Buscar

Prévia do material em texto

Capítulo 29 Bogliolo 
Marina Sánchez de Carvalho T20 
 
Aula 2 Anatomopatologia Tireoide 
TIREOIDE 
ANATOMIA 
●A glândula tireoide está abaixo da laringe, ela encobre a parte 
superior da traqueia e está na transição da cartilagem cricóidea e os 
anéis cartilagíneos superiores da traqueia. 
●A glândula tireoide situa-se profundamente aos músculos 
esternotireóideo e esterno-hióideo no nível das vértebras C5 e T1. 
●Seu peso é cerca de 15 a 20 gramas em adultos. 
●Na face posterior dos lóbulos da glândula tireoide encontram-se as 
4 glândulas paratireoides que produzem paratormônio. 
●Artérias: artéria tireóidea superior e artéria tireóidea inferior. 
●Veias: veia tireóidea superior, média e inferior. 
●Nervos: nervo laríngeo recorrente esquerdo e direito. 
 
FISIOLOGIA 
●A tireoide secreta tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3) que aumentam o metabolismo do organismo, a secreção 
desses hormônios é controlada pelo hormônio TSH secretado pela hipófise anterior. 
●T3 e T4 são peptídeos formados a partir do aminoácido tirosina e contêm moléculas de iodo: três na de T3 e 
quatro na de T4. Cerca de 80% da quantidade de T3 circulante resulta da degradação periférica da T4 nos 
tecidos-alvo. 
 
 
 
 
●A tireoide também secreta calcitonina que é importante para o metabolismo do cálcio. 
●Os hormônios tireoidianos são armazenados nos folículos em quantidade 
suficiente para suprir a necessidade do organismo por 2 a 3 meses. 
●Os hormônios tireoidianos aumentam a transcrição de um grande número de 
genes que culmina no aumento da atividade funcional de todo o organismo. 
●A regulação da síntese de T3 e T4 envolve dois mecanismos. Em um, atua o 
clássico sistema de retroalimentação, por meio do TSH (hormônio estimulante da 
tireoide), secretado pela adeno-hipófise. O TSH promove hipertrofia e hiperplasia 
da tireoide e estimula a síntese de seus hormônios. O hormônio de liberação da 
tireotrofina (TRH), hipotalâmico, regula a síntese e a liberação do TSH; o T3 e o T4, 
por sua vez, inibem a secreção e antagonizam a ação do TSH. O segundo 
mecanismo é de autorregulação e depende da reserva de iodo orgânico na 
própria tireoide, pois, à medida que a quantidade intracelular de iodo aumenta, 
a célula folicular torna-se menos sensível aos efeitos estimulatórios da tireotrofina. 
Carência ou ingestão excessiva de iodo causa múltiplas 
tireopatias, sobretudo o bócio, ainda frequente em 
pessoas que vivem em áreas com carência de iodo na 
alimentação. Ao contrário, populações que ingerem 
quantidade maior de iodo desenvolvem nódulos 
tireoidianos de modo mais frequente 
TRH: Hormônio liberador de tireotrofina 
TSH: Hormônio tireoestimulante 
T3: tri-iodotironina 
T4: tiroxina 
 
Capítulo 29 Bogliolo 
Marina Sánchez de Carvalho T20 
 
Aula 2 Anatomopatologia Tireoide 
●Uma vez na corrente sanguínea, os hormônios são ligados a proteínas de transporte e apenas 0,02% de T4 
circula na forma livre. 
●Funções: ↑ atividade mitocondrial, ↑ transporte celular, ↑ metabolismo de carboidratos e de gorduras, ↑fluxo 
sanguíneo e débito cardíaco ... 
 
 
HISTOLOGIA 
●A tireoide possui folículos (que são preenchidos pelo coloide) e as células parafoliculares (ou células C). 
-Células foliculares 
-Células parafoliculares: 
 
 
 
EMBRIOGÊNESE 
●A tireoide é a primeira glândula endócrina a se desenvolver no embrião. Começa a formar-se cerca de 24 
dias após a fecundação, a partir de um espessamento endodérmico mediano no soalho da faringe primitiva. 
●Com o crescimento do embrião e da língua, a tireoide em desenvolvimento desce pelo pescoço, passando 
ventralmente ao osso hióide e às cartilagens laríngeas em desenvolvimento. Por um curto período, a tireoide 
fica conectada à língua por um tubo estreito, o ducto tireoglosso. 
●Na 7° semana a tireoide já assume sua posição definitiva. Nesse período, normalmente o ducto tireoglosso já 
degenerou e a abertura proximal forma o forame cego da língua (remanescente embrionário). 
●O hormônio tireoidiano é importante na promoção do crescimento e desenvolvimento do cérebro durante 
a vida fetal e nos primeiros anos de vida pós-natal, se o feto não secretar quantidades suficientes de 
hormônios tireoidianos o crescimento e maturação do cérebro serão retardados. 
 
Capítulo 29 Bogliolo 
Marina Sánchez de Carvalho T20 
 
Aula 2 Anatomopatologia Tireoide 
●Hipotireoidismo congênito: causa primária é um distúrbio do desenvolvimento da tireoide causando 
anaplasia ou hipoplasia da tireoide.02 
●Cistos do ducto tireoglosso: cistos podem se formar em qualquer lugar ao longo do trajeto seguido pelo 
ducto tireoglosso, a tumefação produzida por um cisto do dueto tireoglosso em geral se desenvolve como 
uma massa móvel, indolor e progressivamente crescente. 
●Tireoide ectópica: anomalia congênita rara que em geral se localiza no trajeto normal de descida a partir 
da língua. É clinicamente importante diferenciar uma tireóide ectópica de um cisto do dueto tireoglosso ou 
de um tecido tireoidiano. 
 
DIAGNÓSTICO DAS TIREOPATIAS 
●O diagnóstico das doenças tireoidianas baseia-se no estudo clínico e em exames complementares. Entre 
estes, destacam-se a ultrassonografia e a cintigrafia (iodo radioativo). 
●Os nódulos tireoidianos podem apresentar-se em quase todas as doenças da tireoide. Como a 
ultrassonografia permite a identificação de lesões da ordem de milímetro, criou-se nova classificação para os 
nódulos, que podem ser únicos ou múltiplos, em três grupos: (a) sólidos; (b) císticos; (c) mistos (sólidos/císticos). 
●A dosagem de hormônios (T4 total sérico, T4 livre, T3 e TSH), de anticorpos contra antígenos tireoidianos, de 
anticorpos dirigidos ao receptor do TSH e de anticorpos antitireoglobulina possibilitou um conjunto de 
informações muito valiosas. Anticorpos antirreceptor de TSH influenciam a função e o crescimento 
glandulares, tendo importante papel na patogênese das doenças tireoidianas autoimunes. 
●Além do exame citopatológico a partir de material obtido por punção com agulha fina, amostras teciduais 
são analisadas pelas técnicas convencionais de histopatologia, complementadas muitas vezes por imuno-
histoquímica, microscopia eletrônica e biologia molecular. 
PATOLOGIAS 
 DISTÚRBIOS DE FORMAÇÃO.......... 
●Agenesia parcial/total e hipoplasia acentuada da tireoide são responsáveis por cretinismo. 
●Persistência do ducto ou canal tireoglosso leva à formação de cistos ou ao desenvolvimento de parênquima 
tireoidiano ectópico. O cisto é tratado com ressecção cirúrgica. 
●Tireoide ectópica ou aberrante pode ser encontrada em qualquer altura ao longo do trajeto de descida da 
glândula durante a vida embrionária: na base da língua (tireoide lingual), na laringe, na traqueia, 
retroesternal, pericárdio, hilo hepático, canal inguinal, vagina ou escroto. 
↳ Struma Ovarii - deposição no ovário de tecido tireoidiano, gerando neoplasia ovariana na vida adulta 
●Quando parte do canal tireoglosso se oblitera, forma-se o cisto tireoglosso, que se situa na linha média do 
pescoço, sendo encontrado em qualquer altura ao longo do trajeto de migração da tireoide. 
 DISTÚRBIOS DA FUNÇÃO ........................ 
 Hipertireoidismo 
●Hipertireoidismo, é a síndrome clínica resultante do excesso de tiroxina, tri-iodotironina ou ambas. A 
tireotoxicose e o hipertireoidismo são diferentes pois a tireotoxicose corresponde às manifestações clínicas 
associadas ao aumento dos hormônios tireoidianos circulantes; na maioria dos casos, a tireotoxicose é 
decorrente da hiperatividade da tireoide, ou seja, ao hipertireoidismo. 
 
 
Capítulo 29 Bogliolo 
Marina Sánchez de Carvalho T20 
 
Aula 2 Anatomopatologia Tireoide 
 
 
●O diagnóstico de hipertireoidismo é confirmado quando existe elevação de T4 livre e supressão de TSH. 
Principais causas de hipertireoidismo 
Dependente da produção aumentada de hormônios tireoidianosEstimulação anormal da tireoide por TSH = Doença de Graves, tireoidite de Hashimoto 
Produção excessiva de TSH = Tumor hipofisário produtor de TSH, resistência hipofisária ao T3 e T4 
Produção autônoma excessiva de T3 e T4 (independente do TSH): doença nodular tóxica, adenoma tóxico 
(doença de Plummer), carcinoma folicular, efeito Jod- Basedow 
Independente da produção aumentada de hormônios tireoidianos 
Liberação aumentada de T3 e T4= tireoidite subaguda granulomatosa, tireoidite subaguda linfocítica 
Fonte extratireoidiana de T3 e T= produção ectópica de T3 e T4 
Condições ginecológicas 
Tireotoxicose gestacional transitória 
 
●O hipertireoidismo causa: aumento da frequência cardíaca, aumento da motilidade do TGI, perda de peso, 
irritabilidade, cabelos e unhas quebradiços, HAS divergente (aumento da sistólica), 
hiperatividade do SNC; 
●A doença de Basedow-Graves (hiperplasia difusa ou bócio difuso tóxico) é de 
natureza autoimune inflamatória crônica e deve-se à formação de autoanticorpos 
antirreceptor de TSH, o anticorpo se liga no receptor do TSH fazendo com que o 
TSH não se ligue, assim, o anticorpo fica estimulando a produção de T3 e T4 
(↑T3/T4 e ↓TSH). A doenças de Graves causa exoftalmia, estrabismo divergente, 
mexedema pré-tibial e os demais sintomas do hipertireoidismo. 
●Hipertireoidismo não tratado = síndrome clínica de tireotoxicose 
 
Sinais e sintomas do Hipertireoidismo 
Gerais: emagrecimento com hiperexia, fadiga, astenia, hipertermia, intolerância ao calor 
Cutâneos e anexiais: pele quente, úmida, eritema palmar, dermatografismo, cabelo quebradiço e úmido, 
alopecia discreta, unhas quebradiças, onicólise (unhas de Plummer) 
Cardiovasculares: taquicardia, palpitação, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão arterial 
divergente. 
Respiratórios: taquidispneia, dispneia 
Gastrointestinais: aumento do número de evacuações, elevação de enzimas hepáticas 
Neurológicos: insônia, irritabilidade, agitação psicomotora, taquilalia, diminuição da capacidade de 
concentração, tremor fino de extremidades. 
Musculares: fraqueza muscular proximal, paralisia periódica hipocalêmica 
Esqueléticos: redução da massa óssea: osteopenia e osteoporose 
Hematopoéticos: leucopenia discreta, com relativa linfocitose, anemia normocítica 
Metabólicos: diminuição de colesterol, colesterol LDLe triglicerídeos 
Ginecológicos: oligomenorreia, amenorreia, anovulação. 
 
2.Hipotireoidismo 
●Caracterizado pela diminuição de T3 e T4 e pelo aumento de TSH. 
●Sinais e sintomas do hipotireoidismo: letargia, sonolência, bradicardia, aumento da pressão arterial 
divergente, desatenção, aumento do colesterol na corrente sanguínea desligado de proteínas, lentidão 
digestiva, constipação intestinal, fragilidade capilar. 
Hipertireioidismo é o termo que define hiperfunção da tireoide. 
Tireotoxicose refere-se a sinais e sintomas resultantes da elevação de hormônios tireoidianos séricos 
circulantes. 
 
Capítulo 29 Bogliolo 
Marina Sánchez de Carvalho T20 
 
Aula 2 Anatomopatologia Tireoide 
●A causa mais comum de hipotireoidismo é a tireoidite de Hashimoto, há também mixedema e cretinismo. 
↳Cretinismo: Hipotireoidismo congênito, causa retardo mental e motor, coloração mais pálida, 
Irritabilidade, choro mais agudo, afrouxamento da musculatura abdominal (hérnia). 
↳Mixedema: hipotireoidismo adquirido em adultos, causa edema de pálpebras, face e pré-tibial. 
↳Tireoidite de Hashimoto: hipotireoidismo de origem autoimune inflamatória. 
 DISTÚRBIOS INFLAMATÓRIOS 
1. Agudo: processo inflamatório direto ou indireto. 
 
2. Subagudo 
↳De Quervain (granulomatosa): é dolorosa na região cervical e ao deglutir, Infecção de via aérea 
superior prévia. É chamada de granulomatosa por formar células gigantes. Seu diagnóstico é feito pela 
PAAF 
 
↳Linfocítica (pós-parto): também é autolimitada e ocorre no período de 1 ano após o parto. 
 
3. Crônica 
 
4. Autoimune 
↳Tireoidite de Hashimoto: doença inflamatória crônica autoimune, há a formação de anticorpos contra a 
célula folicular com isso há a perda da função tireoidiana resultando em sinais e sintomas de 
hipotireoidismo. 
 
↳Doença de Graves: crônica e autoimune, sinais e sintomas típicos de hipertireoidismo. A Tríade da 
Doença de Graves é exoftalmia, edema pré-tibial e bócio. 
 
5. Outras: sífilis, tuberculose, AIDS 
 DISTÚRBIOS DE CRESCIMENTO 
●Há o aumento da glândula (hiperplasia e hipertrofia) fazendo com que ela se torne palpável e possa 
comprimir estruturas adjacentes. 
 BÓCIO 
●O bócio nem sempre causa comprometimento celular, ele é caracterizado pelo aumento da glândula 
causado por hiperplasia do parênquima. O bócio pode ser difuso/nodular, uninodular/multinodular, tóxicos/ 
atóxicos. 
●Se o bócio cursar com tireotoxicose será um bócio tóxico, caso não curse com tireotoxicose será atóxico. 
 NÓDULOS TIREOIDIANOS 
●Os nódulos são diagnosticados pela punção aspirativa por agulha 
fina (PAAF), método citopatológico que será corado pela 
coloração de Papanicolau. 
●Os nódulos maiores que 1 cm devem ser aspirados 
●Os nódulos menores que 1 cm serão aspirados em homens e 
pessoas com histórico familiar de neoplasia de tireoide. 
●Classificação de Bethesda 
1.Material insatisfatório – repetir o PAAF 
2.Proliferação das células com manutenção da diferenciação 
 
Capítulo 29 Bogliolo 
Marina Sánchez de Carvalho T20 
 
Aula 2 Anatomopatologia Tireoide 
3.Poucas áreas alteradas – nódulo puncionado tem qualidade/quantidade pouca para classificar como 
maligno. 
4. Suspeito para neoplasia folicular (risco de malignidade pois tem muitos folículos pequenos) 
5. 60-75% de malignidade 
6. 97-98% de malignidade 
 
 LESÕES NEOPLÁSICAS DA TIREOIDE 
●Neoplasias benignas - adenomas; 
- Mais comum - adenoma folicular, seguido de carcinoma papilífero; 
●4 tipos de neoplasias malignas - carcinomas: 
-Anaplásico (pior prognóstico) 
-Papilífero (mais comum) 
-Folicular 
-Medular: com origem nas células C (parafoliculares) 
-Outras neoplasias malignas: linfoma, metástases e outros 
↳Podem ser classificados em bem diferenciadas (folicular ou papilífera), pouco diferenciadas ou 
indiferenciadas/anaplásicas. 
●A metástase mais comum será para a cadeia cervical lateral. 
ADENOMAS 
●Macroscopicamente, o adenoma da tireoide apresenta-se como 
nódulo em geral solitário, firme, elástico, encapsulado mais ou menos 
translúcido conforme o conteúdo de coloide, em geral com até 7,0 cm 
de diâmetro. Em certos casos, existem focos de hemorragia, fibrose ou 
calcificação, às vezes formando pseudocistos. 
 
 
 
 
Complicações da tireoidectomia 
Lesão do nervo laríngeo recorrente - 
afonia ou rouquidão 
Retirada errônea das 4 paratireoides 
Deficiência de calcitonina 
Sangramento 
 
Capítulo 29 Bogliolo 
Marina Sánchez de Carvalho T20 
 
Aula 2 Anatomopatologia Tireoide 
●Microscopicamente, a lesão tem o padrão geral de neoplasia folicular, e suas células formam folículos 
tireoidianos contendo coloide 
CARCINOMAS 
-Carcinoma papilífero: é a neoplasia maligna mais comum da tireoide, às vezes seguida de metástases em 
linfonodos cervicais. Microscopia: núcleo fosco e fenda nuclear, núcleo maior em geral maiores do que os 
das células foliculares, tendo cromatina dispersa em grãos finos, levando ao aspecto de vidro moído. 
-Carcinoma folicular: Apresenta-se macroscopicamente em duas formas: (1) nodular, circunscrita e menos 
maligna; (2) difusa ou invasiva, que leva a aumento volumétrico irregular da tireoide, as metástases 
hematogênicas são mais comuns. 
-Carcinoma medular: Acomete as células C parafoliculares, ocorre metástases a distância. Na microscopia os 
núcleos em “sal com pimenta” - cromatina heterogênea. Há uma relação com as neoplasias endócrinas 
múltiplas. 
-Carcinoma anaplásico: Crescimento rápido, com acometimento de estruturas adjacentes (jugular,carótida, 
corpo vertebral), é uma neoplasia irresecável. 
 ESTADIAMENTO PATOLÓGICO 4 
●Classificação das neoplasias – TNM 
●Fator T: 
T1 - menor ou igual a 2 cm e que não ultrapassou a cápsula da tireoide 
T2 - maior que 2 cm ou menor ou igual a 4 e que não ultrapassou a cápsula da tireoide 
T3 - maior do que 4 cm restrito a tireoide ou que infiltrou o tecido peri tireoidiano (mais próximo) 
T4 - infiltrou a traqueia, esôfago, jugular e corpo vertebral 
●Fator N 
N0 - não infiltrou os linfonodos regionais 
N1 - infiltrou os linfonodos regionais 
●Fator M 
M0 - ausência de metástases a distância 
M1 - presença de metástases a distância 
 
T – TUMOR 
N – LINFONODOS 
M – METÁSTASES 
 
Capítulo 29 Bogliolo 
Marina Sánchez de Carvalho T20 
 
Aula 2 Anatomopatologia Tireoide 
SÍNDROME DAS NEOPLASIAS ENDÓCRINAS MÚLTIPLAS 
●Doenças herdadas em que há acometimento de vários órgãos endócrinos diferentes ao mesmo tempo, 
acometendo mais pacientes jovens. Possuem transmissão autossômica dominante de expressividade variável. 
●Lesões proliferativas (hiperplasia, adenomas e carcinomas). Sempre lembrar que hiperplasia precede a 
neoplasia. 
●Em um mesmo órgão, podem existir vários focos neoplásicos. 
 NEOPLASIA ENDÓCRINA MÚLTIPLA DO TIPO 1 – SÍNDROME DE WERNER 
●3 “P”: Pâncreas, paratireoides e pituitária. 
●Etiologia: mutação no gene supressor de tumor MEN 1; 
-Pituitária: prolactinoma - neoplasia maligna das células produtoras de prolactina; 
-Pâncreas: tumores endócrinos funcionantes, com neoplasias produtoras de hormônios peptídeos. Ocorre 
hipoglicemia e úlceras pépticas. 
-Paratireoides: hiperparatireoidismo primário - (hipercalcemia, nefrolitíase) - MANIFESTAÇÃO MAIS COMUM DA 
SÍNDROME 
 NEOPLASIA ENDÓCRINA MÚLTIPLA DO TIPO 2 
●Pode ser tipo 2A - Síndrome de Sipple ou tipo 2B 
●2A - Síndrome de Sipple: 
-Feocromocitoma bilateral (tumor das células cromafins da adrenal), carcinoma medular da tireoide, 
hiperplasia das paratireoides - hiperparatireoidismo primário 
-Etiologia: mutação na linhagem no proto oncogene RET 
-Realiza-se uma tireoidectomia profilática 
●2B 
-Carcinoma medular da tireoide - mais agressivo que na MEN-2A 
-Feocromocitoma; 
-Neuromas (pele, boca, olhos, TGI); 
-Hábito marfanóide (crescimento das extremidades) 
-Também realiza-se uma tireoidectomia profilática 
• Câncer tireoidiano medular familiar: é uma variação da MEN-2A sem as outras alterações. 
SÍNDROMES POLIENDÓCRINAS AUTOIMUNES 
 DOENÇA DE ADDISON 
●Deficiência da produção de hormônios do córtex da suprarrenal (hormônios sexuais, cortisol, aldosteronaO) 
●Causa queda da produção de mineralocorticoides, glicocorticoides e hormônios sexuais 
●Sintomas surgem quando mais de 90% da suprarrenal direita e da suprarrenal esquerda for atingido 
 
 
Capítulo 29 Bogliolo 
Marina Sánchez de Carvalho T20 
 
Aula 2 Anatomopatologia Tireoide 
●Etiologia da Doença de Addison: 
-Adrenalite autoimune*** 
-Tuberculose e AIDS 
-Câncer metastático: pulmão, mama, TGI 
-Infecções fúngicas, amiloidose e sarcoidose 
●Relembrando os hormônios produzidos pelas suprarrenais: 
 
●A medula secreta catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) 
●O córtex é divido em 3 zonas: Zona reticular (hormônios sexuais) 
Zona fasciculada (glicocorticóides – cortisol) 
Zona glomerulosa (aldosterona) 
●Os sinas e sintomas envolvem fraqueza, hipotensão, hipoglicemia, distúrbios gastrointestinais como vômitos, 
diarreia, perda de peso e hiperpigmentação em áreas fotoexpostas e de pressão (pescoço, cotovelos, 
joelhos e articulações de dedos). 
 ADRENALITE AUTOIMUNE 
●É a principal causa de doença de Addison nos países desenvolvidos, é caracterizada por autoanticorpos 
para enzimas estereoidogênicas. 
●Síndrome poliendócrina auto-imune do tipo 1 (APS1): 
-Mutação no gene AIRE 
-APECED: poliendocrinopatia autoimune, candidíase e distrofia ectodérmica 
●Síndrome poliendócrina auto-imune do tipo 2 (APS2): 
-Adrenalite AI, tireoidite AI e DM tipo 1.