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1 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII OSTEOPOROSE O QUE É A OSTEOPOROSE? É uma doença esquelética sistêmica que é caracterizada por: ▪ Baixa massa óssea ▪ Deterioração da microarquitetura do tecido ósseo ▪ Aumento da fragilidade óssea, como consequência da baixa massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo ▪ É a doença metabólica mais comum nos EUA ▪ É o problema de saúde e econômico cada vez mais sério ao redor do mundo ▪ É uma doença crônica e progressiva ▪ Etiologia multifatorial ▪ É mais frequente em mulheres brancas e idosas, mas pode ocorrer em ambos os sexos, em todas as raças e faixas etárias ▪ Apesar os efeitos adversos, é uma condição esquecida e subtratada → muitas vezes é clinicamente silenciosa até que ocorra uma fratura ▪ É uma doença evitável ▪ A triagem nas populações de risco é essencial Deixar de identificar os pacientes de risco, de educá-los e de implementar medidas preventivas pode levar a trágicas consequências físicas, psicossociais e econômicas. Essa doença acomete cerca de 200 milhões de pessoas – aproximadamente 10 milhões vivem no Brasil. 33% das mulheres na pós-menopausa tinham osteoporose na coluna lombar e colo do fêmur. DEFINIÇÃO DE OSTEOPOROSE DA OMS A densidade mineral óssea (DMO) de um paciente está relacionada ao pico de massa óssea e, subsequentemente, à perda óssea. O T-score reflete a DMO do paciente em comparação com a DMO dos controles que estão em seu pico de massa. O Z-score é outro índice densitométrico que reflete a DMO comparada com aquela de pacientes da mesma idade e do mesmo sexo. No T-score: ▪ Pacientes com massa óssea normal = do -1 para cima ▪ Pacientes com osteopenia → baixa massa óssea = entre -1 e -2,5 ▪ Osteoporose = menor ou igual a -2,5 ▪ Osteoporose grave = T-score menor do que -2,5 + fraturas por fragilidade. ▪ A definição da OMS se aplica a: ▪ Mulheres na pós-menopausa ▪ Homens com 50 anos ou mais Essa classificação diagnóstica não deve ser aplicada a: ▪ Mulheres na pré-menopausa ▪ Homens com menos de 50 anos ▪ Crianças Nesses grupos, devemos usar o Z-score: ▪ Quando é menor ou igual a -2 → definido como abaixo da faixa esperada para a idade. ▪ Quando o Z-score é acima de -2 → está dentro do intervalo esperado para a idade. Obs: os dois locais mais usados para a avaliação da densitometria óssea são: coluna lombar e colo do fêmur. A FISIOPATOLOGIA DA OSTEOPOROSE É cada vez mais reconhecido que vários mecanismos patogenéticos envolvidos no desenvolvimento da osteoporose. Antes de se discutir a fisiopatologia da osteoporose, precisamos lembrar como que funciona a formação normal de um osso. 2 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII O osso é continuamente remodelado ao longo de nossas vidas em resposta a microtraumas, como impactos e tração muscular. A reabsorção óssea é seguida de formação → ao mesmo tempo em que perdemos, formamos um novo osso. Existem dois tipos de células que são importantes nesse processo de remodelação: os osteoclastos e osteoblastos. ▪ Os osteoclastos são derivados de precursores hematopoiéticos → são responsáveis pela reabsorção óssea. ▪ Os osteoblastos são derivados de células mesenquimais → são responsáveis pela formação óssea. Os osteoclastos tem uma ação muito mais rápida, eles absorvem o osso em semanas. Já os osteoblastos precisam de meses para produzir um novo osso. Portanto, qualquer processo que aumente a taxa de remodelação óssea e faça com que tenha mais reabsorção e menos formação → resulta em perda óssea. Existem alguns períodos, como após a menopausa, em que a remodelação é rápida, o que leva a um risco aumentado de fraturas, isso pois: ▪ O osso recém-produzido é menos mineralizado ▪ Os locais de reabsorção estão temporariamente vazios ▪ A isomerização e maturação do colágeno estão prejudicadas O sistema ligante do receptor para ativação do fator nuclear kappa B (RANKL) + receptor para a ativação do fator nuclear kappa B + osteoprotegerina (OPG) é a via final comum para a reabsorção óssea. Os osteoblastos produzem a citocina RANKL, que é o principal estimulador da formação dos osteoclastos. Esse RANKL vai se ligar ao RANK, que é expresso por osteoclastos e precursores de osteoclastos para promover a diferenciação dos mesmos. O RANKL é o fator mais importante para que aconteça a diferenciação dos osteoclastos (membro da superfamília do TNF). Os osteoblastos produzindo o RANKL → RANKL vai no RANK expresso nos pré-osteoclastos e osteoclastos maduros → RANKL vai se ligar no RANK para promover a ativação e maturação dos osteoclastos. No meio desse caminho existe a osteoprotegerina que se liga ao RANKL e impede que ele se ligue ao RANK e ative a maturação de osteoclastos. A OPG (osteoprotegerina) Liga-se com alta afinidade ao RANKL e inibe a ligação dele com seu receptor bioativo, o RANK, na superfície dos osteoclastos. É produzida e ativada pelos osteoblastos ativados. Inibe a maturação e ativação dos osteoclastos. Regula a população de osteoclastos funcionais. É uma potente inibidora da osteoclastogênese e da reabsorção óssea. É uma citocina antagonista, também membro da família TNF. A Massa Óssea A massa óssea atinge seu pico a redor da 3ª década de vida e diminui lentamente depois. A incapacidade de atingir a massa óssea ideal é um fator que contribui para a osteoporose → isso explica porque algumas mulheres jovens pós-menopáusicas têm baixa DMO e outras têm osteoporose. 3 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII Nutrição e atividade física são importantes durante o crescimento e desenvolvimento → a “sobrecarga” nos ossos estimula a osteogênese. Fatores hereditários desempenham o papel principal na determinação do pico resistência óssea → a genética responde por até 80% da variação no pico de massa óssea entre os indivíduos. Alterações na formação e reabsorção óssea Em condições fisiológicas, a formação e a reabsorção óssea estão em equilíbrio. A osteoporose é justamente caracterizada por esse desequilíbrio entre a reabsorção e a formação óssea, que tem como consequência uma redução da massa óssea. Então basicamente uma alteração em qualquer um, seja aumento da reabsorção óssea, seja diminuição da formação óssea → pode resultar em osteoporose!! A = osso normal B = osso com osteoporose O envelhecimento + perda da função gonadal (menopausa nas mulheres e baixa de testosterona nos homens) = são os 2 fatores mais importantes para o desenvolvimento da osteoporose. É muito importante sabermos que a falta de hormônios sexuais é considerada como reguladora das células progenitoras de osteoclastos. a) Ação do estrogênio no osso O efeito primário do estrogênio é inibir o recrutamento de osteoclastos. Pode aumentar a apoptose dos osteoclastos via aumento da produção de TGF-beta. Também afeta os ossos indiretamente através de citocinas e fatores de crescimento locais. b) A ação dos andrógenos no osso Inibem a diferenciação dos osteoclastos Promovem a proliferação e diferenciação de osteoblastos c) A deficiência de estrogênio Acelera a perda óssea em mulheres na pós-menopausa. Também desempenha um papel da perda óssea em homens. Pode levar a uma reabsorção óssea excessiva acompanhada pela formação óssea inadequada. Osteoblastos, osteócitos e osteoclastos expressam receptores de estrogênio. Precisamos saber que a principal ação do estrogênio é o aumento da reabsorção. Mas também tem uma diminuição da formação óssea e essa formação óssea e diminuída pois a baixa de estrogênio diminui a produção de fatores de crescimento pelos ossos, como IGF-1, TGF- beta → consequentemente, temos uma menor formação óssea. Também leva ao aumento da expressãode RANKL pelos osteoblastos e diminuição da liberação de OPG também pelos osteoblastos. Isso vai aumentar a relação entre RANKL/OPG, o que favorece a osteoclastogênese e a reabsorção óssea → isso acontece pois: se temos menos OPG, mais RANKL será liberado e expresso e vai se ligar ao RANK expresso pelos osteoclastos = maior reabsorção óssea. O RANKL aumentado resulta em: ▪ Recrutamento de um maior número pré-osteoclastos. ▪ Aumento da atividade, vigor, vida útil dos osteoclastos maduros. A deficiência de estrogênio também faz com que ocorra um recrutamento, diferenciação e sobrevida prolongada de osteoclastos meio de citocinas: IL-1, IL-6, TNF-alfa (a baixa de estrogênio aumenta a produção esquelética dessas citocinas e leva ao aumento da reabsorção óssea). A IL-6 contribui para o recrutamento de osteoclastos e o estrogênio inibe a secreção de IL-6. A IL-1 também está envolvida na produção de osteoclastos. A sensibilidade do osso é aumentada aos efeitos reabsortivos do PTH. 4 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII Temos a diminuição da produção da vitamina D e diminuição no número de receptores intestinais da vitamina D, o que leva a uma diminuição da absorção intestinal de cálcio e um aumento do PTH. Logo, a reabsorção óssea é aumentada, o que leva à perda óssea. O Envelhecimento Após a 3ª década de vida, a reabsorção óssea excede a formação e leva à osteopenia e, em situações graves, à osteoporose. Em contraste com a perda óssea pós menopausa (que está associada com a atividade excessiva de osteoclastos), a perda óssea que acompanha o envelhecimento está associada ao de clínico progressivo no fornecimento de osteoblastos (diminuição da formação óssea). O envelhecimento leva os rins a uma menor capacidade de produzirem o 1,25(OH)2D3, o que leva a uma diminuição da absorção intestinal de cálcio, aumento da secreção de PTH e maior reabsorção óssea. Mulheres costumam perder 30-40% de seu osso cortical e 50% de seu osso trabecular durante a vida. Já os homens perdem cerca de 15-20% de seu osso cortical e 25-30% de seu osso trabecular. d) A deficiência de cálcio O cálcio, vitamina D e o PTH ajudam a manter a homeostase óssea. Uma dieta com uma ingestão insuficiente de cálcio ou uma absorção intestinal de cálcio prejudicada devido ao envelhecimento ode levar ao hiperparatireoidismo secundário. Lembrando que o PTH é secretado em resposta a baixos níveis séricos de cálcio. e) A biossíntese da vitamina D A vitamina D é biologicamente inativa. Para ela se tornar ativa, é transformada em metabólitos mais polares por meio de hidroxilações que ocorrem: 1. No fígado 25-hidroxilação 2. Nos rins 1-alfa-hidroxilação Existe o precursor que se encontra na pele → Esse precursor vai sofrer a ação dos raios solares e vai se transformar no colecalciferol ou vitamina D ou D3 → Essa vitamina D precisa se tornar ativa, então vai para o fígado → no fígado vai sofrer uma hidroxilação e se tornar 25-hidroxi-vitamina D3 → depois vai para os rins e sofrer a 2ª hidroxilação pela enzima 1alfa-hidroxilase e se tornar a vitamina D mais ativa, que é a 1,25(OH)2D3. f) Deficiência de vitamina D Pode resultar em hiperparatireoidismo secundário através da diminuição da absorção intestinal de cálcio. A fraqueza muscular também pode ocorrer → contribui para aumentar ainda mais o risco de queda e fraturas ósseas em pacientes com baixa massa óssea. 5 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII g) Fatores e condições adicionais Condições endocrinológicas ou medicamentos que levam à perda de massa óssea podem causar osteoporose. Os corticoesteróides inibem a função dos osteoblastos e aumentam a apoptose dos mesmos. FRATURAS OSTEOPORÓTICAS É importante lembrarmos que com a perda de massa óssea, temos o aumento do risco de fraturas = as fraturas osteoporóticas. Essas fraturas podem resultar de: ▪ Trauma de baixa energia (quedas quando a pessoa está na posição sentada ou de pé). ▪ Trauma de alta energia (pedestre atingido por um veículo em um acidente). ▪ Fraturas por fragilidade que ocorrem por trauma de baixa energia são características da osteoporose. O risco de queda pode ser amplificado pelo comprometimento neuromuscular devido à deficiência de vitamina D com hiperparatireoidismo secundário ou corticoesteróides. Os corpos vertebrais são compostos principalmente de osso esponjoso com trabéculas horizontais e verticais interconectadas. A osteoporose reduz a massa óssea nas vértebras e diminui a interconectividade no seu interior, o que pode levar a fraturas por compressão vertebral. Também ocorre rompimento das conexões trabeculares, deixando as mulheres mais em risco para essas fraturas. OSTEOPOROSE VS. OSTEOMALÁCIA O esqueleto humano normal é constituído por: componente mineral (hidroxiapatita de cálcio – 60%) e material orgânico (principalmente colágeno – 40%). Na osteoporose → os ossos são mais porosos e quebradiços. Na osteomalácia → os ossos são moles. A diferença na consistência do osso está relacionada com a proporção do material mineral-orgânico. Na osteomalácia, a proporção do componente mineral é reduzida em relação ao conteúdo orgânico. Na osteoporose está dentro da faixa de referência. A ETIOLOGIA DA OSTEOPOROSE A osteoporose pode ser dividida de acordo com a etiologia e a localização no esqueleto. É inicialmente dividida em 2 categorias: localizada e generalizada. Essas 2 categorias principais são ainda classificadas em osteoporose primária e osteoporose secundária. a) Osteoporose primária Quando uma causa secundária não pode ser identificada. Inclui a osteoporose juvenil e idiopática. A idiopática pode ser subdividida em pós menopausa (tipo I) ou associada à idade ou senil (tipo II). b) Osteoporose secundária Quando é causada por uma doença subjacente, deficiência ou medicamento. Até 1/3 das mulheres na pós-menopausa, assim como muitos homens, têm uma causa concomitante de perda óssea. Causas de osteoporose secundária em adultos: As causas podem ser genéticas/congênitas. ▪ Hipercalciúria renal (uma das mais importantes causas secundárias de osteoporose). ▪ Fibrose cística ▪ Síndrome de Ehlers-Danlos ▪ Doença de armazenamento de glicogênio ▪ Doença de Gaucher ▪ Síndrome de Marfan ▪ Estados hipogonadais 6 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII Causa de estados hipogonadais: ▪ Anorexia nervosa/bulimia nervosa ▪ Hiperprolactinemia ▪ Pan-hipopituitarismo ▪ Menopausa precoce ▪ Síndrome de Turner ▪ Síndrome Klinefelter ▪ Tríade da mulher (transtorno alimentar, amenorréia e osteoporose) → excesso de exercícios pode levar à deficiência de estrogênio (por disfunção hipotalâmica). Doenças endócrinas: ▪ Síndrome de Cushing ▪ Deficiência de estrogênio ▪ Hiperparatireoidismo ▪ Hipertireoidismo ▪ Hipogonadismo ▪ Prolactinoma ▪ Diabetes mellitus ▪ Acromegalia Estados de deficiência: ▪ Deficiência de cálcio ▪ Deficiência de magnésio ▪ Deficiência de proteína ▪ Deficiência de vitamina D ▪ Cirurgia bariátrica ▪ Doença celíaca ▪ Subnutrição ▪ Gastrectomia Doenças inflamatórias: ▪ Doença inflamatória intestinal ▪ Espondilite anquilosante ▪ Artrite reumatóide ▪ Lúpus eritematoso sistêmico Doenças hematológicas e neoplásicas: ▪ Hemocromatose ▪ Hemofilia ▪ Leucemia ▪ Linfoma ▪ Mieloma múltiplo ▪ Anemia falciforme ▪ Talassemia Por medicamentos: ▪ Anticonvulsivantes ▪ Antipsicóticos ▪ Quimioterápicos ▪ Glicocorticoides ▪ Heparina OS FATORES DE RISCO PARA OSTEOPOROSE A idade avançada e redução da DMO têm relação forte e direta na incidência de fraturas. Entretanto, existem muitos outros fatores considerados de risco para a osteoporose: ▪ Idade avançada (maior ou igual a 50anos) ▪ Sexo feminino ▪ Etnia branca ou asiática ▪ Fatores genéticos ▪ Baixo peso ou baixa estatura ▪ Menopausa precoce ▪ Menarca tardia ▪ Uso de álcool e tabaco ▪ Deficiência de cálcio ▪ Cifose ▪ Deficiência de androgênio ou estrogênio REGRA MNEMÔNICA DOS FATORES DE RISCO PROGNÓSTICO É bom se a perda óssea for detectada nas fases iniciais e realizada intervenção adequada. Os pacientes podem aumentar a DMO e diminuir o risco de fratura com medicação anti-osteoporótica apropriada. Podem também diminui o risco de quedas participando de uma abordagem multidisciplinar, que inclui reabilitação e modificações ambientais. Piora do estado de saúde pode ser prevenido através do manejo adequado da dor e, se indicado, aparelhos ortopédicos. FRATURAS VERTEBRAIS Estão associadas com o aumento das taxas de morbidade e mortalidade. O impacto dessas fraturas aumenta à medida que elas aumentam em número. 7 Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII Com a piora da postura e progressão da cifose, os pacientes apresentam: ▪ Dificuldade de equilíbrio ▪ Perda de altura ▪ Dor nas costas ▪ Aumento do risco de pneumonia ▪ Podem perder a capacidade de viver de forma independente ▪ Comprometimento respiratório FRATURAS DE QUADRIL Estão associadas ao aumento significativo de morbidade e mortalidade em homens e mulheres, diminuição da independência e da qualidade de vida. Homens têm maiores taxas de mortalidade após fratura de quadril. Aproximadamente 50% dos indivíduos anteriormente independentes tornam-se parcialmente dependentes. 20% necessitam de cuidados de enfermagem a longo prazo. Complicações secundárias incluem: infecções hospitalares e tromboembolismo. COMPLICAÇÕES Fraturas por compressão vertebral ocorrem frequentemente com estresse mínimo, como tossir, levantar-se ou fletir. As vértebras da coluna torácica média e inferior e coluna lombar superior estão envolvidas com mais frequência. Em muitos pacientes, fratura vertebral pode ocorrer lentamente sem sintomas. As fraturas de quadril são mais devastadoras e ocorrem mais comumente no colo femoral e nas regiões intertrocantéricas. Estão associadas às quedas. São mais prováveis de ocorrer em quedas para o lado → menor quantidade de tecido subcutâneo está disponível para dissipar o impacto.