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PEDAGOGIA – 3º SEMESTRE
Produção textual InterdiSciplinar INDIVIDUAL RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NO COTIDIANO DA SALA DE AULA
IPATINGA
2020
Produção textual InterdiSciplinar INDIVIDUAL
RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NO COTIDIANO DA SALA DE AULA
IPATINGA
2020
1 - INTRODUÇÃO 
O presente artigo tem como intenção refletir a respeito da formação de professores, ainda que de modo pontual e exploratório, considerando-se a complexidade do tema. Abordará Métodos de Ensino, onde o professor é considerado o responsável por ensinar e passar o conteúdo aos alunos, também num trabalho docente mais consequente com educadores capazes de perceber o sentido mais amplo de sua prática e de explicitar suas convicções, a análise de algumas questões concernentes às dinâmicas e mudanças ocorridas em sociedade escolar o parecer de Freire e as práticas pedagógicas aplicadas no dia- a- dia com os educandos, assim como a análise de algumas questões concernentes às dinâmicas e mudanças ocorridas em sociedade escolar.
Apesar dos avanços na educação assim como a inserção de suportes tecnológicos como projetores, computadores, internet entre outros, ainda há muito receio em inovar na educação e inserir tecnologia no ambiente educacional, devido falta de aperfeiçoamento do educador e medo da alienação e praticidade desses meios na vida do educando, pois, a educação, não só retrata e reproduz a sociedade, mas também projeta a sociedade desejada, assim como na busca incessante do ser humano pelo conhecimento que por fim, está cada dia mais a mercê da tecnologia. 
O saber docente não é formado apenas da prática, mas também nutrido pelas teorias da educação, ou seja, a teoria tem importância fundamental, assim como a interação entre saberes gera o desenvolvimento de uma prática pedagógica autônoma e emancipatória. Devemos salientar, que os conteúdos dos cursos de licenciatura, ou não incluem o estudo das correntes pedagógicas, ou giram em torno de teorias de aprendizagem e ensino que quase nunca têm correspondência com as situações concretas de sala de aula. 
Enfim, essa situação, não ajuda os educadores a formar um quadro de referência para orientar sua prática, pois a educação é um processo interno, não externo e com isso torna-se parte das necessidades e interesses individuais necessários para a adaptação ao meio. A educação é a vida presente é parte da própria experiência humana, é um recurso tecnológico por excelência.
2. DESENVOLVIMENTO 
De certa forma, teoria e prática das questões do currículo estão atentos à importância do papel do professor no processo de implementação das reformas, chamando, sempre que possível, atenção para esse fato. Entretanto, a atuação do professor ainda se dá em uma perspectiva secundária, pois, à educação escolar compete organizar o processo de aquisição de habilidades, atitudes e conhecimentos específicos, úteis e necessários para que os indivíduos se integrem no sistema social global.
Dados apontam para a necessidade e a urgência de discutirmos sobre uma forma mais aprofundada, as questões entre a utilização da tendência tradicionalista e também da escola novista. Partimos do pressuposto em que, o professor transmite o conteúdo na forma de verdade a ser absorvida e em consequência, a disciplina imposta é o meio mais eficaz para assegurar a atenção e o silêncio, com isso deduzimos que a capacidade de assimilação da criança é idêntica à do adulto, apenas menos desenvolvida.
Por outro lado, a pedagogia liberal tradicional é viva e atuante em nossas escolas, mas também sabemos que é dever da instituição escolar e do educador, promoverem medidas que estimulem seus alunos no aprendizado assim como atividades dinâmicas e participativas que poderão desenvolver seu potencial de socialização, indo além somente da própria avaliação porém, como um preparo para a vida em sociedade.
Segundo Le Shulman (1997), a necessidade das reformas educacionais considerarem os professores como aliados. O autor sinaliza, aspectos em torno dessa questão: primeiro, os professores enfrentam um enorme desafio quando tentam ser profissionais responsáveis em meio ao turbilhão de encaminhamentos comuns ao período de implantação de uma reforma, segundo, o magistério se constitui em uma profissão de alto nível de exigência intelectual, técnica e emocional e finalmente, para que qualquer reforma funcione não só os alunos devem aprender, mas também os professores e, para tanto, ao menos seis princípios devem ser considerados como: atividade, reflexão, colaboração, tempo, paixão e cultura. 
A formação prévia e formação em serviço precisam ser igualmente cuidadas na formação docente, as reformas, tal como vêm sendo encaminhadas, dificultam a atuação do professor e, consequentemente, afetam o seu êxito. Ainda segundo Shulman, essa reforma necessita respeitar o saber dos profissionais o que necessariamente não acontece, pois as mesmas reformas são marcadas pela separação entre concepção e fazem a organização rígida, elaborada à distância e desconectada da prática cotidiana da sala de aula.
Contudo, sabemos que educação não formal tornou-se parte do discurso internacional em políticas educacionais no final dos anos 60, onde nessa mesma época, esse tipo de educação focava as necessidades de grupos em desvantagens, tendo propósitos claramente definidos e flexibilidade de organização e de métodos o que nos faz pensar: Será que devemos realmente propor a separação dos termos de Educação entre formal, não formal e informal se basicamente elas dependem uma da outra?
A concepção de educação é mais ampla do que a de aprendizagem e se associa ao conceito de cultura de modo que a educação não formal trata de um processo com várias dimensões, relativas à aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos, também como capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio de aprendizagem de habilidades e exercício de práticas que habilitam os indivíduos a se organizarem solucionando assim os problemas coletivos, aprendizagem dos conteúdos da escolarização formal, em espaços diferenciados desenvolvida pela mídia em especial a eletrônica assim como as associações de bairro, os sindicatos, as organizações não governamentais, os espaços culturais, as próprias escolas, espaços interativos de comunidades educativos.
Entretanto, devemos salientar que a educação não formal não contempla experiências vivenciadas na família, no convívio com amigos, clubes, teatros, leitura de jornais e livros dentre outros, sendo estas categorizadas como educação informal, já que possuem caráter espontâneo e permanente. Um dos mais cruciais, talvez o mais importante momento da educação informal, é a relação entre família, à escola e comunidade o que nem sempre acontece na realidade dos alunos de hoje pois, na aprendizagem por livre escolha, o interesse e a intenção do aprendizado tem origem no indivíduo, logo não é imposta por elementos externos, como ocorre na escola e com isso, identificamos que o sujeito aparece novamente como centro do processo educacional e elemento definidor que impõe a fronteira de separação entre as três modalidades educacionais.
A escola propõe um sistema educacional que seja inclusivo e que seja ativa no combate às desigualdades, ela possui uma missão cultural, tornando-se elemento-chave para a articulação de interesses, de gostos e de socialização de aspectos históricos, sociais e culturais, sendo os professores os seus catalizadores, acelerando ou retardando o processo e é nessa hora, que a atuação do professor é estratégica, exercendo um papel de tradutor da idéia oficial para o contexto da prática.
Pesquisas apontam que para se garantir um clima harmonioso dentro da sala de aula é indispensável um relacionamento positivo entre professores e alunos, democraticamente falando, pois, a prática docente no contexto da sala de aula não pode ser encarada como um exercíciomeramente técnico, marcado pelo atendimento às prescrições curriculares, é necessário aprender a aprender, pois o educador somente poderá ensinar quando aprender e, para isso, é preciso ter conhecimento, que é adquirido com diálogo, troca de experiências e pesquisa científica, para tanto, é necessário ter humildade para admitir que não se sabe tudo e avaliar atitudes positivas assim como negativas, onde chegamos ao proposto de que o mais importante é o processo de aquisição do saber do que o saber propriamente dito.
De acordo com TARDIF, 2002, é possível afirmar que:
 [...] a prática pode ser vista como um processo de aprendizagem por intermédio do qual os professores retraduzem sua formação e a adaptam à profissão [...]. A experiência provoca, assim, um efeito de retomada crítica (retroalimentação) dos saberes adquiridos antes ou fora da prática profissional (TARDIF, 2002, p. 53).
 A problematização das vivências realizadas no estágio, à luz da teoria estudada nos diferentes componentes curriculares dos cursos de Graduação, contribui, por um lado, para que os professores-formadores desenvolvam um processo permanente de reflexão em torno do Projeto Pedagógico, do Currículo Oficial e de sua própria prática em sala de aula, e, por outro lado, contribui para com a formação prática do futuro professor onde a motivação depende da força de estimulação do problema e das disposições internas e interesses do aluno, assim, o aprender se torna uma atividade de descoberta de autoaprendizagem, onde aprender, portanto, é modificar suas próprias percepções.
Já SOUSA (19816) afirma que: 
(...) diante do desafio da democratização do ensino, a discussão da ressignificação da avaliação não é técnica, mas política. Como encarar a avaliação escolar nos marcos de uma concepção que destaca como sua finalidade quase exclusiva subsidiar a decisão de classificação dos alunos e consequente decisão de aprovação ou reprovação? Na organização tradicional da escola, assentada numa visão que restringe a finalidade da educação à transmissão de conteúdos disciplinares, “a questão da aprovação ou reprovação do aluno constitui o foco central do processo de avaliação e, no limite, do próprio processo ensino-aprendizagem. A avaliação do aluno e, a partir dela, a decisão quanto à promoção ou retenção não é vivida como parte integrante do processo ensino-aprendizagem, mas é a grande finalidade deste”. (SOUSA, 1986) 
A avaliação escolar fundamenta-se em aprendizagens significativas e funcionais aplicadas em diversos contextos e em aspectos cognitivos, é um processo realizado de forma contínua que visa analisar os avanços que os alunos tiveram e os desafios que precisam ser superados no processo de ensino e de aprendizagem, e quando necessário, para saber se os alunos estão compreendendo os conteúdos das diversas áreas do conhecimento. 
Essa, também visa identificar condições facilitadoras de aprendizagem e, assim da qualidade do ensino, pois, por ser um processo contínuo e paralelo, a avaliação não deve ser resumida a um momento estanque de aplicação de provas ou testes, mas sim uma nova forma de avaliar, considerando as capacidades cognitivas dos estudantes na realização das tarefas propostas e a compreensão de que, muitas delas, se encontram em processo de formação, e por isso, necessitam da mediação do professor.
Contudo, um ensino focado no acompanhamento sistemático da aprendizagem é capaz de resgatar o papel ativo do professor. Apesar de a função do avaliador, ainda, ser bastante técnica, a avaliação não pode ser um processo frio e conservador, como o que ocorre com a aplicação de provas difíceis, onde o aluno só se preocupa com a nota final e não com o que aprendeu, é necessário que sejam feitas intervenções facilitadoras que potencializem o desenvolvimento dos estudantes, não se limitando a esperar que as capacidades necessárias à compreensão de um determinado conceito seja a de que uma hora o aluno aprende, mas sim um compromisso com a aprendizagem e com o acompanhamento constante do desenvolvimento dos estudantes, identificando dificuldades e avanços desse processo, a fim de torna-lo um instrumento que possibilite ao professor planejar e replanejar o seu trabalho.
De modo geral, o objetivo do professor é o de compreender os diferentes modos de conceber a teoria e a prática da aprendizagem escolar, assim como a avaliação, interpretando as contradições entre o discurso registrado no Projeto Político Pedagógico e a efetivas ações avaliativas que se materializam no cotidiano escolar fazendo com que alguns objetivos específicos tornem-se necessário como por exemplo analisar as práticas avaliativas presentes no cotidiano escolar, e a concepção de avaliação e sua relação com a prática.
Do ponto de vista reflexivo e para melhor compreensão do tema abordado, faz-se necessário conhecer mais a fundo esses problemas que envolvem a aprendizagem, avaliação e que afetam a relação entre professor e aluno, ao invés de possibilitar o encontro de possíveis soluções, é imprescindível que a escola e os educadores conscientizem-se, pois, ha uma urgente necessidade de criar condições para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os conteúdos necessários para a vida em sociedade de forma prazerosa e espontânea de acordo com a compreensão e a realidade do aluno.
Enfim, diante de tais situações é imprescindível, que a escola valorize a família dos educando, buscando sempre aproximá-las do ambiente escolar, e que os professores busquem sempre a trabalhar de acordo com a realidade dos alunos pois é o que se espera do sistema educativo nas escolas, que o papel do professor seja levar o aluno a aprender para conhecer, o que pode ser traduzido por aprender a aprender, em que o aluno seja capaz de exercitar a atenção, a memória e o pensamento autônomo.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Falar sobre a Relação entre a Teoria e a Prática dos métodos de ensino aprendizagem através de pesquisas sobre a educação no Brasil, nos mostram que a situação do ensino vigente no nosso país, que se encontra no estado delicado. A escola deve ser assumida como principal espaço de inclusão, de aprendizagem e de socialização, por isso deve ser um lugar atraente, com espaço e tempo estimuladores de aprendizagem, portanto, faz-se necessário um maior investimento na formação docente e no desenvolvimento profissional de professores.
A importância do direito à educação escolar é mais do que uma exigência ligada aos processos produtivos e de inserção profissional, responde a valores da cidadania social e política, contudo, os desafios permanecem desde os primórdios. O professor, diante desse novo paradigma, dentro de uma sociedade em constante processo de transformação, é o profissional que, a cada dia mais, se enquadra para exercer essa função de transmissão do conhecimento através de várias modalidades.
Faz-se necessário que o educador esteja preparado para os desafios do mundo, de acordo com as mudanças bruscas sociais motivadas pelo surgimento das novas tecnologias e pelos efeitos da economia. Para isso, é necessário que haja um melhor preparo na formação dos docentes, sobretudo nos cursos de Pedagogia, é preciso que as instituições comecem a discutir o diálogo entre os currículos do curso que preparam os futuros profissionais e as exigências da sociedade.
Contudo, é preciso pensar, a todo o momento, que o profissional que se forma e que irá trabalhar em uma sociedade de mudanças rápidas esteja preparado para entender a educação como um fenômeno, ou seja, será preciso abordar as questões referentes ao campo de estudo do profissional, e ao sistema de formação de pedagogos ainda no curso pois, tanto a escola como o professor,  tem a incumbência de promover a formação plena do educando para que este seja um cidadão crítico, participativo e autônomo.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Jane Soares. Estágio Supervisionado em prática de ensino: relevância para a formação ou mera atividade curricular? Revista ANDE, v.13, n. 20, p.39-42, 1994. 
BRASIL. PARÂMETROSCURRICULARES NACIONAIS: apresentação dos temas
transversais: ética/Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3. Ed.
Brasília: A Secretaria, 2001
Canário, R. (2006). Aprender sem ser ensinado. A importância estratégica da educação não formal. In AAVV, A Educação em Portugal (1986- 2006) Alguns Contributos de Investigação (pp. 159-206). Lisboa: Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Conselho Nacional de Educação.
______. Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais - 3º. e 4º. ciclos do Ensino Fundamental. Brasília: MEC, 1998.
KELLY, Albert Victor. O currículo: teoria e prática. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1981.
____________. Ministério da Educação. Leis de Diretrizes. e Bases da Educação. Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais - 3º. e 4º. ciclos do Ensino Fundamental. Brasília: MEC, 1998.
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https://sistemasmartcare.com.br/papel-professor-educacao-infantil/ 
SOUZA, Lúcia Aulete Búrigo; GRAUPE, Mareli Eliane. Gênero e Políticas Públicas na Educação. In. Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, Universidade Estadual de Londrina, 27 e 29 de maio de 2014.