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56
Objetivos:
UNIDADE 
1
DA DENÚNCIA E DA INVESTIGAÇÃO
• Descrever o fluxo formal do processo investigativo nos crimes sexuais 
praticados contra crianças e adolescentes;
• Analisar as dificuldades encontradas para se fazer uma denúncia de 
crimes sexuais praticados contra crianças e adolescentes;
• Apontar os elementos imprescindíveis para a investigação qualitativa; 
• Reconhecer a importância do fluxo de atendimento da Rede de 
Proteção das crianças e adolescentes vítimas de crimes sexuais.
1.1 Esbarrei com uma revelação de uma violência sexual, e 
 agora, o que fazer?
De acordo com dados do censo do Instituo Brasileiro de Geografia e 
Estatística – IBGE, no ano de 2010, o Brasil tinha um total de 56. 295.500 milhões 
de crianças e adolescentes, equivalente a aproximadamente 29,51% do total 
da população1. Apesar de, segundo dados deste mesmo instituto, ter havido 
um decréscimo populacional na faixa etária referente, não significa dizer que se 
trata do enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes, que cresce 
exponencialmente ao ano.
1 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o órgão responsável por realizar o censo demográ-
fico brasileiro a partir do ano de 1940, com o último censo tendo sido realizado no ano de 2010 e o próximo 
previsto para acontecer em 2020. Disponível em: https://ww2.ibge.gov.br/home/. Acesso em: 15 jul. 2019.
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 Apesar de, nos primórdios de nossa história, os jesuítas que aqui se instalaram 
já sinalizarem atribuições diferentes para crianças e adolescentes, principalmente 
no que tange à educação, foi apenas no Código Penal do Império de 18301 que 
houve as primeiras manifestações de controle social voltadas especificamente para 
essa esfera populacional.
 Seguindo a linha histórica, segundo Cunha (1998)2, estamos na terceira 
doutrina de estudo da situação político-jurídica do menor. Segundo este autor, já 
passamos pela fase do Direito Penal do Menor, que se preocupava apenas com 
a delinquência, dividindo os menores quanto ao seu discernimento, para assim 
atribuir-lhe responsabilidade, logo, não abarcava todos os menores; a segunda 
doutrina, da Situação Irregular do Menor, foi instituída no início do século XX, 
quando em 1923 foi criado o primeiro Juízo de Infância do Brasil e o Código de 
Menores de 1927. Nessa fase, a concepção assistencialista passa a embasar a 
tutela estatal das crianças e adolescentes abandonados e carentes, mas ainda 
sem preocupação com a vitimização dos mesmos. É somente nessa terceira 
doutrina, de Proteção Integral, que se enquadram a ordem constitucional vigente, 
que traz dispositivos referentes à proteção integral da criança e adolescente nos 
artigos 227 e 228, regulamentados pelo Estatuto da Criança e Adolescente – 
ECA, lei 8.069 de 1990. 
 Essa nova concepção jurídico-técnico-policial tem como objetivo proteger 
a infância em suas várias esferas e integralmente, desmistificando o tripé menor-
marginal-pobre.
1 Art. 10. Também não se julgarão criminosos:
1º Os menores de quatorze anos.
Art. 13. Se se provar que os menores de quatorze anos, que tiverem cometido crimes, obraram com discerni-
mento, deverão ser recolhidos às casas de correção, pelo tempo que ao Juiz parecer, com tanto que o recolhi-
mento não exceda a idade de dezessete anos.
Art. 18. São circunstâncias atenuantes dos crimes:
(...)
10. Ser o delinquente menor de vinte e um anos.
Quando o réu for menor de dezessete anos, e maior de quatorze, poderá o Juiz, parecendo-lhe justo, impor-lhe 
as penas da cumplicidade.
2 CUNHA. José Ricardo. Visualizando a política de atendimento à criança e ao adolescente. Rio de Ja-
neiro: Litteris Editora Kroart: 1998.
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 Embora não se tenha abordado minuciosa e criticamente os tipos de violência 
que as crianças e adolescentes foram expostos ao longo da história, são de fácil 
acesso os registros que remetem à exploração, negligência, opressão, crueldade e 
violências nas mais diversas searas contra infantes e adolescentes.
Com a aprovação da Lei n° 8.069 de 13 de julho de 1990, conhecida como 
Estatuto da Criança e Adolescente - ECA, os ideais previstos na “Constituição 
Cidadã”, dois anos antes promulgada, foram reunidos em uma única compilação 
legislativa, onde os direitos de crianças e adolescentes foram estruturados. Esta 
legislação também deu importante passo no que se refere à previsão de gestão 
desses direitos, através de um sistema de garantias que visa atender ao cumprimento 
do que reza o artigo 86 do ECA, englobando todas as esferas responsáveis pela 
garantia e proteção dos direitos.
 Seguindo a tendência de criação de órgãos capazes de aplicar a proteção 
instituída em lei, foram criadas ao longo da extensão territorial do país as chamadas 
DPCAs – Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente, idealizadas como 
complexos de proteção integral e imediato para as crianças e adolescentes vítimas 
de violências caracterizadas como crime.
Figura 1 - Delegacia de Proteção à criança e ao adolescente
 
 
 
Fonte:https://lh3.googleusercontent.com/VOcJnraXyrWfRq8qqnX11FmAmYhOBE6TFXVFJgV7wa
sHU2klKbsdYHcWwvmG-RPJHaOvGQ=s117
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 Importante mencionar que a proteção de crianças e adolescentes é 
responsabilidade de todos, logo, qualquer pessoa, a qual seja cientificada uma 
situação de crime contra criança e adolescente, tem o dever de notificar os órgãos 
de proteção.
 
 Hoje em dia, é comum que crianças e adolescentes expressem situações 
de crimes sexuais vivenciados nos mais diversos âmbitos de convivência. Assim, 
temos relatos de crianças/ adolescentes que, após palestras educativas, relataram 
aos professores as violências sofridas, ou mesmo após atividades de sala de aula. 
Por isso, o parêntese para lembrar da importância da educação sexual nas escolas.
Figura 2 - Orientação sexual na escola
Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/gb0BngGxaakhuI-
86qmwwdTyOuFPPh5sh4IzYGvA7Ei5yaP-PHSedhBeDcvRbZ9DITfQgA=s170
 
 Também são comuns relatos de vítimas infanto-juvenis que se sentem à 
vontade para pedir socorro a um colega, a um vizinho ou mesmo a uma pessoa 
mais distante, ja que por algum motivo projeta nessa pessoa uma sensação de 
segurança.
 Assim, verifica-se a importância da qualificação social, onde qualquer 
cidadão deve estar apto para oferecer o melhor tratamento a essas vítimas.
 
60
 O alerta para uma provável situação de violência parte, entre outros fatores, de 
uma brusca mudança de comportamento, bem como outros sinais já mencionados 
no módulo anterior, os quais podemos relembrar: 
•	 Dor constante na vagina ou no ânus;
•	 Inflamações e hemorragias;
•	 Gravidez precoce, colocando em risco a vida da criança ou adolescente; 
•	 Doenças sexualmente transmissíveis como AIDS, hepatite B, etc;
•	 Depressão;
•	 Falta de amor próprio (baixa auto-estima); 
•	 Medo indefinido permanente;
•	 Tentativa de suicídio; 
•	 Medo de sair na rua; 
•	 Aversão à pessoa abusadora; 
•	 Queda no rendimento escolar;
•	 Aumento do grau de provocação erótica;
•	 Regressão da linguagem e do comportamento; 
•	 Agressividade contra a família. 
Figura 3 - Desenhos de crianças indefesas que indicam que elas sofreram abuso sexual
Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/EvIj-2F5SQYHe72C4k0GQfABihOI17iHK5GpI-
620QDqqrtQ-agah32VD1II_d0_1eV9ow=s132
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Identificados esses sinais, que podem caracterizar uma situação de 
violência (importante: não necessariamente caracterizam), como devemos 
abordar essa vítima? Em primeiro lugar, não duvide da sua palavra, o jargão 
popular de que crianças e adolescentes mentem, é fantasioso, não deve 
ser tratado como regra. Depois, atente-se para a forma como essa vítima 
consegue se expressar, lembre-se que crianças e adolescentes são seres 
em desenvolvimento, logo, não espere que os mesmos consigam descrever 
situações da mesma forma que um adulto.
 Portanto, manifestações do tipo:
•	 “Ele(a) brinca de um jeito que eu não gosto, tia”;
•	 “Ele(a) faz carinho que me incomoda”;
•	 “Ele(a) não deixa eu fazer nada,tem muito ciúmes de mim”;
•	 “Ele(a) pede para ver meu (minha) ... (descrição infantil do órgão sexual)”;
•	 “Ele(a) diz que é segredo nosso, que eu não posso contar para ninguém”;
•	 “Ele(a) é muito legal! Sempre me dá presentes”.
 Podem (não necessariamente devem!) configurar uma situação de 
violência sexual.
 Depois de ganhar a confiança da vítima, ressaltamos que é preciso tomar 
cuidado com a sua exposição e evitar a revitimização. 
Logo, assim que você se deparar com uma situação de violência sexual 
contra crianças e adolescentes, não utilize expressões do tipo:
•	 “Mas por que você não disse nada antes?”;
•	 “Mas por que você não gritou, correu, pediu socorro?”;
•	 “Por que não contou para seus pais/ familiares?”;
•	 “Prometo que ele(a) vai ser preso!”;
•	 “Eu vou reunir a família e contar para todo mundo!”
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 O melhor a fazer, após tomar conhecimento de uma situação de violência, é 
procurar qualquer órgão de proteção, afinal, o trabalho deve ser em rede, e a rede 
começa com você! Assim, tenha consciência do seu papel e procure de imediato 
um dos órgãos mencionados ao longo do curso, pois qualquer um deles deverá ter 
profissionais capacitados para o atendimento da vítima.
 Evite, também, extrair informações sobre a violência (quando, onde, como 
e por que), pois dessa forma você evita o que se chama de “revitimização”, que 
significa expor a vítima fazendo-a experimentar uma nova situação de violência, 
um novo mal, dessa vez oriunda do atendimento recebido por todos aqueles que 
tiveram contato com a vítima, ou seja, dos órgãos responsáveis. É só você pensar: 
será que é saudável essa vítima relembrar e descrever por várias e várias vezes 
a(s) violência(s) sofrida(s)? 
A resposta, sem sombras de dúvidas, é negativa. Assim, seja capaz 
de vencer sua curiosidade e ajudar essa vítima encaminhando-a para atendimento 
com os profissionais capacitados, pois é possível que de tanto relembrar e repetir 
o fato violento, essa vítima, quando em contato com os profissionais a quem 
interessariam os detalhes, já não tenha mais forças para novamente reviver a 
situação traumática.
Figura 4 - Abuso sexual na infância - Quem são os abusadores?
Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/Lcif3BezetksHZ7xL-sMalLcd5iV8tol2wpxXMYHuIg45gtox
LtGaxCV4OdBjGfQ02OiIBo=s128
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 Por fim, é imprescindível traçar algumas linhas sobre o perfil do agressor.
Segundo o Instituto Jonas dos Santos Neves3:
[...] o dado mais surpreendente diz respeito à autoria: em mais 
de 90% dos casos observados, nas pesquisas e nos diversos 
levantamentos realizados no país, quem perpetra a violência 
é conhecido da vítima – parente, mãe, pai, padrasto, etc. Isso 
significa que essa matriz da violência, apesar de merecer 
máxima atenção e de constituir uma problemática da maior 
gravidade para os que a sofrem ou testemunham, seja por 
suas consequências presentes, seja por seus efeitos futuros 
(as pesquisas mostram que quem se submeteu à violência, na 
infância, ou a testemunhou, tem mais propensão a envolver-
se com práticas violentas, mais tarde), não é acionada por 
criminosos profissionais ou por perpetradores que constroem 
uma carreira criminal.
 Portanto, evite criar suposições sobre o agressor, como:
•	 “Mas não é possível! Ele é pai!”;
•	 “Mas não é possível! Ela é mãe!”;
•	 “Mas não é possível! Ele(a) é avô(ó)!”;
•	 “Mas não é possível! Ele(a) é padrasto, madrasta, tio(a), primo(a), vizinho, ami-
go(a)!”;
•	 “Mas não é possível! Sempre deu muito carinho, amor e atenção para... (nome 
da vítima)!”.
Tenha em mente que apenas 90% dos agressores são do círculo sociofamiliar 
da vítima.
1.2 Quebrando tabus para a denúncia: para quem, onde e 
 como fazer a denúncia? (Elementos necessários para o B.O; 
 canais de denúncia e denúncia qualificada) 
Debater sobre o crime e a violência hoje significa visualizá-los de forma 
multidisciplinar, pois são fenômenos dinâmicos, complexos, polissêmicos e 
3 Caderno de Pesquisa “Perfil da Juventude e Políticas Públicas no Espírito Santo – 2014”. Dispo-
nível em: http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_content&view=article&id=4174:per-
fil-da-juventude-e-politicas-publicas-no-espirito-santo-2014&catid=42:estudos-sociais&Itemid=201. 
Acesso em: 19 fev. 2015.
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controversos que expressam uma realidade plural. Por isso, suas definições são 
um desafio permanente, já que não se submetem a uma descrição fácil ou estática, 
pois os atos que os termos abarcam correspondem a uma enorme diversidade de 
definições e abordagens no campo das ciências que deles se ocupam (MINAYO et 
al. apud GONÇALVES, 2003)4.
Essa complexa engrenagem da criminalidade assume assim características 
peculiares, já que se infiltra e se dissemina em cada sociedade, amoldando-se 
às suas conjunturas culturais e econômicas, posteriormente assumindo uma 
dimensão maior ao se firmar com seu mercado próprio e lamentavelmente 
promissor.
 Esse contexto exige, portanto, um trabalho policial investigativo mais 
dinâmico e capaz de interagir e adaptar-se rapidamente às mudanças de foco da 
criminalidade e da violência, bem como de suas especificidades. 
 
 A violência contra crianças e adolescentes revela-se em todo o país em uma 
crescente, e quanto mais se conhece a respeito desse tipo de violência, maiores 
são os números registrados.
A violência contra a criança e o adolescente constitui-se em todo 
ato ou omissão de pais, parentes, outras pessoas e instituições 
capazes de causar danos físicos, sexual e/ou psicológico à 
vítima. De um lado, implica uma transgressão no poder/dever 
de proteção do adulto e da sociedade em geral e, de outro, 
na coisificação da infância, isto é, numa negação do direito 
que crianças e adolescentes têm de serem tratados como 
sujeitos e pessoas em condições especiais de crescimento e 
desenvolvimento (ASSIS; AZEVEDO; GUERRA apud MINAYO, 
2002, p. 95).
Para tanto, se faz necessária a formalização dessa situação de violência 
que, na maioria esmagadora das vezes, é feita através do registro de um boletim 
de ocorrência – B.O ou através de denúncias utilizando o Disque 100, motivo pelo 
qual nos delimitaremos a essas duas portas de entrada.
4 MINAYO. Maria Cecília de Souza. O significado social e para a saúde da violência contra crianças e adoles-
centes. In: ___ WESTPHAL, Márcia Faria (Org.). Violência e criança. São Paulo: Editora da Universidade de 
São Paulo, 2002. p. 95 a 124.
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Figura 5 - Modelo de Boletim de Ocorrência
Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/U918xfzfULqR4mwOkr8j0TP5kcJct7MCoqQ-hYr-_
yt2rXzopNWkt8kHwDRnzErG0sIU=s85
Para o registro de um B.O, deve-se levar em consideração que:
•	 Pode ser realizado por qualquer pessoa maior de idade e capaz;
•	 Pode ser registrado em qualquer unidade policial;
•	 Importante ter dados mínimos da vítima (de preferência nome com-
pleto, se não tiver, nome da mãe ou do pai, idade, características da 
vítima, endereço de casa ou de algum familiar ou escola onde estuda);
•	 Ao menos primeiro nome ou alcunha (apelido) do autor, provável en-
dereço;
•	 Breve descrição da situação violenta;
•	 Disponibilidade para contribuir com as investigações, prestando de-
poimento. Os inquéritos policiais que têm crianças e adolescentes ví-
timas, correm em segredo de justiça.
66
 ATENÇÃO !
Denunciação Caluniosa é CRIME, e se configura, segundo o artigo 339 CP, da seguinte forma: 
“Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação 
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe 
crime de que o sabe inocente.” 
Pena: reclusão de 2 a 8 anos e multa.
A outra porta de entrada usualmente utilizada é o Disque 100. Fazendo-se 
levantamento do panorama criminal dos números de violência sexual registrados 
apenas neste canal, constatou-se que em 2016 foram registradas 15.707 ocorrências, 
o que representa 20,6% das violações notificadas naquele ano.5
Figura 6 - Direitos Humanos. Disque 100
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcT717J4b7n9Q23cR5e_3_OwxFrLDdytw791xw&usqp=CAU
A Subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, 
da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, reconhece que a conscientização 
da população e a mudança cultural sobre a situação de violência sofrida por este 
5 Fonte: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – Balanço Geral – Disque 100 (2016). 
Acesso em: 15 jul. 2019.
67
segmento vêm contribuindo para o aumento das notificações. Por outro lado, enfatiza 
que o aumento da violência urbana e as punições pouco rigorosas contribuem para 
que o número de casos dessa natureza aumente e, consequentemente, ocorram 
mais denúncias (BRASIL, 2015).6
Contudo, para que os registros computados no Disque 100 se transformem 
em denúncias qualificadas, ou seja, capazes de trazer em seu bojo informações que 
possam dar ensejo à abertura de um inquérito policial e um processo criminal (caso 
contrário, serão incapazes de ao menos iniciar um procedimento investigatório e 
posterior punição do agressor), precisa-se ter em mente que:
•	 Pode ser realizado por qualquer pessoa maior de idade e capaz, e sua iden-
tidade será mantida anônima, nem uma autoridade tem conhecimento de 
quem efetivou a denúncia, o que torna o Disque 100 um importante mecanis-
mo para ser utilizado por qualquer cidadão;
•	 Pode ser registrado através de qualquer telefone, funcionando sete dias na 
semana durante 24 horas;
•	 Importante fornecer dados mínimos da vítima (de preferência nome comple-
to, se não tiver, nome da mãe ou do pai, idade, características da vítima, en-
dereço de casa ou de algum familiar ou escola onde estuda ou alguma outra 
referência onde a vítima possa ser localizada);
•	 Ao menor primeiro nome ou alcunha (apelido) do autor, provável endereço;
•	 Descrição da situação violenta, com o máximo de informações que puder 
fornecer.
6 BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Serviço de enfrentamento à violência, 
ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes (programa Sentinela). Brasília, 2012. Disponível 
em:http://www.mds.gov.br/ programas/rede-suas/protecao-social-especial/programa-sentinela-protecao-social-
-as-criancas-adolescentes-vitimas-de-violencia. Acesso em: 10 fev. 2015.
68
1.3 Fluxo de atendimento da rede para uma investigação 
 qualitativa 
A pesquisadora Marlene Vaz (2010)7 afirma que, em relação aos crimes 
sexuais, a dificuldade de identificá-los está no fato de que eles podem não deixar 
vestígios, do mesmo modo que o adiamento em denunciá-los permite que as 
marcas desapareçam até a data da perícia policial. Além disso, certos sinais de atos 
libidinosos podem não ser identificados ou até mesmo confundidos com distúrbios 
intestinais.
Estatísticas levantadas nacionalmente em 2009 apontaram que o maior 
número de vítimas de abuso sexual de crianças e adolescentes ainda eram do 
sexo feminino, embora tenha havido alteração do Código Penal no que tange 
aos crimes sexuais – cerca de 80% –, e em 75% dos casos registrados o 
abusador era o pai ou padrasto; em 12%, outros familiares; e em 38%, amigos 
da família (VAZ, 2010).
A violência sexual é um dos tipos de violência doméstica menos 
notificado. Isto pode ser justificado pelo tabu que representa, 
há constrangimento por parte da vítima em denunciar este tipo 
de crime. A intimidade e a vergonha são elementos centrais 
do processo de reconhecimento e anúncio dos crimes sexuais. 
(FALEIROS, 2001, p.34)8
Tais dados são entristecedores, pois pode-se avaliar que os crimes tendem 
a vitimizar crianças e adolescentes cada vez mais precocemente, e, por outro lado, 
a sociedade não possui a conscientização necessária para atender essa demanda 
singular.
7 VAZ, MARLENE. Abuso sexual. In: __Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan 
(CEDECA). Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://www.ufes.br/~proex/n01.htmlhttp://www.cedeca.org.br/
pesquisas.php. Acesso em: 10 fev. 2015.
8 FALEIROS, Vicente de Paula; FALEIROS, Eva Teresinha (Coord.). Curto e curtos circuitos: atendimento, 
defesa e responsabilização de abusos sexuais contra crianças e adolescentes. Centro de Referência, Estudos 
e Ações sobre Crianças e Adolescentes (CECRIA). São Paulo: Veras Editora, 2001.
69
Figura 7 - O estupro e o atentado violento ao pudor são considerados crimes hediondos
Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/2jREQAEPMaYXmyWLx4CWZi7vgXop04pyD-
Tk4AcSHWlqcl_UNV6YIuC_zrgzblLeUs7OJ5U=s154
Segundo a pesquisadora Miriam Sagim (2008)9:
[...] importante salientar que a criança ou o adolescente 
que sofre abuso e maus-tratos, não importa a natureza, 
normalmente perde a autoestima, tornando-se retraído, sem 
confiança nos adultos, e com dificuldade de estabelecer 
relações harmônicas com outras pessoas. Essa criança ou 
adolescente que vivencia histórico de violência tende, aliado 
a outros fatores determinantes, a tornar-se um adulto agressor 
de outras crianças e se envolver em crimes e prostituição.
O sistema de atendimento DPCA, segundo previsão legal, inicia-se com a 
comunicação do crime e sua apuração, cujo relatório e provas são enviados às 
autoridades competentes, o Ministério Público e o Poder Judiciário para as devidas 
providências. A depender da conduta delituosa, a vítima deveria ser encaminhada 
aos serviços de assistência social, educação, saúde e ao Conselho Tutelar, para 
que esses serviços atuassem dentro de suas atribuições e acompanhassem as 
9 SAGIM, Mirian Botelho. Violência doméstica observada e vivenciada por crianças e adolescentes no 
ambiente familiar. 2008. 265.f. Dissertação (Doutora em Ciências) - Programa de Pós-graduação em Psicolo-
gia, Universidade de São Paulo (USP) Departamento de Psicologia e Educação, Ribeirão Preto, 2008.
70
vítimas de forma prolongada, tendo em vista as feridas profundas sofridas pela 
criminalidade em sujeitos psicologicamente ainda frágeis.
Assim, as crianças e os adolescentes que chegassem às Delegacias com 
suspeita de terem sido vítimas de violência sexual ou alguma prática similar 
constante no ECA ou no próprio Código Penal, deveriam ser encaminhados a um 
Centro Pericial próprio, para atendimento clínico e psicológico, para ser realizada a 
investigação social. Tudo isso objetivando, no menor tempo possível, a certificação 
da ocorrência ou não da violência. Caso estes sejam confirmados, a vítima retornaria 
à Delegacia, que a encaminharia, de acordo com a constatação do crime, ao Poder 
Judiciário.
 ATENÇÃO!
O único Estado do Brasil que possui um Centro Especializado para atendimentos periciais exclusivo 
para crianças e adolescente é o Maranhão. Nesta localidade, o fluxo acima descrito é cumprido.
Como se pode observar, a estruturação da rede de serviços é abrangente e 
capaz de pôr em prática as medidas de proteção às vítimas, facilitando e dinamizando 
o fluxo de atendimento. Além disso, humaniza o atendimento, transparecendo à 
sociedade o comprometimento articulado entre todos os agentes envolvidos.
Para tanto, segue em anexo o fluxo de atendimento de violências sexuais 
contra crianças e adolescentes, levando-se em consideração toda a legislação 
atualmente vigente.
71
Gráfico 1 - Porta de entrada: Sistema de Saúde10
Fonte:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/fluxo_atendimento_saude_mulheres_adolescentes_
violencia_sexual.pdf.
10 Brasil. Ministério da Saúde. Fluxo de atendimento em saúde para mulheres e adolescentes em situação 
de violência sexual. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/fluxo_atendimento_saude_mulhe-
res_adolescentes_violencia_sexual.pdf. Acesso em: 20 jul. 2019
Acolhimento
Escuta qualificada 
por assistentes 
sociais 
Notificaçôes 
orbigatórias
Orientações 
sobre a denúcia
Orientações 
sobre denúcia
Atendimento 
médicoDefensoria Pública 
para as quetões cíveis 
relacionadas
DPCA
Perícias
CREAS CRAS
Ministério da 
Saúde
Violência 
recente (72h)
Conselho 
Tutelar
Avaliação do risco
Violência crônica
72
Gráfico 2 - Porta de entrada: demais canais
Fonte:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/fluxo_atendimento_saude_mulheres_adolescentes_
violencia_sexual.pdf.
Instituições de Ensino
Unidades de Assistência Social
Entidades Socioassistenciais
Outros órgãos do Sistema
de Garantias de Direitos
Perícia
CREAS
CRAS
CRAS
Perícia
CREAS
Conselho Tutelar
DPCA
Defensoria Pública para as 
questões cíveis relacionadas
Defensoria Pública para as 
questões cíveis relacionadas
Unidades de Saúde
Conselho Tutelar
DPCA
73
1.4 Do crime e do processo criminal
1.4.1 Dos delitos contra a dignidade sexual
O crime de estupro está previsto no artigo 213 do Código Penal, que diz:
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que 
com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
A ausência de consentimento para a relação é que vai definir a ocorrência 
do crime, sendo a vítima subjugada pela violência ou grave ameaça (promessa 
de um mal determinado, sério e realizável), e se caracterizar com ato libidinoso e 
conjunção carnal, e na visão de André Stefam (2011)11:
Atos libidinosos são todos aqueles que tenham conotação 
sexual, isto é, tendentes à satisfação da lascívia. Abrangem o 
típico ato libidinoso, vale dizer, a conjunção carnal (penetração 
do pênis na vagina, também chamada de cópula vaginal ou 
intromisso penis in vaginam) e quaisquer outros, tais como a 
masturbação, o coito anal, a felação, o toque ou beijo nas 
partes pudendas. 
Para nós, o beijo na boca (ainda que “roubado”) jamais 
poderá caracterizar ato libidinoso nesse caso, o crime 
poderá ser de constrangimento ilegal.
Se a relação ocorrer com menor de 14 (quatorze) anos, ainda que seja 
com “consentimento” do jovem, ou ainda por enfermidade ou deficiência mental, 
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, a conduta se configura 
em crime de estupro de vulnerável, do art. 217 A do Código Penal, que dispõe:
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
O Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 593 para acabar com 
qualquer discussão sobre o tema ao esclarecer que, para ocorrência do crime, seria 
“irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência 
sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente”.
11 ESTEFAM, André. Direito Penal. Volume 3. São Paulo. Editora Saraiva. 2011, p. 74. 
74
Os crimes do art. 213 e 217- A são considerados “crimes hediondos” (Lei 
n. 8.072/90), ou seja, estão na categoria dos crimes com maior gravidade e que, 
portanto, merecem maior reprovação, com penas mais elevadas, e maior tempo 
para progressão de regime no cumprimento da pena. São ainda insuscetíveis 
de anistia, graça e indulto (formas de perdão), também não é permitida fiança 
(pagamento de valor em garantia durante o processo, para responder em liberdade).
1.4.2 Das modalidades de prisão
Entre as modalidades de prisão para episódios de violência sexual, podemos 
citar como as mais relevantes:
i) Prisão em Flagrante - art. 302 do Código de Processo Penal - CPP: 
•	 Quando o agressor é encontrado cometendo a violência, ou acabado de co-
metê-la (ex.: são encontrados no quarto autor e vítima, após a violência);
•	 Também ocorre quando há perseguição imediata, logo após o episódio, em 
situação que se faça presumir ser ele autor da infração (ex.: ao entrar no quarto, 
a vítima se encontra sozinha, mas abalada, menciona sobre o agressor que é 
encontrado em fuga); 
•	 Outra possibilidade é quando for encontrado, logo depois, com instrumentos, 
armas e objetos que façam presumir ser ele o autor da infração. (ex.: é aborda-
do, poucas horas depois com uma faca, descrita pela vítima como a usada para 
a ameaça e consumação do ato).
Se estiver em estado de flagrante, autoridades policiais e seus agentes 
deverão prender, mas também qualquer pessoa poderá fazê-lo (art. 301 CPP). 
Perceba que para o primeiro é obrigatório, enquanto que para o segundo, facultativo.
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ii) Prisão Preventiva – art. 311 do Código de Processo Penal – CPP
Independente do flagrante, a prisão preventiva pode ser decretada em 
qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, a pedido do 
Ministério Público, delegado(a) de polícia (autoridade policial), e em alguns 
casos decretado de ofício pelo juiz, ou seja, sem pedido, desde que no curso do 
processo, passada a fase de investigação. Em um último caso também é possível 
pelo assistente de acusação, em favor da vítima.
Para que isso ocorra, são necessários os fundamentos da prova da existência 
do crime (ex. exame de conjunção carnal) e indício suficiente de autoria, quer dizer, 
elemento que aponte para uma pessoa, ainda que não seja conclusivo e definitivo.
São também necessários a identificação de qualquer um dos três requisitos:
•	 Risco à garantia da ordem pública: como quando a permanência em liber-
dade puder acarretar no risco de cometimento de novos crimes quando, por 
exemplo, o acusado tiver outros processos judiciais de mesma natureza. Ou 
ainda quando, pela crueldade de como foi cometido, indique elementos de pe-
riculosidade;
•	 Conveniência da instrução criminal: preservar a investigação e evitar a des-
truição ou comprometimento de provas e testemunhas. Ex.: quando o suspeito 
passa a intimidar testemunhas a não depor em sede policial, ou quando passa 
a intimidar a própria vítima a não denunciar. Tais fatos devem ser levados a 
conhecimento das autoridades para providências;
•	 Assegurar a aplicação da lei penal: quando existe indicação de que o acusado 
ou suspeito busca fugir ou se evadir.
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 ATENÇÃO!
Lembrando que a prisão preventiva não é a única forma de manter o suposto agressor longe da 
vítima. Caso não existam elementos suficientes para o pedido de prisão preventiva, será possível 
solicitar um requerimento à justiça para afastamento perimetral, de acordo com o art. 130 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente que será tratado nas próximas unidades. 
1.4.3 Processo Criminal
Concluída a investigação policial, será elaborado relatório e posteriormente 
o Inquérito Policial será encaminhado ao Ministério Público, para análise e apreciação 
da existência de elementos. Havendo elementos suficientes, será proposta a 
“denúncia”, que é a acusação formalizada na justiça, será feita a análise sobre 
a satisfação dos requisitos mínimos e, em caso positivo, será recebida, passando 
então a existência formal de um processo criminal.
Deflagrado o processo, o acusado será citado, para tomar conhecimento da 
acusação e do processo, oportunidade em que terá 10 (dez) dias para apresentar 
a primeira defesa, ou resposta à acusação, com apresentação de provas e 
indicação de testemunhas a serem ouvidas (art. 396 CPP). A próxima etapa é a 
realização de audiência de instrução e julgamento (art. 399 e 400 do CPP), ocasião 
em que serão ouvidas testemunhas e, por último, interrogado o acusado.
 ATENÇÃO!
A vítima tem direito a ser ouvida por depoimento especial, modalidade especial, devidamente tratada 
no Módulo I.
Ao final da audiência, o juiz oportunizará às partes as alegações finais, 
último momento de manifestação da acusação e da defesa. Depois, o juiz proferirá 
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a sentença, na qual caberá recurso ao Tribunal de Justiça e outras instâncias 
superiores. 
Ao condenado, será aplicada a pena calculada com base no artigo do qual foi 
acusado (ex.: estupro de vulnerável – art. 217-A, pena de 8 a 15 anos). A variação 
da pena vai depender de vários aspectos, como: fatores pessoais, circunstâncias 
do cometimento do crime e suas consequências. Lembrando que, em regra, penas 
maiores de oito anos já iniciam o cumprimento no regime fechado. É esta, em 
resumo, a tramitação para responsabilização criminal.
RESUMO 
Nesta Unidade, vimos que: 
A população de crianças e adolescentes é considerável no país e, desde a 
época imperial,esse recorte etário é objeto de estudos jurídicos, tendo o ápice de 
sua proteção com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que entrou em 
vigor em 1990.
 A partir daí, novos mecanismos de proteção foram criados, até surgirem as 
Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente – DPCAs, que têm por finalida-
de a proteção integral de crianças e adolescentes vítimas de crime.
 Contudo, vimos que não é uma responsabilidade somente dos órgãos for-
mais essa proteção, pois todos, enquanto cidadãos têm o dever de proteger crian-
ças e adolescentes; qualquer pessoa maior e capaz pode formalizar uma denúncia 
de fato criminoso que tenha ciência, e a consciência de cidadão deve estar mais 
aflorada quando se trata de violência sexual contra crianças e adolescentes.
 Hoje, as vítimas podem manifestar que foram ou são vítimas de violências 
sexuais nos mais diversos âmbitos de sua convivência, portanto, qualquer pessoa 
deve estar apta a dar o primeiro socorro para essa vítima;
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 Tendo-se isso em mente, ao final da Unidade, apresentamos o passo a pas-
so de como ajudar crianças e adolescentes vítimas sem “revitimizá-los”.
Vimos também os requisitos mínimos para se registrar um bom boletim de 
ocorrência (B.O) em qualquer Delegacia de Polícia e também requisitos para as 
denúncias formalizadas através do Disque 100, isso para que se possa, a partir 
dessas portas de entrada, dar ensejo a inquéritos policiais e processos criminais 
que culminarão com a punição do agressor.
O atendimento de qualidade para crianças e adolescentes vítimas de violên-
cia sexual acontece em rede, e para isso apresentamos o fluxograma desse aten-
dimento para melhor percepção dos canais de atendimento, além da compreensão 
dos crimes contra a dignidade sexual, modalidade de prisão e sobre a tramitação 
do processo criminal.
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REFERÊNCIAS
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de enfrentamento à violência, ao abuso e à exploração sexual de crianças e 
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2014”. Disponível em: http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_conte
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em Ciências) - Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade de São 
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Yves de Roussan (CEDECA). Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://www.
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