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Sensopercepção: Introdução e Alterações

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Sensopercepção
1. Introdução 
· Sensação: fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos sobre os órgãos receptores.
· Exteroceptivas: são as dos órgãos dos sentidos – visão, audição, gustativa, olfativa.
· Interoceptivas ou cenestésicas: sensações corporais do que está ocorrendo dentro da gente, sensibilidade visceral. Ex.: sensação de bem estar de ter se alimentado, plenitude, sensação de distensão abdominal, queimação.
· Proprioceptivas ou cinestésicas: sensações relacionadas à posição e movimento do corpo. Ex.: sei que meu braço está mexendo sem que eu tenha que olhar para ele.
· Percepção: tomada de consciência pelo indivíduo do estímulo sensorial. Ex.: laranja, pão, etc.
- Tomando por base o sentido da visão, temos:	
· Tipos de imagens:
· Sensorial ou perceptiva (imagem perceptiva real): objeto que realmente estamos vendo. Características:
· Nitidez sensorial
· Corporeidade
· Estabilidade
· Projeção para o externo (extrojeção): características externas.
· Ininfluenciabilidade pela vontade: não podemos deixar de ver a cadeira, por exemplo.
· Representativa: é a imagem que reenvocamos através da memória. Por exemplo, se quisemos lembrar da aula, a lembrança não terá as características da imagem perceptiva real (não tem corpo, é imprecisa, falta nitidez, cor, sons vívidos, é instável, é influenciável pela vontade e é introjetada – espaço subjetivo interno ou na mente).
· Fantástica: imagem que podemos criar patologicamente ou não, como um centauro, um dragão. Portanto, é uma imagem fantasiosa que criamos.
· Onírica: proveniente dos sonhos.
2. Alterações da sensopercepção
· Quantitativas: 
· Hiperestesia: percepção aumentada em intensidade e duração – há sons e estrondos; visões mais coloridas;
· Hipoestesia (anestesia): ocorrem nas depressões graves, EQZ e delirium. É o mundo sem cores, sons, sabores e odores pálidos. 
· Analgesia.
OBS: Os alucinógenos são substâncias que aumentam a intensidade das cores, das coisas. Elas aumentam a intensidade da percepção. O hipertireoidismo também parece poder aumentar a intensidade da percepção, assim como a esquizofrenia, alguns tipos de enxaqueca e os transtornos maníacos.
· Qualitativas: alterações de maior valor se comparado com as quantitativas.
· Parestesia
· Sinestesia (fusão de sensações, como audição colorida)
OBS: Paciente ouve a palavra hambúrguer e sente o gosto de hambúrguer – alteração da sensopercepção qualitativa sinestésica.
· Agnosia
· Aberrações perceptivas (cor, forma, distância)
· Alterações da síntese perceptiva (despersonalização e desrealização – é o mesmo fenômeno ocorrendo em relação à pessoa ou ao ambiente externo)
· Ilusão: estímulo real – percepção alterada. Ex.: paciente confunde relógio do médico com besouro. Portanto, a sensação é correta, mas a percepção (interpretação) é errada, influenciável pela vontade.
· Por rebaixamento de consciência: estetoscópio = cobra. Pode ser um caso de hipoprosexia.
· Por catatímia/estados afetivos: paletó pendurado = ladrão; achar que vemos uma pessoa que queremos, mas na verdade não é ela; policial que vê pessoa segurando uma furadeira e acha que é uma arma (causado pelo medo e ansiedade) Ocorre por uma motivação emocional. 
· Por desatenção: confudir palavras ao ler.
OBS: Delirium é um quadro clinico de pacientes com alguma alteração metabólica cerebral, resultado de alguma alteração metabólica sistêmica do tipo hipoglicemia, hipoxemia, febre alta, sepse, desidratação, hiponatremia, qualquer alteração hidroeletrolítica. Logo, é um quadro organo-mental, NÃO é uma patologia psiquiátrica primária. O delirium é um quadro bastante comum na pratica medica. O paciente com sepse enquanto não melhora clinicamente pode concordar que é uma percepção falseada num momento e logo depois esquece e tem outro delirium.
· Alucinação: ausência de estímulo – percepção!? Ex.: paciente ouve vozes que não estão lá ou vê um rosto na janela sorrindo para ele que também não está lá. As alucinações verdadeiras tem todas as características de ‘’real.’’
· Nitidez sensorial: paciente jura que está vendo a alucinação por ter nitidez e os itens abaixo.
· Intensidade
· Impressão de realidade
· Extrojeção 
· Valor emocional
· As alucinações podem ser:
· Simples ou elementares (chamas, ruídos)
· Complexas (palavras, frases, imagens)
· Todos os sentidos: auditivas; visuais; táteis, térmicas e dolorosas (cutâneas); olfativas; gustativas; cenestésicas.
· Alucinações auditivas (e auditivo-verbais): EQZ; transtorno delirante-alucinatório (valor diagnóstico).
· Caráter ou conotação: depreciativo, insultante ou humilhante; imperativo (ou imperioso); censurador; ameaçador.
OBS: O caráter imperativo é perigoso, pois pessoas que tem tendência suicida podem realmente se suicidar. O paciente fica com a impressão que se não fizer a ordem, alguma coisa vai acontecer.
· Alucinações visuais: principalmente transtorno mental orgânico (valor diagnóstico). Podem incluir distúrbios oftálmicos.
· Zoopsias: visualização de animais, comum no delirium tremens (intoxicação alcoólica).
· Micropsias, macropsias: objetos são aumentados ou diminuídos.
· Fantásticas: fantasiosos, mirabolantes, da imaginação da pessoa.
· Místicas: santos, deuses. Pode ocorrer em alguns casos de esquizofrenia paranoide.
· Valor diagnóstico: transtorno mental orgânico.
· Alucinações olfativas e gustativas: indicam gravidade maior em pacientes esquizofrênicos, com pior prognóstico. Raras e quando presentes, geralmente estão associadas.
· Objetos podres, fezes, lixo, animais mortos, etc.
· Sitiofobia: sintoma que pode estar relacionado à essas alucinações, mas também pode existir também sem ser explicado por uma alucinação. Há recusa em aceitar alimentos.
OBS: Paciente em que achava que ia ser sempre envenenado quando fosse comer – apresentava sitiofobia. 
· Indica lesões em uncus e hipocampo
· Alucinações cenestésicas (viscerais): alucinações relacionadas aos órgãos internos do corpo. Ex.: coração não tem sangue, estômago perfurado, cérebro cheio de areia ou encolhendo; fígado passou para o LE ou despedaçando; víbora movendo no abdome.
· Dores
· Animais alojados: o paciente acha que tem animais dentro do seu corpo.
· Espíritos, chips, eletrodos introduzidos
· Ausência de órgãos (COTARD)
· Alterações cinestésicas: como se o paciente imóvel estivesse sentindo que está andando, que a cabeça está aumentando e diminuindo, etc.
· Aparelho neurovestibular: equilíbrio.
· Outras vivências alucinatórias:
· Extracampinas: alucinações que ocorrem fora do campo visual, sendo comum as auditivas extracampinas. Ex.; estão falando mal de mim em VR; estão falando mal de mim em outro cômodo da casa.
· Sonorização do pensamento (repetição e eco): o paciente fala uma frase e fica ecoando em seu pensamento e acha que outras pessoas podem ouvir o que ele pensou.
· Indícios de atividade alucinatória:
· Atenção comprometida
· Mudanças súbitas de posição, da fisionomia (medo, pavor) e do olhar
· Proteção dos ouvidos (muito comum, em que o paciente põe bolinhas de algodão/jornal nos 2 ouvidos – otite bilateral é muito incomum), olhos, narinas ou genitais
· Solilóquios (falar sozinho), mussitação (mexer com os lábios como se estivesse falando com alguém), para-respostas (respostas diferentes da pergunta que foi feita)
· Risos imotivados
· Valor diagnóstico das alucinações:
· EQZ e outros transtornos psicóticos
· Transtorno de humor (com sintomas psicóticos)
· Síndromes orgãncias (febris, tóxicas, etc)
· Epilepsia
OBS: O psiquismo é formado pela área da noética (racionalidade, razão) e pela área tímica (afeto, humor). SEMPRE que tem delírio e/ou alucinação verdadeiros temos que caracterizar o quadro como psicótico.
OBS: As alucinações visuais normalmente denotam um problema orgânico enquanto que as auditivas normalmente denotam um problema psicótico.
OBS: A síndrome do membro fantasma não é considerada uma alucinação, pois há de fato as terminações nervosas com estímulos, ao contrário da alucinação propriamente dita.
OBS: Depressão com sintoma psicótico – paciente achaque para salvar o mundo, tem que se matar.
OBS: Pacientes esquizofrênicos tem despersonalização frequentemente. Ocorrem também nos transtornos dissociativos, em que há um transtorno em relação à própria pessoa ou em relação ao ambiente (desrealização). Durante o ataque de pânico também é possível ocorrer.

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