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Paracentese: Procedimento e Indicações

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Paracentese 
 A abordagem lateral-esquerda evita estruturas intestinais preenchidas com gás que normalmente 
flutuam no líquido ascítico. 
 O paciente é colocado em posição supina e ligeiramente virado para o lado do procedimento como 
forma de reduzir mais ainda o risco de perfuração durante a paracentese. 
 Pelo fato de o ceco estar relativamente fixo no lado direito, a abordagem lateral-esquerda é a mais 
comumente usada. 
 Alguns especialistas recomendam que não se remova mais de 1,5 L de líquido em um único 
procedimento. 
 Após a paracentese diagnóstica, o líquido deve ser enviado ao laboratório para coloração de Gram; 
cultura; citologia, níveis de proteína, glicose e desidrogenase láctica; e contagem de células 
sanguíneas com contagem diferencial de células. 
o Polimorfonucleares de > 500  Altamente sugestivas de peritonite bacteriana. 
o Níveis aumentados de amilase no líquido peritoneal ou superiores ao nível de amilase sérica 
são encontrados na pancreatite. 
o Líquido macroscopicamente sanguinolento no abdome (> 100.000 eritrócitos/mm
3
) indica 
trauma mais grave ou perfuração de órgãos abdominais. 
EQUIPAMENTO 
Kits descartáveis de paracentese/toracocentese normalmente incluem os seguintes itens: 
 Swabs estéreis; 
 Campo fenestrado; 
 Ampola com 5 mL de lidocaína a 1%; 
 Seringa de 10 mL; 
 Agulha de injeção com 5 cm de 
comprimento; 
 Bisturi com lâmina nº 11; 
 Cateter nº 14 com agulha de calibre 17 × 
15 cm com torneira de três vias ou 
válvula unidirecional, válvula 
autosselante e uma seringa Luer Lock de 
5 mL; 
 Seringa de 60 mL; 
 Equipo com controle de fluxo; 
 Frasco de drenagem ou frasco a vácuo; 
 Frascos para amostra ou para coleta (3); 
 Gaze, 10 × 10 cm; 
 Curativo adesivo. 
INDICAÇÕES 
 Avaliação do líquido ascítico para ajudar a determinar a etiologia, diferenciar transudato de exsudato, 
detectar a presença de células cancerosas ou considerar outros diagnósticos. 
 Avaliação de lesão abdominal fechada ou penetrante. 
 Alívio de desconforto respiratório por conta do aumento da pressão intra-abdominal. 
 Avaliação de abdome agudo. 
 Avaliação de peritonite aguda ou espontânea. 
 Avaliação de pancreatite aguda. 
José Vitor Cambuí Cordeiro – Acadêmico de Medicina UniFASB - Resumos 2 
 
CONTRAINDICAÇÕES 
 Abdome agudo que exige cirurgia 
imediata – CA; 
 Trombocitopenia grave (plaquetas < 20 
mil); 
 Coagulopatia (INR > 2); 
 Grande distensão abdominal (CUIDADO!); 
 Múltiplas operações abdominais prévias; 
 Gravidez (CA p/ o proced na linha média); 
 Bexiga distendida (que não pode ser 
esvaziada com cateter de Foley) – CR; 
 Infecção evidente no local da punção – 
CR; 
 Hipoproteinemia grave – CR; 
 Aderências intra-abdominais. 
O PROCEDIMENTO 
1. Fazer assepsia e antissepsia da parede abdominal; 
2. Colocar campos estéreis, delimitando o local da punção; 
3. Determinar o ponto de punção; 
4. Aplicar anestesia local com lidocaína a 1%, utilizando a seringa de 5 mℓ; 
5. Para procedimentos diagnósticos, é possível empregar agulhas finas, pois a quantidade a ser retirada é 
pequena e se evitam vazamentos posteriores. Para procedimentos terapêuticos, são necessárias agulhas 
maiores, com 18 G. O cateter sobre agulha (Jelco®) pode 
colabar, dobrar ou mesmo romper. O Intracath® pode ser 
usado em algumas situações; 
6. A inserção da agulha deve ser lenta e pode ser 
perpendicular ou pela técnica do Z-tract. A inserção deve 
ser concomitante com a aspiração pela seringa e, assim que 
surgir líquido ascítico, a introdução da agulha deve ser 
suspensa. No caso de um Jelco®, retirar a agulha e deixar o 
cateter e, no caso de um Intracath®, introduzir o cateter 
nesse momento: 
a. A técnica Z-tract consiste em tracionar a pele, 
superficialmente, por 2 cm em relação à parede 
abdominal profunda, caudalmente, e inserir a agulha. Somente soltar a pele quando a agulha 
tiver passado o peritônio e já tiver saído líquido. Ao retirar posteriormente a agulha, a pele 
deslizará para a posição original, selando o pertuito e prevenindo vazamentos. 
7. Retirar a primeira seringa de 20 mℓ e enviar o material para análise. Se for um procedimento terapêutico, 
continuar a retirada de líquido até alcançar o objetivo (melhora ventilatória e/ou gastrintestinal); 
8. A agulha ou o cateter devem ser conectados a um sistema coletor e o líquido deve ser retirado: 
a. O sistema coletor pode ser constituído de um frasco a vácuo e um equipo; 
b. Outra solução é usar uma torneira de três vias (three-way), um equipo, uma seringa de 20 mℓ 
(ou de 60 mℓ com adaptador) e um frasco coletor qualquer. Com o three-way, direcionar o 
líquido da cavidade peritoneal para a seringa, aspirar, redirecionar o three-way para o frasco 
coletor e injetar o conteúdo da seringa. 
 
José Vitor Cambuí Cordeiro – Acadêmico de Medicina UniFASB - Resumos 3 
 
 
 
 
Técnica Z-tract: tração da pele, 
superficialmente, e inserção da agulha 
enquanto a pele estiver tracionada. 
 
Agulha inserida até a cavidade peritoneal durante 
tração da pele. B. Resultado final após a retirada da 
agulha e cessamento da fração, evidenciando 
desnível do pertuito da agulha, que ajuda a 
prevenir vazamentos. 
Com a torneira direcionada para a cavidade 
peritoneal, tracionar o êmbolo da seringa até 
completá-la. B. Inverter o sentido da torneira para o 
frasco coletor, injetando o conteúdo da seringa. 
Retornar a posição da torneira e reiniciar o processo. 
José Vitor Cambuí Cordeiro – Acadêmico de Medicina UniFASB - Resumos 4 
 
 
COMPLICAÇÕES 
 Sistêmicas: 
o Comprometimento hemodinâmico pela remoção do líquido ascítico, principalmente hipotensão; 
o Alterações eletrolíticas; 
o Sepse. 
 Locais: 
o Vazamento pelo local de punção: 
 Pode ser dado um ponto no local. 
o Hematoma na parede abdominal. 
 Intraperitoneais: 
o Perfuração de vasos ou vísceras; 
o Peritonite; 
o Abscesso; 
o Sangramento.