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Nutrição Animal A finalidade da digestão de carboidratos é gerar energia para o organismo. Deve-se partir da premissa de que um animal ruminante, ao ingerir o alimento, quem primeiro tem acesso ao alimento são os microrganismos, são eles que iniciam a digestão. E no caso dos carboidratos, independentemente se é fibroso ou não fibroso, eles irão produzir enzimas que irão quebrar essas ligações, gerando glicose. A glicose entra no organismo por rotas metabólicas para gerar ATP. E nesse processo, temos os resíduos intermediários, que são os ácidos graxos voláteis, sendo que os principais são: acetato, butirato e propionato. Nós iremos entender as rotas metabólicas nas quais são gerados esses AGVS. Aula 8 - Teórica Digestão de carboidratos em ruminantes No caso da figura acima nós podemos observar que quando a glicose é utilizada para gerar ATP, nós temos a produção do piruvato e teremos duas rotas metabólicas distintas. A rota metabólica em que temos a produção do acetato, ocorre quando temos o piruvato, que se converte em Acetil-CoA, que se converte em acetato. O acetato é absorvido na corrente sanguínea e será utilizado na lipogênese. Ou seja, para síntese de ácidos graxos no tecido adiposo e na glândula mamária, formando gordura. O acetato é um principal precursor da gordura de um animal ruminante. Nós temos maior proporção de acetato no rúmen em dietas que contém alta proporção de volumoso. Se compararmos a rota do propionato com a rota do acetato, veremos que a rota do acetato é a que produz uma maior quantidade de precursores do metano. Isso quer dizer que um animal com alta proporção de alimento volumoso terá uma alta proporção de acetato no ambiente ruminal, e consequentemente maior produção de metano. Na figura nós vemos a rota da metanogênese, em que as arqueobactérias pegam CO2 mais H2 para formar metano e água. O metano produzido no rúmen vai ser liberado do organismo animal por meio dos gases da respiração. Nós temos a produção de metano pelos microrganismos do intestino grosso. Um animal herbívoro quando mantido em condições mais naturais e adequadas possíveis, está na condição em que ele produz mais metano. O propionato é produzido por duas rotas que dependem do pH ruminal. No caso da figura acima, ele é gerado a partir de um pH ruminal saudável, de aproximadamente 6,9. Em uma condição de acidose, o piruvato vai a lactato. O propionato, no fígado, será convertido em glicose. A principal fonte de glicose de um ruminante é o propionato via gliconeogênese. A rota do butirato também envolve o acetil-coA. Ele é usado como fonte de energia da mesma maneira que um corpo cetônico é usado para gerar energia. Se fizermos uma proporção entre os 3 principais ácidos graxos produzidos, observamos que o butirato sempre está em menor quantidade.