diagnóstico é valioso porque permite planejar o 
trabalho, as metodologias, melhorando o sucesso das lições, pois o mesmo indica 
formalmente os tipos de recursos que devem ser utilizados para determinada 
dificuldade. 
O portador deste transtorno quando inseguro devido a sua limitação, 
geralmente tem medo de enfrentar novas experiências de aprendizagem, pois 
acredita ser incapaz de evoluir. O mesmo pode ter alteração de comportamento, 
tornando-se agressivas e desinteressadas. É necessário atenção para não rotular, 
condenando o aluno para o resto da sua vida. 
Para o desenvolvimento dessa pesquisa utilizou-se como metodologia de 
pesquisa bibliográfica, com autores que tratam do tema com responsabilidade, livros 
9 
 
embasados com grandes estudiosos em diferentes épocas, que dialogam sobre as 
dificuldades de aprendizagem e a disgrafia. 
É necessário levar este tema ao conhecimento da sociedade numa 
discussão permanente, como instrumento para lutas a criação e melhoria das 
políticas públicas para os portadores deste transtorno, assim como todas as 
conquistas da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
CAPITULO I- DISGRAFIA: DESAFIOS DO AMBIENTE ESCOLAR FRENTE ÀS 
DIFICULDADES INTELECTUAIS E SOCIAIS. 
 
1.1- O que é aprendizagem e como acontece? 
A aprendizagem possui uma base neurológica, que se relaciona com a forma 
como cada cérebro é formado e estruturado, já que cada um se organiza de acordo 
com as experiências individuais e estímulo de cada pessoa acontece a partir da 
junção de fatores genéticos mais a experiência. Diversos componentes afetam o 
processo de aprendizagem, como o ambiente, o estímulo, a disposição de quem 
ensina e de quem aprende o estado emocional e muito mais, porém é no cérebro, 
principalmente no Sistema Nervoso Central que toda base desse processo 
acontece. 
É como uma cidade planejada, que à medida que vai sendo construída vai 
adquirindo características próprias, podendo ocorrer, inclusive, algumas 
mudanças no plano original. A história de vida de cada um constrói, desfaz 
e reorganiza permanentemente as conexões sinápticas entre os bilhões de 
neurônios que constituem o cérebro. (COSENZA E GUERRA, 2011, P. 28) 
Cada cérebro se organiza e se forma de maneira única e exclusiva, definindo assim 
a forma e os estilos de aprendizagem de cada um. As pessoas aprendem de forma 
diferente porque as pessoas são diferentes, na forma como cada cérebro irá se 
moldando assim como fisicamente, temperamento, personalidade, de onde vêm, no 
que acreditam, entre diversas outras áreas. 
Esse desenvolvimento se inicia desde a formação do embrião, tendo o 
sistema nervoso central um papel fundamental nesse processo, pois é por 
meio dele e de sua formação que diversas estruturas são formadas, e por 
isso falhas ou erros ocorridos nesse momento podem gerar alterações e 
distúrbios que a pessoa carregará por toda sua vida (COSENZA e 
GUERRA, 2011, P. 28). 
Além de todos esses fatores biológicos a interação com o ambiente exerce 
grande influência no desenvolvimento dos processos de aprendizagem, pois ela 
afeta as interações, apresenta modelos e reflete nos comportamentos de cada 
pessoa. Um ambiente empobrecido não fornece o necessário para um 
desenvolvimento saudável da criança, assim como não estimula de forma adequada 
as habilidades em potencial de cada período. 
O aprendizado só é possível porque somos capazes de adquirir, manter e de 
retomar o conhecimento diante de situações que precisam ser resolvidas por meio 
11 
 
de informações armazenadas na nossa memória. E é exatamente por uma falha ou 
dificuldade em algum desses processos que as dificuldades de aprendizagem 
começam a aparecer. 
1.2 Transtornos de Aprendizagem 
O transtorno específico da aprendizagem é um transtorno do 
neurodesenvolvimento com uma origem biológica que é a base das 
anormalidades no nível cognitivo as quais são associadas com as 
manifestações comportamentais. A origem biológica inclui uma interação de 
fatores genéticos, epigenéticos e ambientais que influenciam a capacidade 
do cérebro para perceber ou processar informações verbais ou não verbais 
com eficiência e exatidão (APA, 2014 p.68). 
Os transtornos específicos de aprendizagem (TEAS) englobam aquelas 
crianças que apresentam um desempenho abaixo do esperado e que precisam de 
intervenções direcionadas para conseguirem avançar nos processos de 
aprendizagem. São crianças que apresentam uma dificuldade de aprendizagem, 
porém quando avaliados todos os pontos discutidos na Unidade I (dificuldades 
primárias e secundárias), não são suficientes para justificar o porquê de a criança 
não conseguir aprender da forma como o esperado para a idade e ano escolar. 
Os TEAS são descritos pelo DSM-5, segundo esse manual as características 
de um transtorno específico de aprendizagem têm como características (APA, 2014 
p.32): 
 Ser diagnosticado diante de déficits específicos na capacidade individual 
para perceber ou processar informações com eficiência e precisão; 
 Manifesta-se, inicialmente, durante os anos de escolaridade formal, 
caracterizando-se por dificuldades persistentes e prejudiciais nas habilidades 
básicas acadêmicas de leitura, escrita e/ou matemática; 
 O desempenho individual nas habilidades acadêmicas afetadas está 
bastante abaixo da média para a idade, ou níveis de desempenho aceitáveis são 
atingidos somente com esforço extraordinário; 
 O transtorno específico da aprendizagem pode ocorrer em pessoas 
identificadas como apresentando altas habilidades intelectuais e manifestar-se 
apenas quando as demandas de aprendizagem ou procedimentos de avaliação (p. 
ex., testes cronometrados) impõem barreiras que não podem ser vencidas pela 
inteligência inata ou por estratégias compensatórias; 
12 
 
 Para todas as pessoas, o transtorno específico da aprendizagem pode 
acarretar prejuízos duradouros em atividades que dependam das habilidades, 
inclusive no desempenho profissional. 
As dificuldades de aprendizagem (naturaise secundárias) e os transtornos 
específicos de aprendizagem possuem características e formas de serem avaliados 
bem diferentes e por isso a compreensão dessas características é fundamental para 
o profissional que atua nas áreas da educação e da saúde com esse público. 
Infelizmente diversos profissionais utilizam os nomes de forma incorreta e 
classificam a criança simplesmente por observar comportamentos e potencial de 
desenvolvimento diferente do que as crianças da mesma idade e ano escolar, porém 
é necessário conhecer o caminho correto para que uma criança seja diagnosticada 
com um transtorno específico de aprendizagem. Devem ser observados os 
seguintes itens: 
• A criança apresenta uma discrepância entre o seu real potencial de 
aprendizado e o seu desempenho constantemente; 
• As dificuldades são persistentes e aparecem em todos os contextos que a 
criança lida com aquela demanda; 
• As dificuldades começam a aparecer nos anos escolares quando essas 
habilidades em leitura, escrita e matemática, começam a ser exigidas; 
• Quando investigada não conseguem encontrar a causa dessas dificuldades, 
pois tudo aparenta estar bem com escola, família, ambiente e com a própria criança; 
• Alguma alteração que a criança possua como problemas visuais, auditivos ou 
outros não são suficientes para justificar tamanha dificuldade; 
• A criança deve passar por pelo menos seis meses de intervenção antes da 
confirmação do transtorno. 
1.3 Conhecendo a disgrafia 
A leitura e a escrita são formas do processamento linguístico. Aprender a 
ler, embora seja uma competência complexa, é relativamente fácil para 
algumas pessoas. Contudo um número significativo de pessoas, embora 
possuindo um nível de inteligência médio ou superior, manifesta 
dificuldades na sua aprendizagem. (TELES, 2004, p.02) 
 As dificuldades de aprendizagem fazem parte da realidade das salas de aula 
das escolas do Brasil e de todo o mundo e têm gerado grande ansiedade e 
13 
 
preocupação nos professores, devido ao seu aumento, agravamento e ausência de 
soluções imediatas. 
“As dificuldades de aprendizagem específicas dizem respeito à forma como 
um indivíduo processa a informação – a recebe, a integra, a retém e a 
exprime –, tendo em conta as suas capacidades e o conjunto das suas 
realizações. As dificuldades de aprendizagem específicas podem, assim, 
manifestar-se nas áreas da fala, da leitura, da escrita, da matemática e/ou 
da resolução de problemas, envolvendo défices que implicam problemas de 
memória, preceptivos, motores, de linguagem, de pensamento e/ou 
metacognitivos. Estas dificuldades, que não resultam de privações 
sensoriais, deficiência mental, problemas motores, défice de atenção, 
perturbações emocionais ou sociais, embora exista a possibilidade de estes 
ocorrerem em concomitância com elas, podem, ainda, alterar o modo como 
o indivíduo interage com o meio envolvente.” (Correia, 2008, p. 46). 
A leitura e escrita não está apenas nas quatro paredes de uma sala de aula, 
mas abrange todos os ambientes. Sendo de suma importância, esta deveria ser uma 
disciplina prazerosa em aprender, porém para algumas crianças e adolescentes a 
aprendizagem da mesma se torna um sofrimento. 
 
Dentro desse processo destacam-se as dificuldades de escrita, durante muito 
tempo, alunos que apresentavam letras ilegíveis, mal traçadas, ou sem conexão 
entre o pensamento da escrita eram considerados como “preguiçosas” “incapazes” 
ou “casos perdidos”. Servindo de comparação para os demais alunos, que não 
queriam ser igualados a seus colegas, expostos a comentários desagradáveis por 
parte de professores, colegas de classe e também de familiares. O que pouco se 
sabe é que tais dificuldades podem ser um Transtorno de Aprendizagem conhecido 
como Disgrafia. 
A Disgrafia é definida como a principal dificuldade de escrita manual. É 
considerada como uma falha no processo de desenvolvimento ou da 
aquisição da escrita. Está relacionada a uma disfunção na inteiração entre 
dois sistemas cerebrais, que permitem que a pessoa transforme uma 
atividade mental em linguagem escrita (MONTIEL; CAPOVILLA, 2009, p. 
187.) 
Disgrafia é considerada a incapacidade que o ser humano possui de produzir 
ou reproduzir uma escrita aceita culturalmente, legível e de estética agradável ao 
leitor, apesar do escriba ter um nível intelectual adequado, ter recebido instruções e 
um ambiente de recursos diversos, não possuir déficits sensoriais e lesões 
neurológicas, e ter sido estimulado à prática da escrita durante a vida acadêmica. 
14 
 
Segundo o DSM-IV (1995), o transtorno de expressão escrita consiste de 
habilidade escrita abaixo do nível esperado para a idade cronológica, inteligência e 
escolaridade, podendo ou não estar associado a um transtorno de leitura, e 
geralmente compromete a caligrafia e ortografia. São comuns portadores desse 
Transtorno de aprendizagem apresentar dificuldades de coordenação motora fina, 
inabilidade de visualizar as letras, não conseguir lembrar a forma de construir a letra 
desejada. 
Considerada um requisito essencial para o bom desempenho escolar, a 
escrita é umas das mais complexas de ser ensinada e aprendida, pois 
resulta da junção de múltiplas funções. Escrever requer a integração das 
funções motoras, sensoriais, perceptuais e cognitivas, sendo comum que a 
criança apresente alguma dificuldade no seu aprendizado. Antes de estar 
apta para escrever, a criança deve desenvolver diversas habilidades, como 
manter o equilíbrio corporal sem o uso das mãos, aprender a liberar um 
objeto voluntariamente, manejar utensílios como colher, tesoura, lápis, além 
de ser capaz de manipular objetos dentro da mão com destreza, fazendo os 
ajustes necessários para usá-los nas interações com o ambiente 
(MONTIEL; CAPOVILLA, 2009, p. 194) 
Para as crianças desenvolverem uma boa caligrafia é exigida da mesma uma 
série de habilidades, que devem ser adquiridas durante a infância, através de uma 
Educação Infantil que possua um ambiente estimulador e que propicie diversas 
experiências. Assim é necessário que as habilidades de controle motor fino, 
integração visuo-espacial, planejamento motor, percepção visual, atenção 
sustentada e consciência sensorial dos dedos sejam desenvolvidos, quando há 
falhas nesse processo, pode resultar em caligrafia ilegível, comprometendo o 
desempenho acadêmico do aluno. 
 
Com a crescente observação de dificuldades apresentadas nesse campo, o 
interesse em investigar os aspectos relativos ao diagnóstico de escolares que 
apresentem problemas coma habilidade de escrever de forma legível, possíveis 
intervenções teve uma crescente. Dentro do campo nacional poucas pesquisas são 
encontradas, mesmo com o crescimento, em grande parte os trabalhos são 
estrangeiros, podendo haver discrepâncias em relação a sua aplicação e resultados 
finais, devido às diferenças de meio estimulados, setor econômicos, entre outros. 
Assim se faz necessário maior aprofundamento em pesquisas voltadas para a 
disgrafia, melhorando assim, a qualidade de vida e aprendizagem de estudantes e 
educadores. 
15 
 
O diagnóstico da disgrafia antes do encerramento da primeira série escolar é 
complexo, pois o processo de alfabetização ainda não está concluído, podendo ser 
associado a outros transtornos de aprendizagem, ou imaturidade da criança. 
Existem alunos que possuem a dificuldade ortográfica e lêem perfeitamente. Embora 
os transtornos de Dislexia e Disgrafia tenham muito em comum, não é o mesmo 
distúrbio. 
Durante o processo de aquisição da aprendizagem da escrita é natural à 
presença de dificuldades no traçado das letras. Nesse momento, se faz muito 
importante a atenção do professor, fornecendo todas as orientações e intervenções 
necessárias para que o processo aconteça de forma adequada e os alunos realizem 
adequadamente a escrita, na ausência de problemas associados, a permanência 
dos traçados incorretos deve serinvestigada, pois podem evoluir para um quadro de 
disgrafia. 
Segundo Fávero (2004) a escrita espontânea envolve um grau maior de 
dificuldade, pois o modelo visual e auditivo está ausente e envolve a tomada de 
decisões acerca do que vai ser escrito e como será escrito. Antes de o indivíduo 
escrever é necessário gerar uma informação, organizá-la coerentemente, 
posteriormente escrever e em seguida revisar. É preciso diferenciar as letras dos 
demais signos que fazem parte do contexto do aluno, e determinar quais as letras 
que devem ser empregadas. 
Um estudo realizado pelo hospital Henri- Roussele por Ajuriaguerra (1980) 
identificou cinco diferentes grupos de indivíduos com disgrafia: 
 Grupo I (Rígidos): Composto por indivíduos com dificuldades em controlar 
eficazmente a tensão dos músculos; 
 Grupo II (Grafismo relaxado): Encontram-se aqui poucas perturbações 
motoras na escrita, porém no conjunto, a escrita é irregular; 
 Grupo III (Impulsivos): Caracterizado por escrita do tipo impulsiva e pouco 
controlada, letras escamoteadas, má organização da página e péssima 
qualidade motora de detalhes; 
 Grupo IV (Inábeis): Composto por crianças com escrita essencialmente 
deficiente e com problemas reais de execução. É neste grupo que se 
encontra a pior qualidade motora; 
16 
 
 Grupo V (Lentos e precisos): Caracteriza-se por indivíduos que buscam a 
precisão e o controle. As letras têm formas precisas e regulares (na dimensão 
e na inclinação) e a página é organizada, porém a escrita lenta. 
ROTTA et al. (2016, p.205) descreve alguns sinais que podem ser 
observados em crianças que apresentam esse transtorno: 
1. Recusa na realização de temas e trabalhos escolares; 
2. Estresse pessoal e familiar, principalmente na hora do estudo; 
3. Cadernos incompletos, com rasuras, desenhos aleatórios, excesso de pressão 
no traçado; 
4. Desatenção às solicitações do professor; 
5. Queixas escolares frequentes; 
6. Desorganização pessoal (roupas, mochilas, quarto); 
7. “Omissão” de datas para entrega de tarefas e provas escolares; 
8. Letra ilegível; 
9. Lentidão, morosidade (tardes inteiras para o tema); 
10. Repetência de séries escolares. 
Assim como na dislexia, são crianças que apesar de apresentarem nível 
intelectual adequado e escolaridade não conseguem apresentar uma produção 
escrita compatível com esse padrão, mostrando dificuldades no traçado, grafismo 
não diferencia forma e tamanho, escrita irregular, movimentos incorretos, entre 
demais sinais já descritos. 
Ciasca (2009) divide a disgrafia em subtipos: 
 Disgrafia disléxica- Consiste na dificuldade em construir 
adequadamente a palavra, a escrita espontânea é ilegível, soletração é 
pobre, mas o desenho e a cópia são relativamente normais. 
 Disgrafia motora- Escrita espontânea e copia são ilegíveis, mas a 
oralidade é normal, o desenho é pobre. Normalmente este tipo de 
disgrafia esta associado a um problema puramente motor. 
 Disgrafia visuoespacial- A dificuldade esta relacionada a distribuição do 
espaço gráfico, desenho é ruim e escrita pode ser ilegível assim como 
a cópia. 
17 
 
Ciasca (2009, p.189) descreve mais alguns sinais que essas crianças podem 
apresentar em sua produção: 
 Má organização da página: ligado à orientação espacial, apresentação 
desordenada do texto, margens mal feitas ou inexistentes, espaços 
irregulares entre palavras e linhas, escrita ora ascendente ou descente. 
 Má organização das letras: ligada a incapacidade de submeter-se às regras 
caligráficas, o traçado apresenta qualidade ruim, hastes das letras são 
deformadas, anéis sobrepostos, as letras são retocadas e irregulares em suas 
dimensões. 
 Erros de formas e proporções: o grau de limpeza do traçado das letras é 
baixo, dimensão (pequena ou grande), desorganização das formas e, escrita 
alongada ou comprida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
CAPITULO II- AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS JUNTO Á ALUNOS PORTADORES 
DE DISLEXIA 
2.1- Ambiente escolar 
A escola se caracteriza pela presença de muitos alunos e pais, considerada 
como o “segundo lar” do aluno, é, assim, uma das responsáveis, pela adaptação e 
desenvolvimento cognitivo, social e psicológico dos seus “hospedes”, mantendo 
parceria com os pais para o êxito deste processo. 
O ambiente escolar torna-se para a criança um órgão facilitador de 
aprendizagem, cabendo à escola o papel de mediadora de conhecimento através de 
uma aprendizagem significativa para o aluno. 
... O aluno não é o único responsável pelo sucesso ou fracasso escolar na 
aprendizagem. E passou-se a considerar o fato de que os problemas de 
aprendizagem podem ser gerados também, pelo ambiente educacional; 
mas sem perder de vistas as possíveis origens orgânicas e entristeças ao 
sujeito. (MONTIEL; CAPOVILLA, 2009 p. 06) 
 Porém, para alguns alunos, este pode se transformar em um lugar de 
intimidação e constrangimento, uma vez que os objetivos intelectuais não são 
alcançados. Em consequência a este quadro a criança se desencoraja e perde o 
interesse pelas atividades escolares, se isolando e estando quase sempre com as 
atividades relacionadas à sua dificuldade incompletas ou sem resolução. 
 Em conseqüência ao fracasso escolar causado pelo insucesso na 
aprendizagem, a criança é envolvida por sentimentos de inferioridade, 
frustração e perturbação emocional, o que torna sua auto-imagem 
prejudicada, principalmente se este sentimento já estava presente em seu 
ambiente de origem (SOUZA, 2001 P. 45) 
Existem crianças e adolescentes que têm dificuldades em áreas exatas ou em 
interpretação e leitura, e gradualmente vão adquirindo uma imagem negativa de si 
mesmo, por se sentirem incapazes de aprender matemática assim como os seus 
colegas, sua autoestima e confiança são quebrados. 
 Condemarin e Blomquist (1986) sugerem que a psicoterapia é um método 
adequado de tratamento apenas numa minoria dos casos e que é desejável adiar a 
consideração da necessidade de psicoterapia até que os efeitos do ensino 
terapêutico sejam evidentes, pois na maioria dos casos, as crianças com distúrbios 
da leitura e escrita melhoram quanto à adaptação da sua personalidade quando 
começam a ter êxito na atividade escolar. 
19 
 
Por ser de fundamental importância na vida do ser humano, é relevante para 
a escola transformar a sala de aula em um ambiente propicio a aprendizagem, para 
que esta se torne significativa para os alunos portadores de dislexia, é necessário 
que a mesma torne-se mais flexível e menos bloqueadora, levando em conta os 
sentimentos, limitações e necessidades do disléxico. 
Surgindo dificuldades de aprendizagem, geralmente a escola encaminha as 
crianças para serem tratadas fora de seus muros, sem as ver ou ouvir como 
portadoras do sintoma da doença da instituição. A instituição se defende 
atrás de programas curativos para continuar parada e ineficiente 
(MONTIEL; CAPOVILLA, 2009 p. 10) 
Deve-se ter uma atenção espacial com as crianças que são expressivas na 
fala, curiosas, compreendem e falam bem, mas apresentam desinteresse na leitura 
e escrita. É interessante que pais e professores, ofereçam diversas possibilidades à 
criança ao responder um problema matemático, por exemplo. Comparar as 
respostas oralmente e na forma escrita, onde frequentemente encontramos 
respostas diferentes, e nessa análise estar atento ao fato da questão oral está 
correta e incorreta na forma escrita. Esta situação exemplifica como podemos 
confundir os sinais, pois a dificuldade não é no conteúdo matemática, mas na leitura 
ou na escrita durante a transcrição do seu pensamento de resolução. 
 
Algumas crianças ou adolescentes desenvolvem ansiedade, esta associada à 
capacidade de interpretar não só o seu desempenho, como também de estabelecer 
comparações do próprio rendimento com a atuação de outras crianças, sobretudo 
em situações avaliativas. Assim, ocorreuma experiência repetida de insucessos 
acompanhada de um sentimento de inferioridade, frustação e incompetência frente à 
turma, produzindo ainda mais dificuldades e podendo culminar no fracasso escolar. 
 
Já Borchert, Horn, e Schmitd (1979) realizaram uma investigação com 
crianças com dificuldades de aprendizagem que foram divididas em grupos de alta e 
baixa ansiedade. Os resultados apontaram para diferenças significativas com menos 
problemas de aprendizagem no grupo de baixa ansiedade. 
 
Assim, muitos estudantes que tem um desempenho escolar inferior ao 
esperado apresentam uma excessiva ansiedade, sendo que esta pode afetar a 
inteligência, tendo efeito negativo na aprendizagem, principalmente nas complexas. 
20 
 
A ansiedade estaria ainda ligada à dependência, hostilidade, agressividade e déficits 
na relação com os professores, sendo que o treino do relaxamento poderia constituir 
uma alternativa para a redução da ansiedade de estudantes podendo estar inserido 
nas escolas. 
Os professores ainda são adeptos do tradicional quadro e giz, talvez por não 
obtiverem conhecimento de novas metodologias ou práticas pedagógicas ou por não 
terem elaborado um planejamento adequado à realidade dos seus alunos, o 
aprendizado e as habilidades que objetivam o professor e também pelo aluno não é 
alcançado trazendo assim frustrações e recusas a mudanças. Porém, mesmo com o 
uso de novos recursos metodológicos, ainda há lugar para a utilização do quadro e 
giz, pois este recurso pode também possibilitar aprendizado nos alunos. 
 
A grande discussão é o educador ser capaz de aproximar o aluno do 
conhecimento. Para isso é necessário uma investigação individualizada de cada 
aluno, assim o professor é capaz de elaborar uma práxis educativa, mobilizar os 
conhecimentos de uma forma mais próxima e concluir com êxito os seus objetivos 
planejados para os alunos. 
 Resolução CEE n. 07 de 15 de dezembro de 2006, ART.5º O estabelecimento 
de ensino ao receber o aluno com deficiência ou transtornos globais de 
desenvolvimento ou com altas habilidades/ superdotação deve realizar avaliação 
circunstanciada ou diagnóstica devidamente endossada por profissionais 
especializados de suas necessidades educacionais especiais com o objetivo de 
buscar e propiciar apoio e recursos necessários á aprendizagem. 
 O ministério da Educação por meio da Secretária de Educação Especial criou o 
programa de implantação de salas e recursos multifuncionais- SRM, instituído pela 
portaria n. 13 de 24 de abril de 2007. O programa tem como finalidade a 
disponibilização e visa apoiar ar redes públicas de ensino na organização e na oferta 
do AEE. 
 Estas salas são espaços organizados preferencialmente em escolas comuns 
das redes de ensino, onde os alunos devem ser atendidos em contra turno, tendo 
atendimento individual ou em pequenos grupos. 
21 
 
 Em algumas escolas existem salas de recursos e alguns professores intitulados 
professores de recurso, porém, muitas salas não são utilizadas por falta de formação 
necessária para o desenvolvimento de práticas educativas capazes de estimular e 
desenvolver intelectualmente o aluno portador dislexia. 
 Existem instituições que buscam através de recursos próprios, alguns 
seminários e palestras, em alguns casos a própria secretaria de educação busca 
fornecer pequenos eventos explanando estes assuntos que cada dia torna-se mais 
evidentes no cotidiano escolar. Assim as instituições educacionais realizam 
trabalhos e projetos que contribuam para a formação escolar e social. 
 Segundo Montiel e Capovilla (2009) “Em algumas escolas ainda contamos com 
alunos heterogêneos em classes regulares... Professores faltosos e nem sempre 
bem preparados e bem remunerados para ensiná-los.” 
 Deve haver incentivo do governo para que os professores façam cursos 
voltados para as metodologias adequadas para o desenvolvimento intelectual e 
social destes alunos. Os professores, por sua vez, precisam assumir com maior 
responsabilidade a tarefa educativa. 
2.2 Efeitos das dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita 
 
Nos últimos anos, foi constatada a necessidade não só de maior pesquisa 
sobre como o ser humano aprende a ler, mas também melhor maneira de 
ensinar leitura. Constitui uma descoberta científica o fato de que a leitura se 
baseia em representações fonológicas e, portanto, o método fônico. 
(MONTIEL; CAPOVILLA, 2009, p. 12) 
 As dificuldades de aprendizagem são problema retratados em unidades 
escolares, este fracasso pode estar relacionado à disgrafia. Ela está ligada a 
inúmeros casos de alunos que não conseguem assimilar e se apropriar dos 
símbolos e fonemas, causado danos psicológicos ao mesmo por se achar menos 
inteligente que os demais, se isolando, mantendo uma baixa autoestima, medo, e 
mais gravemente o abandono da escola. 
 O professor, por sua vez, não tendo conhecimento taxa o aluno de preguiçoso, 
“burro”, lançando inúmeras crítica e punições indevidas. As dificuldades de 
aprendizagem ainda são assuntos pouco explorados nas escolas. Hoje, com 
estudos nesta área, os professores estão observando mais seus alunos evitando 
problema futuros. 
22 
 
 Existem crianças e adolescentes que têm dificuldades em áreas exatas ou 
em interpretação e leitura, e gradualmente vão adquirindo uma imagem negativa de 
si mesmo, por se sentirem incapazes de aprender matemática assim como os seus 
colegas, sua autoestima e confiança são quebrados. 
As possíveis alterações emocionais ou comportamentais apresentadas por 
crianças disléxicas não são fatores etiológicos do problema e sim 
consequências do mesmo, que não corretamente diagnosticado e tratado, 
leva comumente às perdas escolares e sociais, passíveis de causar graves 
consequências emocionais. (JARDINI, 2010, p. 07) 
 Condemarin e Blomquist (1986) sugerem que a psicoterapia é um método 
adequado de tratamento apenas numa minoria dos casos e que é desejável adiar a 
consideração da necessidade de psicoterapia até que os efeitos do ensino 
terapêutico sejam evidentes, pois na maioria dos casos, as crianças com distúrbios 
da leitura e escrita melhoram quanto à adaptação da sua personalidade quando 
começam a ter êxito na atividade escolar. 
Recomenda-se que o diagnóstico seja feito por uma equipe multidisciplinar 
(psicólogo, um fonoaudiólogo, um psicopedagogo e um neurologista) não somente 
para se obter o diagnóstico de dislexia, mas para se determinarem, ou eliminarem, 
fatores coexistentes de importância para o tratamento. Além disso, o diagnóstico 
deve ser significativo para os pais e educadores, assim como para a criança. Ou seja, 
simplesmente encontrar um rótulo não deve ser o objetivo da avaliação, mas tentar 
estabelecer um prognóstico e encontrar elementos significativos para o programa de 
reeducação. É de grande importância que sejam obtidas informações sobre o 
potencial da criança, bem como sobre suas características psiconeurológicas, sua 
performance e o repertório já adquirido. Informações sobre métodos de ensino pelos 
quais a criança foi submetida também são de grande significação. (DRUMOND, 
2010 P. 25) 
As dificuldades na aquisição da leitura e escrita é algo presente em todas as 
escolas, e vem desde anos atrás, o aluno com dificuldades de aprendizado enfrenta 
uma grande barreira na sala de aula, pois tem que aprender no mesmo ambiente e 
com mesmo espaço de tempo, de alunos que não apresenta dificuldades. Por isso e 
necessário que estes alunos tenham mais tempo para processar informações. 
 
As dificuldades em leitura e escrita podem ocorrer não só pelo nível de 
complexidade ou pelo fato de não gostar, mas por fatores psicológicos e 
pedagógicos que envolvem uma série de conceitos e trabalhos que precisam ser 
desenvolvidos para uma melhor aquisição do conhecimento. 
23 
 
2.3 Os professores e as práticasdocentes diante dos alunos com dificuldades 
severas em leitura e escrita. 
 
 É muito importante o papel do professor juntamente com a família no que diz 
respeito ao diagnóstico e acompanhamento da criança com este transtorno, pois o 
educador juntamente com outros profissionais da escola deve fazer análise criteriosa 
do aluno para encaminhar as crianças ao um tratamento especifico. 
O educador capacitado e atualizado atuando em sala de aula tem a 
possibilidade de intervir nas ações do educando, mediando e facilitando a 
construção do conhecimento do mesmo através de recursos sensoriais atraentes, de 
acordo com a etapa de maturação em que se encaixa. 
O professor-educador deve estar atento ao desenvolvimento psicomotor do 
educando. Tendo em vista que é através de atos motores expressos pelo educando, 
após emissão de algum estímulo externo, que se pode identificar uma resposta 
dentro do padrão esperado ou não. Resposta fora do padrão esperado evidencia a 
possiblidade de existir um problema, que pode ser sanado após a identificação do 
mesmo e com a estimulação adequada, ou intervenção se caso for necessário. 
Mas somente por meio dos conhecimentos sobre como se dá a 
aprendizagem e a apropriação da linguagem é que será possível 
compreender os possíveis desvios, que poderão ocorrer durante o 
desenvolvimento. Assim como realizar mediações necessárias no sentido 
de minimizar ou de superar as dificuldades de aprendizagens. (SAMPAIO, 
2019, p. 129) 
A intervenção do educador na educação infantil tem se mostrado cada vez 
mais necessária uma vez que abrange o período de maturação em que a criança 
está aberta à aprendizagem, assim todos os recursos e interações que acontecerem 
de forma certeira serão benéficos e contribuirão para que os pré-requisitos básicos 
para a alfabetização aconteçam. 
 As dificuldades de aprendizagens estão crescendo cada vez mais em nossas 
escolas e cabe ao sistema educacional criar métodos claros para diagnóstico, assim 
como propostas de ensino mais adequada para buscar o desenvolvimento destes 
alunos. 
 O professor ao diagnosticar este problema de aprendizagem deve escolher 
uma metodologia diferenciada para trabalhar com estes alunos, buscando uma 
24 
 
proposta metodológica para dar a cada criança a oportunidade de aprender tanto 
quanto sua capacidade permitir. 
Um facilitador de aprendizagem é, e principalmente só isto em relação ao 
aprendiz: um recurso, mas um recurso vivo interagindo em relação 
interpessoal com o aprendiz. É essa relação que deve ser de primordial 
importância em qualquer cenário educacional. (ROGERS apud 
LUCZYNSKY, 2002 p. 227). 
 As atitudes do professor podem minimizar ou agravar o transtorno, pois, se ele 
por em prática, na sala de aula uma atitude distinguindo os alunos dos demais, isso 
pode fazer com que o individuo se sinta inferior, diminua e perca ainda mais o 
rendimento, tornando o aluno vulnerável à desistência. 
 A intervenção psicopedagógica propõe melhorar a imagem que a criança tem 
de si próprio, valorizando as atividades que ela si sai bem e descobrir como e o seu 
processo de aprendizagem, e a partir daí trabalhar uma série de exercícios 
neuromotores e gráficos que vão ajudá-la a trabalhar melhor com símbolos e com 
jogos, que irão ajudar na seriação, classificação, habilidades psicomotoras, 
habilidades espaciais e contagem. 
Infelizmente em nosso país o ensino da leitura traz dificuldades. Em nossas 
escolas ainda contamos com alunos heterogêneos em classes regulares, 
possuindo, muitas vezes, algumas deficiências da linguagem e tendo 
professores faltosos e nem sempre bem preparados e bem remunerados 
para ensiná-los. Ocorre ainda o fato de que os sistemas escolares de 
ensinos são desafiados por ações judiciais que os acusam de falhar na 
provisão de programas educacionais adequados. (MONTIEL; CAPOVILLA, 
2009 p. 13) 
 Segundo Montiel e Capovilla no caso de disgrafia, as pesquisas de 
abordagem neuropsicológica e neurológia se esforçam para propor, se possível, 
alguma medida médica, mas o que tem dado mais resultado na prática é o esforço 
educacional. 
 A interação também é muito importante para a aprendizagem, pois a 
possibilidade do homem constituir-se enquanto sujeito e apropriar-se do 
conhecimento também se efetua a partir de trocas que ocorrem em indivíduos de 
mesma espécie. 
Na concepção vygotskyana, o ambiente social em que a criança encontra-
se inserida constitui, de fato, uma zona de desenvolvimento, na medida em 
que as pessoas mais experientes colocam-se como uma forma de 
consciência indireta que ajuda a criança a discernir melhor sua experiência 
e, consequentemente, sair da indiferenciação inicial (PALANGANA, 1998, p. 
150). 
25 
 
 O contato dos disgráficos aos colegas de classe que possuem habilidades 
cognitivas mais aguçadas é muito importante, pois a interação permitirá a troca de 
experiências entre os mesmos permitindo que o mesmo consiga assimilar as 
atividades e conteúdos. 
 
2.4 Formação dos professores para trabalhar com alunos portadores de 
Disgrafia. 
 A formação docente dos professores revela um dado bastante preocupante, os 
professores não tem formação para trabalhar com alunos portadores de transtornos 
na área de linguagens. Os conhecimentos que alguns educadores estão tendo nesta 
área estão associados à minicursos e outros eventos. 
 No sistema educacional a preparação dos professores para trabalhar com 
crianças portadoras de transtornos em aprendizagem está muito abaixo do 
esperado. O número de crianças identificadas pelas escolas e diagnosticadas por 
outros profissionais com transtorno de aprendizagem em disgrafia e nas áreas de 
linguagens aumenta a cada dia e a qualificação dos professores para atuar no 
ensino destes alunos tem pouco a oferecer, pois a maioria dos professores está 
desqualificados para ensinar crianças e adolescentes com este tipo de problema 
aprendizagem. 
 Nos cursos de formação de professores as questões da teoria e da prática 
estão estruturadas em um modelo fragmentado, na maioria destes cursos são dadas 
as disciplinas com o conteúdo cientifico especifico e do outro ficam as práticas 
pedagógicas. Esta dicotomia faz com que o docente tenha uma formação com 
pouco conhecimento da realidade, pois não conhece bem a estrutura do ensino nem 
os problemas existentes na educação. 
 Na formação de professores faz-se necessário aumentar o caráter cientifico-
investigador, psicopedagógico e interdisciplinar, assim como uma maior interação 
com as praticas educativas e realidade escolar, visando à formação de um educador 
que saiba fazer a ponte entre as teorias pedagógicas e os conteúdos, buscando 
levar o aluno a construir seu conhecimento e também diagnosticar e buscar 
resoluções para problemas de aprendizagens dos alunos. 
26 
 
Formar professor não e apenas qualificá-lo em uma área especifica 
capacitá-lo teórica e metodologicamente para ensinar determinado 
conteúdo, mas formá-lo para enfrentar e construir a ação educativa escolar 
em sua totalidade. (SOARES, 2001, p. 93) 
A disgrafia é um novo desafio para estes profissionais, pois as deficiências 
físicas e intelectuais são visíveis e possuem um roteiro de atividades para o 
desenvolvimento do portador das mesmas, porém para o trabalho com a disgrafia é 
um assunto recente aqui no Brasil não visível, é necessário um estudo por conta 
própria, buscando estratégias, tendo que usar a criatividade para a realização de 
intervenções. 
 Devido às dificuldades e a falta de diagnóstico é necessário exigir um 
acompanhamento metodológico de um professor de recurso ou apoio, muitas 
instituições ou professores fecham os olhos para possíveis casos de disgrafia. Um 
obstáculo maior surge, os mesmos somente será beneficiados se possuíremlaudos. 
Com a falta de laudos médicos os alunos poderão deixar de ser beneficiados em 
salas de recursos multifuncionais, professores de recursos e professores de apoio 
durante as atividades em sala de aula. 
 Toda instituição é responsável pela emissão e documentos, fichas e relatórios 
que comprovarão os investimentos feitos pelo governo à mesma. Cabe aos pais 
procurarem obter estes laudos, porém o acesso ao mesmo é um grande obstáculo, o 
recurso financeiro fala mais alto e pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é uma luta 
diária. 
 Alguns pais além da falta de recursos financeiros também não têm 
conhecimento do transtorno de aprendizagem, e a ausência de informações não os 
fazem enxergar a importância do diagnóstico para a intervenção médica e 
pedagógica. As escolas têm dificuldades em alertar os pais, pois como é típico da 
educação não se ter tempo para interagir, conhecer e participar do cotidiano escolar 
das crianças e adolescentes. 
 Os disgráficos necessitam de respeito e compreensão para poderem 
desenvolver o aprendizado, para que isto aconteça é necessário o apoio de pais, 
professores e colegas de classe. Em virtude disso fica claro a importância dos 
educadores na mediação do conhecimento aos alunos, no caso dos alunos com 
suspeitas de Transtornos de Aprendizagem aumenta ainda mais a importância, pois 
27 
 
os educadores são mediadores de conhecimento, cabendo ao mesmo à 
responsabilidade de refletir sobre suas estratégias e metodologias, encorajando e 
motivando o aluno na aquisição de habilidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
CAPÍTULO III- AVALIAÇÃO E PRÁTICA PEDÁGOGICA: ANÁLISE E 
DISCURSSÃO 
3.1 Pesquisas de qualidades sobre disgrafia 
 As pesquisas de qualidade em educação são crescentes, porém, caminha a lentos 
passos, e se tratando da disgrafia a área de pesquisa ainda é precária, e deixa a 
desejar devido a sua relevância intelectual, social e econômica. 
 Fletcher et al (2009) afirma que “ Como em grande parte da pesquisa em 
educação, continua a haver uma carência de modelos de pesquisas com boa 
qualidade, especialmente aqueles que são mais adequados para interferir na 
causalidade (...).” 
 Com avanços nesta área os disgráficos teriam maior qualidade de vida, pois 
haveria intervenções metodológicas mais definidas e eficazes aumentando as 
chances de cura ou abrandamento deste transtorno de aprendizagem, sendo 
possível o crescimento intelectual, a integração do mesmo em sociedade 
aumentando assim as chances de uma formação profissional com chances de 
crescimento econômico. 
 Embora a qualidade da pesquisa sobre as intervenções tenha melhorado a 
atual literatura do tratamento/intervenção envolve estudos que ainda são difíceis de 
interpretar por causa de problemas procedimentais (FLETCHER et al. 2009 p.282). 
Estas pesquisas devem ser validadas para elevar a confiança dos beneficiados pela 
mesma. 
 É importante para a pesquisa de qualidade a divisão com grupos de 
comparações, para que a mesma possa ser validada cientificamente e 
popularmente, trazendo confiança e veracidade nas analises dos dados. Pesquisas 
e intervenções não são inertes, e inalteráveis. Estão sempre sujeitas a mudanças e 
transformações, buscando sempre a proximidade da perfeição. 
3.2 O uso do concreto e das novas tecnologias no ensino de crianças portadoras 
de dislexia. 
 
29 
 
 A utilização de material concreto no ensino aprendizagem de crianças com 
dificuldades de aprendizagem propõe um estimulo ao interesse, facilita a absorção 
dos conceitos, e proporciona ao educando uma condição de estimulador e avaliador 
da aprendizagem. 
 O uso do concreto é uma ferramenta importante para desenvolver a 
aprendizagem de crianças portadoras de disgrafia, pois encaixa ao ritmo e potencial 
de cada aluno. Este recurso pode ser trabalhado individualmente ou em grupo e em 
qualquer contexto permite ao aluno sanar suas dúvidas, conhecer melhor seu 
raciocínio, criar estratégias e descobrir caminhos interessantes de aprendizado. 
 Através de materiais concretos como: Fichas, alfabeto móveis, material 
dourado, parlendas, textos ilustrados e com temas que sejam do interesse, crianças 
e adolescentes aprendem conceitos matemáticos, leitura e escrita a partir do 
concreto, facilitando a visualização e interpretação dos mesmos. A motivação 
transforma o ambiente em um local propicio á aprendizagem, sendo o educador a 
ponte mediadora entre o aluno e o conhecimento. 
 Estes recursos despertam nos alunos a concentração, o interesse e desenvolve 
a criatividade e a imaginação das crianças, que estão quase sempre propicias ao 
jogo. O educador pode propiciar momentos com esses materiais individualmente, 
porém não impede o desenvolvimento de atividades pedagógicas em grupo. 
 O computador é outra ferramenta de grande importância para o ensino de 
crianças e adolescentes disléxicos, pois o contato com o mesmo facilita a 
compreensão de conceitos, visualização de símbolos, além de estimular para a 
aprendizagem, pois desperta interesse e curiosidade nos mesmos. 
3.3 Intervenções Pedagógicas 
Para Cinel (2003), é preciso entender que uma criança em processo de 
construção da escrita naturalmente apresenta dificuldades no traçado das letras, até 
dominá-lo corretamente. Durante esse período, o professor deverá orientar os 
alunos a realizarem adequadamente a escrita para evitar a permanência de traçados 
incorretos e, consequentemente, a disgrafia. 
 
30 
 
Preparar um aluno para escrever com correção e legibilidade é trabalhar com 
ele, desde o início, atentando para a grafia correta das palavras. A forma das letras, 
a uniformidade no traçado, o espaçamento, o ligamento e a inclinação da escrita em 
relação ao espaço onde se está escrevendo. Se após um programa bem planejado 
para sanar ou minimizar os problemas, e o professor observar que o aluno ainda 
permanece com dificuldades, deve encaminhá-lo a pessoas especializadas, a quem 
compete o trabalho de reeducação da linguagem. 
 
A criança disgráfica requer uma estimulação linguística global e um 
atendimento individualizado complementar a escola. Os pais e professores devem 
evitar repreender a criança. Os professores devem reforçar o aluno de forma positiva 
sempre que conseguir realizar uma conquista, na avaliação escolar dar mais ênfase 
à expressão oral, evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos cadernos e 
provas, conscientizar o aluno do seu problema e ajudá-lo de forma positiva. 
A reeducação da disgrafia deve ser ampla e abranger os seguintes aspectos: 
método de relaxamento global e segmentaria, reeducação psicomotora de base, 
reeducação gestual, reeducação visuo-motora, reeducação grafo-motora, 
reeducação de letras, sistematização da escrita e exercícios de aperfeiçoamento. 
(MONTIEL; CAPOVILLA, 2009 p.219) 
Para a eficácia do processo interventivo em crianças, com disgrafia é 
necessário, em primeiro lugar, conhecer a condição do quadro, não apenas 
rotulando a mesmo como: “disgráfica”, “disléxica” ou outra condição não esperada 
para idade e escolaridade. A mediação do educador e profissionais clínicos é 
imprescindível na promoção da aprendizagem do escolar, principalmente se esta 
apresentar caráter de intervenção precoce. 
A interdisciplinaridade é fundamental quando nos remetemos a distúrbios de 
aprendizagem, pois o desenvolvimento da linguagem oral e escrita, psicomotor e 
cognitivo devem trilhar caminhos com meta única de beneficiar a criança. 
Segundo a Fonoaudióloga Dra. Renata Jardini, criadora do Método das 
boquinhas algumas intervenções pedagógicas simples podem contribuir com a 
melhoria na aprendizagem dos disléxicos, tendo algumas medidas que podem ser 
estendidas a alunos disgráficos, assim como nortear o trabalho do professor no 
ambiente escolar. 
31 
 
1. Colocá-lode frente e no centro da lousa, preferencialmente na 1ª carteira. 
2. Tê-lo sempre perto da professora, que supervisiona seus trabalhos, 
principalmente na organização e sequência das atividades. 
3. Escrever claro e espaçado na lousa, delimitando as partes da lousa (duas ou três 
partes no máximo) com uma linha divisória vertical bem forte. 
4. Exigir disciplina e concentração no conteúdo abordado, permitindo interrupções e 
opiniões espontâneas, desde que pertinentes ao assunto. Dizer ao aluno caso sua 
colocação esteja fora de contexto. 
5. Valorizar sempre o conteúdo trabalhado e “tolerar” as dificuldades gramaticais, 
como letra maiúscula, parágrafo, pontuação, acentuação, caligrafia irregular, etc. 
Diminuir a tolerância à medida que os anos escolares se sucedem. 
6. O disgráfico geralmente tem dificuldade com a orientação e organização 
espaciais. Pode, sem perceber, pular folhas do caderno, pular linhas 
indevidamente, escrever na apostila trocada, fazer anotações em locais 
inadequados. Mostrar sempre o certo, não punir o erro e não criticá-lo pela falta 
de atenção. Diminuir a tolerância à medida que os anos escolares se sucedem. 
7. Ser sempre clara e sucinta nas explicações das ordens dadas oralmente, 
preferencialmente dando exemplos e mostrando onde quer que faça a atividade. 
Ex.: do lado direito superior da folha, mostrar o lado e a orientação. 
8. Em lugar de dizer o que não deve ser feito, diga sempre o que é esperado que se 
faça e como é para ser feito. Repetir a ordem se necessário. 
9. Elaborar aulas com material visual, claro, criativo, que chame atenção. 
10. Estar sempre em contato com o profissional que atende a criança, sabendo quais 
as letras que já foram trabalhadas para que possa ser exigido o acerto. 
11. Não trabalhar no limite, esperando que com o tempo vá passar. Sempre entrar em 
contato com a coordenação, com os pais, com os profissionais que assistem o 
disgráfico. O stress do professor só piora o quadro, traz frustração e afeta a 
motivação de todos. Mantenha o bom humor e a confiança de que haverá 
sucesso. 
12. Trabalhar sempre com o erro como forma de aprendizado e nunca como meio de 
punição. Ex.: se trocou letras, mostrar o erro, ler o erro, produzir o erro e estimular 
a classe a corrigê-lo, sem estigmatizar o aluno. 
32 
 
13. Estimular atividades conjuntas, onde um começa, o outro continua e vice-versa. 
Ex.: troca de cadernos, o aluno é o professor, trocam os lugares, ficam os 
cadernos, etc. 
14. Não dar muitos exercícios repetidos. O disgráfico não aprende pela repetição, ao 
contrário, cansa-se mais facilmente e desmotiva-se. 
15. Em um texto espontâneo, valorizar as ideias, o conteúdo. Dar notas separadas 
para a ideia e para a escrita. 
16. Em provas de outras disciplinas, como ciências, história, etc., corrigir pelo 
conteúdo e não descontar nota por erros de português. Aumentar a exigência à 
medida que avançam os anos escolares. 
17. Não exagerar na quantidade de tarefa e sim na qualidade. 
18. Não permitir que os pais corrijam a tarefa, para que o professor possa avaliar o 
nível de aprendizado e reestruturar o conteúdo. 
19. Delimitar em colunas os cálculos matemáticos, para que não se confunda na 
orientação espacial. 
20. Aceitar respostas objetivas, diretas, curtas, desde que contenham a resposta 
solicitada. Aumentar a exigência à medida que os anos escolares avançam. 
21. Se o professor não entendeu o que o aluno escreveu, a letra, ou o que ele quis 
dizer, solicitar que ele leia sua escrita, antes de corrigir. 
22. Não privilegiar o disgráfico em nada, apenas compreender que suas dificuldades 
são reais e, que ele necessita tratamento especializado para evoluir como os 
demais. 
23. O disgráfico é tão inteligente ou mais que os outros alunos. Apresenta falhas de 
percepção de origem neurológica. Necessita de variedade e flexibilidade por parte 
do professor, além de uma boa dose de paciência e tolerância. 
24. Disciplina, organização e criatividade são os fatores chave para que um disgráfico 
tenha sucesso em sala de aula. A rigidez e os modelos pré-concebidos não se 
encaixam com este aluno. 
25. Ensinar o aluno a parafrasear, isto é, dizer com suas palavras o que entendeu, 
passando para a escrita. 
26. Dê preferência às avaliações orais, através das quais, em tom de conversa, o 
aluno tenha a oportunidade de dizer o que sabe sobre o(s) assunto(s) em 
questão; 
33 
 
27. Elabore questões em que o aluno possa demonstrar o que aprendeu 
completando, destacando, identificando. 
28. Dê mais tempo para realizar a prova; 
29. Elabore mais avaliações e com menos conteúdo, para que o aluno possa realizá-
las num menor tempo. 
30. Durante a avaliação preste a assistência necessária, dê a ele chance de explicar 
oralmente o que não ficou claro por escrito e respeite o seu ritmo; 
31. Ao corrigi-la, valorize não só o que está explícito como também o implícito e 
adapte os critérios de correção para a sua realidade; 
32. Retomar a prova com ele e verificar, oralmente, o que ele quis dizer com o que 
escreveu; 
33. Dê ao aluno a opção de fazer prova oral ou atividade que utilize diferentes 
expressões e linguagens. 
 
3.4 Contribuições da Psicopedagogia para as práticas pedagógicas voltadas para 
alunos portadores de disgrafia 
 
A psicopedagogia é uma área de estudo responsável por intervir e tentar 
compreender as dificuldades encontradas no campo das aprendizagens humanas. 
Os psicopedagogos defendem que a aprendizagem exige um encontro de 
um ser histórico, um organismo em nível de estruturação cognitiva, um 
sujeito que possui emoções e tantos outros aspectos pessoais e sociais. 
Define as dificuldades de aprendizagem como sintomas que expressam 
necessidades que aparecem no mesmo momento histórico em que está 
acontecendo a aprendizagem. (MONTIEL; CAPOVILLA, 2009 p. 09) 
A aprendizagem não está desconectada, ao contrário, tudo depende do todo 
(cognitivo, ambiente, emoções e aspectos sociais). Para uma intervenção efetiva o 
ser total precisar ser considerado, não somente partes. A psicopedagogia busca 
constantemente exercitar este esforço integrador a fim de atingir os objetivos 
almejados, ela trouxe aos profissionais ligados à educação um olhar mais profundo, 
indo além do conteúdo da sala de aula que o aluno não consegue absorver, pois as 
crianças são seres únicos e assim suas limitações e dificuldades em aprendizagem 
não poderiam ser diferentes. 
A psicopedagogia surgiu com a proposta de facilitar o acesso à 
aprendizagem e com o objetivo de ir além, buscando um contato direto com 
o indivíduo. Esta é uma das razões pelas quais não se pode deixar de 
34 
 
considerar os fatores culturais, afetivos e cognitivos que ocorrem dentro da 
família, da escola e da comunidade. (MONTIEL; CAPOVILLA, 2009 p. 10) 
 Quando alunos portadores de disgrafia são inseridos em um ambiente com 
estratégias educacionais ineficientes pode afetar gravemente o aprendizado infantil. 
Independente da causa que originou, essas crianças estão defasadas em relação 
aos demais colegas de classe, quando se refere a aspectos da aprendizagem. 
A psicopedagogia constitui uma das vertentes da ação educativa 
pedagógica que se refere à psicologia escolar. Por ser do domínio da ação, 
ela se exerce buscando diagnosticar e analisar os fatores que favorecem, 
intervêm ou prejudicam a aprendizagem. Um de seus objetivos é atuar junto 
a crianças com problemas nessa área, a pais e professores, intervindo no 
sentido de levar o aluno a reencontrar o prazer de aprender. (MONTIEL; 
CAPOVILLA, 2009 p. 04) 
 A atuação do psicopedagogo pode ser considerada uma área da saúde, onde 
sua atuação ocorre tanto de maneira preventiva como curativa. Dentro da função 
preventiva, este profissional trabalha dentro das unidades escolares e em cursos de 
formação de professores, dedicando-se ao desenvolvimento infantil e na 
organização do ensino e aprendizagem. No aspectocurativo trabalha diretamente 
com crianças e adolescentes, seus respectivos pais e professores na sua prática 
clínica. 
 O tratamento para ser bem sucedido envolve uma parceria entre família, 
escola e a criança. Para o êxito nesse objetivo é necessário que o profissional seja 
competente em conhecimentos fundamentais sobre a correspondência entre a 
linguagem escrita e a estrutura da linguagem. 
Segundo Demo (2005), o papel do professor é crucial, pois a forma como ele 
encarra as dificuldades dos seus alunos pode facilitar ou não o desenvolvimento da 
aprendizagem. Ser um aluno deficitário na aprendizagem não significa uma condição 
permanente. Este momento pode mostrar mudanças, buscar um equilíbrio, ou até 
mesmo uma regressão necessária, cuja causa é desconhecida. Se a busca pelo erro 
for constante, esquece-se dos elogios. 
 Quando os pais participam ativamente da vida escolar de seus filhos, 
possuem uma posição privilegiada para detectar problemas de toda ordem, se 
tornando fontes seguras de informações, mesmo não possuindo conhecimentos 
detalhados sobre o desenvolvimento infantil, podem ajudar no diagnóstico e 
tratamento. 
35 
 
 Em situações como as citadas acima o professor pode utilizar desse olhar 
dos pais , firmando uma parceria, contribuindo com um maior tempo para a 
aprendizagem, através de monitoramento e orientação. São as atitudes da família e 
do educador frente à criança que vão definir uma dificuldade em maior ou menor 
grau. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
CONCLUSÃO 
 A partir das pesquisas, pode-se ter um conhecimento mais amplo a respeito 
da disgrafia, aumentando o interesse e o respeito pelos disléxicos. Foi possível 
confirmar com todo este trabalho de pesquisa prática a questão inicial, a importância 
do diagnóstico precoce para intervenções pedagógicas, médicas e psicológicas. 
 Através do contato com pesquisas sobre o assunto foi possível constatar a 
discrepância entre o sonho e a realidade, na teoria a educação para portadores de 
transtornos de aprendizagem é eficaz, mas o fato é que a sociedade ainda não está 
preparada para a inclusão, as políticas públicas para os disgráficos são precárias, 
pois os mesmos não possuem leis específicas que os amparem diante as 
adversidades do dia a dia, enquanto aguardam melhorias ficam a mercê da boa 
vontade do professor, da instituição, dos pais e do estado. 
 Enquanto as intervenções ainda estão sendo analisadas e pesquisadas, os 
professores em sala de aula podem auxiliar os disléxicos com simples atitudes, 
como por exemplo: Permitir o uso de calculadora e tabela de tabuada; Adotar o uso 
de caderno quadriculado; Em provas e avaliações elaborar questões claras e 
diretas, reduzindo-se ao mínimo o número de questões, sem limite de tempo, 
aplicando-a de tal sorte que o aluno esteja acompanhado apenas de um tutor para 
certificar se entendeu o enunciado das questões; Moderar na quantidade dos 
deveres de casa, passando exercícios repetitivos e cumulativos; Incentivar a 
visualização do problema, com desenhos e depois internamente; Prestar a atenção 
no processo utilizado pela criança, verificando o tipo de pensamento que ela usa 
para desenvolver o problema; Ministrar uma aula livre de erros, para esse aluno 
conhecer o sucesso; e ter em mente que, para o disléxico, nada é óbvio, como é 
para os demais alunos. 
 Para uma possível mudança no quadro que se apresenta no Brasil é 
necessário que a educação geral e a educação especial compartilhem as 
responsabilidades e os desafios para prevenir e intervir pedagogicamente nas 
dificuldades acadêmicas dos portadores de disgrafia. 
 Os estudantes com prováveis dificuldades devem ser identificados e 
instruídos mais cedo em seu desenvolvimento do que ocorre atualmente, o 
37 
 
que exigirá triagem e avaliação mais sistemáticas, bem como melhores 
programas de capacitação de professores, em educação geral e em 
educação especial. OS professores devem ser tornar especialistas em 
implementar avaliações e intervenções baseadas em pesquisas 
(FLETCHER et al. 2009, p. 288). 
 Como foi abordado durante a pesquisa é necessário à participação de diversas 
áreas para eficácia e progresso do tratamento, como: família que apoie em conjunto 
com outras áreas estimulando e acompanhando a processo de intervenção, 
gestores que briguem por melhores condições de ensino, educadores que busquem 
a educação continuada através de pesquisas, deixando de lado respostas prontas 
tornando pesquisadores, e o estado que financie, incentive, e disponibilize os 
profissionais necessários para a melhoria da educação especial. 
 Deve-se haver a identificação de portadores de dislexia, para que os mesmos 
passem por intervenções que os permitam superar as dificuldades associadas à 
dislexia, portanto, a educação especial deve ser reformulada, de maneira a abordar 
um grupo menor de estudantes, usando o poder da legislação e criando novas 
políticas públicas voltadas aos disléxicos, voltadas ao incentivo a pesquisa, e 
aplicação de intervenções mais intensivas que não podem ser aplicadas em sala de 
aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
REFERÊNCIAS 
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e 
estatístico de transtorno mentais: DSM- 5. 5th ed. Porto alegre: Artmed, 2014 
CAPOVILLA, Fernando C.; MONTIEL, José M, organizadores. Atualização em 
Transtornos de Aprendizagem. São Paulo: Artes Médicas, 2009. 
CINEL, N. C.B(2003). Prováveis causas dos distúrbios e estratégias para a 
correção da escrita. Revista do professor, 19 (74), 19-25. 
CIASCA, S.M. Disgrafia: Transtorno específico da escrita, considerações 
gerais. In: MONTIEL, J.M.; CAPOVILLA, F.C. Atualização em Transtornos de 
Aprendizagem. Artes Médicas, São Paulo, 2009. 
COSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociência e Educação: Como o cérebro 
aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
CONDEMARIN, M; MEDINA, A. (Orgs). Avaliação autêntica: Um meio para 
melhorar as competências em linguagem e comunicação. Porto Alegre, RS: 
Artmed, 2005. 
DSM- IV (1995). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 4ª ed. 
Porto Alegre, RS: Artes Médicas. 
FÁVERO, M.T.M (2004). Desenvolvimento Psicomotor e aprendizagem da escrita. 
[dissertação]. Maringá, PR: Universidade Estadual de Maringá. 
FLETCHER, Jack M.; LYONS, G. Reid; FUCHS, Lynn S.; BARNES, Marcia A.; 
tradução Ronaldo Cataldo Costa- Transtornos de aprendizagem: da 
identificação á intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2009. 
GOULART, P.C (2005). A escrita e os possíveis tipos de erros. Revista do 
Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino das Escolas do Rio de Janeiro, Rio de 
Janeiro. 
SOUZA, Evanira Maria de, Ir. Problemas de aprendizagem: crianças de 8 a 11 
anos. Bauru, SP: EDUSC, 2001.

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