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Trichuris trichiura (Tricuríase)

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Rose Anne | Medicina 
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Trichuris trichiura 
Geo-helminto – período de desenvolvimento e 
maturação no solo em condições favoráveis 
Características epidemiológicas 
• Sinonímia: Tricuríase, tricurose ou 
tricocefalose 
• Fatores climáticos favorecem: 
temperatura, umidade, pH do solo 
• População com maior risco vive na zona 
urbana e não rural 
• Tem o corpo em forma de chicote, com 
a cabeça na extremidade afilada. 
Descrição da parasitose: 
• Depende da idade do hospedeiro, estado 
nutricional e distribuição dos vermes 
adultos no intestino 
• Intensidade da infecção é proporcional à 
gravidade dos sintomas 
Infecções leves: (< 1000 ovos/g de fezes) 
• Assintomáticos ou sintomas leves 
Infecções moderadas: (de 1000 a 9.999 ovos/g 
de fezes) 
• Graus variados de cefaleia, dor epigástrica 
e no baixo do abdômen, diarreia, náuseas 
e vômitos 
Infecção intensa: (10.000 ovos/g de fezes) 
• Síndrome disentérica crônica 
• Diarreia intermitente contendo muco e 
possivelmente sangue – microlesões 
causadas pelo aspecto morfológico do 
parasita (lesão na parede intestinal) 
• Dor abdominal 
• Anemia 
• Desnutrição grave (peso e altura abaixo do 
aceitável) 
• Prolapso retal – dificuldade de defecar, o 
que ocasiona o forçamento da defecação 
Complicações clínicas 
• Insônia, irritabilidade, náuseas, anorexia, 
crises de urticária 
• Baqueteamento digital (inchaço na ponta 
dos dedos e alterações nas unhas) 
• Manifestações digestivas: 
✓ Dor abdominal pouco intensa e diarreia 
intermitente alternada com quadro de 
constipação intestinal – resultado de 
resposta inflamatória. 
✓ Peristaltismo intestinal é prejudicado 
• A infecção severa é caracterizada por: 
✓ Diarreia crônica 
✓ Disenteria 
✓ Enterorragia 
✓ Anemia 
✓ Prolapso retal 
Agente etiológico 
Ovo 
• Típico em forma de barril (formato 
elíptico) 
• Poro saliente de material lipídico nas 
extremidades (bolsas de ar que permitem 
uma permeabilidade) 
• A casca tem três camadas: lipídica externa, 
quitinosa intermediária e vitelínica interna – 
resistência a fatores ambientais 
• Permanecem sem embrionar dentro do 
seu hospedeiro 
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Larva 
• Macho < fêmea 
• Extremidade anterior delgadas e longa 
• Extremidade posterior mais robusta 
• Vivem no intestino grosso 
• São dioicos e com dimorfismo sexual 
• Macho – extremidade posterior curvada 
ventralmente apresentando espícula 
protegido por bainha 
• Cauda do macho em forma de chicote 
causa microlesões no intestino (presença 
de sangue nas fezes) 
 
Ciclo biológico 
• Monoxênico 
• Hospedeiro infectado libera os ovos no 
solo 
• Em torno de 2 a 3 semanas, o ovo se 
desenvolve na larva infectante (L3) 
 
 
Modo de transmissão: 
• Ingestão de ovos larvados procedentes do 
solo, água ou alimentos contaminados com 
fezes humanas. 
África, índia e américa latina – alta prevalência 
Geofagia – crianças e grávidas 
Diagnóstico: 
Clínico 
• Não é específico, devendo ser 
complementado pelo laboratorial 
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Laboratorial 
• Presença de ovos nas fezes 
• Método de Kato-Katz (quantitativo e 
qualitativo) 
✓ Concentração de ovos através de 
filtração em tela metálica ou de náilon 
Tratamento 
 
Nitazoxanida 
• 500 mg, 2 vezes por dia, durante 3 dias 
• Via oral 
Medidas de controle 
• Saneamento básico 
• Educação em saúde 
• Higiene e proteção contra moscas e 
baratas que conduzem ovos

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