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Conceitos e Princípios Fundamentais 1. Teoria da Constituição: Conceito: a Constituição é a norma de maior hierarquia em um ordenamento jurídico, que organiza o Estado e os seus Poderes, além de tratar dos direitos e garantias individuais. Sentido Sociológico: · Teoria do professor Ferdinand Lassalle, na qual a Constituição representa a vontade popular, refletindo a somatória dos fatores reais de poder numa sociedade. Caso isso não aconteça, ela seria uma mera folha de papel. Sentido Político: · Teoria formulada por Carl Schimitt que conceitua a Constituição como decisão politica fundamental. Segundo o autor, a validade de uma Constituição não se apoia na justiça de suas normas, mas na decisão política que lhe dá existência. A Constituição disporia somente sobre as matérias de grande relevância jurídica, sobre as decisões políticas fundamentais, tais como organização do Estado, Princípio democrático e os Direitos fundamentais. As outras normas presentes na Constituição seriam somente leis constitucionais. Essa conceituação se relaciona com a classificação segundo o conteúdo no qual a constituição material seria o conteúdo puramente constitucional, enquanto no sentido formal a carta magna seria formada por conteúdo constitucional e leis infraconstitucionais. Sentido jurídico: · Teoria formulada pelo mestre Hans Kelsen a Constituição estaria no mundo do DEVER SER (como as coisas deveriam ser), e não no mundo do SER (como elas são), caracterizada como fruto da vontade racional do homem, e não das leis naturais. Não é influenciada pelos sentidos políticos ou sociológicos. Sentido Culturalista: · Teoria do professor brasileiro J.H Meirelles Teixeira para o qual a Constituição é a produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que sobre ela pode influir. Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: STJ Provas: CESPE Julgue o item subsecutivo, acerca da República Federativa do Brasil. A Constituição é instituto multifuncional que engloba entre seus objetivos a limitação do poder e a conformação e legitimação da ordem política. 2. Classificação das Constituições: 1. Quanto à origem: a) Promulgada: fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte. b) Outorgada: imposta pelo chefe de governo. c) Pactuada: fruto de um pacto entre o executivo e o legislativo. d) Cesarista: tem a vontade popular por meio de referendo, mas apenas ratifica a vontade do detentor de poder. 2. Quanto à forma: · a) Escrita ou Instrumental: regras compostas em um único documento. b) Costumeira ou Não escrita: formada pelos costumes, jurisprudência, é esparsa. 3. Quanto à ao modo de elaboração: · a) Dogmática: é sempre escrita e elaborada num certo momento. b) Histórica: resulta de lenta formação histórica. 4. Quanto à extensão: · a) Analítica (dirigente): Aborda todos os assuntos que os representantes do povo entenderem como fundamentais. b) Sintética (negativa): aborda apenas matéria constitucional. 5. Quanto ao conteúdo: · a) Formal: há normas constitucionais e normas infraconstitucionais. b) Material: há apenas conteúdo constitucional como Direitos e Garantias Fundamentais e Organização dos Poderes. Obs.: art. 5º, §3º: tratados internacionais que tratam de direitos humanos aprovados sob o rito das emendas à constituição são considerados como norma constitucional. 6. Quanto à estabilidade ou possibilidade de alteração: a) Imutável: veda qualquer alteração. Pode ser absoluta ou relativa quando a Constituição impõe um limite temporal. b) Super-Rigida: classificação proposta por Alexandre de Moraes, a Constituição brasileira seria mais do que rígida, na medida em que as chamadas cláusulas pétreas (art.60, § 4º) não poderiam ser suprimidas. · c) Rígida: Exige, em relação às normas infraconstitucionais, um processo legislativo mais complexo para serem alteradas. É exatamente o que acontece com a nossa Constituição atual. Para ela ser modificada, são necessários dois turnos de votação em cada Casa do Congresso Nacional, exigindo-se 3/5 (ou 60%) dos votos – maioria qualificada. d) Flexível: Não possui processo legislativo mais rigoroso em comparação às normas infraconstitucionais. e) Semi-Rigida: Para algumas matérias se exige processo legislativo mais complexo; para outras, não. f) Silenciosa (fixa): aquela que só pode ser modificada pelo mesmo poder que a criou (Poder Constituinte originário). 7. Quanto ao conteúdo ideológico: a) Liberal (negativa): baseia-se no absenteísmo estatal. · b) Dirigente (social): direciona ações estatais. Ex.: art. 3º. 8. Quanto à ideologia: a) Ortodoxa: possui uma ideologia, por exemplo a Carta Chinesa. · b) Eclética: possui varias ideologias. Ex.: art. 1º, V. 9. Quanto à correspondência com a realidade (critério ontológico): a) Semântica: não há correspondência com a realidade. Constituição fachada. · b) Nominalista: é documento politico sem força normativa, é mera carta de intenções. c) Normativa: há correspondência entre teoria e prática. 10. Quanto à finalidade: a) Garantia: limita o poder estatal. b) Balanço: elaborada para espelhar certo período politico. · c) Dirigente: possui normas programáticas. 11. Quanto aos sistemas: · a) Principiológica: baseia-se em princípios. b) Preceitual: composta por mais regras constitucionais. 12. Quanto à unidade documental: · a) Orgânica ou Unitextual ou Codificada: elaborada em um único documento. b) Inorgânica: formada por vários documentos. 13. Quanto à origem de sua decretação: · a) Autoconstituição ou Homoconstituição: é regida e aplicada no mesmo país. b) Hetereconstituição: são elaboradas por outros países para vigorarem em outro. Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT A respeito das classificações das constituições, julgue o item que se segue. Quanto à extensão, as constituições são classificadas como sintéticas — aquelas que preveem apenas princípios e normas gerais do Estado — e analíticas — aquelas que regulamentam todos os assuntos entendidos como relevantes à formação e ao funcionamento do Estado. C Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT A respeito das classificações das constituições, julgue o item que se segue. Quanto ao modo de elaboração, as constituições podem ser promulgadas — aquelas que derivam do trabalho de assembleia nacional constituinte — ou outorgadas — aquelas que são estabelecidas sem a participação popular. E Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: TJ-SE Acerca dos direitos fundamentais e do conceito e da classificação das constituições, julgue os itens a seguir. Diferentemente das constituições sintéticas, as quais se limitam às regras básicas constitucionais, as constituições semânticas extrapolam o essencial para constitucionalizar variadas matérias adicionais e estabelecer, de forma dirigente, objetivos a serem atingidos pelo legislador ordinário. C 3. Princípios Fundamentais: Forma de Governo República Caracterizado pela eletividade, temporalidade, representatividade e responsabilização. Forma de Estado Federação É marcada pela autonomia dos entes e vedação a separação dos entes. Sistema de Governo Presidencialista Há um só chefe do Executivo que é chefe de governo e chefe de estado. · O Brasil é uma Federação e República desde 1891. · Já adotamos o sistema de governo parlamentarista (durante o Império e nos anos 60 antes da ditadura militar). Assim como já fomos um estado unitário. · De acordo com o art. 2º do ADCT, após 5 anos da promulgação da Constituição seria realizado um plebiscito para que a população escolhesse a Forma e Sistema de Governo. Foram mantidos a Republica e o Presidencialismo. PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos,sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. “Não constitui norma central. Invocação da proteção de Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força normativa.” [ADI 2.076, rel. min. Carlos Velloso, j. 15-8-2002, P, DJ de 8-8-2003.] Devem ser postos em relevo os valores que norteiam a Constituição e que devem servir de orientação para a correta interpretação e aplicação das normas constitucionais e apreciação da subsunção, ou não, da Lei 8.899/1994 a elas. Vale, assim, uma palavra, ainda que brevíssima, ao Preâmbulo da Constituição, no qual se contém a explicitação dos valores que dominam a obra constitucional de 1988 (...).[ADI 2.649, voto da rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-5-2008, P, DJE de 17-10-2008.] PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (ART. 1º AO 4º) TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; · Quem possui a SOBERANIA é a RFB, a União age ou atua com soberania quando representa o Brasil. · Classifica-se a soberania em: · Interna: relaciona-se com as forças que operam dentro do território nacional. · Externa: através da relação com outros países. II - a cidadania; · Considera-se a cidadania como a fruição e exercício dos Direitos Fundamentais assegurados na Carta-Magna. Possui sentido amplo. III - a dignidade da pessoa humana; · É meta principio ou supra princípio, principio matriz do Neoconstitucionalismo. · Tido como o homem no centro do ordenamento jurídico. · O STF entende, inclusive, que a DPH guarda íntima relação com a busca da felicidade (RE n. 477.544, STF). · A possibilidade de pesquisas com células-tronco embrionárias. · O reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo (uniões homoafetivas). · O uso indiscriminado de algemas, tratado na Súmula Vinculante n. 11. IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; · O constituinte reforça que o Estado é capitalista e que o trabalho é um valor de nossa sociedade, merecendo até mesmo a posição de direito social. V - o pluralismo político. · O pluralismo politico é maior que a ideia de pluralismo partidário. Aqui também abrange a ideia também é de apartidarismo. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. · O titular do poder é o POVO. · Adota-se na RFB a Democracia Mista ou Semi Direta. A participação popular indiretamente se dá por meios dos representantes e diretamente por meio de Plesbicito, Referendo ou Iniciativa Popular de Lei. Plebiscito Referendo Consulta prévia ao povo Consulta posterior ao povo Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. · A partir da teoria de Montesquieu - da separação dos poderes. · Não há subordinação entre os poderes da república. · Cada poder exerce função típica e atípica (secundárias). · Teoria dos Freios e Contrapesos: sistema em que cada poder fiscaliza a atuação do outro. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; · O STF entendeu que escrever livros ofensivos aos judeus era uma conduta típica, penalmente relevante, não respaldada pela livre manifestação ou liberdade de pensamento. · O racismo e a injúria racial são considerados imprescritíveis, nunca se perdendo a possibilidade de o Estado punir o infrator. IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. · É um ato discricionário do chefe do poder executivo (Presidente da República). · Deve-se a motivos de perseguição política individualizada. · É diferente de refúgio politico. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 5. A intromissão do Poder Legislativo no processo de provimento das diretorias das empresas estatais colide com o princípio da harmonia e interdependência entre os poderes. Constituição não define crime político, cabe ao intérprete fazê-lo diante do caso concreto e da lei vigente. 2. Só há crime político quando presentes os pressupostos do artigo 2º da Lei de Segurança Nacional (Lei nº 7.170/82), ao qual se integram os do artigo 1º: a materialidade da conduta deve lesar real ou potencialmente ou expor a perigo de lesão a soberania nacional, de forma que, ainda que a conduta esteja tipificada no artigo 12 da LSN, é preciso que se lhe agregue a motivação política. FUNDAMENTOS ART.1º SO - CI - DI - VA - PLU SEPARAÇÃO DOS PODERES ART. 2º OBJETIVOS ART. 3º CON - GA - PRO - ER Harmonicos Independentes RELAÇÕES INTERNACIONAIS ART. 4º