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Clínica médica Bruna Marques Dadona Terapia de Substituição Renal/Urgências Dialíticas 1. Aspectos gerais - 50% DOS PACIENTES CRÍTICOS COM LRA NECESSITAM DE TSR - PREDOMINÂNCIA DE IDOSOS COM COMORBIDADES - MORTALIDADE - 40 a 80% - A SEPSE É A ETIOLOGIA MAIS PREVALENTE (40 a 70% dos casos) - OS MÉTODOS CONTÍNUOS SÃO OS MAIS UTILIZADOS EM UTI - INDIVÍDUOS COM LRA E COM NECESSIDADE DE DIÁLISE SÃO HIPERCATABÓLICOS, ESTÃO EM USO DE VASOPRESSORES E VENTILAÇÃO MECÂNICA E GERALMENTE APRESENTAM GANHO PONDERAL SIGNIFICATIVO, EM VIRTUDE DA FASE INICIAL DE RESSUSCITAMENTO - OBSERVAR BALANÇO HÍDRICO CUMULATIVO - NÃO POSTERGAR INTRODUÇÃO DE DIETA 2. Conceito - DUAS SOLUÇÕES SEPARADAS QUE A MEMBRANA SEMIPERMEÁVEL PERMITE A ALTERAÇÃO DA COMPOSIÇÃO POR MEIO DE PASSAGEM DE ÁGUA E SOLUTO - Cateter de Shilley (curta permanência) 3. Modalidades - Tempo de duração: intermitente, contínua ou híbrida. - Transporte de solutos e de água: hemodiálise, hemofiltração, hemodiafiltração, ultrafiltração. 4. Mecanismo básico - Bomba 1: impulsiona o sangue contra a membrana onde os solutos são removidos por difusão. - Bomba 2: impulsiona a solução de diálise em sentido oposto ao do fluxo de sangue. Clínica médica Bruna Marques Dadona - Dialisato contém as moléculas que atravessaram a membrana e o excesso de líquido retirado 5. Métodos dialíticos - DIÁLISE PERITONEAL - Bastante utilizada em países em desenvolvimento - Em pacientes com LRA com catabolismo leve - Necessário cateter de Tenckhoff com balonete na cavidade peritoneal - A remoção de soluto é dependente de gradiente - E a ultrafiltração é dependente da osmolaridade do dialisato - Obs: Pode ser feita em casa ou no hospital, mas é mais demorada. Em pacientes que já fizeram cirurgias abdominais não é indicado a dialise peritoneal - DESVANTAGENS: - Infecção relacionada ao cateter (peritonite) - Relativa ineficiência na remoção de solutos - Comprometimento da Ventilação Mecânica (restrição) - VANTAGENS: - Utilização de membrana biológica (peritônio) - Dispensar anticoagulação - Necessitar de menor número de pessoal -HEMODIÁLISE - AS MODALIDADES SÃO CLASSIFICADAS DE ACORDO COM O TEMPO E DURAÇÃO DA TERAPIA EM: - INTERMITENTE - CONTÍNUA - HÍBRIDA - E DE ACORDO COM OS PRINCÍPIOS RESPONSÁVEIS PELO TRANSPORTE DE SOLUTOS E ÁGUA - HEMODIÁLISE - HEMOFILTRAÇÃO - HEMODIAFILTRAÇÃO - ULTRAFILTRAÇÃO ISOLADA 6. Terapia substitutiva renal - NOMENCLATURA DAS MODALIDADES DIALÍTICAS – 1995 - Hemodiálise Intermitente (HD) – Fluxo sanguíneo e dialisato elevados, com duração de 3 a 5 horas (custo + acessível) - Hemodiálise Contínua - duração de 24 h e fluxo sanguíneo e dialisato baixos. É considerado método adequado para os controles metabólico e volêmico no paciente crítico, porém com custo elevado. - Não há evidências da superioridade de um método em relação ao outro - Obs: faz a hemodiálise continua quando o paciente esta mais instável. É importante lembrar que a hemodiálise é sempre feita no hospital e é mais rápida. Em caso de urgência faz-se a hemodiálise por ser mais rápida Clínica médica Bruna Marques Dadona 7. Importante saber - Os modelos contínuos foram idealizados para pacientes com instabilidade hemodinâmica. - A remoção lenta de líquidos permite que o volume intravascular seja mantido mais constante, pois permite o deslocamento do acumulado no interstício para o vaso. - A movimentação lenta de solutos contribui para menor edema celular. - Estudos sobre terapias contínuas e intermitentes? 8. RECOMENDAÇÕES DO KDIGO - Utilizar estratégias intermitentes e contínuas de maneira complementar no tratamento dos pacientes com LRA. - Em pacientes instáveis, é recomendável o uso preferencial de terapias dialíticas contínuas . - Em pacientes com TCE ou outras causas de hipertensão intracraniana/edema cerebral é recomendável o uso preferencial de terapias dialíticas contínuas 9. DOSE DE DIÁLISE - Para o cálculo da dose de diálise são levados em consideração distúrbios ácido-base, distúrbios eletrolíticos e controle hídrico. - K × t/V 10. ACESSO VASCULAR - 1ª opção: veia jugular interna direita. - 2ª opção: veia femoral. - 3ª opção: veia jugular interna esquerda. - 4ª opção: veia subclávia preferencialmente do lado dominante. - Obs: A veia femoral é transitória dao o risco de infeções 11. ANTICOAGULAÇÃO - Os circuitos dos equipamentos ativam a via intrínseca da cascata de coagulação, promovem ativação plaquetária e ativação da trombina. - Estase sanguínea + contato com ar + adsorção de proteínas + hemoconcentração → maior coagulabilidade - É preciso utilizar mecanismos que promovam a anticoagulação. - Otimização: - Fluxo adequado. - Ajuste da hemoconcentração. - Utilização de membranas biocompatíveis. - Em pacientes que não tenham coagulopatias prévias: HNF ou HBPM nos métodos intermitentes. - Nos métodos contínuos está indicada a anticoagulação regional com citrato que é um quelante do cálcio que inibe a cascata de coagulação em vários níveis. - Utilização de circuitos extracorpóreos favorece: alterações da cascata de coagulação, do fator tissular, dos leucócitos, da trombina e da agregação plaquetária. Clínica médica Bruna Marques Dadona 12. Lesão Renal Aguda - Suporte nutricional - LRA + Desnutrição proteico calórica = preditor independente de mortalidade intra-hospitalar. • Para cada litro de filtrado dialítico há perda de 0,2g de aminoácidos. - Aporte calórico recomendado: 20-30KKal/kg/dia. - Aporte proteico: - 0,8 a 1,0 g/kg/dia – pacientes com LRA sem diálise - 1 a 1,5 g/kg/dia – pacientes com LRA e em diálise - Máximo 1,7 g/kg/dia – pacientes em CRRT e/ou hipercatabólicos. 13. Quando iniciar a terapia renal substitutiva - Teoricamente: quanto mais cedo iniciada, mais precocemente os distúrbios serão corrigidos. - A literatura ainda não é concisa. - Muitos estudos em andamento. → PARA LEMBRAR (adaptado do KDGIO) 14. Terapia substitutiva renal - INDICAÇÕES - 1. SOBRECARGA VOLÊMICA - Balanço Hídrico Cumulativo progressivamente positivo - Congestão pulmonar e piora respiratória - 1ª Abordagem da hipovolemia = diuréticos furosemida 1 a 3 mg/Kg - Resposta inadequada = diálise - 2. HIPERPOTASSEMIA - alteração hidroeletrolítica mais indicativa de diálise - ↓ da excreção e ↓ à resposta de adaptação celular ao K+ - hiperpotassemia persistente após medidas = diálise - 3. ALTERAÇÕES ACIDOBÁSICAS - LRA → ACIDOSE METABÓLICA: - - Retenção de ácidos orgânicos - comprometimento na capacidade de produzir e regenerar HCO3 - ACIDOSE GRAVE: - Encefalopatia - Disfunção hemodinâmica (vasodilatação) - Depressão Miocárdica - 4. UREMIA Clínica médica Bruna Marques Dadona - MÉTODOS DIALÍTICOS - DIÁLISE PERITONEAL - HEMODIÁLISE – Classificada de acordo com o tempo de duração e fluxo de sangue e dialisato - ACESSO VASCULAR - 1ª escolha = veia jugular interna direita - 2ª escolha = veia femoral - 3ª escolha = veia jugular interna esquerda Última escolha = veia subclávia 15. Ajuste de droga - PACIENTES COM LRA APRESENTAM ALTERAÇÕES NO PERFIL FARMACOCINÉTICO DAS DROGAS, COM RELAÇÃO NA SUA ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, METABOLISMO E ELIMINAÇÃO - AS TERAPIAS DIALÍTICAS PODEM INFLUENCIAR SUBSTANCIALMENTE NO CLEARANCE DAS DROGAS - SEMPRE QUE POSSÍVEL AJUSTAR A DROGA PELO NÍVEL SÉRICO (Vancomicina e Aminoglicosídeos) - DOSES AJUSTADAS PELO CLEARENCE