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Glândulas salivares e pâncreas

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Glândulas salivares e 
pâncreas 
Glândulas salivares e 
pâncreas 
AMEC 
• As glândulas anexas ao tubo digestivo 
incluem as glândulas salivares maiores 
associadas a cavidade oral, o pâncreas 
(produz suco pancreático), e o fígado 
(produz bile) com a vesícula biliar; suas 
secreções são jogadas no lúmen do trato 
digestivo através de um sistema de ductos 
Glândulas salivares maiores: 
• 2 parótidas (na asa da mandíbula), 2 
sublinguais (embaixo da língua) e 2 
submandibulares (embaixo da mandíbula) – 
órgãos macroscópicos; 
• Glândulas salivares microscópicas – 
espalhadas pelo revestimento oral 
• Glândulas salivares são órgãos encapsulados, 
com uma capsula de t.c. denso modelado; 
dividida em porções macroscópicas 
denominadas lobos; cada lobo é subdividido 
em lóbulos, separados por delgados septos 
• Da capsula de conjuntivo se projetam os 
septos, que segmentam os lobos em 
lóbulos 
• Os ácinos individualmente também são 
revestidos por tecido conjuntivo 
• Componentes vasculares e nervosos das 
glândulas chegam as unidades secretoras 
através do arcabouço de t.c. 
• No interior de cada lóbulo, há dezenas de 
adenômeros ou salivons – unidade funcional 
da glândula salivar; estrutura formada por 
porção secretora (ácino) e ducto excretor 
(ducto intercalar e ducto estriado) (glândula 
exócrina); o ducto conduz a secreção até 
chegar na cavidade oral; 
• A diferença entre os ductos está no 
epitélio: estriado – epitélio cilíndrico simples 
ou cubico alto; intercalado – epitélio cúbico 
simples 
• Ducto estriado – possui invaginações, com 
canais iônicos, com papel de controle hídrico 
e iônico da saliva 
 
➢ Porção secretora: pode ser de 3 tipos 
• Constituídas de células secretoras serosas 
e/ou mucosas organizadas em ácinos ou 
túbulos, envolvidos por células mioepiteliais 
• Podem ser de 3 tipos: 
• Ácino seroso - porção secretora 
arredondada; células serosas são 
seromucosas, que secretam proteínas e 
polissacarídeos; com núcleo esférico, no 
citoplasma basal; secreção rica em grânulos 
de secreção no citoplasma apical, ricos em 
ptialina, que é secretada com calicreína, 
lactoferrina e lisozima (enzimas); citoplasma 
bem corado; MP laterais formam zônulas de 
oclusão umas com as outras em sua região 
basal; em posição apical, canalículos 
intercelulares comunicam-se com o lúmen 
da porção secretora; a MP forma 
prolongamentos que se interdigitam com os 
das células adjacentes 
• Túbulos mucosos - porção secretora 
alongada; células mucosas, com núcleo 
achatado; secreção rica em carboidratos, 
que no caso da saliva é a mucina, que vai 
dar um aspecto escorregadio, importante 
na deglutição do alimento, reduzindo o 
atrito; citoplasma pálido; com canalículos 
intercelulares e prolongamentos da MP basal 
menores que das células serosas 
• Ácinos mistos – túbulos mucosos e semiluas 
serosas - células serosas não ficam 
destacadas, elas estão entre as mucosas, e 
na hora da confecção das lâminas, produz 
esse efeito de deslocamento das células 
serosas, e elas acabam formando essa 
meia-lua 
• Ao redor da porção secretora há células 
mioepiteliais (células em cesto), que são 
células epiteliais com capacidade contrátil; 
elas compartilham a lâmina basal das células 
acinosas; tem um corpo celular e 
prolongamentos citoplasmáticos ricos em 
actina e miosina que envolvem o ácino 
secretor e os ductos intercalares, formando 
junções através de desmossomas com suas 
células; tal contração faz a expulsão da 
saliva para dentro do sistema de ductos; 
essas células se estendem até o ducto 
intercalar, provocando a compressão dessas 
estruturas 
 
➢ Ductos: 
• Uma vez que a saliva deixa a porção 
secretora, ela é transportada por um 
complexo de ductos: intercalares 
(ácinos/túbulos secretores estão ligados; 
camada única de células cubóides com 
algumas células mioepiteliais), que se unem 
uns aos outros para formar os ductos 
estriados (única camada de células cúbicas 
ou cilíndricas baixas), que se unem uns aos 
outros, formando os ductos intralobulares 
(envolvidos por elementos mais abundantes 
de t.c.), 
• Os ductos que saem dos lóbulos formam os 
ductos interlobulares (pseudoestratificado 
cilíndrico), que formam os ductos lobares 
(intralobares e interlobares) (estratificado 
cilíndrico) 
• E por último o ducto terminal (principal) 
(estratificado cilíndrico) deixa a glândula e 
lança a saliva na cavidade oral; 
• O epitélio vai aumentando de acordo com a 
progressão dos ductos 
 
➢ Glandulas parótidas: produz 30% do total 
da produção de saliva; formadas 
exclusivamente por ácinos serosos; todos 
os adenômeros são do tipo ácino seroso; 
grânulos de secreção proteica, com altos 
níveis de ptialina e IgA secretora (inativa 
antígenos na cavidade oral); cápsula de t.c. 
bem desenvolvida, com numerosos septos, 
que subdividem a glândula em lobos/ 
lóbulos; ducto estriado no meio das porções 
secretoras; macroscopicamente é a maior 
glândula; em torno dos 40 anos de idade, a 
glândula é invadida por tecido adiposo; alvo 
predileto de uma infecção viral chamada de 
parotidite = caxumba – doença 
relativamente comum, a glândula fica 
inchada 
➢ Glândulas sublinguais: predomínio de 
túbulos mucosos e poucos ácinos mistos; 
elas são as menores; produz 5% do total 
da produção de saliva; possuem unidades 
secretoras mucosas tubulosas com semiluas 
serosas; produz uma saliva mista, porém 
predominantemente mucosa; vesículas de 
secreção não tão coradas; canalículos 
intercelu.lares bem desenvolvidos entre as 
células mucosas das unidades secretoras; 
cápsula de t.c. pouco desenvolvida e se 
sistema de ductos não forma o ducto 
terminal; muitos ductos se abrem no 
assoalho da boca e para dentro da glândula 
submandibular 
➢ Glândulas submandibulares: quantitativo 
equilibrado entre ácinos serosos e ácinos 
mistos; produz 60% do total de produção 
de saliva; maior parte da saliva produzida é 
serosa; ductos estriados mais longos que os 
das glândulas parótida e sublingual 
 
➢ Correlações clínicas: o adenoma pleomórfico 
benigno, tumor benigno de glândula salivar, 
afeta as glândulas parótida e submandibular; 
a remoção da glândula parótida deve ser 
realizada com cuidado, pois há plexo do 
nervo facial no seu interior 
• A glândula parótida também é afetada por 
infecções virais, causando a caxumba, 
doença dolorosa que normalmente ocorre 
em crianças, e pode causar esterilidade em 
adultos 
Pâncreas: 
• Órgão encapsulado (cápsula delicada) – t.c. 
fibroso – bastante colágeno, mas não ao 
ponto de formar feixes espessos; capa 
protetora do órgão; essa cápsula forma 
septos, que subdividem a glândula em 
lóbulos 
• O suprimento vascular, nervoso e o sistema 
de ductos percorrem o t.c. 
• Dividido em lóbulos (microscópico), 
separados por delgados septos; não tem 
lobo (macroscópico); divididos por septos 
vindos das cápsulas 
• Porção exócrina – ácinos pancreáticos 
(glândulas exócrinas); produz suco 
pancreático – liberado no duodeno; ducto 
pancreático principal recebe todos os 
ductos e leva esse suco ao duodeno 
• Porção endócrina – ilhotas pancreáticas 
(Langerhans) (glândulas endócrinas) – 
aglomerado de células entre as porções 
secretoras dos ácinos pancreáticos 
exócrinos; produzem hormônios, dentre 
eles a insulina 
• As porções dividem o mesmo espaço em 
cada lóbulo pancreático 
• O pâncreas é um órgão misto 
 
➢ Pâncreas exócrino: 
• É uma glândula acinosa composta, que 
produz fluido rico em bicarbonato e 
proenzimas digestivas 
• Cada ácino pancreático apresenta uma 
porção secretora e um ducto intercalar; 
• A porção secretora apresenta 2 tipos 
celulares – célula acinosa ou célula acinar – 
formato de pirâmide truncada; com base 
apoiada sobre lâmina basal; núcleo 
arredondado no citoplasma basal; citoplasma 
basófilo; célula mais abundante, do tipo 
serosa, que possuem grânulos de 
zimogênio (proenzimas - estado inativo dasenzimas) e receptores de membrana para 
colecistocinina (hormônio produzido nas 
glândulas intestinais, que estimula liberação 
dos grânulos – quando esses grânulos são 
liberados eles originam as enzimas que 
farão parte do suco pancreático) e para 
acetilcolina (liberado por fibras nervosas 
parassimpáticas e pós-ganglionares) 
• E o 2º- tipo celular - células centroacinares: 
elas representam o início do sistema de 
ductos do pâncreas; são achatadas; ficam 
no centro do ácino pancreático; menor que 
a célula acinosa; tem receptores de 
membrana para a secretina, produzida pelas 
células do SNED, e receptores para a 
acetilcolina; a secretina induz a produção de 
bicarbonato, que vai ajudar a neutralizar o 
pH do quimo, quando o suco pancreático 
for ser liberado no duodeno 
• O sistema de ductos inicia-se no centro de 
cada ácino, com o surgimento de ductos 
intercalares, compostos por células 
centroacinosas claras e cubóides baixas; 
essas células e os ductos intercalares 
possuem receptores para secretina e 
acetilcolina 
• Os ductos intercalares se unem para formar 
os ductos intralobulares maiores, que 
convergem para formar os ductos 
interlobulares; esse ducto libera seu 
conteúdo no ducto pancreático principal, 
que se une ao ducto biliar comum antes de 
abrir-se no duodeno na papila de Vater 
• Correlações clínicas: 
• Pancreatite aguda: quando enzimas 
digestivas pancreáticas tornam-se ativas no 
citoplasma das células acinosas; ocorre uma 
reação inflamatória, necrose dos vasos 
sanguíneos, proteólise do parênquima 
pancreático, e destruição enzimática das 
células adiposas não somente no pâncreas, 
mas também na região em seu em torno 
na cavidade abdominal 
• Câncer do pâncreas: homens são mais 
susceptíveis que as mulheres; fumantes 
tem risco maior de desenvolverem 
• Pessoa com deficiência de suco pancreático: 
muito difícil haver uma digestão eficiente 
 
➢ Pâncreas endócrino: 
• Constituído de agregados esféricos de 
células, conhecidos como ilhotas de 
Langerhans, que estão dispersos entre os 
ácinos serosos; cada ilhota é ricamente 
vascularizada 
• Constituem 1 a 2% do volume do pâncreas; 
a ilhota é uma glândula endócrina cordonal 
(formada por cordões de células glandulares 
enoveladas); a ilhota se comunica com os 
capilares sanguíneos, onde libera sua 
secreção; as ilhotas geralmente ficam 
menos coradas que os ácinos pancreáticos 
• Células constituintes das ilhotas de 
Langerhans: 
• O parênquima de cada ilhota é constituído 
por 5 tipos celulares: 
• Células B (beta) são predominantes 
(alaranjadas; 70%); sintetiza insulina, e se 
concentra no interior da ilhota; diminui os 
níveis de glicose do sangue 
• Células A (alfa) (vermelhas; 20%); fica mais 
na periferia da ilhota; sintetiza glucagon; 
aumenta os níveis de glicose do sangue 
• Células D (delta); azul, 5%; sintetiza a 
somatostatina, fica mais dispersa na ilhota; 
função parácrina – inibe a liberação de 
hormoinos pelo pâncreas endócrino e de 
enzimas pelo pâncreas exócrino; função 
endócrina – reduz as contrações do trato 
alimentar e da musculatura lisa da vesóicula 
biliar 
• Células D1 (delta): sintetiza peptídeo intestinal 
vasoativo (VIP), que induz a glicogenólise, 
regula o tônus da musculatura lisa e a 
motilidade intestinais; controla a secreção de 
íon e água pelas células epiteliais intestinais 
• Células B, A D = 3 principais células; 
• Diferença delas está no que elas produzem 
• Célula G sintetiza gastrina (fica dispersa pela 
ilhota); 1% do total; estimula a produção de 
HCl pelas células parietais do estômago 
• Célula F sintetiza polipeptídeo pancreático, 
fica mais dispersa na ilhota; inibe as 
secreções exócrinas do pâncreas 
• Correlações clínicas: 
• Diabetes mellitus: doença metabólica 
hiperglicêmica resultante da: ausência de 
produção de insulina pelas células B das 
ilhotas pancreáticas, ou por receptores para 
insulina defeituosos nas células-alvo; 
• Sequelas debilitantes dos dois tipos de 
diabetes mellitus, caso descontrolados: 
doenças circulatórias, falência renal, cegueira, 
gangrena, derrames e infartos do miocárdio 
• Tipo 1: insulino-dependente, diabetes juvenil: 
usualmente afeta pessoas antes dos 20 
anos; caracterizado por 3 sinais cardinais – 
polidipsia (sede constante), polifagia (fome 
descontrolada) e poliúria (excesso de urina) 
• Tipo 2: diabetes não-insulinodependente – 
tipo mais comum e geralmente afeta 
pessoas maiores de 40 anos 
• Síndrome de Verner-Morrison (cólera 
pancreática): caracterizada por diarreia 
líquida intensa que resulta em hipocalemia e 
hipocloridria; causada pela produção e 
liberação excessiva de VIP devido ao 
adenoma de células D1 que produzem esse 
hormônio; frequentemente os tumores das 
células D1 são malignos