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QUESTÕES E RESPOSTAS DO seminario_de_casa_tsj_iv_2021

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Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
SEMINÁRIO IV - INTERPRETAÇÃO, VALIDADE, VIGÊNCIA E EFICÁCIA DA 
NORMA TRIBUTÁRIA 
 
ALUNA: PATRICIA PEREIRA BARRETO 
Questões 
1. Que significa afirmar que uma norma “N” é válida? Diferençar: (i) validade, (ii) 
vigência; (iii) eficácia jurídica; (iv) eficácia técnica e (v) eficácia social. 
Uma norma jurídica válida é uma norma inserida no sistema onde foi obedecida todas 
as normas de competências devidamente estatuídas. 
(i) validade está intimamente relacionada a norma de competência em que na sua 
estrutura completa é composta por dois juízos condicionantes distintos: norma 
primária de competência que regula a forma como uma norma deve ser criada e 
norma secundária de competência que determina quais as consequências a serem 
aplicadas pelo poder judiciário em caso de descumprimento das normas primarias. 
(ii) vigência; se relaciona a aplicação aos fatos ocorridos no período de tempo – ou seja 
intervalo de subsunção. 
(iii) eficácia jurídica; a eficácia está relacionada aos efeitos produzidos, sendo que 
subdivide-se em eficácia jurídica (onde o fato previsto no antecedente da norma, 
projeta-se na aplicação do consequente normativo); eficácia técnica e eficácia social 
(iv) eficácia técnica, é a norma pronta para produzir efeitos, ou seja, é a descrição dos 
fatos que, uma vez ocorridos irradiam efeitos 
(v) eficácia social, também chamada de efetiva, se relaciona a aceitação da sociedade 
aos mandamentos normativos. 
 
2. Descreva o percurso gerador de sentido dos textos jurídicos explicando os 
planos: (i) dos enunciados tomados no plano da expressão (S1); (ii) dos 
conteúdos de significação dos enunciados prescritivos (S2); (iii) das 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
significações normativas (S3); (iv) das relações entre normas (S4). 
 
Utilizando-se das lições do Prof. Paulo de Barros Carvalho1, assevera que o direito se 
manifesta em quatro planos: das formulações literais, das significações (enunciados 
prescritivos), das normas jurídicas, das estruturas superiores, constituídas de 
vínculos de subordinação e de coordenação. 
(i) dos enunciados tomados no plano da expressão (S1); se dá a partir do 
contato com a literalidade textual, com o plano dos significantes ou com o 
chamado plano de expressão, algo objetivado, isto é, posto 
intersubjetivamente, onde estão as estruturas morfológicas e gramaticais, 
que o intérprete inicia o processo de interpretação, propriamente dito, 
passando a construir os conteúdos significativos dos vários enunciados ou 
frases prescritivas para, enfim, ordená-los na forma estrutural de normas 
jurídicas, articulando essas entidades para constituir um domínio2. 
(ii) (ii) dos conteúdos de significação dos enunciados prescritivos (S2); o 
exegeta atribui valores unitários aos vários signos que encontrar justapostos, 
selecionando significações e compondo segmentos portadores de sentido, 
estruturando significações de cunho jurídico que transmite algo peculiar ao 
universo das condutas intersubjetivas3 
(iii) (iii) das significações normativas (S3); o intérpete ingressa no universo 
dos conteúdos significativos e promover a contextualização dos conteúdos 
obtidos no curso do processo gerativo, com a finalidade de produzir unidades 
completas para as mensagens deônticas.4 
(iv) (iv) das relações entre normas (S4); tem se a organização das normas 
numa estrutura escalonada, presentes laços de coordenação e de 
 
1 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31 ed. São Paulo: Noeses, 
2021 
2 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31 ed. São Paulo: Noeses, 
2021 
33 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31 ed. São Paulo: Noeses, 
2021 
4 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31 ed. São Paulo: Noeses, 
2021 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
subordinação entre as unidades construídas5 
 
3. Há um sentido correto para os textos jurídicos? Faça uma crítica aos métodos 
hermenêuticos tradicionais. É possível falar em interpretação teleológica e literal 
no direito tributário? E em interpretação econômica? Justifique. (Vide anexos I e 
II). 
 
Entendo que não existe um sentido correto para os textos jurídicos, há uma valoração do 
intérprete condicionado por suas experiências e cultura específica, assim também 
assevera a Prof. Aurora Tomazini. 
Os métodos hermenêuticos tradicionais interpretam de acordo com o texto prescrito, tendo 
como base a significação, o suporte físico, o sentido está no texto em que extrai-se as 
significações, criadas, produzidas e elaboradas pelo intérprete. 
O sentido sempre passará por um processo interpretativo, mediante atribuição de valores 
dados pelo intérprete. A interpretação literal não é eficaz para o conhecimento do direito 
como um todo, pois se prende ao significado base dos signos positivados. E , quando se 
interpreta, entra no plano dos valores e conteúdos das sinificações que só existe na 
mente do interprete conforme alhures colocado, de acordo com sua cultura e experiência 
específica, no meio de um determinado contexto. No teleológico, busca-se a finalidade 
do legislador na criação da nora, se investigando o conteúdo significativo do direito, pois 
também faz parte da valoração do intérprete, insuficiente para a realidade jurídica. 
 
4. A Lei “A” foi promulgada no dia 01/06/12 e publicada no dia 30 de junho desse 
mesmo mês e ano. A Lei “B” foi promulgada no dia 10/06/12, tendo sido 
publicada no dia 20 desse mesmo mês e ano. Na hipótese de antinomia entre os 
dois diplomas normativos, qual deles deve prevalecer? Justificar. 
 
Partindo da premissa que ambas são normas jurídicas válidas, que entraram em vigência 
 
5 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31 ed. São Paulo: Noeses, 
2021 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
logo após a sua publicação, que possuem o mesmo grau hierárquico e que regulam o 
mesmo assunto, entrando em conflito de disposiçoes, em caso de antinomia entre elas, 
a norma posteriormente publicada deve prevalecer sobre a norma anterior. 
Isto posto, a Lei A deve prevalecer sobre a Lei B, posto que, a Lei A foi publicada em 
momento posterior, aplicando-se o art. 2° §1°da LINDB: 
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a 
modifique ou revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando 
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a 
lei anterior 
A LINDB estabelece regras em caso de antinomia de primeiro grau, utilizando-se dos 
critérios: cronológico (norma posterior prevalece sobre a anterior) , 
especialidade(norma especial prevalece sobre a norma geral) e hierárquico(norma 
superior tem prevalência sobre a norma inferior). 
 
5. Compete ao legislativo a positivação de interpretações? Existe lei puramente 
interpretativa? Tem aplicabilidade o art. 106, I, do CTN ao dispor que a lei tributária 
interpretativa se aplica ao fato pretérito? Como confrontar este dispositivo do CTN 
com o princípio da irretroatividade? (Vide anexos III e IV). 
 
Entendo que a positivação de interpretações não compete ao poder legislativo, no 
entanto, denota-se que existem leis interpretativas, que tem o objetivo de esclarecer 
dúvidas, fixando a significação, introduzindo alterações nas regras descritivas de 
conduta. Referidas leis interpretativas não criam norma, objetiva fixar uma 
significação de norma jurídica que suscite dúvidas no seu sentido e alcance. 
Através da aplicação do texto normativo o juiz, intérprete autêntico, poderá aplicar o 
texto positivado, produzindo assim a linguagem jurídica adequada e sua 
interpretação autêntica, estatuída na decisão judicial, seja sentença, ou acordão. 
Neste caso, o sujeito competente constrói vários juízos normativos, resultante de atos 
de interpretação valorando os signos. 
O Prof. Paulo de BarrosCarvalho, assevera que a interpretação feita por sujeito 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
competente para produzir normas e aplica-las é a mesma por aquele que não goza 
de tal aptidão. A diferença está na linguagem – enunciado em que ela se materializa, 
devendo passar pelos 4 planos de construção do sentido dos textos jurídicos. Ou 
seja, se a interpretação for realizada por quem não possuir competência para dizer 
se uma norma é ou não constitucional, não passará de mera linguagem. No entanto 
se realizada por sujeito competente, cria-se um novo enunciado jurídico, positivado 
e integrado ao sistema. 
O art. 106 I CTN – autoriza que” A lei aplica-se a ato ou fato pretérito - em qualquer 
caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de 
penalidade à infração dos dispositivos interpretados;”, entendemos que desde 
que a referida lei tenha expressamente esse caráter, excluindo-se a aplicação 
de penalidades à infração dos dispositivos interpretados e consequentemente 
não contrarie um ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido. 
Analisando o Princípio da Irretroatividade da lei (art. 150 III a CF) e o art. 106 I CTN 
concluímos que conforme explicitado a lei interpretativa em matéria tributária pode ser 
aplicada a fato pretérito, na medida que esta não se cobre tributos em relação a fatos 
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou 
aumentado (art. 150 III a CF) 
 
6. Dada a seguinte lei fictícia, responder às questões que seguem: 
 Lei ordinária federal n. 10.001, de 10/10/2016 (DO de 01/11/2016) 
 Art. 1º Esta taxa de licenciamento de veículo tem como fato gerador a 
propriedade de veículo automotor com registro de domicílio no território 
nacional. 
 Art. 2º A base de cálculo dessa taxa é o valor venal do veículo. 
 Parágrafo único. A alíquota é de 1% . 
 Art. 3º Contribuinte é o proprietário do veículo. 
 Art. 4º Dá-se a incidência dessa taxa no primeiro dia do quarto mês de cada 
exercício, devendo o contribuinte que se encontrar na situação descrita pelo 
art. 1º dessa lei, desde logo, informar até o décimo dia deste mesmo mês, em 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
formulário próprio (FORMGFA043), o valor venal, o tipo, a marca, o ano e a 
cilindrada do respectivo veículo. 
 Art. 5º A importância devida, a título de taxa, deve ser recolhida até o décimo 
dia do mês subsequente, sob pena de multa de 10% sobre o valor do tributo 
devido. 
 Art. 6º Diante da não emissão do formulário (FORMGFA043) na data aprazada, 
poderá, a autoridade fiscal competente lavrar Auto de Infração e Imposição de 
Multa, em decorrência da não observância dessa obrigação, impondo multa de 
50% sobre o valor do tributo devido. 
 (...) 
 a) Em 01/06/2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em ação direta (com 
efeito erga omnes), pela inconstitucionalidade desta lei federal. 
Identificar nas datas abaixo fixadas, segundo os critérios indicados, a situação 
jurídica da regra que instituiu o tributo, justificando cada uma das situações: 
Critério
s\ datas 
11/10/2016 
01/11/201
6 
01/02/201
7 
01/04/201
7 
01/07/2019 
É válida não não sim sim não 
É 
vigente 
não não sim sim não 
Incide não não não sim não 
Aprese
nta 
eficácia 
jurídica 
não não não sim não 
 
Conforme premissas fixadas neste seminário temos: 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
Entendemos que a validade da Lei 10.001, de 10/10/2016 (DO de 01/11/2016) passa 
a pertencer o sistema jurídico a partir de sua publicação dia 01/11/2016. 
 A Vigência da Lei 10.001, de 10/10/2016 (DO de 01/11/2016) como não foi 
explicitada nenhuma norma no texto positivado acerca da vigência, entende-se que 
entra em vigência no dia seguinte a sua publicação, ou seja, passa a ser aplicada aos 
fatos ocorridos após referida data. 
No entanto deve a Lei inferior - Lei ordinária federal n. 10.001, obedecer a norma 
superior de estrutura, qual seja a CF, no tocante ao Principio da Anterioridade e 
Anterioridade Nonagesinal prevista na CF Art. 150 III b e c. 
Incidência – com a vigência da norma, a mesma passa a incidir a todos os fatos 
ocorridos após a data da publicação. Exige ainda o texto positivado no seu art.4° que 
a incidência da taxa se dê no primeiro dia do quarto mês de cada exercício, devendo 
o contribuinte que se encontrar na situação descrita pelo art. 1º dessa lei, desde logo, 
informar até o décimo dia deste mesmo mês, em formulário próprio, o valor venal, o 
tipo, a marca, o ano e a cilindrada do respectivo veículo. Ou seja, o texto legal exigiu 
para a incidencia da norma, um dever instrumental do sujeito passivo, qual seja, o 
dever de informar em formulário próprio o valor venal, o tipo, a marca, o ano e a 
cilindrada do respectivo veículo. 
Em momento posterior, em virtude da decisão de inconstitucionalidade da lei, 
proferida em sede de ADI, em regra a mesma possui efeitos ex tunc, ou seja, 
retroativos, obstados todos os efeitos da lei a partir da data de sua publicação. 
Eficácia Jurídica – referem-se aos efeitos produzidos pela Lei ordinária federal n. 
10.001/16, que deu-se a partir de sua publicação art. 6° LINDB: 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, 
o direito adquirido e a coisa julgada 
A eficácia jurídica também depende da ocorrência do fato jurídico tributável, se 
complete com a aplicação do antecedente e do consequente da norma jurídica. 
 
7. Uma lei inconstitucional (produzida materialmente em desacordo com a 
Constituição Federal – porém ainda não submetida ao controle de 
constitucionalidade) é válida? O vício de inconstitucionalidade pode ser 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
sanado por emenda constitucional posterior? (Vide anexo V). 
Pelas premissas anteriormente fixadas, entendo que sim, uma vez que apenas o poder 
judiciário é o sujeito competente para extirpar do sistema jurídico uma norma válida 
inconstitucional. 
Com a declaração de inconstitucionalidade pelo STF no controle difuso, o STF , este 
comunica a decisão ao Senado, e este, através de Resolução, determina a 
suspensão da eficácia (técnica) daquela norma, que permanece vigente, sem poder 
atuar, continuando válida até que o órgão que a promulgou venha a expulsá-la do 
sistema.6 
Entendemos que o vício de inconstitucionalidade de uma lei de hierarquia inferior, não 
pode ser sanado por emenda constitucional posterior porque inexiste no sistema 
jurídico brasileiro o instituto da constitucionalidade superveniente, ou seja o vício de 
inconstitucionalidade não se convalida. Sendo a lei de hierarquia inferior inválida 
desde sua existência. 
 
8. Leia atentamente abaixo a sucessão de fatos no tempo: 
 FATO 1 – A lei n. 9.528/97, alterando o art. 25 da Lei n. 8.212/91, estabeleceu 
que: 
 “Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física e do segurado especial 
referidos, respectivamente, na alínea “a” do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta 
Lei, destinada a Seguridade Social, é de: 
 I - 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; 
 II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para o 
financiamento das prestações por acidente do trabalho.” 
 FATO 2 – Emenda Constitucional 20/1998 alterou a redação do art. 195, inciso 
I, da Constituição Federal. 
 REDAÇÃO NOVA: 
 Art. 195 - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e 
 
6 CARVALHO. Paulo de Barros, Curso de Direito Tributário, Editora Noeses, 2021 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições 
sociais: 
 I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, 
incidentes sobre: 
 a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados,a 
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo 
empregatício; 
 b) a receita ou o faturamento; 
 c) o lucro; 
 REDAÇÃO ANTERIOR: 
 Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições 
sociais: 
 I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro; 
 II - dos trabalhadores; 
 FATO 3 – O STF, em controle difuso, declarou inconstitucional o art. 25, incisos 
I e UU, da Lei n. 8.212/91, com as alterações promovidas pela lei n. 9.528/97: 
 (RE 363852, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 
03/02/2010, DJe-071 DIVULGAÇÃO 22-04-2010 PUBLICAÇÃO 23-04-2010): 
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO - PRESSUPOSTO ESPECÍFICO - VIOLÊNCIA À 
CONSTITUIÇÃO - ANÁLISE - CONCLUSÃO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - 
COMERCIALIZAÇÃO DE BOVINOS - PRODUTORES RURAIS PESSOAS 
NATURAIS - SUB-ROGAÇÃO - LEI Nº 8.212/91 - ARTIGO 195, INCISO I, DA CARTA 
FEDERAL - PERÍODO ANTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98 - 
UNICIDADE DE INCIDÊNCIA - EXCEÇÕES - COFINS E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
- PRECEDENTE - INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR. Ante o texto 
constitucional, não subsiste a obrigação tributária sub-rogada do adquirente, 
presente a venda de bovinos por produtores rurais, pessoas naturais, prevista nos 
artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
as redações decorrentes das Leis nº 8.540/92 e nº 9.528/97. Aplicação de leis no 
tempo - considerações.” 
 FATO 4 – A lei 10.256/2001, alterou o caput do artigo 25 da Lei n. 8.212/91: 
 “Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à 
contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado especial, 
referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta 
Lei, destinada à Seguridade Social, é de:” 
 FATO 5 - O STF reconheceu a constitucionalidade da contribuição do 
empregador rural pessoa física ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural 
(FUNRURAL): 
 (RE 718874, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min. 
ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 30/03/2017, PROCESSO 
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-219 DIVULG 26-09-2017 
PUBLIC 27-09-2017 REPUBLICAÇÃO: DJe-225 DIVULG 02-10-2017 PUBLIC 03-
10-2017) Ementa: TRIBUTÁRIO. EC 20/98. NOVA REDAÇÃO AO ARTIGO 195, I DA 
CF. POSSIBILIDADE DE EDIÇÃO DE LEI ORDINÁRIA PARA INSTITUIÇÃO DE 
CONTRIBUIÇÃO DE EMPREGADORES RURAIS PESSOAS FÍSICAS INCIDENTE 
SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL. 
CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 10.256/2001. 1.A declaração incidental de 
inconstitucionalidade no julgamento do RE 596.177 aplica-se, por força do regime de 
repercussão geral, a todos os casos idênticos para aquela determinada situação, não 
retirando do ordenamento jurídico, entretanto, o texto legal do artigo 25, que, manteve 
vigência e eficácia para as demais hipóteses. 2. A Lei 10.256, de 9 de julho de 2001 
alterou o artigo 25 da Lei 8.212/91, reintroduziu o empregador rural como sujeito 
passivo da contribuição, com a alíquota de 2% da receita bruta proveniente da 
comercialização da sua produção; espécie da base de cálculo receita, autorizada 
pelo novo texto da EC 20/98. 3. Recurso extraordinário provido, com afirmação de 
tese segundo a qual É constitucional formal e materialmente a contribuição social do 
empregador rural pessoa física, instituída pela Lei 10.256/01, incidente sobre a 
receita bruta obtida com a comercialização de sua produção. 
 FATO 6 – Resolução do Senado n. 15/2017: 
 “Art. 1º É suspensa ,nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a 
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execução do inciso VII do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e a 
execução do art. 1º da Lei nº 8.540, de 22 de dezembro de 1992, que deu nova 
redação ao art. 12, inciso V, ao art. 25, incisos I e II, e ao art. 30, inciso IV, da Lei nº 
8.212, de 24 de julho de 1991, todos com a redação atualizada até a Lei nº 9.528, de 
10 de dezembro de 1997, declarados inconstitucionais por decisão definitiva 
proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº 
363.852.” 
 Considerando as ocorrências acima, responda fundamentadamente: 
 a) Em dezembro de 1999, é possível afirmar que o art. 25, incisos I e II, da Lei 
8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97) é válido, vigente e possui eficácia 
técnica? 
 b) A decisão na RE 363.852 é capaz de alcançar a validade, vigência ou a 
eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 
9.528/97)? 
 c) Quais os efeitos da Resolução do Senado n. 15/2017 no que se refere à 
Vigência, validade e eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação 
dada pela lei n. 9.528/97)? 
 d) A decisão no RE 718.874 alcança a validade, vigência ou eficácia do art. 25, 
incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)? 
 
a) sim, podemos afirmar que o art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela 
lei n. 9.528/97) é válido, vigente e possui eficácia técnica, posto que foi introduzido 
por veículo competente, positivada no mundo jurídico, expedido por autoridade 
competente. Decorreu o prazo de vacatio legis e assim pode-se afirmar que a norma 
possui eficácia técnica haja vista que possui aptidão para sua plena incidência com 
todas as condições de ser aplicada. 
 
b) Entendemos negativamente. A decisão do RE 363.852 sem repercussão geral, 
afetará a vigência e a eficácia da norma, pois a declaração de inconstitucionalidade 
em controle difuso, os efeitos dão-se entre as partes, dessa forma, a norma 
permanece válida no sistema jurídico, por estar existente e positivada. Para que a 
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/lei8212.htm
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei-8540-1992.htm
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/lei8212.htm
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/lei8212.htm
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
decisão perca a eficácia necessário resolução do senado federal suspendendo a 
execução da lei declarada inconstitucional, conforme art.52 X da CF. 
 
c) Como a decisão do RE 363.852, foi julgado em 03/02/2010, e publicado 23-04-2010, 
possuindo efeitos inter partes, apenas afeta as partes em litígio. Com a publicação 
da Lei 10.256/2001 no D.O.U. de 10.7.2001 que já tinha alterado o caput do art. 25, 
não houve qualquer relevância a Resolução do Senado n. 15/2017 no que se refere 
à vigência, validade e eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada 
pela lei n. 9.528/97), posto que já estava revogada pela Lei 10.256/2001. 
 
d) Não, posto que o STF analisou a constitucionalidade da norma após ter sido realizada 
a alteração do art. 25, da Lei 8.212/91 pela Lei 10.256/2001, isto é não alcançou 
períodos ou redações anteriores a esta Lei.

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