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Diferenças estruturais e funcionais Lisossomo x Endossomo 
 
 Felipe Fonseca Silva, Universidade Federal de São João Del Rei – Farmácia XXIV, 2020/1 
 Duas importantes organelas para o funcionamento celular são os lisossomos e os 
endossomos, um presente no começo da cadeia e outra no final. Apesar de semelhança 
da terminologia, cada uma possui suas peculiaridades. Para entender melhor tais 
diferenças, cabe um panorama geral de cada um. 
 Os endossomos são as organelas que vigiam a região do citoplasma subjacente a 
membrana, presentes no começo da cadeia do transporte e digestão intracelular, após a 
endocitose, os endossomos são os primeiros a terem contato com as vesículas 
endocíticas. Sua função é selecionar a carga das vesículas e transportar seu conteúdo 
até o interior da célula ou reciclá-lo para a membrana. O endossomo pode ser descrito 
como um corpo multivesicular, uma vez que sua formação se dá pela fusão das vesículas 
endocíticas em um grande corpo, por isso, seu volume e conteúdo são variáveis, porém 
sua formação estrutural se baseia em túbulos, formados por membrana, cuja composição 
varia conforme a membrana das vesículas, e vacúolos, que é a parte interna, onde se 
armazena o conteúdo das vesículas. 
 Vale citar também o ciclo de maturação do endossomo, que tem grande participação na 
formação do lisossomo. O ciclo dá-se inicio com o endossomo primário, que recebe as 
vesículas endocíticas, que logo se transforma num corpo multivesicular. Os túbulos 
diminuem, a composição da membrana muda, o processo de reciclagem é interrompido e 
o restante é enviado para degradação. Os vacúolos dão origem aos endossomos tardios 
que se fundirão em endolisossomos, que após a digestão formam os lisossomos, que 
voltarão para o ciclo. Lembrando que todas as fases da maturação têm vias de 
comunicação bilaterais com a TGN, que é como as hidrolases lisossômicas vão para os 
endossomos e futuramente para os lisossomos. 
 Já os lisossomos são organelas de forma e tamanho variados, envoltas por membrana 
e preenchidas por hidrolases lisossômicas que atuam na digestão de macromoléculas. 
Sua variedade de formas lhe confere uma variedade de funções, desde a degradação de 
restos celulares à produção de nutrientes. O material que chega ao lisossomo pode vir por 
endocitose, fagocitose, macropinocitose e/ou autofagia e suas enzimas digestivas são 
produzidas no lúmen do RE, enviadas para os endossomos pela rede trans de golgi em 
vesículas, e dos endossomos chegam aos lisossomos no final do ciclo de maturação. 
 As hidrolases lisossômicas precisam de um pH perto de 5,0 para que possam ser 
ativadas, por isso pH interno do lisossomo gira em torno de 4,5/5,0. Para manutenção do 
pH ácido do lisossomo, em sua membrana há uma bomba de H+ que age por V-ATPases, 
que constantemente acidificam seu interior, proporcionando, além do pH baixo para as 
hidrolases, energia para o transporte de metabólicos. Vale ressaltar que a porção interna 
do lisossomo é revestida por carboidratos, que impede a membrana de ser digerida. 
 Assim sendo, percebe-se que as principais diferenças entre essas organelas se dão na 
definição, o lisossomo é um organela envolvida por membrana e o endossomo um 
conjunto de vesículas endocíticas. Mais a fundo, há uma diferença na formação e na 
composição de ambas, além de uma diferença funcional. Resumidamente, endossomos 
são conjuntos de vesículas endocíticas que atua no transporte temporário de material 
enquanto o lisossomo é uma vesícula preenchida por hidrolases, que se forma a partir do 
Complexo de Golgi, e atua na digestão intracelular. 
Diferenças estruturais e funcionais Lisossomo x Endossomo 
 
 Felipe Fonseca Silva, Universidade Federal de São João Del Rei – Farmácia XXIV, 2020/1 
Mecanismo de entrada na célula do SARS-CoV-2 
 O SARS-CoV-2 é um vírus de RNA fita única, envelopado e helicoidal. O material 
genético está em seu interior, envolto pelo nucleocapsídeo (proteína N), circundado por 
membrana (proteínas E e M) e ao longo de toda a superfície da membrana estão 
distribuídos os Spikes (proteína S), que é o que conhecemos pela coroa do vírus. 
 Seu mecanismo de entrada na célula é fundamentalmente baseado na proteína S. Tal 
proteína reconhece uma enzima conversora de angiotensina 2 (ACE-2) e se liga a ela, 
formando um complexo S-ACE-2. Ao se aproximar da membrana, uma protease 
transmembranar (TMPRSS-2) reconhece a ACE-2 e cliva o complexo, assim o vírus funde 
sua membrana a membrana celular e introduz o material genético na célula. Rapidamente 
o genoma viral é envesiculado no endossomo e ocorre um sequestro da maquinaria 
celular por parte do vírus, que por também possuir uma direção no sentido 5’3’ pode ser 
lido diretamente pela célula. Dentro do endossomo, o envelope viral se funde a face 
luminal, por glicoproteínas virais, e, a partir fita RNA+ do vírus, uma fita RNA- é 
sintetizada, por replicases virais que foram formadas assim q ele entra na célula. A fita de 
RNA- serve como molde para milhares de fitas de RNA+ que darão origem aos 
descendentes virais. 
 A síntese das proteínas virais ocorre na porção rugosa do RE, com a participação do 
Golgi, e com base nas fitas de RNA+ produzidas no endossomo. Os ribossomos, o RE e o 
Golgi sintetizam o capsídeo proteico viral, que, juntamente com as fitas positivas de RNA, 
montarão os vírions, que serão mandados até a membrana, onde são envolvidos e 
enviados para contaminar outras células.

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