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BLOQUIEO DE RAMOS O feixe de His, que é a continuação do nódulo AV, bifurca-se em dois ramos: o direito, que desce pelo lado direito do septo interventricular e alcança o ápice do ventrículo direito, sem se ramificar; e o esquerdo, que se subdivide precocemente em dois fascículos, o anterossuperior e o posteroinferior. Os ramos direito e esquerdo, através de seus fascículos, terminam em uma densa rede de fibras de Purkinje que se distribui no endocárdio dos seus respectivos ventrículos. BLOQUEIO DE RAMO: Quando um dos ramos está bloqueado, por exemplo, o direito (Figura A), o impulso elétrico detém-se nesse ramo, mas desce normalmente pelo ramo esquerdo, despolarizando o VE em primeiro lugar. A seguir, o estímulo propaga-se lentamente pelo septo interventricular para ativar o VD tardiamente. No BRE (Figura B), ocorre o contrário: o VD despolariza-se primeiro, vindo a seguir a ativação do VE. Nos bloqueios de ramos, portanto, os ventrículos ativam-se de forma sequencial e não mais simultânea, prolongando a duração do complexo QRS. VETORES DO ÂQRS BLOQUEIO DE RAMO DIREITO (BRD): · Vetor 1 é normal. Pelo bloqueio, o vetor 2 muda e passa a disparar o VE, posteriormente o vetor 3 dispara o VD pelo septo IV. · Normalmente os vetores seguem um padrão anti-horário, nos bloqueios isso muda. · Nos bloqueios de ramo, SEMPRE OLHAR D1 E V1. · Orelha de coelho no QRS em V1. · Bloqueio Completo (3º grau): QRS largo (> 0,12 segundos). · Onda T negativa em V1. Bloqueio completo. Resumindo, no BRD: D1 Cartola para baixo e onda T positiva. V1 Orelha de coelho para cima e onda T negativa · Bloqueio Incompleto (1º e 2º grau): QRS estreito (< 0,12 segundos). · Olhar em V1 a orelha de coelho. Bloqueio incompleto. Bloqueio incompleto. BLOQUEIO DE RAMO ESQUERDO: · Vetor 2 atravessa o septo IV em direção ao VE e Vetor 3 aponta para a esquerda e para cima (vetor 1 para direita, vetores 2 e 3 para a esquerda). · Onda T negativa em D1, aVL, V5 e V6. · Complexo QRS alargado (> 0,12 segundos). Bloqueio de ramo E de 3º grau. COMPARANDO OS DOIS BLOQUEIOS: BRD BRE D1 · Cartola para baixo. · Onda T positiva. · Cartola para cima. · Onda T negativa. V1 · Orelha de coelho para cima. · Onda T negativa · Onda T positiva. · Aumento da amplitude do QS. ECG HEMI-BLOQUEIOS DIVISIONAIS: · Muda apenas o eixo cardíaco. · Hemi-bloqueio Antero-superior eixo para cima e para esquerda. - D2, D3 e aVF negativos (já que são as derivações de parede inferior, pois estão vendo a cauda do vetor). Hemi-bloqueio Antero-superior. Bloqueio Antero-superior, pois D2, D3 e aVF são predominantemente negativos. · Hemi-bloqueio Postero-inferior eixo para baixo e para direita. PRIMEIRO: Afastar causas de sobrecarga D Hipertrofia VD, DPOC, TEP, IAM ântero-lateral extenso. - aVR com QRS +; - aVF com QRS +; - onda T negativa em D3; - aVL – (nem sempre). BLOQUEIO DE RAMO ESQUERO E HEMI-BLOQUIEO ANTERO-SUPERIOR: BLOQUEIO BIFASCICULAR · BRE, pois em D1 nota-se onda T negativa e cartola para cima; e em V1 onda T positiva e QS de grande amplitude. · HBAS, pois D2, D3 e aVF são predominantemente negativas (indicando desvio do eixo para cima e para esquerda). Bloqueio de ramo D + hemi-bloqueio Antero-superior esquerdo característico da doença de Chagas · BRD, pois nota-se em V1 orelha de coelho e onda T negativa. · HBAS, pois D2, D3 e aVF são predominantemente negativas (indicando desvio do eixo para cima e para esquerda). Bloqueio de ramo D completo + com hemi-bloqueio Antero-superior esquerdo + BAV 1º grau · BRD, pois nota-se em V1 orelha de coelho e onda T negativa. · HBAS, pois D2, D3 e aVF são predominantemente negativas (indicando desvio do eixo para cima e para esquerda). · BAV 1º grau, pois nota-se intervalo PR fixo e maior de 0,20 segundos. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C