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Perspectiva das sombras APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo! A aplicação das sombras em desenho permite a criação de ilusão de realidade, visto que todo objeto produz uma área de sombreamento em um espaço. Além disso, permite a noção de volumetria, profundidade e inserção do objeto em um espaço. Ao entender o seu comportamento, é possível utilizar a sombra como fator de conforto térmico em edificações. Nesta Unidade de Aprendizagem você compreenderá o estudo da sombra, aprenderá como aplicá-la com o objetivo de criar volumetria ao desenho técnico ou artístico e entenderá como a sombra pode determinar o posicionamento de elementos na hora de projetar um ambiente. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conhecer como se desenvolveu este método. • Verificar como se aplica esta técnica de representação gráfica. • Identificar a importância de sua aplicação no desenho.• DESAFIO O estudo da sombra é um fator importante na hora de determinar a posição de alguns elementos em um projeto arquitetônico, pois o volume da edificação irá produzir áreas de sombreamento no terreno em que estará inserido. Essa sombra é determinada pela orientação da edificação em relação ao sol e a sua altura. Alguns locais podem precisar de mais ou menos sol, variando de acordo com a sua função. Dessa forma, é fundamental entender a relação entre o posicionamento da casa em si e os espaços externos que compõem o paisagismo de uma casa. Você é arquiteto e foi contratado para projetar a área externa de uma casa já construída de um cliente. Entre as demandas solicitadas, foi feito o pedido do posicionamento de uma piscina que será construída na área externa da habitação. O cliente busca a construção de uma piscina retangular com dimensão em planta de 5m x 8m e solicita que a área seja bem iluminada e que tenha um setor grande para tomar banho de sol junto à piscina. INFOGRÁFICO Determinar o desenho de uma sombra pode ser mais complexo do que parece. Diversos algoritmos procuram exatificar o comportamento e o formato das sombras em planos. Em desenhos técnicos, a forma mais utilizada é a das sombras projetadas, pois permite a aplicação simplificada a partir de desenhos geométricos e da relação entre a fonte luminosa e a posição do objeto iluminado em uma perspectiva. Os estudos costumam utilizar o sol como fonte luminosa, pois ele emite raios paralelos e de mesma intensidade, o que torna o desenho menos complexo. A seguir você irá ver de forma prática três exemplos de posicionamentos diferentes de um objeto e como a sombra se comporta conforme o posicionamento da fonte luminosa. CONTEÚDO DO LIVRO Entender a forma e o comportamento das sombras permite a aplicação em diversas áreas de diferentes maneiras, seja por meio de uma expressão artística, seja por meio da matemática. Leia o capítulo Perspectiva das sombras da obra Desenho de perspectiva para descobrir o quão importante a ausência de luz pode ser. Vamos tratar também de alguns elementos no estudo das sombras de grande importância para a comunicação visual. Boa leitura. DESENHO DE PERSPECTIVA Fernanda Girardi Roggia Perspectiva das sombras Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer como se desenvolveu o método de perspectiva das sombras. � Verificar como se aplica esta técnica de representação gráfica. � Identificar a importância de sua aplicação no desenho. Introdução A sombra é a região escura de um objeto com uma menor incidência de raios luminosos, varia de tamanho e formato dependendo da posição dessa fonte luminosa (FL) e pode ser classificada como sombra própria (do objeto) ou sombra projetada. O uso (a aplicação) das sombras em um desenho permite a criação de ilusão da realidade, pois todo objeto produz uma área de sombrea- mento em um espaço, bem como a noção de volumetria, profundidade e inserção desse objeto em um ambiente. A luz pode ser emitida por meio de fontes naturais de luz (sol) ou artificiais (lâmpadas, velas etc.). Ao se entender o seu comportamento, é possível utiliza-la como fator de conforto térmico em edificações. Neste capítulo, você compreenderá o estudo da sombra, como aplica-la a fim de criar volumetria ao desenho técnico ou artístico e como ela pode de- terminar o posicionamento de elementos na hora de projetar um ambiente. Estudo das sombras A evolução da aplicação da sombra em desenhos técnicos está diretamente ligada ao processo do estudo das perspectivas e, portanto, devem ser acom- panhadas juntas. O desenho é uma das formas de representação mais antiga da humanidade, antes mesmo da escrita, e a sua evolução acontece em paralelo com a das artes e da perspectiva. Com o decorrer do tempo, pode-se perceber a transformação dessa forma de representação que passa de imagens planificadas, como no caso de desenhos rupestres e do Antigo Egito, para desenhos dotados de profun- didade e volume. Essa mudança somente é possível com o desenvolvimento e o uso da perspectiva e da sombra. O período de maior avanço de ambos foi a partir da Renascença, pois até então o desenho era utilizado amplamente como forma de representação artística ou para retratos de figuras ou cenas reais. No século XV, a pintura renascentista passou a usar a técnica denominada de chiaroscuro (expressão italiana para as palavras claro e escuro), sendo Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio, um dos artistas mais expressivos nesse uso, que utilizou a luz e a sua ausência (a sombra) como formas de criar dramaticidade e despertar emoções e sensações em uma pintura, a qual é um objeto estático e plano por denominação (PALARÉ, 2013). Na Figura 1, você pode ver uma de suas pinturas. Figura 1. Pintura de Caravaggio. Fonte: Renata Sedmakova/Shutterstock.com. Perspectiva das sombras2 Mais tarde, Leonardo da Vinci passou a utilizar o desenho técnico para representar e documentar seus estudos e suas invenções, pois ele sintetiza um pensamento de forma mais clara e sucinta, facilitando o entendimento das suas intenções. A aplicação da sombra é perceptível em muitos de seus desenhos, como você pode observar na Figura 2, e permitiu uma tradução mais precisa das informações. Figura 2. Desenho de Leonardo da Vinci. Fonte: Kwirry/Shutterstock.com. Os desenhos técnicos e o estudo da sombra são baseados nos princípios da geometria, que era utilizada desde o Antigo Egito para entender e resolver questões ligadas às cheias do rio Nilo. Já a descoberta de documentação de estudos matemáticos indica que grande parte da sua fundamentação foi desenvolvida na Grécia Antiga, desde Tales de Mileto. Euclides, Pitágoras, Apolônio e Arquimedes também apresentaram estudos na área da geometria, contribuindo para casos práticos e de cunho filosófico. Após um longo período da história sem registros significativos, o estudo da geometria volta a aparecer a partir do Renascimento, mas foi apenas durante a Revolução Industrial, no século XIX, que a geometria descritiva passou efetivamente a ser utilizada de forma disseminada e, com a normatização de parâmetros de representação, criou-se o que é chamado hoje de desenho técnico (PALARÉ, 2013). 3Perspectiva das sombras A geometria descritiva é amplamente utilizada nas ciências exatas, pois permite traduzir graficamente a espacialidade de um lugar ou um objeto com- plexo, possibilitando o cálculo de suas áreas, seus volumes e suas angulações, bem como viabilizar a determinação de distância e medidas em verdadeira grandeza (VG) de espaços e objetos. O seu criador foi Gaspar Monge, que, em 1799, desenvolveu o sistema mongeano, um sistema de representação planificado de elementos tridimensionais. Diversos componentes criados por ele são usados até hoje, como a representação axonométrica, icônica e a geometria cotada. O estudo das sombras, bem como o das perspectivas em geral, teve suabase vinculada à geometria descritiva, tornando precisos e matemáticos os elementos utilizados, até então, somente em desenhos artísticos e, muitas vezes, traduzidos a partir da observação do artista em um cenário real. Dessa forma, como em outras ciências exatas, foi possível que as percepções de fenômenos da natureza pudessem ser traduzidas técnica e matematicamente para aplicar o conhecimento de forma prática no dia a dia. Você pode ver a aplicação desses estudos no final deste capítulo, mas, antes, precisa entender os componentes que fazem parte desse elemento (PALARÉ, 2013). Partes da sombra A sombra existe somente com a luz, portanto, antes de entendê-la, é preciso avaliar os tipos de FL, as quais podem ser classificadas conforme descrito a seguir. � Em relação a sua natureza: naturais (sol) ou artificiais (lâmpadas). � Em relação à direção dos raios luminosos: direcionais, quando os raios propagam para o mesmo sentido paralelamente, como o sol; ominidi- recional, raios em diversas direções, atingindo o objeto iluminado em diferentes ângulos e intensidades, como as lâmpadas halógenas e as velas; e focais, quando os raios são direcionados a um ponto em formato cônico, e a intensidade da luz diminui com a distância da FL, como os holofotes ou as lâmpadas do tipo spot. � Em relação as suas dimensões: extensas, quando possuem um tamanho considerável e que influencia o ambiente; ou puntiformes, quando suas dimensões são desprezíveis, por exemplo, a luz de uma estrela no céu, pois a distância com o objeto iluminado não permite a criação de sombra visível (CASSAL, 2001). Perspectiva das sombras4 Ao iluminar um objeto com uma FL, pode-se verificar diversos com- ponentes relacionados à luz. A área com a maior incidência de luz é a que apresentará o maior brilho, já a de menor incidência será a parte do objeto com maior sombra própria. Entre essas duas zonas, há o meio-tom, uma área de transição entre elas. Se o objeto estiver próximo a um plano ou a outro objeto, o bloqueio da luz formará a sombra projetada, e a luz desse plano poderá criar uma área de luz refletida do plano no objeto iluminado, conforme você pode visualizar na Figura 3 (CASSAL, 2001). Figura 3. Partes da sombra. Cada um dos elementos mencionados pode variar de tamanho e intensidade conforme as características do objeto (forma, material, tamanho); da sua posição em relação ao plano em que a sombra é projetada; e das caraterísticas da FL. O formato e o tamanho desse objeto influenciarão principalmente no contorno da sombra, já o seu material determinará o seu grau de opacidade. Quanto mais opaco o objeto for, maior será o bloqueio da FL. A característica do objeto relacionada ao seu grau de opacidade pode ser verificada de forma clara em materiais como as películas de um carro, em que quanto mais escura e fechada for a sua gramatura, menor será a passagem de luz, deixando seu interior menos visível para quem observa da parte externa. 5Perspectiva das sombras A mesma relação é aplicada na sombra, pois quanto maior for o grau de opacidade do material em que a luz é projetada, mais intensa será sua sombra. Já a posição do objeto em relação ao plano de projeção influenciará na direção da sombra e no seu tamanho. Essas características da FL determinarão o tipo de sombra que será projetada e a sua intensidade de contorno. A sombra em si pode ser dividida em duas áreas: a zona de umbra e a de penumbra. A primeira trata-se da região mais escura, com presença nula de luz; já a segunda é a região em que a luz varia de zero à luz máxima da FL (CASSAL, 2001). Veja exemplos de ambas na Figura 4. O contorno da sombra, por sua vez, pode ser definido ou suave. No primeiro tipo, há pouca presença de penumbra e, geralmente, ele resulta de uma fonte focal ou puntiforme de luz. Já no segundo, existe uma maior quantidade de penumbra e, comumente, está associado às fontes difusas de iluminação do objeto. Figura 4. Umbra e penumbra. Fonte: Sergey Merkulov/Shutterstock.com. Perspectiva das sombras6 As luminárias do tipo plafons produzem mais nuances de penumbras. Já as fontes de luz mais focais e com o grau de abertura mais fechado, como as dicroicas, tendem a criar uma área menor de meios-tons — em alguns casos, essa transição quase não é perceptível a olho nu. O teatro utiliza muito essa diferenciação com as máscaras, para fechar o foco de iluminação da fonte no ator e, assim, criar maior dramaticidade na cena. Por fim, pode-se verificar mais dois elementos para a análise da luz, a transparência e a cor do objeto. Quando a luz incide em um objeto translú- cido, além da região de umbra e penumbra, ocorre um efeito denominado de cáustico, porque materiais transparentes têm o comportamento de uma lente que permite alguns raios de luz passarem por meio deles. Esse fenômeno é bem visível em copos com água ao serem iluminados. Outra variação da luz é a sua cor, em desenhos técnicos, geralmente são utilizados tons de cinza e preto como forma simplificada de representação, mas quando a FL emite luz colorida, o objeto pode projetar uma sombra com cor, sobretudo se ele não for completamente opaco. Tipos de sombra A sombra pode ser classificada como própria ou projetada. A primeira trata-se da parte escura do objeto quando recebe a incidência de uma FL sobre ele, por exemplo, a lua, cuja face que se vê à noite é a iluminada pelo sol. A chamada face oculta da lua, nunca vista, é o lado que está com a sombra própria. A sua intensidade pode ter uma variação de escala (mais clara ou mais escura) de acordo com a luminância da fonte de luz. Já a sombra projetada é aquela que o objeto gera ao incidir um bloqueio de luz em um plano. Sua forma e dimensões podem variar de acordo com diversos fatores, mas estão ligadas diretamente à inclinação da FL em relação ao objeto iluminado. Você pode entender melhor essa relação ao analisar sua própria sombra, em que seu desenho é uma projeção de si e varia conforme seu posicionamento quanto a FL (CASSAL, 2001). Veja um exemplo desse tipo de sombra na Figura 5. 7Perspectiva das sombras Figura 5. Sombra projetada. Fonte: ronstik/Shutterstock.com. Limites da sombra Quando se analisa o estudo para determinar o desenho de uma sombra, en- contra-se diversos autores sobre o assunto, os quais apresentam composições matemáticas complexas para o seu cálculo. A geometria das sombras pode ser calculada por meio de diversos algoritmos complexos traduzidos para os programas de computação gráfica e que permitem gerar modelos tridimen- sionais, como sombras geradas por projeção; volumes de sombra; algoritmo de Willian; algoritmo de Artherton, Weiler e Greenberg; algoritmo de Appel; traçado de raios; e algoritmos geradores de sombra (CASSAL, 2001). Para saber mais sobre os tipos de algoritmos, acesse o link a seguir. https://goo.gl/jaGBAe Entre as teorias citadas, a mais utilizada em desenhos técnicos é a da sombra projetada, considerando também sua maior simplicidade de aplicação. Quando a projeção desse tipo é feita em elementos planos, como pisos e paredes, ela produz limites bem definidos, sem a presença de áreas de penumbra (CASSAL, 2001). Perspectiva das sombras8 Sombra projetada Para o estudo das sombras, você deve compreender a relação entre a sombra projetada e o posicionamento da FL. Por exemplo, ao caminhar em um dia de sol, dependendo do horário, a sombra tem um tamanho e um formato diferentes. Quando se aplica os fundamentos matemáticos de projeção de sombras, esse fato pode ser facilmente explicado. Na maior parte dos exemplos de comportamento da sombra em desenhos técnicos, o sol é utilizado como FL, pois possui uma incidência unidirecional e de intensidade uniforme. Na Figura 6, você pode ver essa relação entre a sombra projetada e o sol. Figura 6. Sombra projetada e sol. A sombra projetada é graficamente determinada pela angulação da FL em relação ao objeto iluminado sobre o plano de projeção. As fontesparalelas aos objetos formam sombras proporcionais ao tamanho do objeto iluminado e são facilmente entendidas a partir do estudo dos triângulos retângulos, pois esse objeto sempre tem uma angulação de 90° em relação ao plano projetado. Dessa forma, os dois objetos, lado a lado, tendem a ter sombras proporcionais a sua dimensão física, já o tamanho da sombra projetada pode ser determinado matematicamente (FERNANDES, 2007). Entretanto, para desenhos, mais importante que o valor matemático exato da sombra, são o desenho e o contorno dela. Para sombras projetadas a partir de uma fonte única, existem três aplicações relacionadas à posição da FL: paralela ao objeto iluminado; localizada em frente ao observador no infinito; e localizada atrás do observador. 9Perspectiva das sombras No primeiro caso, a sombra se define pelo limite do próprio objeto até encontrar o plano de projeção, e o seu desenho é a conexão desses pontos. Você pode ver na Figura 7 um exemplo de posição paralela ao objeto iluminado. Figura 7. Sombra projetada com fonte luminosa de raios paralelos. Já no segundo caso, deve-se encontrar o ponto de fuga (PF) do objeto e verificar a linha do horizonte (LH) do desenho — linha paralela em que está contido o PF. O limite da sombra será determinado pelo cruzamento das projeções da FL no plano de projeção com a LH, e o seu desenho será a conexão desses pontos. Veja um exemplo de posição localizada em frente ao observador no infinito na Figura 8. Figura 8. Sombra projetada com fonte luminosa em frente ao observador no infinito. Perspectiva das sombras10 No terceiro caso, como a FL não é visível, deverá ser feita uma transferência virtual da sua posição, em que é traçada uma linha com a mesma dimensão e distância da FL até a LH, criando uma projeção dessa FL. A sombra proje- tada será o cruzamento da linha imaginária e da LH, e o seu desenho será a conexão entre esses pontos. Na Figura 9, é ilustrado um exemplo de posição localizada atrás do observador. Figura 9. Sombra projetada com fonte luminosa atrás do observador. Em todos os casos mencionados, a superfície de projeção era plana, mas o comportamento da sombra pode variar em superfícies curvas e dependendo do material em que ela for projetada. Por exemplo, nas superfícies mais lisas, há a presença da luz refletida em parte da sombra própria do objeto e, assim, será menos possível verificar a sua transição de nuances na região de penumbra. A sombra não é um elemento estático e pode, facilmente, se transformar de acordo com a intensidade, a direção ou o tipo da FL. Por isso, ao representar a sombra de um objeto, deve-se entender que esta é uma representação do seu estado momentâneo. Já no caso da representação gráfica, caberá ao autor determinar qual a melhor abordagem (FERNANDES, 2007). Sombra aplicada O uso das sombras é fundamental para o entendimento da profundidade e volumetria de objetos em um desenho artístico ou técnico. Se você observar a história da arte, principalmente a pintura, perceberá que o. Nas Figuras 10 e 11, você pode ver alguns exemplos de pinturas com essa aplicação. 11Perspectiva das sombras Figura 10. Mosaico da Basílica de Santa Sofia, arte bizantina. Fonte: AlpKaya/Shutterstock.com. Figura 11. A deposição de Cristo, por Caravaggio. Fonte: Renata Sedmakova/Shutterstock.com. Perspectiva das sombras12 Assim como no teatro, as sombras são bem comuns em espetáculos de dança e na fotografia. No estudo da Gestalt, o componente contraste relaciona a luz e a sombra a uma leitura da forma. Quanto menor for o uso de meios-tons com nuances e sombreamentos, maior será o índice de contraste, que é um modo de criar tensão entre os dois polos opostos (luz e sombra) para aumentar o ponto focal e a dramaticidade de uma cena ou imagem, uma vez que direciona o olhar do observador. Dessa forma, quando se utiliza a sombra nas áreas da arte ou comunicação, é mais comum que ela seja empregada intencionalmente para criar uma dinâmica e um movimento. Veja na Figura 12 dois exemplos do uso de sombra nessas áreas. Figura 12. Aplicação de sombra no teatro e na dança. Fonte: (a) Igor Bulgarin/Shutterstock.com; (b) PUSCAU DANIEL/Shutterstock.com. Geralmente, em filmes de terror ou suspense, as cenas de maior impacto envolvem locais escuros, criando um ar de incerteza, pois não é possível ver o todo dessa cena. Por isso, pode-se afirmar que a sombra faz parte da expressão artística a fim de evocar um sentimento ou uma sensação, e a sua intensidade é proposital, de acordo com a escolha do artista. Entretanto, nos desenhos técnicos, a sombra tem função similar à das pinturas da corrente do Realismo, pois são utilizadas, principalmente, para criar a ilusão de tridimensionalidade (volume e profundidade). Portanto, a 13Perspectiva das sombras intensidade é vinculada às questões técnicas do objeto que emite a sombra (material, tamanho e posição), e suas definições estão ligadas aos estudos matemáticos de projeção de sombra. Por se tratar de uma área exata, são es- tabelecidas regras de representação para buscar uma normatização mais clara. A sombra é usada sobretudo nas fachadas e perspectivas a fim de permitir o entendimento de diferentes planos, volumes e materiais que compõem o elemento projetado. Nos cursos de desenhos, são ensinadas diversas técnicas para a sua representação, como o pontilhismo, o tracejado e o esfumaçado. Para buscar mais realismo, deve-se verificar a aplicação de faixas tonais gradativamente da região de umbra até a de penumbra. Conforto térmico As sombras são importantes instrumentos de representação da realidade e podem criar um impacto na leitura de uma imagem ou uma tensão para direcionar sentimentos ou sensações. Entretanto, o seu estudo também pode ser aplicado de forma prática e funcional. As disciplinas de conforto ambiental aplicam o estudo das luzes e o comportamento da sombra como uma ferramenta para a criação de ambientes com maior índice de habitabilidade. Os raios solares trazem calor e luz para um ambiente e, dependendo da região do planeta em que a edificação está inserida, nem sempre é interessante que eles estejam presentes no seu interior. Nas construções em países com maior incidência de raios solares, elementos de bloqueio do sol propiciam a criação de amplas áreas de sombreamento e permitem uma diferença térmica significativa entre os ambientes interno e externo. Já nas edificações em regiões mais frias do globo terrestre (mais próximas aos polos), evita-se áreas de sombreamento a fim de garantir o aquecimento interno. Entender o comportamento das sombras permite o posicionamento mais adequado da orientação geográfica de uma construção. Além da orientação de cada edifício, deve-se observar o entorno da área de in- tervenção. As grandes cidades possuem regras para construção, as quais limitam as alturas máximas e o distanciamento entre edificações em diferentes regiões. São Paulo, Tóquio e Nova Iorque, por exemplo, são conhecidas pelos seus altos edifícios, que criam extensas áreas de bloqueio do sol (sombreamento). Nessas cidades, muitas vezes, posicionam-se piscinas e áreas de lazer no topo das edificações, a fim de garantir luminosidade e calor. Considerando que a sombra projetada varia conforme a angulação da FL, as edi- ficações e os elementos urbanos projetam suas sombras em diferentes direções e tamanhos ao longo do dia e das estações do ano, sendo o sol a principal FL de estudo nesse tipo de relação. Assim, o estudo do movimento do sol é fundamental para as disciplinas de conforto térmico Perspectiva das sombras14 Elementos de bloqueio do sol No Brasil, a maioria das regiões está inserida em áreas quentes e com alto índice de raios solares devido à proximidade com a Linha do Equador e o Trópico de Capricórnio, por isso, a arquitetura busca diferentes maneiras de controlar a luz e o calor. Nos edifícios, a fachada é o limite da edificação que divide o espaço externo e o interno,o que a torna um objeto de estudo e intervenção nesse sentido. Como você já leu anteriormente, os materiais opacos criam um maior bloqueio de luz e uma área maior de sombra, por isso, seria fácil afirmar que paredes cegas (sem aberturas para a área externa) são a melhor solução para o resfriamento de uma área interna. Entretanto, a luz do sol é importante para a iluminação do ambiente, e essas aberturas permitem a entrada de vento no interior. Desse modo, faz-se necessário o estudo de formas de bloqueios de luz em fachadas com aberturas. Esses elementos podem ser instalados na parte interna da edificação, por exemplo, persianas, cortinas e películas; ou na parte externa, como as máscaras (formando uma pele antes da fachada mais interna) por meio de materiais vazados (chapas perfuradas, cobogós). Entre eles, um dos mais utilizados e eficazes são os brises. De forma bastante simplificada, os brises são lâminas de composição da fachada que bloqueiam os raios solares. Sua disposição e orientação dependerão da direção da luz que se deseja bloquear; e sua dimensão, da área de sombra que se pretende criar. Utilizar uma aba para criar uma sombra é o mesmo que usar um chapéu ou boné para se proteger em um dia de sol na praia. Os beirais, em casas com cobertura de telhados, também têm uma função similar, cuja lógica é a mesma para os brises, os quais dividem as áreas expostas em diferentes níveis da fachada e sombreiam-na de forma gradual e uniforme (SCHERER, 2014). Sistema de brises No Brasil, este sistema foi bastante disseminado durante a arquitetura mo- dernista, pelo arquiteto francês Le Corbusier, por volta de 1930 (SCHERER, 2014). Ele utiliza elementos ou adornos de fachadas para conter e controlar a incidência de raios solares no interior de uma edificação, sem impedir a entrada de iluminação natural e mantendo o contato visual entre a parte interna e externa. Geralmente, é composto de mais de uma lâmina, as quais variam de acordo com cada caso. O jogo das lâminas individuais pode gerar diferentes 15Perspectiva das sombras composições de fachadas, mas, comumente, está relacionado às questões mais funcionais do que artísticas. Os brises são classificados em três tipos: horizontais, verticais e mistos, ou grelha, os quais dependerão da necessidade de sombreamento que varia de acordo com a posição de determinada face da edificação. Essas terminologias estão, basicamente, ligadas à orientação do elemento em relação à fachada (FERNANDES, 2007). Os sistemas horizontais são aplicados para o bloqueio de raios frontais à superfície de incidência dos raios solares. O estudo da disposição das lâmi- nas, bem como a sua profundidade, é feito a partir de um corte da fachada, considerando que pode haver sempre mais de uma solução para uma mesma edificação. A escolha dependerá de questões de custo e harmonia de com- posição da fachada traçadas pelo projetista. No Brasil, esse tipo de brise é usado, principalmente, em fachadas voltadas para a orientação norte devido à angulação mais vertical dos raios solares em relação à superfície da Terra. Na Figura 13, você pode ver um croqui de brise horizontal. Figura 13. Croqui de brise horizontal. Fonte: Fernandes (2007, p. 43). Os sistemas verticais, por sua vez, são aplicados para o bloqueio de raios laterais da fachada. Para determinar a posição, a inclinação e a dimensão das lâminas, os estudos são feitos a partir da planta baixa da fachada, pois permitem indicar a incidência dos raios em VG. Assim como o horizontal, não há apenas uma solução para cada caso, e a composição é uma decisão de projeto com as mesmas variáveis de desejo de composição, escolha de materiais e custo da obra. No Brasil, esse tipo é utilizado, principalmente, em orientações oeste e leste (FERNANDES, 2007). Veja na Figura 14 um croqui de brise vertical. Perspectiva das sombras16 Figura 14. Croqui de brises verticais. Fonte: Fernandes (2007, p. 44). Por fim, os sistemas mistos, ou de grelha, são composições mistas dos dois primeiros tipos, aplicados quando há necessidade de sombreamento nas duas direções. Nesse caso, há uma menor área de incidência de raios solares, em que se cria um bloqueio maior de visibilidade para o exterior, por isso, é necessário ter cuidado ao desenhar um sistema de brises, a fim de buscar um equilíbrio entre o sombreamento e a permeabilidade visual da fachada. O estudo de tamanho, angulação e posição das lâminas deve ser feito simultaneamente em planta baixa e corte. Os sistemas de brises têm, ainda, a variação de fixos ou móveis, sendo que este costuma apresentar um maior custo devido ao tipo de material (geralmente mais leves para a possibilidade de movimentação) e ao custo de manutenção do dispositivo. Em contrapartida, tende a ser um sistema mais eficaz, porque os raios solares alteram a direção em razão da sua trajetória durante o dia e o ano. Assim, além de atuar no desempenho térmico das edificações, os elementos de proteção solar podem favorecer a boa distribuição da luminosidade, con- trolam a incidência solar direta e, por meio de reflexões, tornam a luz difusa e bem distribuída (SCHERER, 2014). Portanto, o estudo do comportamento das sombras permite uma maior habitabilidade nas edificações, utilizando elementos naturais de controle que podem ser aplicados de forma prática na arquitetura. 17Perspectiva das sombras 1. Quando um objeto sobre uma superfície recebe uma luz de fonte luminosa (FL), o seu contorno não iluminado projeta uma sombra no plano, a qual é definida de sombra projetada. O tamanho dessa sombra pode variar dependendo: a) da inclinação da FL em relação ao objeto. b) da intensidade da FL. c) da distância da FL em relação ao objeto. d) do tipo da FL, natural ou artificial. e) do material do objeto. 2. O sol é a FL presente no dia a dia, e você pode facilmente entender a presença da sombra ao olhar o seu contorno projetado no chão. Observando a mudança da sombra ao longo do dia, percebe-se uma variação de tamanho. Dessa forma, qual o horário em que, em uma cidade localizada na Linha do Equador, a sombra projetada no chão pela incidência do sol em uma pessoa é menor? a) Ao nascer do sol. b) Ao pôr do sol. c) Ao meio-dia. d) Ao longo do dia, as sombras projetadas têm sempre o mesmo tamanho. e) Entre 14 h e 15 h. 3. As sombras projetadas podem ser medidas por meio de cálculos matemáticos precisos. Tendo como base os princípios da geometria descritiva, determine o tamanho de uma edificação que projeta uma sombra de 25 metros no chão, sendo que uma pessoa de 1,8 metros ao seu lado projeta uma sombra de 5 metros. a) 69,45 m. b) 36 m. c) 12 m. d) 9 m. e) 3,6 m. 4. Os eclipses são fenômenos baseados nos fundamentos de iluminação e sombreamento e podem ser solares ou lunares. Sua ocorrência é rara, pois necessita do alinhamento da Terra, do sol e da lua. Referente à análise da relação da sombra nos eclipses, indique quais alternativas estão corretas. I — No eclipse solar, é possível observar a área de sombra própria da lua. II — No eclipse solar, não há formação de áreas de penumbra. III — No eclipse lunar, a Terra é o objeto iluminado; e a lua, o plano de projeção da sombra. a) Apenas a I. b) Apenas a II. c) Apenas a II e a III. d) Apenas a I e a III. e) Todas. 5. A sombra possui partes diferentes, que variam de dimensões, contorno e tamanho. Essa variação depende do tipo do objeto iluminado (materiais e formas) e da FL em si. Sobre as sombras projetadas a partir de uma FL, é correto afirmar que: a) o tipo de superfície (material e forma) em que a sombra é projetada não altera o desenho da sombra projetada. b) os objetos opacos produzem sombras de tamanho maior que os objetos translúcidos. Perspectiva das sombras18 c) uma FL difusa produz uma luz com maior área de penumbra que uma FL direta. d) o tipo de FL não altera o desenho da sombra de um objeto, mas, sim, a sua posição relativa ao objeto. e)a sombra própria de um objeto é sempre mais escura que a sombra projetada. CASSAL, M. L. Geração de sombras em objetos modelados por geometria sólida constru- tiva. 2001. 149 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. Disponível em: <http://www.lume. ufrgs.br/handle/10183/1462>. Acesso em: 17 maio 2018. FERNANDES, A. M. C. P. Arquitetura e sombreamento: parâmetros para a região climá- tica de Goiânia. 2007. 121 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. Disponível em: <http://hdl.handle. net/10183/12456>. Acesso em: 18 maio 2018. PALARÉ, O. R. Geometria descritiva: história e didática - novas perspectivas. 2013. 323 f. Tese (Doutorado em Geometria) – Universidade de Lisboa, Lisboa, 2013. Disponível em: <http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/10778/1/ulsd067813_td_Odete_Palare. pdf>. Acesso em: 18 maio 2018. SCHERER, M. J. Cortinas verdes na arquitetura: desempenho no controle solar e na eficiência energética de edificações. 2014. 187 f. Tese (Doutorado em Arquitetura) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível em: <http:// www.lume.ufrgs.br/handle/10183/109023>. Acesso em: 18 maio 2018. Leituras recomendadas BONAFÉ, G. Brises controlam incidência de luz e garantem conforto térmico à edificação. 2018. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/brises-controlam- incidencia-de-luz-e-garantem-conforto-termico-a-edificacao_9317_0_1>. Acesso em: 18 maio 2018. CHING, F. D. K. Representação gráfica em Arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. GOMES FILHO, J. Gestalt do objeto: sistema de leitura visal da forma. São Paulo: Es- crituras, 2000. ULBRICHT, S.M. Análise dos conceitos fundamentais do desenho técnico face a imple- mentação parcial de um modelo teórico de ensino inteligente auxiliado por computador. 1992. 131 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Universidade Federal de Santa Catarina, 1992. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/157753>. Acesso em: 18 maio 2018. 19Perspectiva das sombras Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. DICA DO PROFESSOR O desenho é uma ferramenta de expressão que permite traduzir as intenções de forma sintética e clara, como na Arquitetura e na Engenharia. As representações permitem a padronização dessa linguagem. As fachadas, ou elevações, são formas de representação da casca da edificação, e as sombras permitem a criação de ilusão de volumetria e de profundidade. Acompanhe no vídeo a seguir como criar sombra em uma fachada de uma edificação. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Quando um objeto sobre uma superfície recebe uma luz de uma fonte luminosa, o seu contorno não iluminado projeta uma sombra no plano. Essa é a definição do que é chamado sombra projetada. O tamanho da sombra poderá variar, dependendo: A) da inclinação da fonte luminosa em relação ao objeto. B) da intensidade da fonte luminosa. C) da distância da fonte luminosa em relação ao objeto. D) do tipo da fonte luminosa (natural ou artificial). E) do material do objeto. O sol é a fonte luminosa presente no nosso dia a dia e podemos facilmente entender a presença da sombra quando olhamos o nosso contorno projetado ao chão. 2) Observando a mudança da sombra ao longo do dia, percebemos uma variação de tamanho. Dessa forma, qual é o horário do dia em que, em uma cidade localizada na Linha do Equador, a sombra projetada no chão pela incidência do sol em uma pessoa é menor? A) Ao nascer do sol. B) Ao pôr do sol. C) Ao meio-dia. D) As sombras projetadas têm sempre o mesmo tamanho ao longo do dia. E) Entre as 14h e as 15h. 3) As sombras projetadas podem ser medidas por meio de cálculos matemáticos precisos. Tendo como base os princípios da geometria descritiva, determine o tamanho de uma edificação que projeta uma sombra de 25m no chão sendo que uma pessoa de 1,8m ao seu lado projeta uma sombra de 5m no chão. A) 69,45m. B) 36m. C) 12m. D) 9m. E) 3,6m. 4) Os eclipses são fenômenos baseados nos fundamentos de iluminação e sombreamento. A sua ocorrência é rara, pois necessita o alinhamento da Terra, do Sol e da Lua, e podem ser solares ou lunares. Referente à análise da relação da sombra nos eclipses, indique quais alternativas estão corretas: I - No eclipse solar é possível observar a área de sombra própria da Lua. II - No eclipse solar não há formação de áreas de penumbra. III - No eclipse lunar a Terra é o objeto iluminado e a Lua é o plano de projeção da sombra. A) Apenas a I. B) Apenas a II. C) Apenas a II e a III. D) Apenas a I e a III. E) Todas. 5) A sombra possui partes diferentes e que variam de dimensões, contorno e tamanho. Essa variação vai depender do tipo do objeto iluminado (materiais, formatos) e da fonte luminosa em si. Sobre as sombras projetadas a partir de uma fonte luminosa, é correto afirmar que: A) o tipo de superfície (material e forma) em que a sombra é projetada não altera o desenho da sombra projetada. B) objetos opacos produzem sombras de tamanho maior que objetos translúcidos. C) uma fonte luminosa difusa produz uma luz com maior área de penumbra que uma fonte luminosa direta. D) o tipo de fonte luminosa não altera o desenho da sombra de um objeto, mas sim a sua posição relativa ao objeto. E) a sombra própria de um objeto é sempre mais escura que a sombra projetada. NA PRÁTICA Os brises são elementos arquitetônicos baseados na percepção de sombra e no estudo do comportamento dos raios solares. Sua aplicação no Brasil foi amplamente utilizada, principalmente a partir da corrente modernista, e o estilo brutalista os utilizava como elementos marcantes de fachadas. Além desse sistema, outros também são comumente utilizados para o bloqueio do sol, como películas, persianas, cobogós, etc. Mas os brises são importantes elementos para a arquitetura brasileira, pois estão intimamente ligados à arquitetura brutalista presente em Brasília. Esses componentes de fachada podem ser dipostos de diferentes formas, dependendo da sua função. Confira a seguir os tipos e as aplicações de brises existentes. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Desenho de observação A sombra pode ser aplicada para dar volumetria em desenhos técnicos que foram introduzidos como meio de representação formal de projetos e de objetos. Acesse o livro a seguir e saiba mais. Luzes e sombras em perspectiva O sol é umas das fontes luminosas mais presentes no nosso dia a dia, por isso a importância do seu entendimento e estudo. Entenda e veja o comportamento do sol ao longo do dia de uma forma prática neste vídeo: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Guia completo de brises + 25 projetos de inspiração Existem diversas formas de utilizar os princípios da sombra para benefício próprio, principalmente nas questões ligadas ao conforto térmico das edificações. Os brises são exemplos. A sua aplicação pode ser demonstrada a partir de alguns projetos existentes. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!