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Resumo do livro “Ética Empresarial”
CAPITULO 2
Ser altruísta → é quando se leva em consideração os interesses alheios. É agir visando ao bem-estar dos outros, tomando decisões que beneficiem a maioria e nunca os prejudiquem. 
Para os adeptos da ética da convicção: o altruísmo corresponde ao respeito que se deve aos outros, mais que o desprendimento e à generosidade;
Para os adeptos da ética da responsabilidade: o altruísmo corresponde à preocupação em produzir efeitos positivos sobre os outros, ou seja significa assumir os riscos inerentes a qualquer ação que afete os outros, bem como assumir o compromisso de responder pelas conseqüências dos atos praticados. 
Sendo assim, o altruísmo é consentâneo das duas teorias éticas.
Nem toda moral é ética, como já vimos anteriormente, e as morais podem ser: altruístas, particularistas e até mesmo egoístas. Egoísta seria aquele que faz o que lhe convém sem importar-se com os efeitos produzidos sobre os outros, opta por alcançar o máximo de proveito para si próprio, ainda que seja em detrimento dos outros.
O altruísmo é dividido em: 
altruísmo extremado: há um sacrifício dos interesses particulares em prol da coletividade, somente o bem comum conta.È raríssimo na sociedade atual;
altruísmo parcial: há primazia de interesses particularistas, revestindo-se de caráter antiético, quando, ao defender os próprios interesses, prejudica coletividades maiores do que ela; 
altruísmo imparcial: todos os interesses gerais, corporativos e individuais são levados em consideração, consistindo uma base consistente para as duas teorias éticas: a da responsabilidade, pois o indivíduo assume a responsabilidade dos seus atos sobre os outros, e a da convicção, já que respeita a coletividade.
Empresas se utilizam do altruísmo imparcial para alcançar retornos intangíveis como a consolidação da marca, o investimento em futuros consumidores, abatimento de impostos, fortalecimento da identidade corporativa junto às comunidades locais. Sem o altruísmo imparcial não seria possível viver em sociedade. 
Os países latinos, como o Brasil, convivem com uma duplicidade moral, em que o altruísmo oficial resvala na moral oficiosa do oportunismo hipócrita. Sendo assim, é óbvio que tais padrões oportunistas não contribuem para a adoção de uma estratégia de responsabilidade social, formando, junto ao particularismo, uma parelha indissociável, que fere o pressuposto das duas teorias éticas.
Não existe egoísmo ético, já que as posturas éticas são por definição altruístas. Não devemos confundir, todavia, auto-interesse com egoísmo, já que o primeiro não consegue realizar-se sem a cooperação dos outros, resultando num altruísmo induzido, como ocorre com o fato do interesse pessoal ser a mola propulsora das economias capitalistas.
Os neoliberais defendem que o interesse geral corresponde à síntese dos interesses particulares e que nenhuma intervenção estatal devia ser tolerada além do “mínimo legal”, já que o mecanismo anônimo, impessoal e autônomo do mercado seria suficiente para estabelecer a harmonia universal, a despeito dos interesses individuais.
Os críticos dessa doutrina defendem, contudo, que sem uma autoridade externa que coordene as ações sociais não há como enfrentar as crises do sistema capitalista e o desemprego tecnológico e muito menos situações de emergência. Sem a moralidade cívica e a interferência de uma cidadania organizada não há como assegurar a coesão entre os agentes, pois seus interesses são, por definição, díspares. Assim, a realização dos interesses próprios estaria condicionada à existência de normas de convivência social e uma adesão a estas.
Da mesma forma que não se pode sacrificar a própria felicidade pelo bem-estar dos outros, não se deve querer alcançá-la em detrimento da coletividade. Assim um equilíbrio se impõe e regras que limitem o auto-interesse são essenciais para que este possa prosperar, sendo a chave ética dessa equação.
São duas as morais norte-americanas: a moral do sucesso, que desfigurou a ética do trabalho puritana, negando seus pressupostos altruístas, é uma moral egoísta e antiética, em que o sucesso de um alimenta-se do fracasso alheio, revelando um desprezo pelos vencidos pela vida e cultuando a prosperidade e o consumo (está restrita a uma parte da sociedade); a moral puritana, somente a riqueza obtida pelo mérito merece louvor e é signo de virtude e respeitabilidade e na qual o esforço e a dedicação são valores primordiais. A moral puritana emparelha de forma indissociável o progresso da sociedade e o sucesso individual, nutrindo um sentimento de missão, pois faz proselitismo do american way of life para que os outros povos nele se mirem.