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Teoria Geral do Crime 
 
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei 
comina pena de reclusão ou de detenção, quer 
isoladamente, quer alternativa ou 
cumulativamente com a pena de multa; 
contravenção, a infração penal a que a lei comina, 
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, 
ou ambas, alternativa ou cumulativamente. 
 
CONTRAVENÇÃO é a infração penal que a lei comina, isoladamente, pena de prisão 
simples ou de multa, ou ambas, cumulativa ou alternativamente. São as condutas de 
menor potencial ofensivo, com pena máxima de cinco anos. As contravenções são 
os delitos descritos na Lei das Contravenções Penais. São delitos tão pequenos que 
não valem a pena ser tratados de forma muito severa, mas que, ainda assim, a 
sociedade não acha que seria justo deixá-los impunes. As contravenções são um meio 
termo entre algo muito grave e algo que é legal. 
EX: rinha de galo, vias de fato, jogo do bicho, etc.. 
 
1. Conceito de Crime 
 LEGAL: infração punida com reclusão ou detenção 
 
 FORMAL: mera violação da lei penal 
 
 MATERIAL: comportamento humano que ofende ou expõe a perigo, bens jurídicos 
tutelados pela lei penal 
 
 ANALÍTICO: depende da teoria adotada. 
Lei de Introdução ao Código 
Penal 
. Teoria Causalista ou Naturalística: fato típico + ilícito + culpável 
. Teoria Finalista Tripartida: fato típico + ilícito + culpável 
. Teoria Finalista Bipartida: fato típico + ilícito (culpabilidade é apenas 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3688.htm
 
 
 
 
 
 
2. Crime, Delito e Contravenção Penal 
No Brasil, adotou-se a TEORIA DICOTÔMICA, para qual o gênero é a infração penal e 
as espécies são: 
 
 
 
CRIME CONTRAVENÇÃO PENAL 
 
. Punido com reclusão e detenção 
. cumprimento de pena: máximo de 30 
anos (art. 75, CP) 
. a tentativa é punível, como regra 
. aplica-se a extraterritorialidade 
. ação penal pública e privada 
 
. punida com prisão simples 
. cumprimento de pena: máximo de 5 
anos (art. 10, Lei de Introdução CP) 
. tentativa não é punível (art. 4, LICP) 
. não se aplica a extraterritorialidade 
. ação penal pública incondicionada 
 
3. Classificação Doutrinária dos Crimes 
 
a) MATERIAIS, FORMAIS e DE MERA CONDUTA 
 
 Materiais: o tipo penal descreve a conduta e o resultado, sendo este, necessário 
para a consumação. EX: furto, roubo, homicídio, etc. 
. Crime 
. Contravenção Penal 
 
Súmula Vinculante 24, STF: Não se tipifica crime 
material contra a ordem tributária, previsto no art. 
1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do 
lançamento definitivo do tributo. 
 
 Formais: o tipo descreve uma conduta que possibilita a produção de um resultado 
naturalístico, mas não exige sua produção, para a consumação. EX: extorsão. 
Súmula 96, STJ: o crime de extorsão consuma-se 
independentemente da obtenção da vantagem 
indevida. 
Súmula 500, STJ: A configuração do crime do art. 
244-B do ECA independe da prova da efetiva 
corrupção do menor, por se tratar de delito formal. 
 Mera conduta: o tipo descreve apenas a conduta, da qual não decorre nenhum 
resultado naturalístico externo a ela. EX: porte ilegal de arma de fogo. 
 
b) COMUNS, PRÓPRIOS e DE MÃO PRÓPRIA 
 
 Comuns: podem ser praticados por qualquer pessoa. EX: furto 
 
 Próprios: só podem ser praticados pelo sujeito descrito no tipo. EX: peculato – 
funcionário público 
 
 De mão própria: além de exigir determinada condição especial do sujeito ativo, 
requer que ele o faça pessoalmente. EX: falso testemunho. 
 
c) INSTANTÂNEOS, PERMANENTES e DE EFEITOS PERMANENTES 
 
 Instantâneos: a consumação acontece em momento determinado, não se 
prolongando no tempo. EX: homicídio. 
 
 Permanentes: a consumação do crime se prolonga no tempo. EX: cárcere privado 
 
 Instantâneos com efeito permanente: são crimes instantâneos que se caracterizam 
pela duração de suas consequências. EX: documento falso. 
 
 
 
d) HABITUAIS: consuma-se com a reiteração de atos que denotam um estilo ou modo 
de vida do agente. EX: curandeirismo. 
 
e) UNISSUBSISTENTES e PLURISSUBSISTENTES 
 
 Unissubsistentes: consumam-se com a prática de um único ato. EX: injúria verbal 
 
 Plurissubsistentes: consumam-se com a prática de um ato ou vários. EX: injúria por 
escrito. 
 
 
f) MONOSSUBJETIVOS e PLURISSUBJETIVOS 
 
 Monossubjetivos (ou de concurso eventual): o crime pode ser praticado por uma ou 
por várias pessoas, em concurso. EX: homicídio 
 Plurissubjetivos (ou de concurso necessário): o crime somente pode ser praticado 
por uma pluralidade de agentes, em concurso. EX: associação criminosa. 
 
g) COMISSIVOS E OMISSIVOS 
 
 Comissivos: aqueles praticados através de ações. 
 
 Omissivos: são aqueles praticados através de omissão. Podem ser ainda: 
 
 Omissivos puros ou próprios: o tipo penal descreve uma conduta omissiva, ou 
seja, um não fazer proibido. EX: omissão de socorro. 
 
 Omissivos impuros, impróprios ou Comissivos por omissão: o tipo penal 
descreve uma conduta positiva, mas sua execução se dá por omissão nas 
hipóteses em que o agente podia e devia agir para evitar o resultado. 
 
 Quem tem por lei, a obrigação de cuidado, proteção e vigilância. 
EX: policial, salva-vidas 
 Quem, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o 
resultado (garantidor). EX: tutor, curador 
 Quem, com seu comportamento anterior, criou o risco da 
ocorrência do resultado. EX: quem conduz um bêbado e o 
abandona. 
 
h) DE DANO e DE PERIGO 
 
 De dano: consuma-se com a efetiva lesão ao bem jurídico. EX: roubo 
 
 De perigo: consuma-se com a possibilidade de lesão ao bem jurídico. EX: perigo à 
saúde de outrem. O crime de perigo ainda se subdivide em: 
 
 De perigo concreto: são aqueles que exigem a comprovação do perigo, 
para a consumação. EX: dirigir sem a CNH (art. 309 do CTB) 
 
 De perigo abstrato: (ou presumido) dispensam a comprovação do perigo, 
para a consumação. EX: porte ilegal de arma de fogo. 
 
 
 
i) SIMPLES, PRIVILEGIADO e QUALIFICADOS 
 
 Simples: É o tipo penal na sua forma básica. EX: homicídio (art. 121, caput) 
 
 Qualificados: quando existem circunstâncias previstas na sequencia do tipo penal 
(normalmente os parágrafos), que aumentam as penas mínimas e máximas previstas 
para o crime. EX: homicídio qualificado (art. 121, §2°)  motivo fútil, traição, 
emboscada... 
 
 Privilegiados: quando existem circunstâncias previstas na sequencia do tipo penal 
(normalmente os parágrafos), que diminuem as penas mínimas e máximas previstas. 
A pena é reduzida de 1/6 a 1/3. EX: homicídio privilegiado (art. 121, §1°)  motivo de 
relevante valor social, moral, sob violenta emoção, em seguida de injusta agressão 
 
j) QUALIFICADOS PELO RESULTADO: são aqueles em que está prevista uma pena mais 
grave para a hipótese de produção de determinado resultado. EX: lesão corporal 
seguida de morte. 
 
k) PRETERDOLOSOS ou PRETERINTENCIONAIS: aqueles tipos em que há dolo na 
conduta antecedente e culpa no resultado consequente. EX: agressão física que 
acaba em morte. 
 
 
l) DE AÇÃO ÚNICA e DE AÇÃO MÚLTIPLA: 
 
 De ação única: o tipo penal possui apenas um verbo nuclear. EX: homicídio. 
 
 De ação Múltipla: o tipo possui mais de um verbo nuclear, de modo que a realização 
de qualquer deles, configura o crime. EX: receptação simples 
 
 
 
m) CUMULATIVOS ou DE CUMULAÇÃO: casos em que uma única conduta do agente 
não ofende o bem jurídico tutelado. Sobretudo em crimes em que o bem jurídico é 
supraindividual. Em vez do comportamento isolado, leva-se em conta o acúmulo de 
resultados advindos das condutas para a confirmação da infração penal. EX: contra 
o meio ambiente. 
 
n) A DISTÃNCIA e PLURILOCAIS: 
 
 À distância: (ou de intervalo): a conduta é praticada em um país e o resultado 
acontece em outro. 
 
 Plurilocais: a conduta é praticada em uma comarcae o resultado se produz em outra 
comarca, ambas no mesmo país. 
 
o) DE ALUCINAÇÃO: trata-se das hipóteses de erro de proibição invertido, ou delito 
putativo por erro de proibição. O agente acredita estar praticando um crime, mas 
na verdade o fato é atípico. EX: adultério (que não é crime desde 2005) 
 
p) PUTATIVO POR OBRA DE AGENTE PROVOCADOR, DE ENSAIO, DELITO DE 
LABORATÓRIO, FLAGRANTE PREPARADO ou PROVOCADO: ocorre quando alguém, 
de forma insidiosa, provoca a prática do crime, pelo agente, ao mesmo tempo que 
toma providências para que ele não o consume. 
 
Súmula 145, STF: não há crime, quando a 
preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação. 
 
 
 
4. Sujeitos do Crime 
a) SUJEITO ATIVO: pode ser tanto aquele que realiza o núcleo do tipo (verbo), como 
quem, de qualquer forma, concorre para a pratica da conduta (partícipe). 
 
b) SUJEITO PASSIVO: pode ser: 
 
 Material (ou eventual): é o titular do bem jurídico violado ou ameaçado. 
 
 Formal (ou constante): titular do mandamento proibitivo, ou seja, o Estado. 
 
 
Atenção!!!! 
 Morto: não pode ser sujeito passivo, pois, segundo o ordenamento jurídico, não é 
mais titular de direitos. A família do morto pode ser vítima. 
 
 Maus tratos a animais: a vítima, nesses casos, é a coletividade. Para o direito, animal 
é coisa! 
 
 Pessoas jurídicas x crimes contra a honra: a PJ pode ser vítima de difamação e 
calúnia, porém, não pode ser vítima de injúria, porque não possui honra subjetiva. 
 
 
 Pessoas jurídicas x Teoria da Dupla Imputação: STF decidiu que a PJ pode ser 
responsabilizada por crime ambiental, sem que haja a necessidade de dupla 
imputação, ou seja, a pessoa responsável pela PJ, não pode ser imputada. 
 
 Autolesão: a regra é que a autolesão não é punível. A única exceção para esse caso, 
é a fraude para recebimento de seguro, pois caracteriza estelionato (art. 171, §2°, CP). 
 
 Crimes vagos: são aqueles em que o sujeito passivo é indeterminado. EX: porte ilegal 
de arma de fogo. 
 
 
5. Fato Típico 
É o comportamento humano, previsto em lei, como crime ou contravenção penal. 
O fato típico é formado por: 
 
CRIMES MATERIAIS 
 
CRIMES FORMAIS E DE MERA 
CONDUTA 
. conduta 
. resultado 
. nexo causal 
. tipicidade 
 
. conduta 
 
. tipicidade 
 
 
>> Conduta 
Gênero para as espécies AÇÃO e OMISSÃO. 
 
 
a) TEORIAS DA AÇÃO 
 
 Teoria Causalista ou naturalística (Von Liszt): conduta é um comportamento 
voluntário, que produz uma modificação no mundo exterior. 
 
 
 Teoria Finalista (Welzel): conduta é um comportamento humano e consciente, 
dirigido para uma finalidade. É a teoria mais aceita no Brasil. 
 
 
Dolo + culpa = estão na culpabilidade 
Dolo + culpa = estão no tipo penal 
 Teoria Social (Jescheck e Wessels): a conduta é considerada a partir da sua 
relevência social. O que importa é a relação da conduta com a relevância dela para 
a sociedade. 
 
 Teoria Funcionalista: prioriza o próprio tipo penal, ao contrário das outras teorias. 
 
 
 
 
 
 
 
b) TEORIAS DA OMISSÃO: 
 
 Teoria Naturalística da omissão: como é perceptível no mundo natural como algo 
que muda as coisas, quem se omite, dá causa ao resultado. 
 
 Teoria Normativa da Omissão: quem se omite e nada faz, não causa dano algum, 
no entanto, a lei impõe alguns limites, o dever de agir em algumas circunstâncias. 
É a Teoria adotada pelo art. 13, §2° do CP: 
 Relevância da omissão 
 § 2º - A omissão é penalmente relevante 
quando o omitente devia e podia agir para evitar o 
resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
 a) tenha por lei obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância; 
 b) de outra forma, assumiu a responsabilidade 
de impedir o resultado; 
. Roxin: a ação é a exteriorização da personalidade (teoria 
personalista da ação) 
. Jakobs: a ação é vista como uma perspectiva negativa, como a 
não evitação de um resultado evitável pelo sujeito (teoria da 
evitabilidade individual) 
Não pedir socorro! 
 c) com seu comportamento anterior, criou o 
risco da ocorrência do resultado. 
 
CRIME OMISSIVO PRÓPRIO OU PURO CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO, IMPURO 
OU OMISSIVO POR OMISSÃO 
 
. a omissão está descrita no tipo penal 
. quem responde pela simples conduta e 
não pelo resultado. 
. são sempre dolosos! 
EX: omissão de socorro (art. 135, CP) 
 
. são unissubsistentes, não admite tentativa 
 
 
 
. o tipo penal descreve uma conduta 
positiva, com a imposição de um dever legal 
de agir, para evitar o resultado. 
. a omissão é penalmente resultante, 
quando o agente deve e pode agir para 
evitar o resultado (garantidor) 
. Podem ser dolosos ou culposos! 
EX: policia, babá, bombeiros, salva-vidas 
. são Plurissubsistentes, admitem tentativa 
 
c) AUSÊNCIA DE CONDUTA 
Quando ausentes a VOLUNTARIEDADE e CONSCIÊNCIA, não há que se falar em 
conduta. Nesses casos, o fato é considerado como ATÍPICO. 
São hipóteses: 
 Coação Física Irresistível: o agente coator vale-se do coagido como se este fosse 
um INSTRUMENTO. 
 EX: o coagido é amarrado e atirado sobre a vítima, que morre. 
 
 
OBS: na coação moral irresistível, exclui-se a CULPABILIDADE do coagido! 
 
Somente o agente coator responde pelo crime, porque o coagido 
pratica fato atípico.  exclui-se a conduta do agente. 
 
 
 Estados de inconsciência: é a FALTA DE CAPACIDADE PSÍQUICA DA VONTADE, 
que faz desaparecer a conduta do agente. 
EX: durante sonambulismo, hipnose. 
 
 
 
>> Resultado 
 
O resultado é explicado em duas teorias: 
 
 
 
a) NORMATIVA OU JURÍDICA: o resultado é a OFENSA OU EXPOSIÇÃO A PERIGO de 
bens ou interesses tutelados pela norma penal. Para essa teoria, todos os crimes tem 
um resultado. 
 
b) NATURALÍSTICA: o resultado é a EFETIVA MODIFICAÇÃO DO MUNDO EXTERIOR. 
Para essa teoria, há crimes sem resultado. 
 
 Materiais: o crime só se consuma com a produção do resultado. EX: homicídio  
consuma-se com a morte. 
 
 Formais ou de consumação antecipada: a ocorrência do resultado, apesar de 
admitido, não é relevante. A consumação do crime acontece antes da sua produção, 
apenas com a desobediência da norma. EX: extorsão  apenas coma exigência da 
vantagem indevida, mesmo antes de ela ser paga. 
 
 Mera conduta: o tipo penal não prevê a ocorrência de resultado. EX: porte de arma 
de fogo, violação de domicílio. 
 
Exclui-se a conduta do agente. 
 
. Normativa ou jurídica 
 
. Naturalística 
>> Nexo Causal (relação de 
causalidade) 
Nexo causal é o VÍNCULO entre a CONDUTA x RESULTADO. Necessário em crimes 
materiais porque, para a consumação, é preciso produzir o resultado (modificação no 
mundo exterior). 
O Código Penal adota a TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS 
(conditio sine qua non). 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência 
do crime, somente é imputável a quem lhe deu 
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem 
a qual o resultado não teria ocorrido. 
 
Atenção!!! 
Por essa teoria, poderia haver a responsabilização de todas as pessoas que fizeram 
parte da “cadeia” do crime, mesmo que indiretamente. 
EX: uma pessoa pratica um homicídio com uma arma de fogo 
 
 
Diante do rigor dessa teoria, foram criados limites para o regresso ao infinito. São 
eles: 
 
 Art. 13, §1°, CP: A superveniência de causa relativamente independente exclui a 
imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, 
imputam-se a quem os praticou. 
Dessa forma, segundo esse entendimento: 
 
Uma crítica da 
doutrina, a essa teoria, 
é a possibilidade de 
regresso ao infinito. 
De acordo com essa teoria, estaria autorizada a punição tanto do 
fabricante da arma de fogo, quanto de quem a vendeu para o agente e 
do agente. 
Vítima alvejada 
(tiro de raspão) 
Hospital 
para fazer 
um 
Morte 
(por causa de CRITÉRIOS DE IMPUTAÇÃO OBJETIVA: o objetivo dessa teoria é estabelecer critérios 
para imputar uma conduta criminosa a alguém (Roxin), são eles: 
 
a) Criação ou incremento de um risco não permitido para o objeto da ação: para 
que haja a imputação do resultado a alguém (conduta), ela deve criar um risco 
para o bem jurídico. 
b) Realização do risco no resultado concreto: ainda que haja um risco para o bem 
jurídico, se não houver produção do resultado, não há que se falar em 
imputação do agente. 
c) Resultado dentro do alcance do tipo: caso criado um risco para o bem jurídico, 
mesmo que tenha ocorrido o resultado, ainda assim, será possível excluir a 
imputação para o agente, no caso de o resultado não ser abarcado pelo tipo 
penal. 
 
 ANÁLISE DE DOLO E CULPA: imputação subjetiva (dentro do quesito tipicidade). 
>> Tipicidade 
o tipo penal descreve uma CONDUTA PROIBIDA (ação ou omissã0). Quando o agente 
pratica o ato descrito no núcleo do tipo, ocorre a TIPICIDADE. 
A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação 
quando, por si só, produziu o resultado. 
A tipicidade pode ser: 
 
 
 
 
 
a) TIPICIDADE OBJETIVA: 
 
 Formal: (ou legal). É a adequação do fato à norma. 
 
 Material: conduta que ofende o bem jurídico tutelado, de forma grave, justificando a 
atuação do Estado. 
 
 
 
b) TIPICIDADE SUBJETIVA: abrange o DOLO, e quando ele é exigido para configurar o 
delito, existe também o elemento subjetivo especial (dolo específico) 
 
c) ADEQUAÇÃO TÍPICA: pode ser: 
 
 Típica Direta ou imediata: o fato se ajusta perfeitamente à norma, sem a aplicação de 
outra norma. 
 
 Típica Indireta ou medita: o fato não se ajusta à lei penal, sendo necessário o 
concurso de outra norma (norma de extensão ou ampliação da figura típica) 
 
 
6. Crimes Dolosos 
a) TEORIAS SOBRE O DOLO 
. objetiva 
 
 
 
. subjetiva 
. Formal 
. Material 
. Dolo  dolo específico 
O Princípio da insignificância exclui a tipicidade material do 
crime! 
 
 Teoria da representação ou previsão do resultado: para configurar o dolo, o agente 
tem que agir após ter previsto o resultado, ainda que não o aceite. 
 
 Teoria da vontade: para configurar o dolo, o agente tem que ter vontade + 
consciência de querer o resultado. (art. 18, i, 1ª parte) 
 
 Teoria do consentimento ou assentimento: atua com dolo quem, mesmo prevendo 
o resultado, assume o risco de produzi-lo. (art. 18, I, 2ª parte) 
 
Art. 18 - Crime doloso 
 I - Doloso, quando o agente quis o resultado ou 
assumiu o risco de produzi-lo 
 
b) ESPÉCIES DE DOLO: 
 Dolo Direito: ao agente quer praticar a conduta descrita no tipo penal, agindo de 
modo a produzir p resultado. 
 
 
 Dolo indireto: ocorre quando o agente não quer produzir o resultado certo e 
determinado. 
 
 
 Dolo de Dano: a vontade do agente é a de produzir uma lesão ao bem jurídico. 
 
 Dolo de Perigo: a vontade é de expor o bem jurídico à situação de perigo. 
 
. 1º Grau: fim é diretamente desejado pelo agente. 
. 2º Grau: o resultado é obtido como consequência necessária à produção do 
fim (dolo de consequências necessárias) 
. Dolo eventual: o agente não quer produzir o resultado, mas o prevê e o 
aceita como possível, assumindo o risco de produzir o resultado. 
. Dolo Alternativo: o agente, com igual intensidade, deseja produzir um ou 
outro resultado. EX: o autor dispara para ferir ou matar. 
 “Dolus generalis” ou erro sucessivo: supondo ter produzido o resultado desejado, o 
autor pratica uma conduta, com uma nova finalidade, sendo que essa é a causadora 
do resultado pretendido na origem. 
 
 
7. Crimes Culposos 
Crime culposo 
 II - Culposo, quando o agente deu causa ao 
resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia 
 
 
Atenção!!! 
Via de regra, os tipos culposos são a EXCEÇÃO no direito penal. Assim, tem de haver 
previsão expressa na lei (princípio da excepcionalidade) 
Art. 18, Parágrafo único - Salvo os casos expressos 
em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto 
como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
a) ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO 
 
 Conduta voluntária: nos crimes culposos, a finalidade da conduta do agente é lícita. 
 
 Violação do dever objetivo de cuidado: é a não observância de um dever de cuidado, 
imposto a todos, com consequente provocação de danos a terceiros. Essa 
inobservância se dá por imprudência, imperícia ou negligência. 
 
 Resultado naturalístico involuntário: se o resultado fosse desejado, estaria 
configurado o dolo. 
 
. Imprudência: agir culposo 
. Negligência: omissão culposa 
. Imperícia: culpa 
(profissional) 
 Nexo Causal: os crimes culposos são materiais 
 
 Previsibilidade do Resultado: deve ser possível ao homem médio, prever o resultado 
nas circunstâncias em que ele ocorrer. 
 
 Ausência de previsão: no caso concreto, o agente prevê o resultado, mas não assume 
o risco de produzi-lo, por que acredita que o resultado não ocorrerá. 
 
 Tipicidade: os crimes culposos, em geral, são tipos penais abertos, devendo ser 
complementados pelo juiz. 
 
b) ESPÉCIES DE CULPA 
 
 Culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado 
 
 Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas acredita sinceramente que não vai 
produzi-lo. 
 
 Culpa própria: o agente não quer o resultado e nem assume o risco de produzi-lo. 
 
 Culpa imprópria: é aquela que decorre de erro inescusável (art. 20, §1°) 
 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente 
justificado pelas circunstâncias, supõe situação 
de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. 
Não há isenção de pena quando o erro deriva de 
culpa e o fato é punível como crime culposo 
 
c) COMPENSAÇÃO E CONCORRÊNCIAS DE CULPAS: na esfera penal é vedada a 
compensação de culpa. É possível a concorrência de crimes culposos. EX: acidente 
de trânsito  dois motoristas imprudentes. 
 
d) CULPA CONSCIENTE X DOLO EVENTUAL: os dois institutos têm traços em comum, na 
previsão do resultado. 
 
 Dolo Eventual: O agente prevê o resultado, assume o risco de produzi-lo, em vez de 
renunciar à ação. Ele atua com descaso. 
 
 Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas não acredita que seja capaz de 
produzi-lo, agindo, pois ele acredita nas suas habilidades. 
 
 
8. Crimes preterdolosos ou 
preterintencionais 
É aquele crime em que o agente possui dolo na CONDUTA ANTECEDENTE E CULPA 
NO RESULTADO CONSEQUENTE. 
EX: lesão corporal seguida de morte. 
Lesão corporal seguida de morte 
 § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam 
que o agente não quis o resultado, nem assumiu o 
risco de produzi-lo: 
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
9. Erro de tipo 
Erro é a falsa percepção da realidade. No Direito Penal há duas espécies de erro. O 
erro de tipo e o erro de proibição (que está dentro da culpabilidade). 
O erro de tipo pode ser: 
 
 
Não cabe tentativa nos 
crimes preterdolosos, 
pois uma parte do delito 
foi causada pela culpa. 
Não se pode praticar 
algo que não se quer. 
. Essencial 
 
. Acidental 
 
a) ERRO DE TIPO ESSENCIAL 
Produz efeitos sobre o dolo e a culpa do agente. Incide sobre dado elementar do 
crime. EX: “droga”  no tráfico de entorpecentes. 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo 
legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição 
por crime culposo, se previsto em lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
>> ESPÉCIES E EFEITOS: 
 
 Erro de tipo escusável ou inevitável: aquele que não poderia ter sido evitado. 
Qualquer pessoa, mesmo com prudência, teria cometido o erro. Se trata de um erro 
imprevisível. Sua consequência é a exclusão do dolo e da culpa. 
 Erro de tipo inescusável ou evitável: é aquele que poderia ser evitado, se o agente 
agisse com cautela. A sua consequência será apenas a exclusão do dolo. Logo, 
permite-se a punição do agente,desde que haja previsão expressa em lei, na 
modalidade culposa. 
 
b) ERRO DE TIPO ACIDENTAL 
O erro de tipo acidental é aquele que incide sobre dados acessórios ou secundários 
do crime, como seu objeto material, por exemplo. Não exclui o dolo ou a culpa, nem 
isenta o agente de pena. 
 
Exemplos 
. Vendo uma moita se mexer, o caçador dispara, supondo ser um animal. Ao aproxima-se, nota 
que atingira uma pessoa, que estava atrás das folhagens. (O erro incide sobre a elementar 
“alguém, do art. 121, CP) 
 
. supondo estar carregando farinha, para fazer bolo, o agente é flagrado com cocaína. (O erro 
incide sobre a elementar “droga”, do art. 33 da Lei 11.434/06) 
>> HIPÓTESES 
 Erro sobre a pessoa (error in persona): o agente confunde a vítima com outra pessoa. 
O erro não isenta o agente de pena. Considera-se as condições e qualidades da vítima 
pretendida, e não da vítima do fato. 
EX: o agente pretende matar o pai, mas mata uma terceira pessoa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Erro sobre o objeto (error in objeto): o agente supõe que sua conduta recaia sobre 
uma coisa, mas ela recai em outra. 
EX: o agente acredita que furtou um Rolex quando, na verdade, furtou uma 
imitação. 
 
 Erro sobre o nexo causal (aberratio causae): ocorre quando o resultado pretendido 
se produz, porém, de outro modo. 
EX: o autor atira na vítima, mas ela morre por causa de uma queda, durante a fuga. 
 
 
 
 Erro na Execução (aberratio ictus): ocorre quando, por acidente ou erro no uso dos 
meios de execução, o agente, ao invés de atingir aquele que pretendia, atinge pessoa 
diversa, respondendo como se tivesse atingido a pessoa pretendida. Ocorre de 
pessoa para pessoa. 
 Art. 20 , § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual 
o crime é praticado não isenta de pena. Não se 
consideram, neste caso, as condições ou 
O agente responde por homicídio, inclusive com a qualificadora de crime 
contra ascendente. (art. 61, II, e, CP) 
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não 
constituem ou qualificam o crime 
 II - ter o agente cometido o crime 
 e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; 
O agente responde por homicídio. (art. 121, CP) 
Se a pessoa que o agente 
pretendia e + outra, aplica-se a 
regra do concurso formal (art. 
70, CP) 
CONCURSO FORMAL 
Art. 70 - Quando o agente, 
mediante uma só ação ou 
omissão, pratica dois ou mais 
qualidades da vítima, senão as da pessoa contra 
quem o agente queria praticar o crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis ou delicti): quando, por acidente 
ou erro na execução do crime, ocorre resultado diverso do pretendido. Nesse caso, o 
agente responde por culpa (se o crime for previsto como culposo). Se ocorre o 
resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70, CP (concurso formal). Ocorre de 
pessoa para coisa ou de coisa para pessoa. 
EX: o agente atira uma pedra numa vidraça, mas erra a pontaria e atinge a cabeça da 
vítima. 
10. Iter Criminis 
O “caminho do crime”: 
 
 
 
a) FASES DO CRIME 
 
 Cogitação: é a fase da intenção de praticar o ato (interna e subjetiva) 
 
Responde por lesão culposa ou homicídio culposo, conforme o caso. 
. Fases do crime 
 
. Passagem dos atos preparatórios para os atos 
executórios 
 Preparação: são os atos necessários para o agente iniciar a execução do delito. Em 
regra, não são puníveis, salvo quando caracterizam crime autônomo (EX: porte de 
arma) ou houver expressa previsão legal (EX: art. 5º da lei de Terrorismo) 
 
 Execução: somente depois que começa a praticar os atos executórios, é que o agente 
pode ser punido. 
 
 Consumação: o crime está consumado, quando nele se reúnem todos os elementos 
de sua definição legal (art. 14, I, CP) 
 
b) PASSAGEM DOS ATOS PREPARATÓRIOS PARA OS ATOS: destacam-se duas teorias: 
 
 Teoria objetivo-formal: há início de ato executório, quando o agente praticar o verbo 
nuclear do tipo. 
 
 Teoria Objetivo-individual: há início da execução quando é colocado em prática, o 
plano delitivo do agente, ainda que antes de praticar o verbo do tipo. 
 
 
 
11. Consumação 
Diz-se que um crime foi consumado, quando ele reúne todos os elementos de sua 
definição legal 
 Art. 14 - Diz-se o crime: 
 Crime consumado 
 I - Consumado, quando nele se reúnem todos 
os elementos de sua definição legal; 
 
Para alguns crimes, são esses os momentos de consumação: 
 Materiais: com a produção do resultado naturalístico. 
 Formais: com a prática da conduta 
 De mera conduta: com a prática da conduta 
 Permanentes: a consumação se prolonga no tempo 
 De perigo: com a exposição do bem jurídico ao perigo 
 Habituais: com a reiteração dos atos, que revelam um modo de vista e estilo do 
agente 
 Omissivos próprios ou puros: com a abstenção do comportamento devido 
 Omissivos impróprios, impuros ou comissivos por omissão: com a produção do 
resultado naturalístico 
 Culposos: com a produção do resultado naturalístico 
 Qualificados pelo resultado: com a produção do resultado agravador. 
 
12. Tentativa ou Conatus 
Considera-se tentado o crime quando, iniciada a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 Tentativa 
 II - Tentado, quando, iniciada a execução, não 
se consuma por circunstâncias alheias à vontade 
do agente. 
 Pena de tentativa 
 Parágrafo único - Salvo disposição em 
contrário, pune-se a tentativa com a pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída 
de um a dois terços 
 
a) ELEMENTOS DA TENTATIVA 
 Início da execução de um crime 
 Sua não consumação 
 Interferência de circunstâncias alheias à vontade do agente 
 Dolo 
b) PUNIÇÃO DA TENTATIVA: salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a 
pena correspondente ao crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. Como regra, o DP 
adotou a teoria objetiva, ou seja, a punição do crime de tentativa se justifica pela 
maior ou menor exposição a perigo do bem jurídico ofendido. 
 
c) ESPÉCIES DE TENTATIVA: 
 Tentativa imperfeita ou inacabada: sem esgotar o processo de execução, o agente 
não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade. 
EX: antes de disparar contra a vítima, o agente é desarmado. 
 
 Tentativa perfeita, acabada ou crime falho: depois de esgotar todo o processo de 
execução, o agente não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias à sua 
vontade. 
EX: O agente descarrega sua arma na vítima, mas ela é salva pelos médicos. 
 
 Tentativa branca ou incruenta: o objeto material não é atingido. 
EX: erro de pontaria. 
 
 Tentativa vermelha ou cruenta: o objeto material é atingido. 
EX: a vítima sofre disparo de armas de fogo, mas não morre. 
 
 
d) INFRAÇÕES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA 
 
 Contravenções penais: não se pune a tentativa de contravenção penal (art. 4º, LCP) 
 
 Crimes culposos: não se pode tentar produzir um resultado que não é desejado 
 
 Crimes preterdolosos: não cabe tentativa, já que o resultado agravador é culposo 
 
 Crimes unissubsistentes: não admitem o fracionamento dos atos executórios. EX: 
ameaça verbal 
 
 Crimes omissivos próprios: não aceitam a tentativa por seres unissubsistentes. 
 
 Crimes habituais: é necessária a reiteração de atos descritos no tipo, para que ocorra 
a consumação. Um único ato atípico, quando há reiteração, o crime estará 
consumado. 
 
 Crime de atentado ou empreendimento: são aqueles que punem as formas 
consumadas e tentadas, com a mesma pena em abstrato. EX: não há que se falar em 
tentativa de tentativa 
Evasão mediante violência contra a pessoa 
 Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso 
ou o indivíduo submetido a medida de segurança 
detentiva, usando de violência contra a pessoa: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, além 
da pena correspondenteà violência. 
 
 
13. Desistência voluntária e Arrependimento Eficaz 
a) TENTATIVA ABANDONADA: gênero para as espécies desistência voluntária e 
arrependimento eficaz. Causa de extinção de punibilidade ou de exclusão de 
tipicidade. Ocorre antes da consumação do crime. 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
 Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste 
de prosseguir na execução ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já 
praticados 
Não há unanimidade na doutrina, quanto à natureza jurídica. 
 
b) HIPÓTESES: 
 Desistência voluntária: pressupõe uma conduta negativa (não fazer), posto que o 
agente desiste voluntariamente de prosseguir nos atos executórios. 
EX: o agente ingressa na casa da vítima, para praticar um furto. Vendo que a vítima é 
miserável, o agente desiste do crime. 
 
 
 
 
 Arrependimento eficaz: pressupõe uma conduta positiva (fazer), já que o agente, 
depois de realizar atos executórios, toma providências para impedir a produção de 
resultados. 
EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE ou 
ISENÇÃO DE PENA 
EXCLUSÃO DE TIPICIDADE 
Hungria 
Noronha 
Zaffaroni 
Damásio 
Mirabete 
Rogério Greco 
Para haver desistência voluntária, basta que haja a voluntariedade. Não é 
necessário que ela seja espontânea. 
. Ato voluntário: é um ato livre (sem coação) 
. Ato espontâneo: além de livre, é ato que surgiu da ideia do próprio agente. 
EX: depois de disparar contra a vítima, o agente, tocado pelas suas súplicas de 
socorro, resolve leva-la ao hospital, conseguindo salvar sua vida. 
 
 
 
 
 
 Tentativa qualificada: nas duas hipóteses, o autor responde pelos atos já praticados. 
Segundos os exemplos acima: 
EX: Desistência voluntária (o agente responderia por violação de domicílio) 
 Arrependimento eficaz (o agente responderia por lesão corporal leve, grave ou 
gravíssima, conforme o resultado produzido) 
 
 
 
 
14. Arrependimento Posterior 
O arrependimento posterior é causa obrigatória de redução de pena. Ocorre depois 
da consumação do crime. 
Arrependimento posterior 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou 
grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou 
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia 
ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena 
será reduzida de um a dois terços 
 
a) REQUISITOS PARA A CONFIGURAÇÃO DE ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
 Crime cometido sem violência ou grave ameaça: aplica-se aos crimes dolosos, 
tentados e consumados, simples, privilegiados e qualificados. A violência culposa não 
impede o reconhecimento do benefício. 
Se o arrependimento for “inefcaz”, ou seja, se o agente não 
conseguir salvar a vítima, mesmo depois de arrependido, e não 
conseguir evitar o resultado, responderá pelo crime praticado. 
EX: homicídio culposo na direção de veículo automotor. 
 
 Reparação do dano ou restituição do objeto material: se houver concordância da 
vítima, via de regra, deve ser total. 
 
 Reparação até o recebimento da denúncia ou queixa: se ofertada depois do prazo, 
será considerada como circunstância atenuante genérica. (art. 65, III, b, CP) 
 
 Ato voluntário do agente: a reparação do dano ou a restituição da coisa, não precisa 
ser espontânea (ideia do próprio agente), bastando que seja voluntária (pode ser 
sugerida por terceiro), ou seja, o agente pode ser orientado pelos seu advogado a 
restituir. 
 
 
15. Crime Impossível 
É causa de exclusão de tipicidade. Têm várias denominações: crime impossível, 
tentativa impossível, tentativa inidônea, tentativa inadequada, quase crime, crime 
oco. 
Crime impossível 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por 
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-
se o crime 
 
 
a) TEORIAS DO CRIME IMPOSSÍVEL 
 
 Teoria subjetiva: o agente deve ser punido porque demonstrou a intenção de praticar 
o crime. 
 
 Teoria sintomática: o agente deve ser punido porque demonstrou periculosidade 
 
 Teoria objetiva pura: o agente não deve ser punido, seja absoluta ou relativa a 
idoneidade do meio ou objeto. 
 
 Teoria objetiva temperada: o agente não só será punido se a idoneidade do meio ou 
objeto for absoluta; caso seja relativa, haverá crime tentado ou consumado. Adotada 
no Brasil. 
 
b) HIPÓTESES 
 
 Ineficácia absoluta do meio: o meio de execução escolhido pelo agente não é apto 
para produzir qualquer resultado lesivo. EX: arma defeituosa. 
Súmula 73, STJ: a utilização de papel moeda 
grosseiramente falsificado configura, em tese, o 
crime de estelionato, da competência da justiça 
estadual. 
 
 Impropriedade absoluta do objeto: o objeto material do crime não existe. 
EX: não se pode matar alguém que já está morto. 
 
 Flagrante preparado, provocado, crime putativo por obra do agente provocador, 
crime de ensaio ou delito de laboratório: caso em que o agente é induzido pela 
polícia ou por terceiro a praticar o crime. 
Súmula 145, STF: não há crime, quando a 
preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação. 
 Monitoramento eletrônico: no caso de furtos em estabelecimentos comerciais que 
possuem vigias e câmeras de segurança, a jurisprudência de tribunais superiores 
pacificou-se no sentido de que não há crime impossível. O Monitoramento eletrônico 
não impossibilita o furto. 
Súmula 567, STJ- Sistema de vigilância realizado 
por monitoramento eletrônico ou por existência 
de segurança no interior de estabelecimento 
comercial, por si só, não torna impossível a 
configuração do crime de furto. 
 
 
 
 
 
16. Ilicitude ou Antijuridicidade 
Ilicitude é a contrariedade do fato ao ordenamento jurídico. 
 
a) CONSENTIMENTO DO OFENDIDO: são requisitos: 
 
 Bem jurídico disponível 
 
 Momento do consentimento: até a consumação do crime 
 
 Capacidade para consentir: via de regra, aos 18 anos 
 
 Consequências: se a discordância da vítima for elemento do tipo (EX: violação de 
domicílio) haverá exclusão da tipicidade. Se a discordância da vítima não for 
elemento do tipo (EX: crime de dano), haverá a exclusão da ilicitude. 
 
 
 
b) CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE: previstas na parte geral do CP, não há crime: 
 Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o 
fato: 
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27567%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27567%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27567%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27567%27).sub.#TIT1TEMA0
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27567%27).sub.#TIT1TEMA0
 I - Em estado de necessidade; 
 II - Em legítima defesa; 
 III - em estrito cumprimento de dever legal ou no 
exercício regular de direito. 
Na parte especial do CP, não há previsão de crime de injúria ou difamação: 
 
 Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação 
punível: 
 I - A ofensa irrogada em juízo, na discussão da 
causa, pela parte ou por seu procurador; 
 II - A opinião desfavorável da crítica literária, 
artística ou científica, salvo quando inequívoca a 
intenção de injuriar ou difamar; 
 III - o conceito desfavorável emitido por 
funcionário público, em apreciação ou informação 
que preste no cumprimento de dever do ofício. 
 Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, 
responde pela injúria ou pela difamação quem lhe 
dá publicidade. 
 
Na legislação especial, não há crime, na Lei de Crimes ambientais (Lei n° 9.605/98): 
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando 
realizado: 
I - Em estado de necessidade, para saciar a fome do 
agente ou de sua família; 
II - Para proteger lavouras, pomares e rebanhos da 
ação predatória ou destruidora de animais, desde 
que legale expressamente autorizado pela 
autoridade competente; 
III – (VETADO) 
IV - Por ser nocivo o animal, desde que assim 
caracterizado pelo órgão competente. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf
 
São as causas de exclusão de ilicitude: 
 
 ESTADO DE NECESSIDADE 
Estado de necessidade 
 Art. 24 - Considera-se em estado de 
necessidade quem pratica o fato para salvar de 
perigo atual, que não provocou por sua vontade, 
nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou 
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era 
razoável exigir-se. 
 § 1º - Não pode alegar estado de necessidade 
quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo. 
 § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício 
do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida 
de um a dois terços. 
 
 Situação de perigo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fato Lesivo 
 
 
a) Perigo atual: é o perigo presente, que está ocorrendo. Pode ser originado do ser humano, por 
força da natureza ou por ataque de animais. 
b) Ameaça a direito alheio ou alheio: todos os bens jurídicos podem ser defendidos pelo estado de 
necessidade 
c) Situação não causada voluntariamente pelo sujeito: (se o sujeito provocar a situação 
dolosamente, não poderá se valer do estado de necessidade) 
d) Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo: (quem tem a obrigação legal de enfrentar o 
perigo, como policiais e bombeiros, não podem invocar o estado de necessidade) 
a) Inevitabilidade da prática do ato lesivo: deve-se verificar se o agente tinha a possibilidade de 
salvaguardar o direito, sem praticar a conduta lesiva 
b) Proporcionalidade: bem de maior valor se sobrepõe a bem de menor valor. 
 
 
 
 Espécies 
 
 
 
 
  Teorias 
 
 
 
 
 
 
 
 Redução de Pena: embora seja razoável exigir o sacrifício do direito ameaçado, a 
pena pode ser reduzida de 1/3 a 2/3. 
 
 
 LEGÍTIMA DEFESA 
Legítima defesa 
 Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, 
usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito 
seu ou de outrem. 
 Parágrafo único. Observados os requisitos 
previstos no caput deste artigo, considera-se 
também em legítima defesa o agente de segurança 
pública que repele agressão ou risco de agressão a 
vítima mantida refém durante a prática de crimes. 
a) EN próprio e de terceiro: direito do próprio agente ou de terceiro 
b) EM real ou putativo: real quando a situação de perigo for real e putativa quando o agente 
acredita estar em perigo 
c) EM agressivo e defensivo: no agressivo, a conduta recai sobre bem jurídico de terceiro 
inocente. Defensivo, a conduta recai sobre bem jurídico do causador do perigo. a) Unitária: adotada pelo CP >> o estado de necessidade sempre será causa de exclusão de 
ilicitude (EM justificante) 
 
b) Diferenciadora: adotada pelo CPM >> estado de necessidade poderá ser causa de exclusão 
da ilicitude (EM justificante) ou da culpabilidade (EM exculpante) 
 
c) 
 Requisitos 
 
 
 
 
 
 Espécies 
 
 
 
 
 Espécies 
 
 Legítima defesa sucessiva: é a reação do agressor contra a repulsa excessiva da 
vítima 
 Legítima defesa real e putativa: na real, realmente existe a agressão injusta. Na 
putativa, o agente, por erro, supõe que existe agressão. 
 Legítima defesa subjetiva: o excesso na repulsa de uma agressão decorrente de 
erro de apreciação da situação fática. 
 
 Legítima defesa e erro na execução (aberratio ictus) 
Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, ao agente, ao invés de 
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se 
tivesse praticado o crime contra aquela, conforme art. 20, §3° do CP. 
Erro na execução 
 Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso 
dos meios de execução, o agente, ao invés de 
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge 
pessoa diversa, responde como se tivesse 
 Agressão injusta, atual ou iminente: conduta humana que ofende ou expõe a perigo 
direitos, podendo ser dolosa ou culposa, ativa ou omissiva. Atual é a agressão que 
começou a ofender o bem e não cessou. Iminente é a agressão que está prestes a se 
tornar atual. 
 Defesa de direito próprio ou alheio: “direito” abrange qualquer bem tutelado pelo 
ordenamento jurídico. 
 Reação com os meios necessários: necessário é aquele meio que estava à disposição do 
agredido e que causará menor dano. 
 Uso moderado dos meios necessários: uma vez escolhido o meio necessário, seu uso 
deve ser moderado, ou seja, suficiente para reprimir a agressão. 
 
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao 
disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de 
ser também atingida a pessoa que o agente 
pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 
deste Código. 
 
 
 
 
 
 ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL 
 
 Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o 
fato: 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no 
exercício regular de direito. 
 
 por vezes, os representantes do Estado, no desempenhar de suas funções, 
acabam por interferir na vida privada das pessoas. Porém, essa interferência estará 
justificada se, mesmo ofendendo algum bem jurídico, expondo-o a risco, for em 
estrito cumprimento de um dever legal e não pautada pelo excesso. 
 Dever legal: proveniente das normas jurídicas (leis, decretos, regulamentos, etc..). 
A excludente não se aplica às obrigações sociais, morais e religiosas. 
 Agente públicos ou particulares: a justificativa pode ser aplicada a servidores do 
Estado (policiais efetuando prisões) ou a particulares que exercem funções públicas 
(jurados) 
 
 
 EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o 
fato: 
Erro sobre a pessoa 
 Art. 20, § 3º - O erro quanto à pessoa contra 
a qual o crime é praticado não isenta de pena. 
Não se consideram, neste caso, as condições ou 
qualidades da vítima, senão as da pessoa contra 
quem o agente queria praticar o crime 
 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no 
exercício regular de direito. 
 
 Conforme a Constituição Federal, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa, senão em virtude de lei, ou seja, se um determinado comportamento é 
legitimado por uma lei extrapenal (lícito no Direito Civil), por exemplo, o DP não pode 
criminaliza-lo. 
 
 Exercício Regular: obedece a condições objetivas estabelecidas, não podendo ser 
abusivo, sob pena de configurar excesso. 
 Hipóteses: intervenções médicas, ofendículos, violência esportiva, etc... 
 
17. Excesso 
Excesso é uma intensificação desnecessária a uma conduta inicialmente, justificada. 
Excesso punível 
 Art. 23, Parágrafo único - O agente, em qualquer 
das hipóteses deste artigo, responderá pelo 
excesso doloso ou culposo. 
 
a) EXCESSO PUNÍVEL: de acordo com CP, o agente responderá pelo excesso doloso ou 
culposo em todas as hipóteses desse dispositivo. Ocorre excesso doloso quando o 
agente se excede voluntariamente no meio utilizado ou no seu uso. Ocorre excesso 
culposo quando o agente se excede por imprudência, negligência ou imperícia. 
 
b) EXCESSO IMPUNÍVEL: pode ser acidental ou exclupante. Ocorre excesso acidental 
quando a intensificação desnecessária se dá em virtude de caso fortuito ou força 
maior. Ocorre excesso exculpante quando a intensificação se dá por perturbação de 
ânimo, medo ou susto. Nos dois casos, o agente não responde pelo excesso, por 
ausência de culpabilidade (inexigibilidade de conduta diversa); 
 
 
18. Culpabilidade 
Culpabilidade é o juízo de reprovação que incide sobre a conduta do agente que 
pratica um fato típico e ilícito. 
 
a) COCULPABILIDADES: os indivíduos praticam condutas diante de uma determinada 
circunstâncias e de acordo com a sua capacidade de autodeterminação, que se forma 
durantesua vida e as interferências sociais que sofrem. Esses indivíduos sofrem todo 
tipo de influência, dessa forma, alguns doutrinadores entendem que a sociedade 
deve também arcar com a responsabilidade, com sua parcela de culpa. Porém, os 
Tribunais superiores não tem reconhecido a coculpabilidade, como forma de atenuar 
a pena dos agentes. 
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em 
razão de circunstância relevante, anterior ou 
posterior ao crime, embora não prevista 
expressamente em lei. 
 
b) TEORIAS: 
 
 Teoria psicológica: coculpabilidade é o nexo psicológico entre o sujeito e o fato. Seu 
pressuposto é a imputabilidade, o dolo e a culpa são suas espécies. 
 
 Teoria Psicológico-normativa: a coculpabilidade passa a ser estruturada da seguinte 
forma: imputabilidade > dolo e culpa > exigibilidade de conduta diversa. 
 
 Teoria normativa pura: a coculpabilidade passa a ser estruturada da seguinte forma: 
imputabilidade > potencial consciência da ilicitude > exigibilidade de conduta diversa. 
Essa é a teoria adotada no Brasil. 
 
 
 
c) ELEMENTOS DA CULPABILIDADE 
 
São três, os elementos da culpabilidade: 
 
 
>> IMPUTABILIDADE 
 
É a capacidade de entender o caráter ilícito do ato e se autodeterminar, conforme esse 
entendimento. 
São causas de exclusão de imputabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
>> SISTEMAS DE AFERIÇÃO DA INIMPUTABILIDADE 
 
. Imputabilidade 
. Potencial consciência da ilicitude 
. Exigibilidade de conduta diversa 
. doença mental (art.26, caput) 
. desenvolvimento mental incompleto (art. 26, 
caput) 
. desenvolvimento mental retardado (art. 26, 
caput) 
. menores de 18 anos (art. 27) 
. embriaguez completa acidental (caso fortuito ou 
coisa maior) (art. 28, §1º) 
 Sistema biológico: se preocupa com a causa. Basta que o agente seja portador de 
alguma cauda de inimputabilidade. É adotada, por exceção, para menores de 18 
anos. 
 
 Sistema psicológico: se preocupa com as consequências, basta que o agente, no 
momento do crime, esteja com alguma causa de inimputabilidade. Não adotado no 
Brasil. 
 
 Sistema biopsicológico: agrega os dois anteriores, exigido para tanto, três quesitos: 
 
 causal: a causa da inimputabilidade deve estar prevista em lei. 
 Cronológico: a causa da inimputabilidade deve influenciar o agente no momento 
do crime 
 Consequencial: a causa da inimputabilidade deve retirar totalmente a capacidade 
do agente. É adotado, como regra, pelo art. 26, caput. 
 
Inimputáveis 
 Art. 26 - É isento de pena o agente que, por 
doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação 
ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. 
 Redução de pena 
 Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de 
um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
não era inteiramente capaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com 
esse entendimento. 
 
>> SEMI-IMPUTABILIDADE: constatando a perícia, que o réu é semi-inimputável, o 
juiz tem duas opções: 
 
 Reduzir a pena de 1/3 a 2/3 se, o agente, em virtude de perturbação de sua saúde 
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era 
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo 
com esse entendimento . 
 
 Substituir a pena por medida de segurança e, necessitando o condenado de 
tratamento curativo, a pena de liberdade pode ser substituída por internação, ou 
tratamento ambulatorial, pelo prazo de 1 a 3 anos, no mínimo. 
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz 
determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o 
fato previsto como crime for punível com 
detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento 
ambulatorial 
Prazo 
 § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, 
será por tempo indeterminado, perdurando 
enquanto não for averiguada, mediante perícia 
médica, a cessação de periculosidade. O prazo 
mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. 
 Perícia médica 
 § 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do 
prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano 
em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o 
juiz da execução. 
 Desinternação ou liberação condicional 
 § 3º - A desinternação, ou a liberação, será 
sempre condicional devendo ser restabelecida a 
situação anterior se o agente, antes do decurso de 
1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência 
de sua periculosidade. 
 § 4º - Em qualquer fase do tratamento 
ambulatorial, poderá o juiz determinar a 
internação do agente, se essa providência for 
necessária para fins curativos. 
Com a reforma do código penal 
em 1984, o CP passou a adotar o 
sistema vicariante ou unitário, 
onde o réu semi-inimputável 
recebe a pena diminuída ou a 
medida de segurança 
substitutiva. 
Não é possível cumular as duas 
espécies de sanção penal para o 
semi-inimputável. 
 
>> EMOÇÃO E PAIXÃO: emoção é o transtorno psíquico provisório. Paixão é o 
transtorno psíquico duradouro. Conforme o CP, a emoção e a paixão não excluem a 
imputabilidade penal. 
 
>> EMBRIAGUEZ NÃO ACIDENTAL: a embriaguez acidental não pode ser voluntária 
ou culposa (por imprudência). Não exclui a imputabilidade do agente. A embriaguez 
preordenada ocorre quando o agente se embriaga para praticar um crime, dessa 
forma, torna-se um agravante. 
 
>> POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 
Para que haja o juízo de reprovação, é necessário que o agente tenha consciência da 
ilicitude do fato, ou que tenha, ao menos, a possibilidade de conhece-la. 
 
>> CAUSAS DE EXCLUSÃO DA POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 
 
 Erro de proibição inevitável ou escusável: é o erro que incide sobre o caráter 
proibitivo da norma, ou seja, o agente supõe que a sua conduta é permitida. 
EX: um turista holandês, durante a Copa do Mundo no Brasil, transita por uma praia, 
fumando um cigarro de maconha. Ao ser abordado por policiais, informa que 
acreditava ser lícita a sua conduta e que não sabia ser proibido no país, o uso da 
droga. 
 
 
>> ESPÉCIES DE ERRO DE PROIBIÇÃO 
 
 Erro de proibição direto: o agente desconhece o caráter ilícito do fato, ou o 
interpreta mal. 
. segundo o CP, o desconhecimento da lei é inescusável (indesculpável). 
 
 Erro de proibição indireto ou erro de permissão: o agente conhece o caráter ilícito 
do fato, mas supõe estar amparado por alguma causa de excludente de ilicitude, ou 
se equivoca em relação aos limites das causas de exclusão de ilicitude. 
 
 
 
 
>> CONSEQUÊNCIAS DO ERRO DE PROIBIÇÃO 
Deve-se verificar se o erro de proibição é inevitável ou evitável. Evitável é aquele erro 
em que o agente atua ou se omite, sem a consciência da ilicitude do fato, quando nas 
circunstâncias, lhe era possível conhecer essas circunstâncias. São hipóteses: 
 Erro de proibição inevitável ou escusável: haverá a exclusão da culpabilidade e o 
agente será isentado da pena. 
 
 Erro de proibição evitável ou inescusável: o fato é típico + ilícito + culpável, porém, 
haverá a diminuição da pena. 
 
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO 
 
. art. 20, caput, cp 
. o agente não possui consciência do 
fato praticado 
. Se for escusável ou evitável >> exclui 
dolo e culpa 
. se for inescusável ou evitável >> exclui 
apenas dolo. Permite-se a punição do 
agente por crime culposo, se previsto 
em lei. 
 
. art. 21, CP 
. o agente possui a consciência do fato 
praticado, mas não da ilicitude desse 
fato. 
. se for escusável ou inevitável >> exclui 
a culpabilidade (isenta de pena) 
. se for inescusável ou evitável >> 
somente diminui a pena. 
 
 
 
19. Exigibilidade de Conduta Diversa 
Para que um comportamento seja reprovável, além de todos esseselementos, é 
necessário verificar se o agente praticaria a mesma conduta, em situações de 
normalidade. 
 
Coação irresistível e obediência hierárquica 
 Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação 
irresistível ou em estrita obediência a ordem, não 
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só 
é punível o autor da coação ou da ordem. 
 
São causas legais de exclusão de exigibilidade de conduta diversa: 
 
 Coação moral irresistível: se o fato for praticado sob coação irresistível, só se pune o 
autor da ação. A coação moral acontece quando houver o emprego de grave ameaça 
contra a vítima coagida, para que ele faça ou deixe de fazer algo. Nesse caso, só se 
pune o agente coator, tendo em vista que a vítima age sem culpa (inexigibilidade de 
conduta diversa). 
 
 
 
 Obediência hierárquica a ordem não manifestamente ilegal: só se pune o autor da 
ordem. A tese só é possível em relações de direito público, ou seja, deve haver dois 
funcionários públicos envolvidos na situação, sendo um deles, superior hierárquico 
sobre o outro. Dessa forma, somente se pune o autor da ordem, já que o subordinado 
age sem a culpabilidade (inexigibilidade de conduta diversa). 
 
. A coação moral irresistível exclui a culpabilidade do coagido. 
. A coação física irresistível exclui a conduta do coagido. 
>> CAUSAS SUPRALEGAIS DE EXCLUSÃO DA EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
São hipóteses: 
 Cláusula de consciência: trata-se da liberdade de consciência e de crença, prevista na 
Constituição Federal. 
Art. 5°, VI - é inviolável a liberdade de consciência e 
de crença, sendo assegurado o livre exercício dos 
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e a suas liturgias 
 Desobediência civil: trata-se de uma forma particular de rebeldia, na medida em que 
é praticada com o objetivo de demonstrar publicamente a injustiça da leu, intentando 
que o legislador provoque sua alteração. 
 
 Conflito de deveres: trata-se da escolha pelo mal menor. 
 
 
 Inexigibilidade de conduta diversa em sentido estrito: por exemplo, empresário que 
está em grave situação financeira, decide deixar de recolher impostos para conseguir 
pagar seus empregados. 
 
 
20. Concurso de Pessoas 
a) REQUISITOS 
 
 Pluralidade de condutas e agentes: necessário duas ou mais pessoas realizando a 
mesma conduta, ou concorrendo de algum modo para sua realização. 
 
 Relevância causal das condutas: relação de causa e efeito entre cada conduta com 
o resultado (teoria da equivalência dos antecedentes causais) 
 
 Liame subjetivo entre os agentes: vontade dos agentes de praticar a mesma 
conduta. Exige-se a homogeneidade de elementos subjetivos (participação dolosa 
ou concorrência culposa) 
 
 
 
 
 Identidade de fato: todos os que concorrem devem responder pelo mesmo crime 
(Teoria Monista). 
 
b) TEORIAS 
 
 Teoria Monista, monística, unitária ou igualitária: todos os autores, coautores e 
partícipes, respondem pelo mesmo crime. Teoria adotada pelo CP. 
 
 Teoria Dualista ou dualísticas: há um crime pra os autores e outro para os 
partícipes. 
 
 Teoria pluralista ou pluralística: para uma pluralidade de agentes, haverá uma 
pluralidade de crimes. 
 
 
c) EXCEÇÕES À TEORIA MONISTA: adotada pelo CP, como regra. Há duas exceções a 
essa teoria 
 
 Cooperação dolosamente distinta ou desvio subjetivo de conduta: se algum dos 
concorrentes quis participar de crimes menos grave, aplica-se a ele a pena do crime 
menos grave, que será aumentada até a ½, se o resultado mais grave era previsível. 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o 
crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade 
Não é necessário o acordo prévio entre os agentes, bastando que um 
venha a aderir a vontade do outro. 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de 
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; 
essa pena será aumentada até metade, na hipótese 
de ter sido previsível o resultado mais grave. 
 
 Aborto praticado com o consentimento da gestante: ao invés de a gestante também 
responder pelo crime (como partícipe) ela responde como autora do crime, conforte 
o art. 124, 2ª figura, CP. 
 
 Aborto provocado pela gestante ou com seu 
consentimento 
 Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou 
consentir que outrem lho provoque: 
 Pena - detenção, de um a três anos 
 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da 
gestante: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
 Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo 
anterior, se a gestante não é maior de quatorze 
anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o 
consentimento é obtido mediante fraude, grave 
ameaça ou violência. 
 
>> AUTORIA 
 
 Conceito de autor: não há diferença entre autor e partícipe, de modo que todos são 
autores e coautores. 
>> TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO: foi desenvolvida por Roxin, e aponta três 
possibilidades: 
 Domínio da ação: é o autor quem possui domínio sobre a sua própria ação, 
realizando pessoalmente o elemento do tipo. Explica o autor imediato. 
 Domínio da vontade: o autor é quem domina a vontade de um terceiro, que é 
utilizado como um instrumento. Ocorre nas hipóteses de erro, coação, ou por 
aparatos organizados de poder. Explica o autor mediato. 
 Domínio funcional do fato: em uma atuação conjunta, o autor pratica um ato 
relevante durante a execução do plano delitivo. Explica o autor funcional. 
>> AUTORIA COLATERAL OU PARALELA: ocorre quando duas ou mais pessoas, 
ignorando uma a intenção da outra, realizam condutas convergentes para a execução 
do crime. Na autoria colateral, não há concurso de pessoas, pela ausência do liame 
subjetivo entre os agentes. Logo, cada um responderá por aquilo que praticou. 
>> AUTORIA COLATERAL INCERTA: ocorre quando, na autoria colateral, não se 
consegue identificar qual a conduta de cada agente. Nesse caso, aplica-se o princípio 
da dúvida (in dubio pro reo). 
 
>> PARTICIPAÇÃO 
o partícipe não realiza diretamente a conduta típica, mas concorre induzindo, 
instigando ou auxiliando o autor. 
>> FORMAS DE PARTICIPAÇÃO 
 Moral: induzimento e instigação. Induzir é fazer nascer a ideia na cabeça de 
alguém. Instigar é reforçar uma ideia que já existe. 
 Material: auxílio. Auxiliar, em regra é fornecer os meios necessários para a 
prática do crime. 
>> NATUREZA JURÍDICA: a participação é uma conduta acessória à conduta do autor 
principal. Como a conduta do partícipe não está diretamente expressa em lei, busca-
se uma norma de extensão ou ampliação da figura típica. 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o 
crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade. 
 § 1º - Se a participação for de menor 
importância, a pena pode ser diminuída de um 
sexto a um terço 
 
 
>> ESPÉCIES DE ACESSORIEDADE 
 
 Mínima: o partícipe pode ser punido desde que o autor pratique um fato típico. 
 Limitada: o partícipe pode ser punido desde que o autor pratique um fato típico e 
ilícito. 
 Extremada: o partícipe pode ser punido desde que o autor pratique um fato típico, 
ilícito e culpável 
 Hiper acessoriedade: o partícipe pode ser punido desde que o autor pratique um 
fato típico, ilícito, culpável e punível. 
>> PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA: se a participação for de menor 
importância, a pena pode ser diminuída de 1/6 a 1/3. 
 
>> CRIMES CULPOSOS 
Via de regra, os crimes culposos admitem coautoria, mas não participação. 
 
>> COMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS 
 Elementares: são dados essenciais do crime, sem os quais ele desaparece ou 
se transforma. 
 Circunstâncias: são dados acessórios que se agregam à figura típica, 
possuindo a função de aumentar ou diminuir a pena. 
>> REGRAS DO ART. 30, CP: de acordo com o CP, não se comunicam as circunstâncias 
e condições de caráterpessoal, salvo quando elementares do crime.

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