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39 Fisiologia do Esporte R esu mo Na fisiologia do esporte, muitos, senao todos os . sistemas corporais, sao testados quase que a seus limites extremos. Por exemplo, o fluxo sangiiineo muscular aumenta de ate 25 ve- zes, o consumo total de oxigenio aumenta de ate 20 vezes, a product-Co corporal de calor, igualmente, aumenta de ate 20 vezes e o debit° cardiac° de ate 6 vezes. O corpo utiliza tres, sistemas de energia principais para a proviao da forga muscular necessitada nas provas atleticas. Esses sistemas sao (1) o sistema do fosfageno, (2) o sis- tema glicogenio-dcido lactico e (3) o sistema aerObico. 0 sistema do fosfageno armazena energia das ligaf'des de alta energia do trifosfato de adenosina e da fosfocreatina, ambos encontrados no interior das fibras musculares. Esse sistema pode perniitir surtos muito in- tensos de energia por periodos de 10 a 15 segundos. 0 sistema glicogenio-acido lactico li- bera energia pela conversgo do glicogenio em acido lactico. Esse sistema pode suprir ener- gia corn intensidade de cerca da metade do sistema do fosfageno e pode sustentar a con- tracab muscular' maxima por periodos de 30 a 40 segundos. 0 sistema aerobico libera energia pela metabolizacao dos carboidratos, das gorduras e das proteinas corn oxigenio. Esse sistema pode prover energia corn . intensidade da ordem de urn quarto da do sistema fosfageno, maS . Sua duracffo e definida apenas pela disponibilidade dos nutrien- tes apropriados. O nutriente de escolha 'para a utilizaca° muscular durante o exerdicio . 6,,o carboidrato, sob a forma de glicogenio arthazenadb no musculo ou de glicose absorvida pelas fibras musculares, do sangue; durante o exercicio. A quantidade de glicogenio armazenado nos musculos, antes das provas atleticas, pode ser aumentada de varias vezes por uma dieta rica 6M carboidratos e, por sua vez, a resisten,c& muscular e'dfretamente relacionada a quantidade de glicogenio neles armazenada. Portanto, uma dieta rica em carboidratos essencial um th. para u desempenho atletico de primeiro niVel. Entretanto, quando o exerci- cio mantido por rnuitas horas, proximo a sua 'intensidade maxima, os depositos de glico- gni° e de glicose ficam depletados e, nesse caso, a maior parte da energia que e utilizada pelos mitsculos é derivada das gorduras. Embora a dimensa° basica dos mitsculos de uma peSsoa seja- deterrninada, em , sua maior parte, pela hereditariedade e pelo efeito anabOlico do hormOnio sexual masculino testosterona, o treinamento fisico pode aumentar a massa e a forca muscular por ate 30 a 60%. 0 aumento da massa muscular é chamado de hipertrofia muscular. Os mfisculos hipertrofiados contem fibras musculares mais volumosas e urn maior ninnero dessas fibras musculares. Alem disso, a eficiencia dos sistemas metabOlicos intracelulares fica aumen- tada, tambem, na proporcgo de 30 a 60%. Durante o exercicio maxim° realizado por atleta bem treinado, como, por exemplo, urn corredor de maratona, o consumo corporal total de oxigenio e a ventilaciio pulmonar aumentam, cada urn, cerca de 20 vezes. Essa intensidade da respiracaTo ainda representa, apenas, 65% da capacidade respiratOria maxima, o que permite a existencia de consider& vel reserva respiratOria, mesmo no exercicio muito intenso. 0 flux() sangiiiheo muscular pode aumentar de ate 25 vezes durante o exercicio mais extenuante. Para assegurar esse flux° aumentado pelos muitos miisculos em contracaO, o debito cardiaco pode aumentar de ate 6 vezes em urn atleta bem treinado, como, mais uma vez, serve de exemplo, o corredor de maratona. Durante o treinamento de um desses corredores de maratona, as dirrzensdes das camaras cardiacas e da massa cardiaca aumen- tam, cada urn, de 40%. No exercicio maxim°, o coracab bombeia sangue a 90% de sua ca- 529 530 FISIOLOGIA DO ESPO.RTE pacidade maxima de bombeamento. Portanto, a capacidade de bombeamento do coracffo é fator muito mais limitante no fornecirnento de oxigenio para os miisculos, em quantida- des adequadas, durante as atividades atleticas de resistencia, do que é o sistema respi- ratOrio. Quantidades muito grandes de calor sffo produzidas no interior do corpo, durante .o exercicio. Portanto, quando o exercicio é realizado em ambientes quentes e innidos ou usando roupas sem ventilacffo, uma pessoa pode ter intermacifo. Por outro lado, pode perder de 2,25 litros a 4,6 litros (5 a 10 Libras) de liquid° corporal dentro de period° de 1 hora, pelo processo de sudorese, o que pode causar cffibras musculares, fraqueza e ate o colapso circulatOrio. A intermacao pode ser fatal se nä-o for tratada no mesmo instante. Entre os liquidos mais eficazes, que podem ser usados para a reposicSo dos liquidos cor- porais, merecem destaque os sucos de frutas. E muito adequado terminar este texto corn capitulo sobre a fisiologia do esporte porque nao existe maior es( se normal a que o corpo seja submetido do que os estresses intensos do exercicio extremo ou que a eles se aproxime. Em verdade, se alguns dos extre-, mos do exercicio fossem realizados por periodos pro- longados de tempo, poderiam vir a ser, corn muita fa- cilidade, letais. Por conseguinte em sua maior parte, a fisiologia do esporte a uma analise dos ultimos a que os mecanismos corporals podem ser testados. Para dar urn exempla simples: numa pessoa corn febre muito alta, preahna do nivel de letalidade, o metabo- lismo corporal aumenta de ate 100% acima do normal. Em termos comparativos, o metabolism° do corpo, durante uma corrida de maratona, pode aumen- tar ate 2.000% acima do normal. ATLETAS MASCULINO E FEMININO A maior parte, dos dados quantitativos citados neste capitulo referem-se ao atleta jovem, do sexo masculi- no, nä° porque desejavel que apenas , esses valores se- jam conhecidos, mas porque foi nessa classe de atletas que medidas , comparativas, relativamente completas, foram realizadas. Contudo, para as medidas que fo ram realizadas no sexo feminino, quase que exata- mente os mesmos principios fisiologicos est -do em jo- go, exceto por diferencas quantitativas determinadas pelas diferencas do peso corporal, pela composicNo do corpo e pela presènca ou ausencia do hormOnio sexual masculino . testosterona. Em geral, a maior par- te dos resultados quantitativos — tais como a forga muscular, a ventilacdo pulmonar e o debit° cardiac°, todos relacionados principalmente a massa muscu- lar —, quando referentes a pessoas do sexo feminino, fi- cardo .compreendidos entre dois tergos a tits quartos dos valores respectivos, medidos em pessoas do sexo masculino. Contudo, isso ao se traduz em diferencas acentuadas nos desempenhos atleticos, visto que as di- mensbes corporais femininas s-do proporcionalmente menores. Uma boa indicagdo das capacidades relati- vas esportivas do atleta do sexo feminino, em relago corrida de,maratona. Em uma comparacdo recente, a melhor atleta feminina levou tempo 12% maior que o melhor atleta masculino. Por, outro lado, em provas de resistencia, as atletas femininas ja demonstraram capacidades superiores as dos -atletas masculinos. Como urn exemplo, o re6orde para a travessia nos dois sentidos do canal da Mancha é, no momento, de uma mulher, e näO de urn homem. SupOe-se que par-. to da ruff° para isso seja que a pessoa do sexo femini- no dispde de mais gordura em seu tecido subcutáneo, que a isola do frio das Aguas do canal da Mancha mas, certamente, essa ngo toda a razda e bem pode ser mais urn desejo de justificativa para o ego masculino do que fato real. As diferencas hormonais"entre os dois sexos po- dem, com certeza, explicar uma grande parte sena.° a maioria das diferencas nos desempenhos atleticos. A testosterona secretada pelos testiculos masculinos exerce poterite efeito anabolico, o que significa que promove a deposigifo muito aumentada de proteina em todos os locais do corpo, em especial nos mils- culos. Na verdade, mesmo na pessoa do sexo masculi- no que participa muito pouco de atividades esportivas mas que, no entanto, secreta suficiente, testosterona, tun milsculos cerca de. 40% maiores do quea pessoa do sexo feminino correspondente, corn urn conse- qiiente aumento de sua forga. Assirn, a pessoa do sexo masculino que comega a treinar para uma atividade esportiva já tern vantagem inicial sobre uma pessoa do sexo feminino. 0 hormOnio sexual feminino estrogenio tambem explica, provavelmente, parte da diferenga entre os desempenhos atleticos masculino e feminino, embo- ra ndo tanto quanto o pode fazer o efeito da testos- terona. 0 estrogênio é capaz de aumentar a deposi- cab de gordura, no sexo feminino, em especial, em de- terminados tecidos, como nas mamas, nos quadris e no tecido subcutáneo. Pelo menos, em parte por essa razdo, a mulher n edo-atleta media possui cerca de 26% de gordura de seu corpo, em comparago corn o ho- mem medic), igualmente ngo-atleta, que possui 15% de gordura em seu corpo. Nos corredores de marato- na, que em seu treinamento conseguiram eliminar o FISIOLOGIA DO ESPORTE 531 gordura residual é de 4% nos liomens e de 6% nas mu- lheres. Dessa forma, a mulher, seja ela uma atleta trei- nada ou ndo, tern em seu corpo, em media., mais 50% de gordura que os homens. Obviamente, isso atua em detrimento dos niveis mais elevados de desempenho atletico em provas onde esse desempenho a depen- dente de velocidade ou de forca corporal mas, por ou- tro lado, poderia ser fator favorecedor para os desem- penhos de provas de resistencia extrema, onde a gor- dura poderia ser importante fonte de energia. 0 estrogenio desempenha urn outro papel, bastan- te mais insidioso no atletismo, pois o estrogenio se- cretado pelos othrios femininos apOs a puberdade que faz com que a estatura feminina seja menor do que a masculina. Irnediatarnente apOs a puberdade, o aumento da secrego de estrogenio promove um breve surto de crescimento que, em .geral, faz corn que a )pessoa do sexo feminino em fase pOs-puberal, cresca mais rapidamente do que o seu correspondente mas- culino. Por outro lado, esse surto de crescimento ó de durago muito rapida, visto que as cartilagens epifisa- rias dos ossos longos, que represent= o local onde vai efetivamente ocorrer o crescimento, nb esgotadas em tempo muito curt°, desaparecendo de forma muito rapida, o que per-mite que as epifises fiquem unidas as hastes dos ossos longos — por conseguinte, nenhum crescimento adicional ire ocorrer. Como re- sultado, a pessoa do sexo feminino, em geral, atinge sua estatura de adulto ern torno dos 15 aos 17 ariOs, enquanto que a pessoa do sexo masculino continua a crescer ate a .idade de 19 a 21 anos. am diferenca, obviamente, 6 - de muita importância na maioria •das provas atleticas, pois o planejamento da competigo atletica, muitas vezes, favorece os que tem as maiores , dimensOes corporais. Finalmente, nab deve ser negligenciado o efeito dos hormOnios sexuais sobre o temperament°. Isrgo existe qualquer duvida de Tie .a testosterona promo-. ye agressividade, enquanto que o estrogenio esta , as-; sociado a um temperamento mais dOcil. Certantente, uma grande parte do esporte competitivo 6.o espiri: to agressivo que forca a pessoa ate seu esforco Maxi- mo, muitas vezes a custa de uma judiciosa mode- rago. MUSCULOS NO EXERCICIO Force, Potancia e Resistericia Musculares O denominador final comum nas provas atleticas é o que seus indsculos podem fazer por voce — que forca podem gerar, quando isso for necessario, que potencia poderab atingir na realizago de trabalho e por quan- to tempo poderab continuar em, atividade. A forca de um musculo é determinada, em sua maior, parte, por sua massa, com uma forca contrdtil rw;yipyin romnrpPn11011 Pntrp 2_c P 5 ka1prn 2 dp a rea da secgo reta de musculo. A pessoa do sexo masculi- no que seja bem provido corn testosterona e que, co- mo conseqiiência, tenha seus mirsculos proporcional- mente aumentados, sera muito mais forte do que ou- tras pessoas sem essa vantagem da testosterona. Por outro lado, o atleta que conseguiu hipertrofiar seus mUsculos por meio de programa de condicionarnento fisico tera, de igual modo, uma forca muscular au- mentada, devido a sua massa muscular maior. Para dar urn exemplo de forca muscular, urn levan- tador de peso de classe internacional .pode ter urn quadriceps, corn area de secgo reta de ate 150 cm2. Isso poderia ser traduzido em uma forca contratil ma- xima de '525 kg (isto é, 1.155 libras), corn toda essa forca aplicada sobre o tendao patelar. Portant°, pode- se facilmente compreender como a possivel que esse. tenclab seja rompido ou, ate mesmo, verdadeiramente arrancado de sua insergo na tibia, abaixo do joelho. Tambem, quando forcas desse quilate sab aplicadas a tendOes fixados a ossos que. compOem uma articula- go, forcas semelhantes sao aplicadas as superfIcies articulares, ou, algumas vezes aos ligamentos que fir- mam essas articulacOes, o que explica a ocorrencia de deslocamentos de cartilagens, de fraturas por com- press-do nessas articulacOes e de rupturas de liga- mentos. Entretanto, para piorar as coins, a'forca de resis- tack (ou de tensdb) dos musculos e de cerca de 40% maior do que a forca contrdtil. Isto e, se urn musculo ja esta contraido e uma forca aplicada .a esse musculo atua no sentido de estird-lo, sera necessaria uma in tensidade 40% maior do que a que pode ser desenvol- vida por uma contrago que encurte seu cornprimen- to. Portanto, a forca de 525 kg calculada antes para o tendab patelar passs. a ser de 735 kg (1.617 libras). Isso, de forma obvia, agrava o problema dos tendOes, das articulacOes e dos ligamentos. Tambem pode ser causa de rupturas internas do prOprio musculo. Em verdade, o estiramento de um musculo que esta em contrago maxima e urn dos meios mais seguros para assegurar a maior incidencia de dores musculares. A potencia da contrago muscular difere da forca muscular, pois a potencia é uma medida da quantida- de de trabaiho que pode ser realizada por Urn culo, em determinado intervalo de tempo. Isso é de- terminado, nab apenas pela forca muscular, mas, tarn- bem, pela velocidade de sua contraccio, bem como pelo ninnero de vezes que se contrai em urn minuto. A potencia muscular é, geralmente, medida em quilogrdmetros (kgm) por minuto. Isto é, urn mus- culo que pode elevar peso de 1 kg ate a altura de urn metro, ou que pode deslocar, horizontalmente, algum objeto contra a forca de 1 kg, por distaincia de 1 m, em 1 minuto, e dito ter potencia de 1 kgm/min. A po- tencia maxima que todos os nnisculos do corpo de urn atleta bem treinado, corn todos esses mitsculos atuando em conjunto para o mesmo propOsito, é va- i1AN/P1 rrtm r famrscs cr,11,-.1- ;4,1 elrl A A A IP .77 ADP 532 FISIOLOGIA DO ESPORTE Primeiros 10 a 15 segundos 7.000 kgm/min Dieta rica em carboidratos 33 g/kg de misculo 0 minuto seguinte. 4.000 kgm/min Dieta mista 17,5 g/kg de mtisculo Meia hora seguinte 1.700 kgm/min Dieta rica em gorduras 6 g/kg de milsculo Dena forma, é Obvio que a pessoa tern capacidade para urn surto extremo de energia por period° muito curto . de tempo, como, por exemplo, na prova dos 100 metros rasos, completada em cerca de 10 segun- dos, enquanto que .nas provas prolongadas de resis- tencia a potOncia muscular 6 de apenas urn quarto da do surto initial. Contudo, isso n -go quer dizer que o desempenho, atletico de, uma pessoa seja quatro vezes maior durante o surto initial do que durante a meia hora . seguinte, visto que a efici6ncia para a traducäb da poancia muscular em desempenho atlOtico 6, mui- tas vezes, bem menor durante a atividade rapida do que em atividades menos thpidas, mas prolongadas continuas. Assim, a velocidade da prova dos 100 me- tr- ' , mos 6, apenas, -1 3/4 vez maior do que a velo- ciudde de uma corrida de 30 minutos, apesar da dife- renca de quatro vezes entre a pot6ncia muscular rapi- ds e prolongada. A caracteristica final do desempenho muscular e a resisténcia. Ea depende, em grande parte, do suporte nutritivo do musculo mais do que qualquer coisa, • na; quantidade de glicogenio que foi armazenada no miisculo antes do period° de exercicio. Uma pessoa com dieta de alto teor de carboidratos armazenamui- to main glicogenio em seus musculos do que uma pes- soa em, dieta mista °If dieta rica em gorduras. Por ;con- seguinte, a resist6ncia 6 muito aumentada por dieta coin, alto teor de carboidratos. Quando atletas correm com a velocidade tipica de uma corrida de maratona, sua resistdncia como medida pelo tempo que podem permanecer correndo ate a exausta° completa e, apro-, ximadamente, de: Dieta rica em carboidratos Dieta mista Dieta rica. em gorduras As quantidades de glicogenio, que, nessas diversas condicOes, sa-o armazenadas nos musculos sffo, aproxi madamente, as seguintes: Sistemas MetabOlicos do MOsculo Durante o Exercicio Os mesmos sistemas metabOlicos basicos, presentes nas demais c6lulas do corpo, tamb6m estab presentes no minculo; esses sistemas metabOlicos foram dis- cutidos nos Caps. 31 e 32. Entretanto, medidas quan- titativas especiais das atividades dos trés sistemas me- tabOlicos sao extrernamente importantes para a corn- preenao dos limites da atividade ffsica.. SISTEMA DO FOSFAGENO Trifosfato de Adenosina. A fonte hasica de ener- gia para a contracao muscular 6 atrifosfato de adeno- sina (ATP), corn a seguinte formula basica: Adenosina — PO4 P03 i'03 As ligaceies dos dois Altimos radicais fosfato com o restante da molecula, designados pelo simbolo , ligavaes fosfato de alta energia. Cada uma dessas liga- 95es armazena cerca de 8.000 calorias por mol de ATP. Portanto, quando um desses radicais fosfato removido dessa molecula, saV ki-adas 8.000 calorias de energia que podem ser utilizadas para energizar o processo contratil do miisculo. Em seguida, quando o segundo radical fosfato a removido, outras 8.000 ca- lorias ficam disponiveis. A remocäo do primeiro fos- fato converte o ATP em difosfato de adenosina (ADP) e a remocgo do segundo fosfato o converte em monofosfato de adenosina (AMP). Infelizmente, a quantidade de ATP presente nos musculos, mesmo de atletas bem treinados, a suficien te, apenas, pars manter a pot6ncia muscular maxima por apenas 5 a 6 segundos, talvez suficiente para uma corrida de 50 metros. Por conseguinte, exceto duran,' 240 minutos 120 minutos 85 minutos I. Fosfocreatina Creatina + P03 II. Glicogenio• > Acido lactic° III : Glicose Acidos graxos Aminoacidos Energia para a contragao muscular Figura 39-1. Os tres sistemas metabOr licos importantes para o forneci- mento de energia para a contragg.o muscular. + 0 2 -> CO2 + H 2 0 ureia FISIOLOGIA DO ESPORTE te poucos segundos de cada vez, é essencial que o ATP seja continuamente formado, mesmo durante o desempenho em provas esportivas. A Fig. 39.1 repre- sents o sistema metabOlico global, corn a degradacclo inicial do ATP em ADP e, em seguida, a AMP, corn li- beraca-o de energia para a contra* muscular. Na parte esquerda da figura sdO mostrados os tits meca- nismos metabOlicOs diferentes, responsivei g pela re- constituigo do suprimento continuo do trifosfato de adenosina nas fibras musculares. Esses tres mecanis- mos metabOlicos sa-o: Liberactio de Energia pela Fosfocreatina. : A fos- focreatina é urn . (nitro composto quiMico que possui uma ligacab fosfato de alta energia, com a seguinte formula: Creatina P03 Essa molecula pode ser decomposta em creatina e em ion fosfato, como é mostrado na parte esquerda da Fig. 39-1 e, ao ocorrer, pode liberar grandes quanti- dades de energia. Na verdade, a ligacab fosfato de alta energia da creatina armazena urn pouco mais de ener- gia do'que o faz a ligacab semelhante do ATP. portan- to, a fosfocreatina pode, corn facilidade, prover ener- gia suficiente para a reconstituica-o das ligaVies de alta energia. do ATP. Ainda mais, a maior parte das celulas musculares possui de duas a tits vezes mats fosfo- creatina. que ATP: Uma caracteristica especial da transferencia de energia da fosfocreatina para o ATP 6 a de que ocorre em find° muito pequena de segunclo. Portant°, em verdade, toda a energia armazenada na fosfocreatina do musculoee instantaneamente disponivel para a con- track, muscular, do mesmo mode, como 6 a energia armazenada no ATP. A fosfocreatina celular mats o ATP constituem o sistema do fosfageno de energia. Em conjunto, pode prover potencia muscular maxima por um periodo de 10 a 15 segundos, o que a bastante, apenas, para a corrida de 100 m. Dessa forma, a energia do sistema . do fosfageno 6 utilizada para surtos breves de alta in- tensidade da potencia muscular:` 533 em nitmero muito maior. Entretanto, quando o oxi- gni° for insuficiente para essa segunda etapa (o esta- gio oxidativo) do metabolismo da glicose, a maior parte do acido piritvico sera transformada em acido kictico, que difunde para fora das alulas musculares. para o liquid° intersticial e para o sangue. Nessas con- dicaes, portanto, a maior parte do glicogenio mus- cular é transformada em acido lactico, mas, nesse pro- cesso, sao formadas quantidades consideraveis de tri- fosfato de adenosina sem que, ocorra qualquer consu- mo de oxigenio. Outra caracteristica do sistema glicogenio-acido lactico 6 a de que pode formar moleculas de ATP corn velocidade cerca de duas a duas vezes e meia a veloci- dade com que o faz o mecanismo oxidativo das mito- cOndrias. Por conseguinte, quando sa-o necessarias grandes quantidades de trifosfato de adenosina para periodos moderados de contras 5o muscular, esse me- canismo de gliCadise anaerObica pode ser usado como fonte rapida de energia. NI° 6 ta-o rapido quanto o sistema do fosfageno,-aPenai tern metade da velocida-. de do sistema de fosfageno. Sob condicOes otimas, o sistema glicogenio-acido lactico pode prover de 30 a 40 segundos de atividade muscular maxima, altm dos 10 a 15 segundos forneci- dos pelo sistema do fosfageno. SISTEMA AER61.31C0 0 sistema aerobico define a Oxidacao dos nutrientes, nas mitocOndrias, para a produc -do de energia. Into 6, como a representado na parte esquerda da Fig. 39-1, a glicose, os acidos graxos e os aminoacidos dos alimen tos — apOs algum processamento intermediariO — .combinam com o oxignio para liberar quantidades enormes de energia, que sa-o utilizadas para a conver- ao do AMP e do ADP em ATP, como foi discutido no Cap. 31. Ao se comparar esse mecanismo aerobico de supri- mento de energia com os sistemas glicogecioicido lactico e do fosfageno, obtem-se os seguintes valores relativos para as intensidades maximas de producdo de potencia; em termos de utilizacNo de ATP: SISTEMA GLICOGENIO-ACIDO LACTICO Sistema aerobico Sistema glicogenio-acido lactico Sistema do fosfageno 1 M de ATP/minuto . 2;5 M de ATP/minuto 4 m d e • ATP/rninuto glicogenio armazenado no milsculo pode ser degra- dado ate glicose e, entao, essa glicose pode ser utiliza- da para energia. 0 estagio inicial dense processo, cha- mado de glicOlise, ocorre, inteiramente, sem use de oxigênio e, portanto, diz-se que é urn metabolismo anaerObico (ver Cap: 31). Durante a glicolise, cada molecura , de glicose é dividida em ductl moleculas de acido e a energia é liberada para formar vd- rias moleculas de ATP. Comumente, o acido pirinfi- co penetra nas mitocOndrias das cêlulas musculares e reage corn o oxiaenio nara formar moleculas de ATP Por outro lado, se esses mesmos sistemas s'576 corn- parados em termos de resistencia, os valores passam a ser os seguintes: Sistema do fosfageno 10-15 segundos Sistema glicogenio-acido lactico 30-40 segundos Sistema aerobico duragffo ilimitada (enquanto houver nutrientes) 534 Assim, pode ser facilmente compreendido que o sistema do fosfageno a utilizado pelo mitsculo para surtos de potencia, enquanto o sistema aerObico a ne- cessario para a atividade atletica prolongada. Como meio termo, existe o sistema do glicogênio-acido lactico, que a especialmente importante para a provi- sdo de uma potencia adicional, durante provas de tipo intermediario, como as corridas de 200 a 800 metros. QUE SISTEMAS DE ENERGIA SAO UTILIZADOS PELOS DI FERENTES. TIPOS. DE ESPORTES? Ao se analisar o vigor de uma atividade esportiva e sua duracäb, pode-se fazer uma estirnativa bastante preci- , sa de quais sistemasde energia s5o usados para cads tipo de atividade. 0 que se segue s-do aproximacOes diversas: 2se que inteiramente pelo sistema fosfageno: corrida de 100 metros rasos salto halterofilismo merguiho -piques no futebol arnericano Sistemas do fosfageno e glicogenio-acido lactico: corrida de 200 metros rasos basquetebol pont° completo (home-run) no beisebol hOquei no gelo Principalmente pelo sistema glicogesnio-acido lactico: corrida de 400 metros rasos nado de 100 metros té+-'s Sistemas glicogenio-acido lactic() e aerbbico: corrida de 800 metros nado de 200 metros corrida de 1.500 metros em patins (gelo) boxe remo (2.000 metros) corrida (1.500 metros) corrida (1 milha) nado de 400 metros Sistema aerObico: corrida de 10.000 metros em patins (gelo) corrida rilstica rnaratona (42,2 km ou 26,2 milhas) corrida (jogging) RECUPERACAO DOS SISTEMAS METABOLICOS AUSCULARES APOS 0 EXERCICIO D desempenho em provas atleticas é, muitas vezes, de- ;erminado por qua) rapidamente o atleta pode re- FISIOLOGIA DO ESPORTE cuperar sua forca entre os surtos de atividade e, em geral, isso significa qudo rapidamente os sistemas energeticos podem se recuperar. Cada urn desses sis- temas tern sua velocidade caracteristica de recupera- cdo, como se segue: Sistema do Fosfageno. A quantidade total de energia no sistema fosfageno, em toda a musculatura de urn atleta bem treinado do sexo masculino, é equi- valente a cerca de 0,6 M de ATP (cerca de 0,3 M para atleta do sexo feminino), e isso pode ser quase que completamente depletado em period° medio de 10 a 15 segundos de atividade muscular maxima. Entre- tanto, o sistema do glicogenio-acido lactico pode repor em funcionamento o sistema do fosfageno corn a intensidade de 2,5 M de ATP por minuto e o siste- ma aerObico corn a intensidade de 1 M de ATP por minuto. Por conseguinte, em, teoria, seria possivel para esses dois outros sistemas de energia recuperar completamente o sistema do fosfageno .dentro de 15 a 30 segundos apos sua deplecdo total, o que significa- ria que a pessoa poderia participat de corrida de 100 metros rasos apos um mint-Ito de outra corrida de mesmo tipo. Contudo, na pratica, isso ndo acontece bem assim, por que os;:;outros sistemas funcionam a plena carga, para a recuperacdo do sistema do fosfa- geno, apenas quando esse sistema estiver quase que completamente depletado. Pelo contthrio, o fosfa- geno é normalmente recuperado .com urn meio- . tempo de 20 a 30 segundos. Isso significa que, para aquelas atividades que depepdginjnteiramente do sis- tema do fosfageno, como o salto em altura, poder-se-ia esperar uma recuperacdo plena dentro de 3 a 5 mi- nutos SistemaGlicogénio-Acido Lactico. A limit acab no uso desse sistema para o fornecimento de energia é, principalmente, a quantidade de acido lactico que a pessoa pode tolerar em seus musculos e em seus liqui- dos corporais. 0 acido lactico provoca extremafrdiga, o que funciona como uma autolimitacao para o uso adicional desse sistema, para o suprimento de energia. A quantidade de tempo para a recuperacdo desses sis- temas, portanto, a determinado pela rapidez corn que a pessoa pode eliminar o acido lactico de seu corpo. Na maioria das condicCies, isso é realizado corn urn meio-tempo da ordem de 20 a 30 minutos; por conse- guinte, apos uma hora do uso pelo atleta do sistema g,licogenio-acido lactico em sua plenitude, esse siste- ma metabOlico ainda n-do tera recuperagdo total. Sistema AerObico — Recuperacdo a Curto Prazo e o "Debit° de Oxigenio". A recuperag -do do sistema aerObico tern uma fase a curto prazo e uma fase a Lon- go prazo, uma durando cerca de uma hora e a outra durando varios dias. A . fase a curto prazo da recupe- rap:, a funcdo do debit° de oxigénio, mostrado na Fig. 39-2. Esse debit° de oxigenio é definido como uma quantidade adicional de oxignio que deve ser captada pelo corpo, apos urn evento atletico, para res- tabelecer todos os sistemasmetabOlicos a seu nivel normal de funcao. 0 daft° de oxigênio pode ser for- ebito aläctico de oxigenio = 3,5 litros 5 4 2 Debit° de oxigenio por jcido = 8 litr, FISIOLOGIA DO ESpORTE 535 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 Minutos Figura 39-2. Intensidade da captagäo de oxigenio pelos pul- m -Oes durante exercicio maximal por 4 minutos e durante qua,,se 1 hora ap6s o tennino do exercicio. Essa figura ilustra c ilzeito do debito de oxigenio. mado por dois modos diferentes. Primeiro, parte des- se debito resulta do use do oxigenio que ja esta arma- zenado em diferentes partes do corpo. Por exemplo, em condicOes normais, cerca de 0,3 litro de oxigenio pode ser armazenado nos prOprios nuisculbs, em combinacaO corn a mioglobina, uma substancia qui- mica, semelhante a hemoglobina, corn a capacidade de combinar reversivehnente corn o oxigenio. AlOm disso, vase 1 litro: de oxigenio esta normalmente combinado corn toda a hernoglobina do sangue e 0,5 litro esta no ar dos pulm•5es, alOm de 0,25 litro em solucgo nos liquidos corporals. A maior parte des- se oxigenio pode ser utilizada pelos mfiscula durante o exercicio e, por conseguinte, deve ser reposto apOs 0 tOrmino do exercicio. _ )Segundo, o debito de oxigenia pode ficar acumula- do pela deplecaO dos dois sistemas do fosfageno e gli- cogdnio-acido lactic°. Ate 2 litros de oxigenio sa-o ne cessärios para a recuperagab de urn sistema do fosfa- geno completamente depletado e ate 8 litros para a recuperaca-o do sistema glicogdnio-acido lactic°. No todo, uma .pessoa pode desenvolver urn debito de oxigenio de ate 10 a 12 litros e esse oxigenio 6 re- posto para o corpo por uma hora ou mais, apOs perio- dos de exercicio exaustivo. A Fig. 39-2 mostra que essa reposicSo ocorre em duas etapas distintas. Pri- meiro, aquela parte do debito que na°' esta relacio- nada ao acinnulo de acid° lactic° — chamado de debt- . to aldctico de oxigenio — definida como a quantidade de oxigenio necessaria para a reposicSo dos depOsitos corporais de oxigenio, bem como para a recuperacäb do sistema do fosfageno, 6, em geral, reposta dentro de 2 a 3 minutos. Por outro lado, a remocgo de acid° lactic° de todos os liquidos corporais necessita de uma hora ou mais, de modo que o debito de oxigenio por cicido lactico que 6, de longe, a maior proporca° do debito total, continua a ser reposto, muito lenta- mente, por mais de uma hora. Portanto, para aqueles esportes que depletam o sistema metabOlico glicogd- nio-acido lactic°, deve-se alocar periodo de uma hora e, preferivelmente, de duas horas, entre as provas. 0 mecanismo de recuperacab do sistema glicogd- nio-acido lactic° simplesmente, o de remover o acid° iddfico do sangue e dos liquidos corporais. Isso é realizado por dois modos. Primeiro, parte do acid° lactic° é reconvertido em acid° pirfivico e, em segui- da, diretamente metabolizado por todos os tecidos corporais. Segundo, uma grande parte do acid° lacti- co é convertida em glicose pelo figado, e a glicose, por sua vez, é usada, em sua maior parte, na 'reposi- gao dos depositos de glicogdnio muscular. Sistema AerObico — Recuperacio a Longo Prazo; Iniportância dos DepOsitos Musculares de Glicogé- nio. Antes neste capitulo, discutimos a irriportin- cia do glicogênio armazenado nos milSculos para a re- sistacia muscular. Isso 6 verdade, pois o glicogOnio o substrato alimentar de escolha, nab apenas para o sistema glicog8nio-acido lactic() mas, tambem, para o sistema aerObico oxidativo de energia. A resistencia muscular que pode ser atingida pode' ser da ordem de 4 horas de exercicio exaustivo no atleta, que possui uma concentragab elevada de glicogdnio muscular, ou Vac, pouco como 1,5 hora em atletas corn teor minim° de glicogdriio muscular. A recuperacffo da deple* exaustiva glicogdnio muscular rid° 6 urn processo simples, exigindo horas e dias em lugar dos segundos ou minutos necessitados pelos sistemas do fosfageno e glicogenio-acido lactic°. A Fig. 39-3 representa o funcionamento desse proces- so de recuperacab sob trdsAndiceies . diferentes: pri- .em pessoas corn dieta de alto teor`'de' carboi- dratos; segundo,.em pessoas corn. dieta rica em; gordu- ras e. em prote inas; e, terceiro,. em pesso as priVadaS' de aliment°. .Deve, ser notado ,que:ania a- dieta rica em carboidratos, a recuperagio completa ocorreu dentro de cerca de 2 dias; enquanto, que a.SpessoaS com dieta rica em gorduras, e proteinas, ou corn privacab de alhrientO, apresentaram recuperagdO muito pequena mesmo apOs periodos de ate 5 dias. A significacao desse estudo 6 a de que urn atleta deve participar • de exercicios exaustivos no period° de 24 a 48 horas que antecedam a um evento atlOtico que exija urn es- fOrco muito intenso. NUTRIENTES USADOS DURANTE A ATIVIDADE MUSCULAR Embora tenhamos enfatizado a importancia da dieta rica em carboidratos e dos grandes depOsitos de glico, g8nio para a atividade atl6tica maxima, isso nab signi- fica que apenas os carboidratos s'ao utilizado -s para a energia muscular — significa, simplesmente, que os carboidratos sac) usados preferencialmente. Em verda- de, os miisculos, muitas vezes, utilizam grandes, quan- tidades de gorduras para energia, sob a forma de ad- dos graxos e de cicido acetoacetico (ver Cap. 31), e, Dieta rica ern carboidratos 5 dias 25 100 100 75 -(6) 50 To 42. a) a) a 25 S)) 50 75 0 10 20 40: I--Segundo 2 41 2 3 4 i1inuto Horas 536 FISIOLOGIA DO ESPORTE 2 horas de exercicio E 24 411 01 2 0 -E 0 Figura 39-3. Efeito da dieta sobre a re- posigffo do glicogbio muscular apes exercicio prolongado. (Reproduzido de Fox: Sports Physiology, Philadelphia, Saunders College Publishing, 1979.) Privacgo de alimento Dieta rica em gorduras e protefnas P2 30 40 50 Tempo de recuperacffo (ern horas) tambem, em grau bern menor, as proteinas, sob a for- ma de aminoticidos. Na verdade, mesmo sob as melho- res condicties, em provas atleticas de resistencia que duram mais que 4 a 5 horas, os depOsitos de glicog6- nib no: rnOsculo ficam depletados e, endo, deixam de teryutilidade para a energizago da contrago mus- cular. ,11elo contrario, o mdsculo .passa a depender, en- d(); da glicose que pode ser absorvida do sangue, o que, e. ou da energia de. outras fontes, princi- palmente das gorduras. A .Fig. 39-4 mostra o uso relativo de carboidratos e de gorduras para energia, durante exercicio exaustivo prolongado, sob tres.condipties dietetiCas diversas: die- :em carboidratos, dieta mista (carboidratos e b,,Adura) .e dieta rica em gorduras. Deve ser notado que, maior parte, da energia 6 derivada dos carboidra- tos, durante os segundos ou minutos iniciais do exer- cicio, 2nias, , quando ocorre a, exaustdb, de 50 a 80% de toda . a .energia estao sendo obtidos das gorduras e nãO dos carboidratos. Nem Coda a energia obtida dos carboidratos é de- rivada do , glicogenio armazenado nos miisculos. Em muitas pessoas, quase tanto glicogenio fica armaze- nado no figado quanto nos musculos, e esse glicog6- nio pode ser liberado para o sangue, sob forma de gli- cose e, em seguida, captado pelos mfisculos como uma fonte de energia. Alem disso, as solucties de gli- cose, ministradas a urn atleta como bebida durante o decurso de uma prova atl6tica (em uma concentragb Otima .de 2 a 2,5%) pode fornecer de 30 a 40% da energia necessaria durante essa prova. Em resumo, endo, se existem disponiveis o gli- cogenio muscular e a glicose sangillnea, eles do os nu- trientes de escoiha para a atividade muscular intensa. Entretanto, mesmo assim, para urn verdadeiro teste de resist6ncia, pode-se esperar a gordura fornecer mais de 50% da energia necessaria, apOs as 3 a 4 primeiras EFEITO DO TREINAMENTO ATL gTICO SOBRE OS MUSCULOS E SOBRE 0 DESEMPENHO ATLETICO - Importfincia do Treinamento de Resisténcia. Urn dos principios norteadores bisicos do desenvolvimen- to muscular durante o treinatnento atlelico é o se. guinte: os mfisculos que funcionam livres do.efeito de qualquer carp, mesmo se s'ao exercitados por horas a fio, pouco aumentam sua force. No outro extremo, os "mtisculos que contraem corn sua forca maxima ou corn for-9a muito prOxima a ela, irao desenvolver for- ce de modo muito thpido, mesmo se as contracaes sfib realizadas poucas vezes a cada dia. Usando esse principio, os experimentos sobre o desenvolvimen- Duragdo do exercicio Figura 39-4. Efeito da duragao do exercicio, bem como do tipo de dieta sobre as porcentagens relativas de carboidrato e de gordura usado para energia pelos rmisculos. (Baseado parcialmente em dados de Fox: Sports Physiology, Philadel- phia, Saunders College Publishing, 1979.) CO 7 0 0) a) a) L_ a) a 5,, 20 10 0 2 4 6 10 Semanas de treinamento Treinamento sem carga FISIOLOGIA DO ESPORTE 30 Figura 39-5. Efeito aproximado do treinamento por exercf- cios resistivos optimizantes sabre o aumento da forga mus- cular, durante period() de treinamento de 10 semanas. to muscular tern mostrado que grupo de seis con- tragOes maximais ou quase-maximais, realizadas em tress conjuntos distintos em tress dias de cada semana produzem urn efeito proximo ao Othno no disenvol- vimento da forca muscular, sem causar a fadiga mus- cular crOnica. A curia superior da Fig. 39-5 apresenta a porcentagem aproximada de aumento na forca que pode ser conseguido por uma pessoa que nunca foi treinada, ao mar esse progrania de treinamento resis- tivo otimizante, mostrando que a for-9a muscular au- menta de cerci de 30% durante as primeiras 6 a 8 se- manas, mas atinge um plat() apes esse tempo. Junta- mente corn esse aumento da forga, ocorre aumento aproximadamente igual da massa muscular, o que cor- responds hipertrofia muscular. Hipertrofia Muscular. As dimensties basicas dos musculos de uma pessoa sa-o determinadas, printipal- mente, por fatores hereditarios a que se sobrepOe o teor de secreca-o de testosterona que, no sexo rnasculi- no, produz musculos consideravelmente maiores que os do sexo feminino. Entretanto, com treinamento, os musculos podem ser hipertrofiados por mais de 30 a 60% adicionais. A major parte dessa hipertrofia 6.o resultado do aumento do diametro das fibras mus- culares, mas isso na-o é a verdade completa, visto que as fibras musculares muito grossas podem se romper ao longo de seu comprimento para formar fibras intei- rarnente novas, do que .resulta um aumento do dime- ro de fibras musculares. As alteragaes que ocorrem no interior das prOprias fibras musculares hipertrofiadas incluem (1) nitmero aumentado de miofibrilas, que é proporcional ao grau de hipertrofia; (2) mimero e tamanho aumentados das mitocOndrias; (3) aumento de ate 25 a 40% nos corn- ponentes do sistema metabOlico do fosfageno, inclusi- ve o ATP e a fosfocreatina; (4) aumento de ate 100% no glicogenio armazenado; e (5) aumento de n 1 (1/104 rtrIc riarilieitne rla trialintaritline (at-Arch,- 537 ras). Alem disso, as enzimas necessarias para o meta- bolismo oxidativo ficam aumentadas, o que aumenta a capacidade maxima de oxidagab, bem como a efi- ciencia do sistema metabOlico oxidativo, em ate 45%. FIBRAS MUSCULARES RAPIDAS E LENTAS No ser humano, todos os musculos possum porcen- tagens variaveis de fibras rapidas-e de fibras, lentas,' Por exemplo, o musculo gastrocnemio (os dois mi4s- culos gemeos, da barriga da perna):possui major nil- mero de fibras rapidas, o que the di a capacidade de uma contrago rapida e de grande forca, que e o tipo de contraca-o usado nas provas de Salto. Por outro lado, o mfisculo solear (tambem da barriga da Perna) possui uma maior prepondethncia de . fibras lentas e, por conseguinte, é considerado como o mfisculo zado em maior grau nas atividades musculares prolon- gadas da perna.. As diferengas bäsiCas entre as fibras musculares r4- pidas e lentas s;a7o as seguintes: 1. As fibras rapidas possuem diametrO duas vezes major. 2. As enzimas que promovem a liberacão".rapida energia pelos sistemas do fosfageno e glicogdnio- acid° ,lactico Sao duas a tress vezes mais ativas nas fibras rapidas do que nas fibras que faz corn que a potênCia - akima que pode ser alcanca- da por essas fibras rapidas seja ate o dobro do que atingido pelas fibras lentas. 3. As fibras lentasorganizadas, principalmente para a resistacia, em especial, para a geracaO de energia aerObica. Possuem muito mais mittictur drias do que as fibras rapidas..Alem disso,-corit6M quantidade• muito maior de mioglobina, uma pro= teina sernelhante a hemoglobina que combina corn 0 oxigénio no interior da fibra muscular; e, ate mesmo mais importante, a mioglobina aumenta difusab de OxigOnio pelo interior de toda a fibra muscular, pela cessao do oxigenio entre as suaS möleculas prOximas. Tambem, as enzimas do sis- tema metabOlico aerobico sae muito mais ativag nas fibras lentas do que nas fibras rapidas. 4, 0 nimero de capilares, em relagab a massa das fi- bras, a major na vizinhanca dasfibras lentas do que na das fibras rapidas. Em resumo, as fibras rapidas podem produzir gran- des quantidades de potencia, durante periodos curtos de tempo, enquanto que, por outro lado, as fibras len, tas ddo a resistencia, produzindo uma contracio forte, durante tempo prolongado. Diferencas Hereditarias Quanto a Proporgdo de Fi- bras Rapidas e Fibras Lentas, em Atletas. Algumas pessoas possuem mimero bastante maior de fibras ra- pidas que de fibras lentas; isso, obviamente, poderia 120 Exercicio Exercicio moderado intenso 1,0 2,0 3,0 . 4,0 Consumo de 0 2 (litros/min) 110 E 100 To 60. t0 CY; 40 C >.° 20 Figura 39-6. Efeito do exercicio sobre o consumo de oxige- nio e sobre a ventilagNo pulmonar. (De Gray: Pulmonary Ventilation and Its Physiological Regulation. Springfield, Ill., Charles C Thomas.) Assim, a capacidade_respititOria maxima é cerca de 50% maior do que a ventilaca-o pulmonar efetiva que ocorre durante o exercicio maxima Isso, obvia-, mente, representa um elemento de seguranca para o atleta, dando-lhe uma ventilacâb extra que pode ser utilizada em condicties tais como (1) o exercicio nas altitudes elevadas, (2) exercicio em ambientes muito aquecidos e (3) anormaidades do sistema . respira, tOrio. 0 ponto importante dis,sc1/46 que o sistema respua- tOrio nab e, nonnalmente, o maior fator de limitacio para o transporte de codgenio para os mitsculos, du- tante o metabolismo muscular aerObico maxim°. Ve- remos, pouco adiante, que a capacidade de bombea- mento do cOracffo é fator muito mais limitante. Efeito do Treinamento sobre o M32 Max. 0 sim bolo que define o consumo de oxigenio durante o me- tabolismo aerobico maxim° a Vo 2 Max. A Fig, 39-7 mostra o efeito progressivo do treinamento atlético sobre o Vo 2 Max medido em grupo de sujeitos, corn 3.8 1 - 3.61 3.4 3.2 eq,do N. 5 dias/sefTl. 2 dias/sern. 4 d las ise rn 2.8 4 6 8 10 12 14 Semanas de treinamento 538 FISIOLOGIA DO ESPORTE dos diversos individuos. Infelizmente, o treinamento atletico ainda rfao conseguiu modificar as proporcOes reativas de fibras rapidas e de fibras lentas, por mais que um atleta pretenda desenvolver urn tipo deter- minado de atividade atletica em detrimento de outra. Na verdade, isso é um aspecto da heranca genetica que ajuda a determinar qual a area da atividade at16- tica a que estard mais adequada para cada pessoa; algumas pessoas sab corredoras de maratona desde seu naschnento; outras corredoras de distâncias CUP tas ou saltadoras. Por exemplo, os valores que apresentados a seguir sa° as porcentagens medidas de fibras musculares rapidas e lentas no mitsculo qua- driceps de tipos diferentes de atletas: Fibras Rdpidas Fibras Lentas iTedores de maratona 18 82 Nadadores 26 74 Atleta masculino medio 55 45 Halterofilistas 55 45 Corredores (curta distincia) 63 37 Saltadores 63 37• RESPIRAgÃO NO EXERCItIO Embora a capacidade respiratoria tenha importfincia relativamente pequena para os tipos de atividade atle- tica de pequena durac-go critica para urn desem- penho maxima nas provas atleticas de resistencia. Vanos analisar quo importante 6: Consumo de Oxigénio e Ventilacao Pulmonar no Exercicio. 0 consumo normal de oxigênio para um ulto jovem do sexo masculino em repouso da or- em de 250 ml por minuto. No entanto, sob condi- cOes maximais, esse consumo pode ser aumentado para os seguinteS niveis medios aproxhnados: Atleta nffo-treinado medio (masculino) 3.600 ml/minuto Atleta treinado medio (masculino) 4.000 ml/minuto Corredor de maratona (masculirio) 5.100 ml/minUto A Fig. 39-6 representa a relaca° entre o consumo de oxigdnio medido para mtensidades diferentes de exercicio e a ventilacab pulmonar total. Essa figura torna claro que, como seria esperado, existe uma rela- go linear. Em numeros redondos, tanto o consumo de oxigdnio como a ventilacffo pulmonar total aumen- tam cerca de 20 vezes, entre a condicd° de repouso completo e a intensidade maxima do exercicio. Unites da Ventilacao Puhnonar. Qual e a inten- sidade do estresse que impomos ao nosso sistema res- piratOrio durante o exercicio? Isso pode ser respondi- do pela seguinte comparacdo para uma pessoa nor- mal do sexo masculino: Ventilagdo pulmonar no exercicio maxim° 100-110 litros/min 1 • ■-■ I • . Figura 39-7. Aumento do 11 .02 Max durante periodo de trei- namento atletico durando de 7 a 13 semanas. (Reimpresso de Fox: Sports Physiology. Philadelphia, Saunders College _ _ Nio-atleta (em repouso) Ndo-atleta (durante exercicio maxlmo) 1Patinadores de gelo (durante exercicio maximo) Nadadores (durante exercicio maximo) Remadores (durante exercicio maximo) 23 Ml/min 48 ml/min 64 ml/min 71 ml/min 80 ml/min 0 fato mais gritante que ressalta desses resultados o aumento de quase tres vezes da capacidade de di- fug° entre o estado de repouso e o de exercicio ma- . xim°. Isso resulta do fato de que o fluxo sangiiineo por muitos dos capilares pulmonares é muito lento ou ate mesmo, quase interrompido, no estado de repou- so, enquanto que, no exercicio; o fluxo sangiiineo au- mentado pelos pulmOes faz corn que todos os capila- res sejam perfundidos em seu valor maximo, o que cria uma area de superficie muito maior para a difu- sao do oxigenio para o sangue capilar pulmonar. Tambem é claro que dos valores acima os atletas que necessitam de maiores quantidades de oxigenio por minuto possuem capacidades de difusao mais ele- vadas. Seth que isso é causado por pessoas portadoras de capacidades de difusao naturalmente maiores esco- lherem esses tipos de esporte ou por que os progra- mas de treinamento aumentam a capacidade de difu- sao? A resposta a isso nab é conhecida, mas acredita- FISIOLOGIA DO ESPOR.TE inicio antes do treinamento e durante a execueao de um programa de treinamento durante 7 a 13 semanas. Nesse estudo, é surpreendente que o V02 Max so tenha aumentado 10%. Ainda mais, a freqiiencia do treinamento, seja de duas, seja de cinco vezes por mana, pouco modificou o aumento do t 2 Max. Con- tudo como ja foi destacado acima, o Vo l Max. de cor- redores de maratona é cerca de 45% maior que o da pessoa nao treinada. Parte desse Vol Max é de deter- minaeab genetica; isto é, sao aquelas pessoas que pos- suem as maiores dimensOes tothcicas e os müsculos respiratOrios mais fortes que decidem ser côrredores de maratona. Por outro lado, é tambem muito prova- vel que o treinamento rnuito prolongado do corre- dor de maratona possa aumentar o % 2 Max por valo- res consideravelmente maiores do que os 10% que tern sido registrados nos experimentos de curta dura- cab, como o representado na Fig. 39-7. Capacidade de Difusab de 02 de Atletas. A ca- pacidade de difusao do 02 é uma medida da veloci- dade (ou interfsidade) corn que o oxigenio podd- di- fundir dos alveolos para o sangue: E expressa em ter- mos de mililitros de oxigenio que info difundir para cada mm de merc6rio de diferenca entre a pressilo partial do oxigenio alveolar e a pressdo do oxigenio no sangue pulmonar. Isto é, se a pressab partial do oxigenio nos alveolos for de 91 mm Hg, .enquanto a preSsao no sangue é de 90 mm Hg, a quantidade de oxigenio que difundir atraves da membrana respiratO- ria a cada minuto sera a capacidade de difusao. Os va- lorés seguintes sab valores medidos para diferentes capacidades de difusao: se que o treinamento desempenha algum papel nesse processo,em particular para os tipos de treinamento por resistencia. Gases Sangiiineos Durante o Exercfcio. Devido ao grande uso de oxigenio durante o exercicio, po- der-se-ia esperar que a pressab do oxigenio no sangue arterial ficasse muito diminuida, enquanto que a pres- sab do gas OarbOnico no sangue venoso. ficasse muito acima do normal. Contudo, isso nao acontece. Esses dois valores permanecem prO3dmos do normal, • ilus- trando a extrema capacidade do sistema respfratOrio de prover uma aeraeab muito adequada do •Sangue, mesmo no exercicio intenio. Isso ilustra um . outro ponto muito importante. Os gases respiratOrios nab precisam ficar anormais para que a respiragao Pique estimulada, durante o exercicio. Pelo cOntrario, a reS, piracab a estimulada, principalrnente, por mecanis mos neurogénicos. Parte dessa :estimulack result& da estimulagao direta do centro respiratOriu pelos mes, mos sinais nervosos que sao transmitidos, do cerebra, para os mUsculos Para; exetucâb do exercicio. Uma outra parte ó considerada como sendo resultado . de naffs sensoriais transmitidos para o centro respiratOrio, a partir dos musculos em contraeao e das articulagOes, em movimento. Toda essa estimulacao nervosa.dares.- piraeao é, em condieOes normals, suficiente para pr6‘, ver o aumento quase exato da ventilacao pulmonar para manter os gases respiratorios Sangiiineos — o gni° e o gas carbOnico — quase normals. WOO do Fumo solar a YeutIlacao Pulmonar no Exereicio. E (rase c0Mtun a de que o fumo faz corn, que urn atleta perca seu ,"fOlego". Esse 6 urn fato Mui, to verdadeiro, por varias razOes. Primeiro, urn efeito da nicotina e o de causar constricab dos bronquiolos terminals dos pulmOes, o que aumenta a resisrencia fluxo de ar tanto para dentro como para fora dos p.u.1- rnOes. Segundo, os efeitos irritativos da fumaea pro- duzem seOrecao aumentada na arvore brOnquica, bem como edema dos revestimentos epiteliais; Terceiro, a nicotina paralisa os cilios nas superficies das celulas epiteliais respiratorias que, nas condieOes normais, ba- tern de modo continuo para remover os liquidos em excesso e as particulas estranhas. Como resultado, ocorre acfimulo de muitos detritos nas viak respira- tOrias o que agrava a dificuldade de respfrar. Toman- do o conjunto desses fatores em considericio,omesmo o fumante muito moderado sentith dificuldade de res- pirar durante o exercicio maximo e seu nivel de desempenho ficard, obviamente, prejudicado. Os efeitos do uso cr6nico do fumo sac) muito mais graves, pois, praticamente, nab existe nenhum fuman- te °rOnico que nab desenvolva enfisema de gravidade variavel. Nessa doenea, pode ocorrer o seguinte: (1) bronquite crOnica, (2) obstrucab de muitos dos bronquiolos .terminais, e (3) destruieao de muitas das paredes alveolares. No enfisema grave, ate quatro quintos da membrana respiratOria podem ser destrui- dos; entao, ate mesmo o exercicio mais leve pode cau- sar insuficiência respiratOria. Na verdade, muitos des- !Flux° na barriga: da "perna 16 18 540 FISIOLOGIA DO ESPORTE ses pacientes nab conseguem realizar sequer o simples feito atletico de andar ao longo de uma sala, sem fi- car ofegante. Esse e o protocolo acusatorio para o fumo. SISTEMA CARDIOVASCULAR NO EXERCICIO Fluxo Sangiiineo Muscular. 0 denominador fi- nal comum da funcao cardiovascular no exercicio e o de fomecer oxigenio e outros nutrientes para os oulos. Pam esse fim, o fluxo sangiiineo muscular au- menta drasticamente durante o exercicio. A Fig. 39-8 apresenta um registro do fluxo sangilineo muscular nos rnfisculos da barriga da perna de uma pessoa, por period° de 6 minutos, sob estimulacao intermitente forte. Deve ser notado o grande aumento de fluxo —c I. de 13 vezes — mas tambem deve ser notado o dectescimo do fluxo durante cada contracao mus- cular. Dois pontos devem ser ressaltados desse estu- do: (1) o processo contratil por si mesmo reduz, tern- porariarnente, o fluxo sangtiineo muscular, pelo fato de o mfisculo em contracao comprimir os vasos san- giiineos intramusculares; por conseguinte, contracties tOnicas fortes podem provocar a fadiga muscular rapi- da, devido a falta de fornecimento suficiente de oxi- genio e de nutrientes durante a contracao continua. (2) o fluxo sangtiineo para os mirsculos durante o exercicio pode aumentar de modo muito acentuado. A comparacao seguinte demonstra o aumento maxim do fluxo sangiiineo que pode ocorrer em atleta bem treinado: Fluxo sangiiineo em repouso 3,6 ml por 100 g de mlisculo/min F' sangilineo, durante exercicio 90,0 ml por 100 g de mUsculo/min Minutos Figura 39-8. Efeito do exercicio muscular sobre o fluxo san- giiineo na barriga da perna durante contragOes ritmicas for- tes. 0 fluxo sangilineo ficou muito diminuido durante as contragOes, em comparac go com o dos intervalos entre as contracijes. (De Barcroft e Dornhorst: Physiol., 109: 4-2, 1949.) Dessa forma, o fluxo sangiiineo muscular pode au- mentar ate urn maxim° de 25 vezes durante o exerci- cio mais extenuante. Cerca da metade desse aumento de fluxo resulta da vasodilatacao intramuscular, deter- minada pelos efeitos diretos do metabolismo mus- cular aumentado, como foi explicado nos Caps. 17 e 18. A outra metade resulta de fatores mirltiplos, dos quais o mais importante é, provavelmente, o aumento moderado da pressao arterial que ocorre no exerci- cio, em geral, em tomo de 30%. Esse aumento da pressao nao apenas forca mais sangue a passar pelos vasos sangiiineos como tambem distende as paredes das arteriolas, o que diminui ainda mais a resistência vascular. Por conseguinte, urn aumento de 30% da pressao sangilinea pode, muitas vezes, dobrar o fluxo sangiiineo — em adicao ao grande aumento de fluxo que, ja foi causado pela vasodilatacao metabOlica. Produio de Trabalho, Consumo de Oxigênio e Debit° Cardfaco Durante o Exercicio. A Fig. 39-9 mostra as inter-relacOes entre a producao de trabalho, o consumo de oxigenio e debit° cardiaco durante o exercicio. IsTao é surpreendente que todos sejam di- retamente relacionados entre si, como é demonstrado pelas funcOes lineares, visto que a producao de traba- lho muscular aumenta o consumo de oxigenio e este, por sua vez, dilata os vasos sangiiineos musculares, o que aumenta o retomo venoso e o debit° cardiac°. Valores tipicos para o. dêbito cardiac°, para diversas intensidades de exercicio, Sao os seguintes: Jovem adulto (sexo masculino) medio, em repouso 5,5 litros/min Debit° mbdmo, durante exercicio em pessoa nffo-treinada (sexo masculino) 23 litros/min Debit° maxim°, durante exercicio, em corredor de maratona (sexo masculino) 30 litros/min Dessa forma, a pessoa normal nao-treinada pode aumentar seu debit° cardia .co ate cerca de pouco mais de quatro vezes, enquanto o atleta bent treinado pode aumentar seu debit° de cerca de seis vezes. Corredo- res de maratona tern sido medidos corn debitos car- diacos da ordem de 35 a 40 litros/min. Efeito do Treinamento sobre a Hipertrofia e o De- bit() Cardfacos. Pelos dados acima, fica claro que os • corredores de maratona podem atingir debitos cardia- cos maximos cerca de 40% maiores do que Os que po- dem ser atingidos pela pessoa nao-treinada. Isso resulta do fato de que as camaras cardiacas dos corredores de maratona aumentam de cerca de 40% e, junto corn esse aumento do volume das cdmaras, a massa cardia- ca aumenta, tambem, de 40% ou mais. Portanto, nab apenas os mirsculos esqueleticos como tambem o co- rack) apresenta hipertrofia durante o treinamento atletico. Contudo, o aumento do coracao e de sua capacidade de bombeamento s6 ocorrem nos tipos de treinamento atletico de resistência, nao acontecendo nos tipos de surtos de atividade. Muito embora o corn -do do corredor de maratona seja consideravelmente maior do que o de uma pessoa CC ," Douglas (S . 11 9 5 921)2) Christbnsen . (1931)g onard (195Si •_ 2 o a) 1 § c 0 L L L li I L 0 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 Produc g o de trabalho pelo exercicio (kg-m/min) FISIOLOGIA DO ESPORTE Figura 39-9. Rein - do entre o debito card Tacoe a produ- c5o de trabalho (linha cheia) e entre o consumo de wd- genio e a producffo de trabalho (linha tracejada) durante intensidades diversas de exercicio. (De Guyton, Jones e Coleman: Circulatory Physiology: Cardiac Output and Its Regulation, Philadelphia, W. B. Saunders, 1973.). normal, seu debito cardiac° em repouso é quase que exatamente o mesmo que de uma pessoa normal. En- - tretanto, esse debito cardiaco normal é atingido por urn grande debit() sistOlico, associado a uma freqaen- cia cardiaca diminuida. Comparacties entre uma pes- soa nao-treinada e o corredor de maratona dab os se- guintes valores: Debit° SistOlico Freqiiencia Repouso• 75 ml 75/min nffo-treinado 105 ml 50/min treinado Maximo: •ndo-treinado 1101n1 195/min treinado 162 ml 185 /min Assim, a eficacia do b.ombeamento cardiac° de cada batimento 6 40 a 50% maior no atleta muito treinado do que na pessoa na-o-treinada, Inas, em re- pouso, ocorre uma redugo correspondente da fre- qiiencia cardiaca. Papel do Debito Cardiaco e da Freqiiéncia para o Aliment° do Debit° Cardiaco. A Fig. 39-10 mostra as variacOes aproximadas que ocorrem no debit() sis- tOlico e na freqaencia cardiaca, conforme o debito cardiac° passa de seu valor normal de repouso de 5,5 litros/min para os 30 litros/min do corredor de mara- tona. 0 debito sistOlico aumenta de 105 ml para 162 ml, o que represents aumento da ordem de 50%, enquanto a freqaencia cardiaca aumenta de 50 para 185 batimentos por minuto, o que é aumento de de 270%. Por conseguinte, o aumento da freqiiência cardiaca é responsavel por parte maior do aumento do debito cardiac° do .que o debito sistOlico, durante o exercicio muito intenso. 0 debito sistOlico atinge seu valor maxim° em ponto onde o debito cardiac° apenas atingiu a metade de seu valor maxim°. Qual- quer aumento do debito cardiac° acima desse valor so pode ocorrer por aumento da freqii6ncia cardiaca. Relacao do Desempenho Cardiaco corn o Vo2 Max. Durante o exercicio maximal, tanto a fre- qUencia cardiaca como o debito sistOlico ficam au- mentados ate 95% de seus valores maximos. Como o debito cardiac° e o nroduto do debito sistOlico vezes 541 a freqii6ncia cardiaca, verifica-se que o debito cardia- co 6 de cerca de 90% do maxim° que a pessoa pode atingir. Isso contrasta corn os 65% do maxim°, para a ventilachb puhnonar. Portanto, pode ser facilittente visto que o sistema _cardiovascular 6, normalmente,. muito maislimitante para o Vo l Max dO que sistema respiratOrio. Por essa razab, frequentemente a dito que o desemperiho que pode ser conseguido pelo COI.- • redor de rnaratona . 6 dependente, em sua'maior parte, de seu corac -ao, pois ele e o elo mais limitante no prO- cesso de transporte de oxigenio em quantidades add- quadas para os musculos que estai se exercitindo. Portanto, a vantagem de 40% de debito cardiaco m4- ximo que o corredor de Inaratona apresenta sobre, pessoa media do seXO inas '62ino e n'ab-treinada e, pro- vavelmen t e, o maior beneficio fisiologico do progra ma de treinamento de urn corredor de maratona. Efeito da Doenca Cardiaca e do Envellieciment° sobre o Desempenho Atletico. Devido a limitac.db critica que o sistema cardiovascular impifie sobre .desempenho maximal dos atletas de resistOncia, po- de-se compreender, facilniente, que a doenca cardia- ca de qualquer tipo, desde que reduza o debito car- diaco maximo, produzira decrescimo quase que ex& tamente correspondente na potencia muscular que pode ser atingida. Portanto, uma pessoa corn insu- fici8ncia cardiaca congestiva, muitas vezes, tern difi- culdade de conseguir a potência cardiaca necessaria a se levantar .da cama e; muito menos, para atravessar, andandd, seu quarto. Os debitos cardiacos maximos das pessoas idosas tambem sa-o muito reduzidos — ate decrescimos da or- dem de 50% tern sido medidos entre a adolescância e a idade de oitenta anos. De novo, verifica-se que a po- téncia muscular maxima que pode ser atingida mos trase muito diminuida. TEMPERATURA CORPORAL EXERCI-CIO Quase toda a energia liberada pelo metabolismo in- terno dos nurrientes é_ eventualmente. convertida em 10 15 20 25 30 Dêbito Card fbco (ntros/min) 190 "To 170 E 130 co _a 110 3 ,co co U 70 c (C1) co LL 90 50 150 i 42 FISIOLOGIA DO ESPO.RTE Figur- Valores aproximados para o debito sistOlico e pan 2reqiiencia cardfaca para diferentes valores do debito faco em corredor de maratona. valor corporal. Isso tambena se aplica a energia que produz a contracdo muscular, pelas seguintes razOes.,Primeixo, a eficiencia maxima para a comers-do da energia dos nutrientes em trabalho muscular, mesmo ;Gib asnielhores condigOes, 6, apenas, de 20 a 25%; o restante da energia dos nutrientes a convertido em valor, durante o curso das reacOes quimicas intracelu- rares. Segundo, quase toda a energia que entra na pro- liicao do trabalho muscular ainda e convertida em ca- LOr corporal, visto que quase toda essa energia, exceto ama parte mnito pequena, a usada para (1) vencer a :esistencia oposta pela viscosidade ao . movimento dos ;Weillos e das articulagOes, (2) sobrepor-se ao atrito AO ;jape que flui pelos vasos sanguineos e (3) ()taros .T: feitos"similares — todos convertendo a energia con- tatil do mascul0 em valor. Agora, levando-se em conta que o consumo de 3xigenio pelo corpo pode aumentar ate de 20 a 25 3ezês no atleta bem treinado e que a quantidade de calor liberada no corpo e diretamente proporcional ao 3onsumo de oxigénio (como foi discutido no Cap. 33), pode-se, facilmente, compreender que quantidades :niensas de calor sab injetadas nos tecidos internos do durante provas atleticas de resistencia. Mas, se for acoplada essa grande intensidade do flux0 de calor no corpo com urn dia muito quente e amid°, de modo que o mecanismo da sudorese n'So ;eja capaz de eliminar esse calor, o atleta pode, corn nuita facilidade, sofrer acidente intoleravel e muitas vezes letal, a intermacifo. Iritermacao. Durante as provas atleticas de resis- :encia, mesmo as realizadas sob condiccies ambientais lcgrnais, a temperatura corporal, muitas vezes, au- nenta de seu valor normal de 37°C ate 40°C (98,6°F i 102-103°F). Mas, sob condiccies muito quentes e muito amidas, ou quando ocorre urn excesso cractirinPnfac afleticas_ a temperatura cor- poral pode, corn muita facilidade, atingir valores da ordem de 4142°C (106-108°F). Nesse nivel, a pro- pria 'temperatura elevada torna-se destrutiva para as caulas dos tecidos, em especial, destrutiva para as ce- • lulas cerebrais. Quando isso ocorre, comecam a apa- recer maltiplos sintomas, que incluem: 1. Fraqueza extrema 2. Ex aust 5-0 3. Cefaleia 4. Tonteira 5. Nausea 6. Sudorese muito intensa 7. Confusffo mental 8. Marcha trOpega 9. Colapso 10. Inconsciencia Esse complexo constitui a "intermacdo" e, caso na° seja imediatamente tratado, pode causar a morte. Na verdade, mesmo quando a pessoa tenha interrompido o exercicio, a temperatura nao baixa, corn facilidade, sem tratamento. Uma das razdes para isso é a de que; nessas temperaturas elevadas, .0 prOprio sistema re- gulador da temperatura, muitas vezes, para de funcio- nar. Uma segunda razdo é a de que a temperatura elevada, em termos aproximados, dobra as velocida- des (ou intensidades) de todas as reacties quimicas intracelulares, o que libera ainda mais calor. 0 tratamento da interrnago4g.de reduzir a tern- peratura corporal tao rapidamente quanto for possi- vel. O modo =is pratico de se conseguir isso e o de remover toda a roupa, fazer chegar urn jato de agua aspergindo toda a superficie do corpo, ou corn espon- ja molhada, umedecer todo o corpo e dirigir sabre o corpo o jato de ar de urn ventilador potente. Expe- rimentos tern dernonstrado que esses procedimentos sac) eficazes no abaixamento da temperatura corpo- ral corn tanta rapidez como qualquer outro metodo que já tenha sido testado, embora alguns clinicos pre- firam a imersato total do corpo em agua gelada, con- tendo masse de gelo picado, caso isso seja dispo- nivel. LIQUIDOS E SAL.CORPORALS NO EXERCICIO Perdas de pesoda ordem de 2,5 a 5,0 kg (5 a 10 li- bras) ja foram registradas em atletas, em periodos de uma hors, durante a realizac -So de provas atleticas de resistencia, sob condicOes quentes e innidas. Em essencia, quase que toda essa perda corporal resulta de perda de suor. A perda de suor suficiente para pro- vocar perda de peso corporal da ordem de 3% pode, de modo significativo, diminuir o desempenho de uma , pessoa e uma perda rapida do peso, da ordem de 5 a 10% por esse meio pode ser muito perigosa, pro- vocando cdibras musculares, nausea e outros efeitos. ■ 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 1 FISIOLOGIA DO ESPORTE Portanto, d importante a reposigo de liquido tab logo seja perdido. Reposicab de Sal e de Potassio. 0 suor contem grande quantidade de sal, razab pela qual tern. sido, ha muito tempo, afirmado que todos os atletas deve- riam tomar comprimidos de sal quando realizassem exercicios em dias quentes e inidos. Infelizmente, o uso desmesurado dos comprimidos de sal tern cau- sado mais mal do que bem. Ainda mais, caso o atleta fique aclimatado ao calor pelo aumento progressivo da exposicab atletica durante o period° de 1 a 2 se- manas, ao inves de executar tarefas atleticas maxi- mas desde o primeiro dia, as glariclulas sudoriparas tambem ficado aclimatadas, de modo que a quanti- dade de sal que é perdida pelo suor joassa a ser ape- nas uma pequena fracab daquela que era perdida an- tes da aclimatacab. Essa aclimatacab das gldndulas su- doriparas resulta, .em sua maior parte, da, secrecab )aumentada de aldosterona pelo cortex supra-renal. Essa aldosterona, por sua vez, exerce efeito direto sobre as glandulas sudoriparas para aumentar a reabsorcAb de cloreto de sOdio do suor, antes que che- gue a superficie da pele. Uma vez o atleta estando aclimatado, apenas em condiceies excepcionais é que é necessaria a administracab de quantidades suple- mentares de sOdio, durante as provas atleticas. Por outro lado, a experiencia recente das forcas armadas que foram subitamente submetidas a exer- cicios pesados no deserto demonstrou um outro pro- blema eletrolitico — o' probleMa da perda de potas- sio. Resulta, em parte, do fato de que a secrecab au- mentada de aldosterona durante a adimatack• ao calor .aurnenta a perda de potassio pela urina, bem como aumento do teor de potassio no suor. Como conseqiiencia .desses novos dados, algumas das mais novas solucOes suplementares para uso de atletas es- } tab comecando a conter quantidades devidamente proporcionadas de potassio, em sua maior parte ., sob. a forma de sucos de frutas. MEDICAMENTOS E ATLETAS Sem discutir em profundidade este item, vamos enu- merar alguns dos efeitos medicamentosos sobre o de- sempenho atletico. Primeiro, cafeina pode melhorar o "desempenho atletico. Em urn experimento, corn urn corredor de maratona, seu tempo foi reduzido por 7% pelo uso cuidadoso da cafeina, ingerida em doses comparaveis as presentes em uma xlcara de café. Segundo, o uso de honnOnios sexuais masculinos para aumento da forca muscular, provavelmente, pode aumentar o desempenho atletico sob determina- das circunstâncias, embora experimentos controlados tenham dado resultados inconclusivos. Infelizmente, 543 alguns dos preparados sinteticos de testosterona po- dem provocar a lesab hepatica e, nas pessoas do sexo masculino, qualquer tipo de preparado corn horm6- nio sexual masculino pode provocar decrescimo da fungao testicular, incluindo produca:o diminuida de espermatozOides e do hormOnio natural, a testostero- na. Nas pessoas do sexo feminino, efeitos ainda mais danosos podem ocorrer, visto que nab esti natural- mente adaptada ao hormOnio sexual masculino. Outras substancias, como as anfetaminas e a co- caina, tern sido imputadas como capazes de inelho- rar o desempenho atletico. Contudo, é igualmente verdade que o uso exagerado dessas substancias pode levar a deterioracgo desse mesmo desempenho atleti- co. Ainda mais, experimentos controlados nab com- provaram o valor dessas substancias. E sabido que al- guns atletas ja morreram durante o desempenho atle- tico devido as interacOes entre esses compostos e a norepinefrina .e a epinefrina liberadas pelo sistema nervoso simpatico durante o exercicio. Uma das causas de morte, nessas condic6es, e a hiperexcital* lidade cardiaca, o que pode causar a fibrila.cSo ventri- cUlar, letal em poucos segundos. TEMAS PARA ESTUDO . Discuta as diferengas entre os atletas dos sexes feminino e masculino. Qual 6 a relagab entre .. .14m da seegao reta de urn'nuis- QUi.O . e a fOrga muscular? . .Em que a potencia muscular difere da forga muscular? Caracterize:os tres sistemas metabOlicos mais importan- tes . parao suprimento de energia.aci mtisculo. Explique 0 mecanismo para a recuperagao de cada urn: dos tress sistemas metabOlicos enumerados no quesito an- terior, apes terem sido depletados.. Como 6 que os diferentes. nutrientes contribuem para a energia muscular durante as provas atleticas de "resis- facia? . Explique os principios do desenvolvimento muscular e as alterag,Oes apresentadas pelas fibras musculares, . du- rante a hipertrofia muscular. Quais sago as diferengas entre as fibras musculares rapi- ' das e lentas? De quanta, aproximadamente,' pode ser aumentado o consumo. de oxigenio;em relagio a seu valor de repouso,' pOr.pessoas sem . treinamento e treinadas? Quais sao os efeitos do exercfcio maximal sobre o teor. sangilineo . de Oxigenio e de gas carbOnico? Qual e a cau- sa desses efeitos? QUanto a que pode aumentar o fluxo sangiiineo mus- cular durante o exercfcio maxim)? Quais as causas des- se aumento? Explique as relaceies entre proclugao de trabalho, consu- mo de oxigénio e debit° cardiac° durante o exercfcio. 'Quais sao as relagOes dos desempenhos respiratOrio e cardiovascular sobre o V02 Max? Discuta os riscos da temperatura•cOrporal excessivamen- te aumentadas durante o exercfcio. Discuta os problemas das perdas de liquid° e de eletrO- litos durante o exercfcio. Discuta sua reposigao.