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Presidenta da República 
Dilma Rousseff 
Ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão 
Miriam Belchior 
INSTITUTO BRASILEIRO 
DE GEOGRAFIA E 
ESTATÍSTICA - IBGE 
Presidenta 
Wasmália Bivar 
Diretor-Executivo 
Nuno Duarte da Costa Bittencourt 
ÓRGÃOS ESPECÍFICOS SINGULARES 
Diretoria de Pesquisas 
Marcia Maria Melo Quintslr 
Diretoria de Geociências 
Wadih João Scandar Neto 
Diretoria de Informática 
Paulo César Moraes Simões 
Centro de Documentação e Disseminação de Informações 
David Wu Tai 
Escola Nacional de Ciências Estatísticas 
Denise Britz do Nascimento Silva 
UNIDADE RESPONSÁVEL 
Diretoria de Pesquisas 
Coordenação de Contas Nacionais 
Roberto Luís Olinto Ramos 
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística - IBGE
Diretoria de Pesquisas
Coordenação de Contas Nacionais
Contas Nacionais
número 34
Sistema de Contas Nacionais
Brasil
2005-2009
Rio de Janeiro
2011
Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística - IBGE
Av. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil
ISSN 1415-9813 Contas Nacionais 
Divulga os resultados do Sistema de Contas Nacionais relativos às 
tabelas de recursos e usos, contas econômicas integradas, contas 
regionais do Brasil, produto interno bruto dos municípios e matriz 
de insumo-produto.
ISBN 978-85-240-4225-6 (CD-ROM)
ISBN 978-85-240-4224-9 (meio impresso)
© IBGE. 2011
Elaboração do arquivo PDF
Roberto Cavararo
Produção de multimídia
LGonzaga
Márcia do Rosário Brauns
Marisa Sigolo
Mônica Pimentel Cinelli Ribeiro
Roberto Cavararo
Capa
Marcos Balster Fiore e Renato Aguiar - Coordenação de 
Marketing/Centro de Documentação e Disseminação de 
Informações - CDDI
Apresentação 
Introdução
Panorama da economia brasileira
Análise dos principais resultados das Contas Nacionais 
Atividade econômica
Contas econômicas
Contas econômicas integradas 2000-2009
Contas econômicas integradas 2000-2009: detalhamento
da conta de uso da renda
Contas econômicas por setor institucional 2000-2009
1 - Contas econômicas, a preços correntes, segundo as contas,
operações e saldos - Total da economia - 2000-2009
2 - Contas econômicas, a preços correntes, segundo as contas, 
operações e saldos - Empresas não fi nanceiras - 2000-2009
3 - Contas econômicas, a preços correntes, segundo as contas, 
operações e saldos - Empresas fi nanceiras - 2000-2009
4 - Contas econômicas, a preços correntes, segundo as contas,
operações e saldos - Administração pública - 2000-2009
5 - Contas econômicas, a preços correntes, segundo as contas,
operações e saldos - Famílias - 2000-2009
Sumário
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
6 - Contas econômicas, a preços correntes, segundo as
contas, operações e saldos - Instituições sem fi ns 
de lucro a serviço das famílias - 2000-2009
7 - Contas econômicas, a preços correntes, segundo as
contas, operações e saldos - Resto do mundo - 2000-2009
Tabelas de recursos e usos 2000-2009
Taxas de crescimento do PIB em volume
Taxa de crescimento do PIB em volume acumulada entre dois
anos - Brasil - 1947-2009
Taxa geométrica média de crescimento do PIB em volume entre dois
anos - Brasil - 1947-2009
Tabelas sinóticas
1 - Economia Nacional - Conta de bens e
serviços - 2005-2009
2 - Economia Nacional - Contas de produção, renda e
capital - 2005-2009
3 - Economia Nacional - Conta das transações do resto do mundo
com a economia nacional - 2005-2009
4 - Componentes do Produto Interno Bruto sob as três
óticas - 2005-2009
5 - Produto Interno Bruto, Produto Interno Bruto per capita, 
população residente e defl ator - 2005-2009
6 - Variação em volume dos componentes do Produto Interno
Bruto pela ótica da despesa - 2005-2009
7 - Produto Interno Bruto - PIB e formação bruta de capital
fi xo - 2005-2009
8 - Componentes da formação bruta de capital a preços
correntes - 2005-2009
9 - Valor adicionado bruto constante e corrente, segundo as
classes e atividades - 2005-2009
10 - Participação no valor adicionado bruto a preços básicos, 
segundo as classes e atividades - 2005-2009
11 - Variação em volume do valor adicionado bruto a preços
básicos, segundo as classes e atividades - 2005-2009
12 - Variação de preços do valor adicionado bruto a preços
básicos, segundo as classes e atividades - 2005-2009
13 - Total de ocupações, segundo as classes e
atividades - 2005-2009
14 - Total de ocupações, por tipo de inserção no mercado de 
trabalho, segundo as classes e atividades - 2005-2009
Sumário _______________________________________________________________________________________ 
15 - Rendimento médio anual, em valor corrente, segundo
as classes e atividades - 2005-2009
16 - Principais agregados macroeconômicos das Contas
Nacionais, por setores institucionais - 2005-2009
17 - Principais relações das Contas Nacionais, por setor
institucional - 2005-2009
18 - Formação bruta de capital fi xo, segundo os setores
institucionais - 2005-2009
19 - Carga tributária e receita disponível, segundo as esferas
de governo - 2005-2009
20 - Receita tributária, por esferas de governo - 2005-2009
21 - Conta de produção, por setores institucionais, classes e
atividades, segundo a operação - 2005-2009
22 - Componentes do Produto Interno Bruto sob as três óticas,
valores correntes e constantes e variação de volume,
preço e valor - 2008-2009
Referências
Glossário
Convenções
- Dado numérico igual a zero não resultante
de arredondamento;
.. Não se aplica dado numérico;
... Dado numérico não disponível;
x Dado numérico omitido a fi m de evitar a individualização da 
informação;
0; 0,0; 0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de 
um dado numérico originalmente positivo; e
-0; -0,0; -0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de 
um dado numérico originalmente negativo.
O Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística - IBGE apresenta, nesta publicação, os resultados dos anos de 2005 a 2009 da 
série do Sistema de Contas Nacionais, elaborado de acordo com as 
recomendações do manual System of national accounts 19931 - SNA 
1993, com os resultados defi nitivos de 2009. As contas econômicas 
continuam sendo apresentadas através da Conta Econômica Integra-
da - CEI, quadro tradicionalmente publicado, onde são descritas as 
operações econômicas entre todos os setores institucionais para um 
ano determinado e que apresentam, para cada setor institucional, seus 
resultados de 2000 a 2009. Este grupo de tabelas possibilita uma visão 
da evolução das operações econômicas de cada setor. Desta forma, 
a CEI permite a visão da relação entre os setores institucionais, en-
quanto os quadros por setor a visão temporal sobre o comportamento 
individual dos setores.
A disponibilidade de dados estabelece o âmbito e a defasagem 
para cada versão do Sistema de Contas Nacionais. Como os resultados 
das pesquisas anuais do IBGE e da Declaração de Informações Econô-
mico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ, da Secretaria da Receita Federal, 
fontes primordiais para as estimações defi nitivas, são disponibilizados 
para a Coordenação de Contas Nacionais no mínimo 12 meses após 
o ano de referência dessas pesquisas, é necessário estabelecer um 
cronograma onde são divulgadas versões preliminares das contas e, 
posteriormente, as versões defi nitivas baseadas em uma base de dados 
1 Realizado sob a responsabilidade conjunta da Organização das Nações Unidas, Banco Mundial, 
Comissão das Comunidades Europeias (Statistical Offi ce of the European Communities - EUROSTAT), 
Fundo Monetário Internacional - FMI e Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvi-
mento (Organisation for Economic Co-Operation and Development - OECD).
Apresentação
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
ampliada. Desta forma, a cada ano, serão divulgados dois grandes grupos de contas: 
em março, uma versão agregada, preliminar,com dados do ano anterior estimada 
pela soma dos resultados do Sistema de Contas Trimestrais e, em novembro, a versão 
defi nitiva do Sistema de Contas Nacionais com as tabelas completas com dois anos 
de defasagem. A estimativa inicial apresentada em março é revista incorporando os 
resultados defi nitivos.
A versão anual preliminar com base no Sistema de Contas Trimestrais não 
incorpora os dados das pesquisas anuais do IBGE e da Declaração de Informações 
Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ, apresentando apenas dados do valor 
adicionado bruto para 12 atividades econômicas e os componentes da demanda fi nal 
a preços correntes e constantes do ano anterior. A versão defi nitiva incorpora essas 
fontes e apresenta uma Tabela de Recursos e Usos - TRU completa com 56 atividades 
econômicas e 110 produtos, a preços correntes e constantes do ano anterior, além 
das CEIs.
Marcia Maria Melo Quintslr
Diretora de Pesquisas
Introdução
Esta publicação apresenta os resultados defi nitivos de 2009 da Tabela de Recursos e Usos - TRU2, a preços correntes e a preços 
constantes do ano anterior, para 56 classes de atividades econômicas 
e 110 produtos. 
As informações apresentadas na TRU mostram os fl uxos de oferta 
e demanda dos bens e serviços e, também, a geração da renda e do 
emprego em cada atividade econômica. Os dados que compõem as 
Contas Econômicas Integradas, núcleo central do Sistema de Contas 
Nacionais, oferecem uma visão de conjunto da economia e descrevem 
seus fenômenos essenciais: produção, consumo e acumulação, forne-
cem, ainda, uma representação compreensível e simplifi cada, porém 
completa, deste conjunto de fenômenos e das suas inter-relações.
Consta desta publicação um conjunto adicional de 22 Tabelas 
Sinóticas, contendo os principais agregados anuais para a economia 
brasileira, abrangendo o período de 2005 a 2009. Essas tabelas são 
construídas através das informações provenientes, tanto das TRUs 
quanto das CEIs3.
Os resultados das tabelas complementares permitem, ao leitor, 
identifi car as principais grandezas macroeconômicas calculadas no 
Sistema de Contas Nacionais do Brasil. Com essas tabelas, pode-se, 
para cada ano, obter as informações agregadas para o conjunto da 
economia nacional sobre a magnitude do Produto Interno Bruto - PIB; a 
2 Na publicação impressa, as TRUs estão disponíveis na desagregação com 12 atividades econômicas 
e 12 produtos. As TRUs com 56 atividades e 110 produtos estão disponíveis no portal do IBGE, na 
Internet, no endereço: <http://www.ibge.gov.br>.
3 A série completa das tabelas do Sistema de Contas Nacionais, desde 2000, é divulgada no CD-ROM 
que acompanha esta publicação.
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
composição da oferta e da demanda agregada; a geração, distribuição e uso da renda 
nacional; a acumulação de capital; a capacidade ou necessidade de fi nanciamento; as 
transações correntes com o resto do mundo; a composição do PIB, segundo as três óti-
cas (produção, despesa e renda); a população, emprego e renda per capita; a evolução 
da carga tributária; e outras informações sobre os agregados macroeconômicos.
A seguir, são descritas as cinco primeiras tabelas que sintetizam os resultados 
das TRUs. Elas facilitam a compreensão da articulação das Contas das Atividades 
Econômicas (Tabelas de Recursos e Usos) com as Contas dos Setores Institucionais 
(Contas Econômicas Integradas).
Tabela 1 - Economia nacional - Conta de bens e serviços. Apresenta os agrega-
dos de oferta e demanda da economia nacional, calculados anualmente. Esta tabela 
apresenta, para o total da economia nacional, os agregados referentes à oferta de 
bens e serviços (valor bruto da produção, mais importações, a preços básicos, os 
impostos e subsídios sobre produtos), o consumo intermediário e os componentes 
de demanda fi nal, a preços de consumidor4.
Nesta tabela, os recursos (produção, importação, impostos e subsídios a 
produtos) são registrados à esquerda, enquanto os usos (consumo intermediário, 
despesa de consumo fi nal, formação bruta de capital fi xo, variação de estoques e 
exportação) à direita, o que a mantém integrada com o corpo da Conta Econômica 
Integrada - CEI.
Esta tabela representa a identidade do Sistema de Contas Nacionais, onde o total 
da oferta de bens e serviços deve ser alocado em um determinado uso. É possível, 
também, examinar a composição do PIB por duas das três óticas: a) Ótica da produ-
ção: PIB = (Valor Bruto da Produção – Consumo Intermediário) + Impostos – Subsídios;
e b) Ótica da despesa: PIB = Consumo Final + Formação Bruta de Capital Fixo + Varia-
ção de estoques + Exportações – Importações.
Tabela 2 - Economia nacional - Contas de produção, renda e capital. Apresenta 
os resultados das contas de produção, da renda e de acumulação. Seus resultados 
são decompostos por atividade econômica nas TRUs e por setor institucional nas 
contas econômicas (Contas Econômicas Integradas e Contas Econômicas por Setor 
Institucional).
Tabela 3 - Economia nacional - Conta das transações do resto do mundo com 
a economia nacional. Apresenta os valores relativos às transações efetuadas pelos 
agentes econômicos residentes no País com os não residentes (defi nidos nas Contas 
Nacionais como resto do mundo). Por coerência com o corpo da CEI os usos são 
representados à esquerda e os recursos à direita.
Como as operações nesta conta são registradas na perspectiva do resto do 
mundo, as exportações brasileiras, assim como as demais receitas registradas no 
Balanço de Pagamentos, são classifi cadas como usos dos agentes residentes no 
exterior. As importações e demais despesas, dos agentes econômicos residentes no 
Brasil, são consideradas como recursos do resto do mundo. Por esse motivo, esta 
4 A demanda de consumo fi nal é igual à soma do consumo das famílias, mais o consumo do governo, mais o consumo 
das instituições sem fi ns de lucro a serviço das famílias, mais a formação bruta de capital fi xo, mais a variação de esto-
ques, mais as exportações. 
Introdução ____________________________________________________________________________________ 
conta é considerada uma conta-espelho das Contas Nacionais, isto é, uma conta que 
refl ete as transações do resto do mundo com a economia nacional.
Tabela 4 - Componentes do Produto Interno Bruto sob as três óticas. Apresenta 
as três óticas básicas das Contas Nacionais: produção, despesa e renda.
Tabela 5 - Produto Interno Bruto, Produto Interno Bruto per capita, população 
residente e defl ator. Esta tabela relaciona os agregados macroeconômicos constituintes 
do PIB com a população para estimar o seu valor anual per capita, medido a preços 
correntes e a preços constantes do ano anterior.
Ao fi nal, é apresentado um conjunto de mais 17 tabelas (Tabela 6 a Tabela 22) com 
o detalhamento e complementação das informações contidas nas tabelas acima.
A construção das contas econômicas consiste na montagem de uma sequência 
de contas de fl uxos inter-relacionadas e, ao mesmo tempo, articuladas com as contas 
de patrimônio (estoques), detalhadas segundo os setores institucionais5 (empresas 
fi nanceiras, empresas não fi nanceiras, administração pública, famílias e instituições 
sem fi ns de lucro a serviço das famílias). Estas contas mostram, também, as relações 
entre a economia nacional e o resto do mundo, e são apresentadas em três grandes 
subconjuntos:
1. Contas correntes (produção, distribuição e uso da renda);
2. Contas de acumulação (capital e fi nanceira); e
3. Contas de patrimônio (ativos e passivos de abertura e fechamento).
As contas econômicas, atualmente publicadas para o Brasil, apresentam os 
resultados das contas correntes e da conta de capital.
A apresentação detalhada das TRUs e das CEIs está disponível na Série Rela-
tórios Metodológicos6. 
Esta publicação está dividida em três seções, além desta introdução. A pri-
meira consiste em um breve panorama da economia brasileiraem 2009, destacan-
do os principais indicadores econômicos do ano. Em seguida, são apresentados e 
comentados os resultados das Contas Nacionais por atividade econômica e setor 
institucional. Por fim, um conjunto de 22 Tabelas Sinóticas detalha o Sistema de 
Contas Nacionais brasileiro.
5 As unidades institucionais são unidades econômicas capazes de possuir ativos e contrair passivos por sua própria conta, 
caracterizadas por autonomia de decisão e unidade patrimonial. Elas são grupadas para formar os setores institucionais, 
atendendo as suas funções, comportamento e objetivos principais.
6 Para informações complementares, consultar a publicação: SISTEMA de contas nacionais do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: 
IBGE, 2008. 156 p. (Série relatórios metodológicos, v. 24). Acompanha 1 CD-ROM. Disponível em: <http://www.ibge.gov.
br/home/estatistica/economia/contasnacionais/2008/SRM_contasnacionais.pdf>. Acesso em: set. 2011.
Panorama da economia brasileira
A
pós crescer 4,7%, em volume, em média, durante o período de 
2004 a 2007 e expandir em 5,2% em 2008, o Produto Interno 
Bruto – PIB da economia brasileira teve, em 2009, queda de 0,3% em 
relação ao ano anterior. Em valores correntes, o resultado alcançado 
foi de R$ 3 239 bilhões, e o defl ator do PIB, 7,2%. Neste período, o PIB 
per capita atingiu R$ 16 917,66, o que representa uma redução, em 
volume, de 1,3% em relação ao observado no ano anterior. 
O PIB registrou queda nos três primeiros trimestres de 2009, reto-
mando trajetória de crescimento apenas no último trimestre do ano. De 
janeiro a setembro, o PIB caiu, em volume, 2,5% em comparação com 
o mesmo período de 2008. O PIB do quarto trimestre de 2009, cresceu 
5,0% em relação ao último trimestre do ano anterior7. Ao longo de todo 
o ano de 2009, o desempenho do PIB brasileiro foi infl uenciado pela 
evolução da crise econômica internacional, cujos efeitos foram visíveis, 
em maior ou menor grau, em todas as atividades econômicas.
O quarto trimestre de 2008 foi marcado pela infl exão do am-
biente econômico internacional. O crescimento que caracterizou os 
anos anteriores deu lugar a um cenário de crise econômica global, 
considerada a maior desde a Grande Depressão de 1929. Em 2009, o 
PIB da economia mundial registrou variação negativa, em volume, de 
0,5% em relação ao ano anterior. De 2004 e 2008, o crescimento anual 
médio havia sido de 4,6%8.
7 Resultados preliminares obtidos a partir das Contas Nacionais Trimestrais.
8 Dados internacionais obtidos no relatório: WORLD economic outlook: April 2011: tensions from the 
two-speed recovery: unemployment, commodities and capital fl ows. Washington, D.C.: International 
Monetary Fund - IMF, 2011. 221 p. (World economic and fi nancial surveys). Disponível em: <http://
www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2011/01/pdf/text.pdf>. Acesso em: jul. 2011.
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
Embora suas origens remontem ao ano de 2007, foi em setembro de 2008 que 
a crise fi nanceira se aprofundou e adquiriu escala mundial, quando problemas de 
insolvência envolvendo algumas das mais importantes instituições fi nanceiras dos 
Estados Unidos e Europa desencadearam uma crise de confi ança contra o sistema 
fi nanceiro global.
Os efeitos decorrentes da crise foram vistos ao longo de todo o ano de 2009. O 
fl uxo líquido de capitais privados destinados a economias emergentes e em desen-
volvimento, que em 2007 havia sido de US$ 694,7 bilhões e que caíra para US$ 230,3 
bilhões no ano seguinte, manteve-se neste patamar e totalizou US$ 236,6 bilhões em 
2009. O comércio internacional de bens e serviços, que de 2004 a 2008 apresentava 
expansão anual média de 7,5%, em volume, teve queda de 10,9% em 2009, como 
visto no Gráfi co 1. 
Gráfico 1 - Taxa de variação em volume do comércio
 internacional de bens e serviços - 2003-2009
% a.a.
2,7
-10,9
10,8
7,7
7,5
8,7
5,6
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Fonte: Summary of world trade volume and prices. In: World economic outlook: April 2011: 
tensions from the two-speed recovery: unemployment, commodities and capital flows. 
Washington, D.C.: International Monetary Fund - IMF, 2011. (World economic and financial 
surveys). Disponível em: <http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2011/01/pdf/text.pdf>. 
Acesso em: nov. 2011.
Com a retração dos fl uxos de comércio e de capitais e a desaceleração do 
crédito, os efeitos da crise fi nanceira sobre a atividade econômica foram sentidos ao 
redor do mundo, em especial nas economias avançadas. Em 2009, Japão, Zona do 
Euro e Estados Unidos registraram queda, em volume, do PIB de 6,3%, 4,1% e 2,6%, 
respectivamente. O PIB do grupo das economias avançadas caiu 3,4% no ano, após 
ter apresentado crescimento anual médio de 2,3% de 2004 a 2008.
Embora o núcleo da crise internacional estivesse concentrado nas economias 
avançadas, seus efeitos alcançaram também os países emergentes e em desenvolvi-
mento. No ano de 2009, o PIB das economias emergentes registrou expansão de 2,7% 
em relação ao ano anterior. Cabe destacar que o crescimento econômico médio deste 
grupo de países de 2004 a 2008 havia sido de 7,6%, como observado no Gráfi co 2.
Panorama da economia brasileira _________________________________________________________________ 
O cenário externo de crise trouxe implicações para a política econômica no 
Brasil. Ao longo de 2009, implantou-se uma série de iniciativas nos campos monetário 
e fi scal com o objetivo de incentivar a demanda agregada da economia.
Após sofrer elevações sucessivas no ano de 2008, a taxa básica de juros (SELIC)9 foi 
reduzida nos primeiros oito meses de 2009, passando de 13,7% ao ano, em janeiro, para 8,7% 
ao ano, em agosto, estabilizando-se neste patamar nos meses seguintes, como pode ser visto 
no Gráfi co 3. Resultado deste ciclo de queda, a média anual da SELIC, em 2009, foi inferior 
à média observada em 2008 (10,1% ao ano contra 12,4% ao ano, respectivamente)10.
%
Mundo
Economias
avançadas
Economias emergentes
e em desenvolvimento
Fonte: Summary of world trade volume and prices. In: World economic outlook: April 2011:
tensions from the two-speed recovery: unemployment, commodities and capital flows.
Washington, D.C.: International Monetary Fund - IMF, 2011. (World economic and financial
surveys). Disponível em: <http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2011/01/pdf/text.pdf>.
Acesso em: nov. 2011.
Gráfico 2 - Taxa média de variação em volume do PIB em 
relação à média do ano anterior - 2003-2009
0,2
-3,4
6,1
2,7
3,6
4,9 4,6
5,2 5,4
2,9
-0,5
1,9
3,1 2,7 3,0 2,7
7,3
8,2 8,8
6,2
7,5
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
%
Fonte: Séries temporais. Mercados financeiros e de capitais. Indicadores do mercado
financeiro. Taxas de juros. In: Banco Central do Brasil. SGS - Sistema Gerenciador de Séries
Temporais. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/
localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries>. Acesso em: jul. 2011.
Gráfico 3 - Meta da taxa de juros do Sistema Especial de 
Liquidação e Custódia - SELIC - Brasil - 2008-2009
12,7
11,1
9,5
11,211,2
11,4
12,9
12,1
13,7 13,7
8,7 8,7 8,7
ja
n
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8
fe
v/
08
m
ar
/0
8
ab
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2008 2009
9 Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC.
10 Para informações complementares, consultar: SÉRIES temporais. Mercados financeiros e de capitais. Indicadores 
do mercado financeiro. Taxas de juros. In: BANCO CENTRAL DO BRASIL. SGS - Sistema Gerenciador de Séries 
Temporais. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?
method=prepararTelaLocalizarSeries>. Acesso em: jul. 2011.
 _____________________________________________________________Sistemade Contas Nacionais 2005-2009
Além da redução da taxa de juros, a oferta de crédito em 2009 foi infl uenciada por 
outras medidas de incentivo, como a diminuição do depósito compulsório (adotada ainda 
no último trimestre de 2008), a redução da taxa de juros de longo prazo (TJLP) usada nos 
empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, a 
ampliação das linhas de crédito dos bancos públicos e o aumento do crédito consignado. 
Assim, em 2009 o estoque total de crédito do sistema fi nanceiro, incluídas as operações 
com recursos livres e direcionados, cresceu 20,3% em relação ao ano anterior. Destaque 
para as operações com recursos direcionados (31% do total em 2009), que registraram 
crescimento de 28,7% no período. As operações com recursos livres (69% do total em 
2009), por sua vez, se expandiram em 17,0%11.
As medidas monetárias de enfrentamento à crise somaram-se outras no campo 
fi scal, com destaque para a adoção de impostos e contribuições sociais (IPI, PIS e COFINS) 
reduzidos para diversos produtos, a desoneração das importações de bens de capital e a 
expansão dos investimentos dos governos e empresas estatais (Quadro 1). 
Apesar do ciclo de queda dos juros, ao longo de 2009 o real apresentou tendência 
de valorização frente ao dólar. Após sofrer brusca desvalorização no último trimestre 
de 2008, auge da crise, a taxa de câmbio nominal manteve-se em torno de R$ 2,30 
por dólar no primeiro trimestre de 2009. A partir daí, seguiu trajetória declinante até 
outubro, quando atingiu R$ 1,74 por dólar, estabilizando-se neste patamar até o fi nal 
do ano (Gráfi co 4)12. 
Produto Período Tipo de desoneração
 Automóveis, caminhões e motocicletas Janeiro a dezembro IPI reduzido
 Motocicletas Março a dezembro PIS/Cofins reduzidos
 Materiais de construção Março a dezembro IPI reduzido
 Eletrodomésticos (linha branca) Abril a dezembro IPI reduzido
 Máquinas e equipamentos Junho a dezembro IPI reduzido
 Máquinas e equipamentos Julho a dezembro Imposto de importação reduzido
 Artigos de informática Julho a dezembro Imposto de importação reduzido
 Artigos de telecomunicações Julho a dezembro Imposto de importação reduzido
Fonte: Brasil. Secretaria da Receita Federal. Resultado da arrecadação. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://
www.receita.fazenda.gov.br/Historico/Arrecadacao/ResultadoArrec/default.htm>. Acesso em: jul. 2011
Quadro 1 - Principais incentivos fiscais - 2009
11 Para informações complementares, consultar: SÉRIES temporais. Indicadores de crédito. In: BANCO CENTRAL DO BRA-
SIL. SGS - Sistema Gerenciador de Séries Temporais. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <https://www3.bcb.gov.br/sgspub/
localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries>. Acesso em: jul. 2011.
12 Para informações complementares, consultar: SÉRIES temporais. Setor externo. Taxas de câmbio. In: BANCO CENTRAL 
DO BRASIL. SGS - Sistema Gerenciador de Séries Temporais. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <https://www3.bcb.gov.br/
sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries>. Acesso em: jul. 2011.
Panorama da economia brasileira _________________________________________________________________ 
Apesar da valorização observada na maior parte do ano, a média da taxa de 
câmbio nominal passou de R$ 1,83 para R$ 2,00 por dólar de 2008 para 2009 – depre-
ciação de 8,9%. Já no que se refere à taxa de câmbio real, o indicador apresentou, em 
2009, desvalorização de 0,6% em relação a uma cesta de 13 moedas, na comparação 
com o ano de 200813.
A evolução da taxa de câmbio refl ete o comportamento do Balanço de Pagamen-
tos que, em 2009, acumulou saldo positivo de US$ 46,7 bilhões. Este resultado, que no 
ano anterior havia sido de US$ 3,0 bilhões, foi infl uenciado pela intensifi cação do fl uxo 
de capitais para a economia brasileira, em especial na segunda metade do ano. 
De acordo com os registros do Balanço de Pagamentos, em 2009 os investi-
mentos, empréstimos, transferências e fi nanciamentos oriundos do resto do mundo 
totalizaram US$ 71,3 bilhões (Gráfi co 5). Este resultado foi particularmente infl uenciado 
pelo ingresso de investimentos estrangeiros em carteira, que encerrou o ano de 2009 
em US$ 46,2 bilhões. Deste montante, US$ 43,9 bilhões, o equivalente a 95% do total, 
foram registrados apenas no segundo semestre do ano14. Com o objetivo de atenuar 
a valorização do real decorrente deste processo, em outubro iniciou-se a cobrança de 
Imposto sobre Operações Financeiras - IOF dos investimentos estrangeiros na bolsa 
de valores e em títulos públicos15.
Gráfico 4 - Cotação do dólar (R$/US$) - média mensal entre 
preço de compra e preço de venda - 2008-2009
1,61
1,80
2,17
2,27
2,31
2,21
1,75
2,39
1,77
1,73
1,69
1,62
1,96
1,84
1,74
2008 2009
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Fonte: Séries temporais. Setor externo. Taxas de câmbio. In: Banco Central do Brasil. 
SGS - Sistema Gerenciador de Séries Temporais. Brasília, DF, 2011. Disponível em: 
<https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararT
elaLocalizarSeries>. Acesso em: jul. 2011.
13 A Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior - FUNCEX utiliza o Índice de Preços por Atacado Amplo - IPA, da 
Fundação Getulio Vargas - FGV, como defl ator para a taxa de câmbio. Para informações complementares, consultar a 
publicação: BOLETIM DE COMÉRCIO EXTERIOR FUNCEX. Rio de Janeiro: Fundação Centro de Estudos do Comércio 
Exterior - FUNCEX, ano 15, n. 1, jan. 2011. Disponível em: <http://www.funcex.org.br/publicacoes/boletins/destaque.asp>. 
Acesso em: jul. 2011.
14 Para informações complementares, consultar: SÉRIES temporais. Tabelas especiais. Balanço de pagamentos. In: BANCO 
CENTRAL DO BRASIL. SGS - Sistema Gerenciador de Séries Temporais. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <https://www3.
bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries.> Acesso em: jul. 2011.
15 Para informações complementares, consultar: SÉRIES temporais. Tabelas especiais. Balanço de pagamentos. In: BANCO 
CENTRAL DO BRASIL. SGS - Sistema Gerenciador de Séries Temporais. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <https://www3.
bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries.>. Acesso em: jul. 2011.
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
A entrada de investimento estrangeiro direto (IED), por sua vez, encerrou 
o ano com uma queda de 42,4% em relação ao ano anterior, quando totalizou 
US$ 45,1 bilhões. Em 2009, o IED fi cou em US$ 25,9 bilhões.
O ingresso de capitais do resto do mundo compensou o défi cit na conta de 
transações correntes, que fechou o ano com saldo negativo de US$ 24,3 bilhões. Na 
comparação da média de 2009 com a média do ano anterior, as exportações brasileiras 
de bens e serviços apresentaram variação negativa de 9,1%, enquanto as importa-
ções caíram 7,6%. Assim, o volume de reservas internacionais em moeda estrangeira 
aumentou de US$ 193,7 bilhões para US$ 238,5 bilhões no período16.
Em relação ao comportamento dos preços na economia em 2009, a infl ação, 
segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, do IBGE, de janeiro 
a dezembro acumulou 4,3%, fi cando, portanto, abaixo do centro da meta de infl ação 
estabelecida pelo Comitê de Política Monetária - COPOM, do Banco Central do Brasil, 
em 4,5%. Já na comparação da média de preços de 2009 com a média do ano anterior, 
conceito empregado em Contas Nacionais, a variação do IPCA foi de 4,9%.
Os principais indicadores analisados nesta seção para os anos de 2007 a 2009 
são sintetizados na Tabela 1. A tabela acrescenta também os resultados paraoutras 
variáveis derivadas do Sistema de Contas Nacionais, que serão objeto de análise nas 
seções seguintes.
1 000 000 US$
Gráfico 5 - Balanço de Pagamentos - ingresso líquido de 
investimentos estrangeiros - 1998-2009
-10 000
 0
10 000
20 000
30 000
40 000
50 000
60 000
70 000
80 000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Investimento 
estrangeiro direto (IED) 
Investimento 
estrangeiro em carteira
Fonte: Séries temporais. Tabelas especiais. Balanço de pagamentos. In: Banco Central 
do Brasil. SGS - Sistema Gerenciador de Séries Temporais. Brasília, DF, 2011. Disponível 
em: <https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=
prepararTelaLocalizarSeries.> Acesso em: jul. 2011.
16 Para informações complementares, consultar: SÉRIES temporais. Tabelas especiais. Balanço de pagamentos. In: BANCO 
CENTRAL DO BRASIL. SGS - Sistema Gerenciador de Séries Temporais. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <https://www3.
bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries.> Acesso em: jul. 2011.
Panorama da economia brasileira _________________________________________________________________ 
2007 2008 2009
Produção e fluxos de comércio e capitais
 PIB mundial (variação % em volume) (1) 5,4 2,9 (-) 0,5
 Comércio internacional de bens e serviços (variação % em volume) (1) 7,5 2,7 (-) 10,9
 Fluxo líquido de capitais privados para economias emergentes
 (1 000 000 000 US$) (1)
694,7 230,3 236,6
Produção e renda
 Produção
 PIB (variação % em volume) 6,1 5,2 (-) 0,3
 PIB (1 000 000 000 R$) 2.661 3.032 3.239
 PIB per capita (R$) 14 183,11 15 991,55 16 917,66
 Ótica da produção (variação % em volume)
 Valor adicionado bruto da agropecuária 4,8 6,3 (-) 3,1
 Valor adicionado bruto da indústria 5,3 4,1 (-) 5,6
 Valor adicionado bruto dos serviços 6,1 4,9 2,1
 Ótica da demanda (variação % em volume)
 Despesa de consumo final 5,8 5,0 4,1
 Formação bruta de capital fixo - FBCF 13,9 13,6 (-) 6,7
 Exportação de bens e serviços 6,2 0,5 (-) 9,1
 Importação de bens e serviços 19,9 15,4 (-) 7,6
 Renda, poupança e investimento (%)
 Poupança/PIB 18,1 18,8 15,9
 Taxa de investimento - FBCF/PIB 17,4 19,1 18,1
 Poupança/renda disponível bruta 18,4 19,2 16,2
 Taxa de autofinanciamento - poupança/FBCF 103,7 98,2 88,0
 Remuneração/PIB 41,3 41,8 43,6
 Excedente operacional bruto + rendimento misto bruto/PIB 43,4 42,0 41,3
 Necessidade de financiamento/PIB (-) 0,2 (-) 1,9 (-) 1,9
Setor externo
 Saldo em transações correntes (1 000 000 000 US$) (2) 1,6 (-) 28,2 (-) 24,3
 Grau de abertura da economia: (importações + exportações)/PIB (%) 25,2 27,1 22,1
 Investimento estrangeiro direto - IED (1 000 000 000 US$) (2) 34,6 45,1 25,9
 Investimento estrangeiro em carteira (1 000 000 000 US$) (2) 48,1 (-) 0,8 46,2
 Reservas internacionais (1 000 000 000 US$) (2) 180,3 193,8 238,5
Política monetária, câmbio e preços
 IPCA (%) (3) 3,6 5,6 4,9
 Taxa de juros SELIC (%) (2) 12,0 12,4 10,1
 Taxa de câmbio (R$/US$) (2) 1,95 1,83 2,00
Trabalho
 Variação do número de ocupações (%) 1,6 1,6 0,4
Finanças públicas (%)
 Carga tributária bruta - [impostos + contribuições]/PIB (4) 34,7 34,9 33,7
 Carga tributária líquida/PIB (5) 19,9 20,5 18,5
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
(1) Dados obtidos do Fundo Monetário Internacional - FMI. (2) Dados obtidos do Banco Central do Brasil. (3) Média dos 
preços no ano, contra média do ano anterior. (4) Não inclui as contribuições sociais imputadas. (5) Desconta, da carga 
tributária bruta, subsídios, benefícios e transferências às instituições privadas sem fins lucrativos.
Economia mundial
Economia nacional
Tabela 1 - Visão sintética do panorama econômico, mundial e nacional,
segundo os principais indicadores - 2007-2009
Principais indicadores
Visão sintética do
panorama econômico
O objetivo desta seção é apresentar uma síntese do desempenho da economia brasileira no ano de 2009 sob a perspectiva dos 
resultados do Sistema de Contas Nacionais. As Tabelas de Recursos e 
Usos apresentam os dados que permitem as análises por atividades 
econômicas e produtos, enquanto os dados das Contas Econômicas 
Integradas servem de base para o recorte por setor institucional.
Atividade econômica
Ótica da produção17
O PIB variou -0,3% em 2009, após ter crescido 5,2% em 2008 
e 6,1% em 2007. Essa desaceleração, iniciada no quarto trimestre de 
2008, não se deu de maneira uniforme entre os setores da atividade 
econômica. A Indústria, afetada pela redução do nível dos estoques em 
relação ao período pré-crise e pela queda de 6,7% na formação bruta 
de capital fi xo, apresentou uma queda em volume de 5,6%, perdendo 
1,1% de participação no valor adicionado total da economia. O grupo 
Serviços, no entanto, cresceu 2,1%, com destaque para o crescimento 
das atividades Intermediação fi nanceira (7,8%) e Outros serviços (3,2%), 
essa última devido à manutenção das despesas de consumo fi nal pelas 
famílias. Ainda no grupo Serviços destaca-se, também, o crescimento 
do valor adicionado bruto gerado pela atividade Administração, saúde 
e educação públicas, de 3%. A atividade Agropecuária registrou queda 
Análise dos principais resultados 
das Contas Nacionais 
17 O PIB pode ser calculado segundo três óticas distintas: produção, despesa e renda. A ótica da 
produção mede a contribuição de cada atividade econômica para a geração do valor adicionado bruto 
que, somado aos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos, constitui o PIB. O PIB segundo as 
três óticas pode ser consultado na Tabela Sinótica 4.
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
em volume, de 3,1%, resultante da queda de 5% no valor adicionado bruto da Agri-
cultura e do crescimento de apenas 1% no grupo Pecuária e pesca.
Agropecuária – O valor adicionado bruto da Agropecuária apresentou redução 
de 3,1% em volume, em comparação ao ano de 2008, a primeira queda observada 
ao longo da nova série ajustada, iniciada em 1995. Esse fraco desempenho pode ser 
explicado, em parte, pela queda de produção e produtividade de alguns produtos da 
lavoura, decorrente das condições climáticas no ano de 2009 e pelas incertezas no 
cenário internacional.
De acordo com a Tabela 11, a atividade Agricultura, silvicultura e exploração fl orestal 
registrou decréscimo de 5,0% no valor adicionado bruto, em relação ano anterior. Segundo 
dados da pesquisa Produção Agrícola Municipal - PAM 2009, os principais produtos com 
queda expressiva no volume de produção em 2009 foram: algodão herbáceo (-27,3%); 
trigo em grão (-16,1%); milho em grão (-13,9%); café em grão (-12,8%); mandioca (-8,6%); 
e soja (-4,2%). Cabe ressaltar que o decréscimo da produção de café é decorrente do ciclo 
de baixa da bianualidade.
Por outro lado, o valor adicionado da atividade Pecuária e pesca cresceu 1,0%, 
em volume, no ano de 2009, taxa inferior aos 3,6% verifi cados em 2008. De acordo 
com a Pesquisa da Pecuária Municipal - PPM 2009, registraram-se variações positivas 
nos efetivos de bovinos (1,5%), suínos (3,3%) e aves (2,6%), comparativamente ao 
ano anterior. O aumento dos efetivos de aves desacelerou em 2009, após alcançar 
crescimento de 6,6% no ano anterior.
O crescimento inferior dos preços (de 12,8% em 2008 para 6,3% em 2009), asso-
ciado à queda em volume da Agropecuária, contribuíram para reduzir a participação 
da atividade no valor adicionado bruto da economia, que retornou ao mesmo patamar 
de 5,6% alcançado no ano de 2007.
Indústria – A redução, em volume, do investimento em 2009 afetou principal-
mente o crescimento das atividades atividades Fabricação de caminhões e ônibus 
(-29,7%), Fabricação de máquinas e equipamentos (-22,1%) e Material eletrônico e 
equipamentos de comunicação (-19,2%).
A queda em volume no investimentoem máquinas e equipamentos foi mais 
intensa do que a verifi cada em edifi cações. O valor adicionado bruto da atividade 
Construção civil – que havia crescido 7,9% em 2008 – caiu 0,7% em 2009. Essa queda, 
por sua vez, provocou uma redução na produção e no valor adicionado das atividades 
produtoras de insumos para a construção, tais como: cimento (-0,8%); vidro, concreto 
e cerâmica (-6,5%) e tintas (-2,1%).
No entanto, embora a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física - PIM-PF 
indique que em 2009 ocorreu uma queda no volume de produção dos principais in-
sumos para a Construção Civil18, a atividade não apresentou redução mais signifi ca-
tiva do ritmo de produção devido à utilização do estoque de materiais de construção 
acumulado durante o período anterior de altas taxas de crescimento.
18 A produção de insumos típicos para a Construção civil é o principal indicador utilizado para a análise da evolução 
conjuntural da atividade.
Análise dos principais resultados das Contas Nacionais _______________________________________________ 
Para estimular a cadeia da construção, retomar o ritmo dos investimentos e 
evitar demissões, foram efetuadas, no início de 2009, reduções nas alíquotas de IPI 
de insumos da construção. O volume de crédito direcionado destinado à habitação 
também aumentou 42%, alcançando o patamar médio de 72,5 bilhões de reais. Es-
sas medidas contribuíram para o desempenho da atividade fazendo com que o valor 
nominal da produção (formal e informal) se expandisse 17,4% em relação a 2008. O 
número total de ocupações manteve-se estável em aproximadamente 6,9 milhões 
de postos de trabalho (ocupações), mas dados da Pesquisa Anual da Indústria da 
Construção - PAIC referentes apenas às empresas formalmente constituídas apontam 
crescimento de 11% no número de empregados com vínculo, indicando a manutenção 
do processo de formalização do emprego na atividade.
A queda na demanda externa também contribuiu para o desempenho nega-
tivo da Indústria em 2009. As exportações de produtos industriais recuaram 12,2% 
em volume em 2009, com destaque para a redução nas exportações de máquinas e 
equipamentos (-38,1%), aeronaves (-24,8%), ferro gusa e ferro-ligas (-43,1%) e miné-
rio de ferro (-12,6%). As exportações de automóveis caíram 38,1% mas, nesse caso, 
a queda na demanda externa foi compensada pelo aumento da demanda interna 
impulsionada pelas medidas de incentivo adotadas pelo governo federal (redução 
do IPI e aumento do crédito), que permitiram que o volume do valor adicionado da 
atividade Automóveis, camionetas e utilitários permanecesse estável em 2009, com 
um crescimento de 0,2%.
As atividades Eletrodomésticos (6,6%), Perfumaria, higiene e limpeza (5,3%) e 
Alimentos e bebidas (0,4%), com desempenho fortemente relacionado ao consumo 
das famílias, foram benefi ciadas pelas medidas de sustentação do consumo, apre-
sentando crescimento em volume em 2009.
Serviços - O valor adicionado a preços básicos das atividades de Serviços apresen-
tou em 2009 variação positiva em volume de 2,1%, acima da média da economia (-0,3%), 
porém com crescimento menor do que o de 4,9% observado em 2008, quando já havia 
ocorrido queda sobre o ano anterior (2007).
A Tabela 3 apresenta as quinze atividades que compõem o grupo de Serviços, 
registrando suas respectivas variações percentuais em volume e contribuições rela-
tivas para a variação do grupo. 
Atividade construção civil
Valor corrente 
(1 000 000 R$)
 Total 146 783
Edificações 90 637
Obras de infra-estrutura 43 708
Serviços especializados para construção 12 438
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
Tabela 2 - Valor adicionado bruto da atividade construção civil - Brasil - 2009
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
Em p.p. Acumulada
 Serviços 2,1 2,1
1107 Serviços domésticos 9,0 0,2 0,2
0901 Intermediação financeira, seguros e previdência comple-
 mentar e serviços relacionados 7,8 0,8 1,0
1101 Serviços de manutenção e reparação 6,9 0,1 1,1
1202 Saúde pública 5,2 0,2 1,2
1106 Serviços prestados às famílias e associativas 4,3 0,1 1,4
1203 Administração pública e seguridade social 4,1 0,6 2,0
1102 Serviços de alojamento e alimentação 3,4 0,1 2,1
1001 Atividades imobiliárias e aluguéis 2,6 0,3 2,4
1103 Serviços prestados às empresas 1,7 0,1 2,5
1104 Educação mercantil 1,5 0,0 2,6
1105 Saúde mercantil 0,8 0,0 2,6
0801 Serviços de informação 0,8 0,0 2,6
1201 Educação pública (-) 0,7 (-) 0,0 2,6
0601 Comércio (-) 1,0 (-) 0,2 2,4
0701 Transporte, armazenagem e correio (-) 3,6 (-) 0,3 2,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
Tabela 3 - Variação em volume do valor adicionado bruto, 
Valor adicionado bruto
segundo as classes e atividades - 2009
Variação
(%)
Classes e atividades Contribuição
As maiores variações positivas foram nas atividades de Serviços domésticos 
(9%) e de Intermediação fi nanceira e seguros (7,8%). Na análise da contribuição relativa 
de cada atividade para a taxa de variação total, a Intermediação fi nanceira e seguros 
(0,8), a Administração pública (0,6) e os Serviços imobiliários/aluguel (0,3) acumulam 
1,7 ponto percentual dos 2,1% de crescimento.
O aumento no índice de volume dos Serviços domésticos se relaciona à expansão 
da ocupação com vínculo formal de trabalho na atividade, indicando ampliação da 
formalização nessas relações de trabalho, incentivada pelo benefício fi scal instituído 
aos empregadores pessoas físicas.
O crescimento do segmento de Intermediação fi nanceira (8,4%) e Seguros (3,9%) 
ratifi ca a tendência do setor nos últimos anos, bem como o efeito das medidas anticí-
clicas de combate à crise internacional: ampliação no volume total das linhas de crédito 
(aumento de 15,2% sobre 2008)19, desonerações fi scais, estabilidade na geração de 
emprego e crescimento da massa salarial. Dentre as medidas de crédito ressaltam-se 
os recursos disponibilizados para projetos habitacionais, de infraestrutura e de capital 
de giro, para pessoas jurídicas, e os de crédito consignado em folha de pagamento, 
aquisição de automóveis e habitacional, para as pessoas físicas. 
Ressaltam-se ainda, também pelo respectivo crescimento de volume, os Servi-
ços de manutenção e reparação (6,9%), em linha com o crescimento do comércio de 
veículos, e os de Saúde pública (5,2%).
19 Para informações complementares, consultar a publicação: BOLETIM DO BANCO CENTRAL DO BRASIL. Relatório 
anual 2009. Brasília, DF, v. 45, p. 51, 2009. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pec/boletim/banual2009/rel2009p.pdf>. 
Acesso em: set. 2011.
Análise dos principais resultados das Contas Nacionais _______________________________________________ 
Dentre as atividades de variação negativa, destaca-se a que agrega os serviços 
de Transporte, armazenagem e correio, com queda de 3,6% sobre o volume de 2008. 
Tal recuo está em linha com as quedas nos respectivos principais setores deman-
dantes – agropecuário, industrial e comércio – ainda sofrendo em 2009 os refl exos 
da crise mundial.
Comércio - A atividade do Comércio teve, em 2009, variação de -1%, em contraste 
aos 6,1% registrados em 2008. Esta redução contribuiu para a variação negativa da 
sua participação no valor adicionado dos Serviços, que saiu de 18,9% em 2008 para 
18,5% em 2009.
O índice de volume da atividade é composto pelas variações do comércio de 
veículos, de produtos farmacêuticos, de ambulantes/feirantes e o do conjunto das 
atividades atacadistas e varejistas, nele incluídos o comércio de combustíveis, mó-
veis e eletrodomésticos, supermercados, produtos de vestuário e tecidos, alimentos, 
bebidas e fumo.
 Os segmentos de comércio de veículos, produtos farmacêuticos e de ambu-
lantes/feirantes, mais associados ao consumo fi nal das famílias, tiveramvariações 
de volume positivas, em linha com o crescimento da massa salarial, maior acesso ao 
crédito e aumento do nível de emprego.
Por outro lado, o comércio atacadista/varejista, de maior peso na atividade do 
Comércio, apresentou queda, contrapondo os aumentos registrados nos produtos 
mais correlacionados ao consumo das famílias (comércio varejista, alimentos, artigos 
de uso pessoal e doméstico) às reduções verifi cadas no comércio atacadista. Vale 
observar que o comércio de tecidos, vestuário e calçados, ainda que mais voltado ao 
consumo das famílias, apresentou redução em 2009.
Ótica da despesa
A ótica da despesa é a que permite a análise do PIB de acordo com o destino 
dos bens e serviços que a economia do País põe à disposição dos usos fi nais. O PIB 
pela ótica da despesa, então, é igual à soma dos valores do consumo fi nal, da for-
mação bruta de capital e das exportações (descontado o valor dos bens e serviços 
importados). A formação bruta de capital é composta pela formação bruta de capital 
fi xo e pela variação de estoques da economia. 
Em 2009, o componente da demanda com maior crescimento foi o consu-
mo fi nal, com um crescimento de 4,1% em volume. O principal responsável por 
esse aumento foi o consumo das famílias, que cresceu 4,4%. Mesmo crescendo a 
um ritmo menor que o consumo das instituições sem fi ns de lucro a serviço das 
famílias, o consumo das famílias, por seu peso no total do consumo, foi o maior 
responsável pelo aumento nesse item.
O consumo – que em 2008 representou 79,1% do PIB – ganhou participação, 
passando a 82,3% do PIB em 2009. Nesse ano, o crescimento em volume foi de 4,1%. 
As famílias foram as principais responsáveis por esse aumento. A despesa das famílias 
com consumo fi nal cresceu 4,4% enquanto a da administração pública cresceu 3,1%. 
O aumento no consumo das famílias é coerente com o aumento de 3,3% na massa 
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
salarial real – segundo a Pesquisa Mensal de Emprego - PME, do IBGE – e com o au-
mento de 19,7%, em termos nominais, nas operações de crédito do sistema fi nanceiro 
para pessoa física, segundo dados do Banco Central do Brasil.
Na análise por bens e serviços consumidos, destacam-se o consumo de Inter-
mediação fi nanceira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados, 
com crescimento de 10,6%, e o de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana 
(6,5%). Por outro lado, os produtos Agropecuários e os Serviços de informação tiveram 
crescimentos menores: 2,6% e 1,2%, respectivamente.
Entre os bens e serviços com maiores aumentos de preço no consumo fi nal se 
destacam os Serviços de informação (9,6%) e as Atividades imobiliárias e aluguéis 
(8,1%). Os menores aumentos de preço foram os da Agropecuária (-1,2%) e Produção 
e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (3,2%).
Variação real anual (%)
2008 2009
 Total 5,2 (-) 0,3
Despesa de consumo final 5,0 4,1
 Despesa de consumo das famílias 5,7 4,4
 Despesa de consumo da administração pública 3,2 3,1
 Despesa de consumo das instituições sem fins de lucro a 
 serviço das famílias 4,0 5,7
Formação bruta de capital fixo 13,6 (-) 6,7
Exportação de bens e serviços 0,5 (-) 9,1
Importação de bens e serviços (-) 15,4 (-) 7,6
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
Componentes do Produto Interno Bruto pela ótica da despesa
Tabela 4 - Variação real anual dos componentes do Produto Interno Bruto 
pela ótica da despesa - 2008-2009
Formação bruta de capital fi xo
A formação bruta de capital fi xo na economia brasileira somou R$ 585,3 bilhões 
em 2009. Esse total representou um aumento em valor de 1,0% em comparação com o 
ano anterior, quando este componente da demanda correspondeu a R$ 579,5 bilhões. 
Entretanto, em termos de volume, verifi cou-se declínio de 6,7% em 2009, o único ano 
com variação negativa de volume no período de 2005 a 2009 (Tabela Sinótica 6). O 
resultado nominal positivo decorreu desta variação negativa no volume associada a 
um aumento médio de preços de 8,3% dos produtos que compõem o investimento.
A taxa de investimento, participação da formação bruta de capital fi xo no PIB, 
foi de 17,9% em 2009, uma redução de 0,9 ponto percentual em relação ao ano de 
2008. Essa queda alterou uma sequência de três anos consecutivos de crescimento 
na participação do PIB: em 2005 esse percentual foi de 16,2%, em 2006 de 16,8%, 
em 2007 de 17,6% e em 2008 de 18,8%. Apesar da interrupção desta sequência de 
crescimento, a participação de 17,9% do investimento no PIB em 2009 é a segunda 
maior desde o ano 2000.
Análise dos principais resultados das Contas Nacionais _______________________________________________ 
Em termos de participação relativa, dentre os produtos que compõem a a for-
mação bruta de capital fi xo, o grupo máquinas e equipamentos interrompe a trajetória 
de crescimento observada nos últimos anos passando de 56,7% em 2008 para 50,1% 
em 2009, o equivalente a R$ 293,4 bilhões. Em contrapartida as categorias construção 
e outros apresentaram um aumento na sua participação no investimento em 2009: 
construção passou de 36,3% para 42,3% e a categoria outros passou de 7,0% para 7,6% 
da formação bruta de capital fi xo.
No ano de 2009 houve uma queda de R$ 55 bilhões na variação de estoques da 
economia brasileira quando comparado ao ano anterior, passando de uma acumulação 
de R$ 48 bilhões em 2008 para uma variação negativa de R$ 7,5 bilhões. As principais 
oscilações foram verifi cadas nos produtos da indústria de transformação (-R$ 6,1 bi-
lhões), com destaque para os produtos alimentícios e bebidas, em que a variação de 
estoques alcançou R$ 4,3 bilhões negativos, além dos produtos de madeira, papel e 
derivados (-R$ 1,8 bilhão), refi no (-R$ 2,8 bilhões) e metalurgia e siderurgia (-R$ 3,3 
bilhões). Nos produtos da agricultura a queda em 2009 foi de R$ 1,4 bilhão. 
Em 2009, tanto exportações quanto importações registraram desaceleração no 
ritmo de crescimento. Os valores mais baixos das transações comerciais são explicados, 
principalmente, pela queda do volume dos bens exportados e importados (Tabela 5), 
uma vez que suas variações de preço foram relativamente menores. Pelo lado das 
exportações, destaque para a queda em volume de bens de capital (-41,5%) e bens de 
consumo duráveis (-32,0%). No que se refere ao volume importado, tiveram destaque 
as quedas das importações de bens e serviços intermediários (-11,9%) e de bens de 
capital (-8,7%), parcialmente contrabalançadas pela expansão das importações de 
bens e serviços de consumo não duráveis (22,3%). 
Em relação aos preços, a queda foi causada exclusivamente pelos bens e ser-
viços intermediários que têm uma participação relevante – cerca de 70% - tanto nas 
exportações quanto nas importações. 
Alguns dos principais produtos da pauta de exportação experimentaram queda 
acentuada dos preços, entre eles: petróleo (41%), produtos semi-acabados de aço 
(26%), produtos metalúrgicos (20%) e celulose (19%). Em contrapartida, as maiores 
altas de preços foram registradas para açúcar (28%) e peças e acessórios para veículos 
(14%). Nas importações, produtos químicos inorgânicos e petróleo apresentaram as 
maiores quedas nos preços (43% e 31% respectivamente), enquanto peças e acessórios 
para veículos tiveram alta de 12% em comparação com o ano anterior.
Dentre as classes de produtos, os básicos foram os que registraram o melhor 
desempenho na exportação em 2009, mesmo assim com uma queda de 15,2% contra 
o ano anterior. Os manufaturados encolheram 27,3% e os semimanufaturados 24,3% 
relação ao ano anterior20. A queda na evolução da corrente de comércio em 2009 
pode ser explicada basicamente por um dinamismo relativamente baixo das vendas 
externas de produtos manufaturados.
20 Para informações complementares, consultar a publicação: BOLETIM DE COMÉRCIOEXTERIOR FUNCEX. Rio de Janeiro: 
Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior - FUNCEX, ano 14, n. 1, jan. 2010.
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
2008
Valor 
corrente
Variação
de
volume
 (%)
 2009
A preços 
constantes 
do ano 
anterior
Variação
de
preço
 (%)
2009
Valor 
corrente
Variação
do
valor
 (%)
Exportação FOB 414 295,0 (-) 9,1 376 491,0 (-) 5,5 355 652,0 (-) 14,2
 Bens de capital 43 324,0 (-) 41,5 25 360,0 3,0 26 113,0 (-) 39,7
 Bens de consumo duráveis 12 982,0 (-) 32,0 8 834,0 6,6 9 413,0 (-) 27,5
 Bens e serviços de consumo não duráveis 59 618,0 0,1 59 657,0 2,4 61 111,0 2,5
 Bens de consumo semiduráveis 4 305,0 (-) 4,0 4 132,0 6,1 4 385,0 1,9
 Bens e serviços intermediários 294 066,0 (-) 5,3 278 508,0 (-) 8,6 254 630,0 (-) 13,4
Importação FOB (1) 408 534,0 (-) 7,6 377 494,0 (-) 4,4 360 847,3 (-) 11,7
 Bens de capital 49 052,0 (-) 8,7 44 764,0 1,1 45 237,0 (-) 7,8
 Bens de consumo duráveis 13 935,0 2,6 14 296,0 9,1 15 598,0 11,9
 Bens e serviços de consumo não duráveis 37 200,0 22,3 45 496,0 1,5 46 193,2 24,2
 Bens de consumo semiduráveis 6 015,0 8,0 6 495,0 3,5 6 720,0 11,7
 Bens e serviços intermediários 302 332,0 (-) 11,9 266 443,0 (-) 7,3 247 099,1 (-) 18,3
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
Nota: O comércio exterior de bens corresponde ao valor FOB (free on board ). 
(1) Os valores totais das importações de bens incluem estimativas de contrabando e energia elétrica importada de Itai-
pu. 
Categorias de uso
Exportação e importação de bens e serviços (1 000 000 R$)
Tabela 5 - Exportação e importação de bens e serviços, segundo as categorias de uso 
Brasil - 2008-2009
Ótica da renda 
A estrutura de repartição da renda gerada no processo de produção entre os 
fatores capital, trabalho e administrações públicas mostra crescimento na participa-
ção da remuneração dos empregados principalmente em decorrência do aumento 
de 11,2% nos salários nominais (Tabela Sinótica 22). Desta forma, o principal compo-
nente do fator trabalho atingiu, em 2009, a participação mais expressiva da década, 
43,6%, enquanto o rendimento misto caiu para 8,0%. A proporção da remuneração 
do fator capital, consubstanciada no excedente operacional bruto, permaneceu 
praticamente estável e a relativa às administrações públicas, 16,2%, caiu pouco 
chegando a 15,1% (Gráfi co 6).
Análise dos principais resultados das Contas Nacionais _______________________________________________ 
Em 2009, o total de ocupações, 96 647 139, manteve-se estável quando com-
parado a 2008 entretanto, dentre as formas de inserção no mercado de trabalho, 
houve majoração do número de empregados com vínculo formal (4,3%) e queda 
de trabalhadores autônomos e empregados sem vínculo formal de 1,5% e 3,5%, res-
pectivamente. Em relação aos grupamentos de atividades, os serviços respondiam 
por 62,1% do total de ocupações, a indústria por 20,5% e a agropecuária por 17,4% 
(Tabela Sinótica 14).
Apesar da estabilidade nas ocupações, o rendimento médio anual registrou ex-
pansão de 8,0%. A alta foi impulsionada pela indústria, cuja variação foi de 10,6%. Em 
2009, as indústrias de minério de ferro e construção civil apresentaram aumento dos 
rendimentos médios anuais mais elevados da década, 23,4% e 21,7% respectivamente. 
Nos serviços (6,9%) os maiores ganhos foram observados nos serviços domésticos 
(18,4%) e saúde pública (16,9%) e os menores nas atividades de comércio (3,1%) e 
intermediação fi nanceira, seguros e previdência e serviços relacionados (3,5%). Na 
agropecuária o rendimento médio cresceu 2,8% . 
Contas econômicas 
Procedimentos de elaboração
As contas econômicas registram, em cada linha, as operações econômicas, 
saldos e agregados, que representam a sequência de equações que retratam o fun-
cionamento da economia nacional. Iniciando na geração da renda, passando pela 
sua apropriação, distribuição e alcançando a utilização da renda nacional, quando se 
estima o consumo e a poupança da economia. Em seguida, são registrados os fl uxos 
relativos à acumulação de capital da economia, que permitem estimar a capacidade, 
ou necessidade de fi nanciamento da economia.
2005 2006 2007 2008
Remuneração dos empregados Excedente operacional bruto
Rendimento misto bruto
Impostos líquidos de subsídios
sobre a produção e importação
%
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. 
Gráfico 6 - Composição do Produto Interno Bruto pela 
ótica da renda - Brasil - 2005-2009
40
,1
40
,9
41
,3
41
,8
35
,2
34
,8
34
,4
33
,2
9,
4
9,
0
9,
0
8,
8
15
,4
15
,3
15
,2
16
,2
43
,6
33
,2
8,
0
15
,1
2009
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
Os fl uxos provenientes das equações de acumulação determinam o sentido 
(aumento ou diminuição) da variação dos ativos e passivos, os quais, quando articu-
lados com os registros de estoque referentes às contas de patrimônio de abertura e 
de fechamento da economia, permitem construir a conta de patrimônio da economia 
nacional. Esta última conta permite integrar as contas de fl uxo (corrente e de acumu-
lação) com a conta de estoque (de patrimônio).
Na Conta Econômica Integrada - CEI, estes registros são descritos na coluna 
central da tabela que representa todos os setores institucionais, de forma a tornar mais 
simples a compreensão da leitura das operações e contas, por setor institucional. A 
leitura desta tabela é feita a partir da coluna central21, segundo:
• os valores registrados nas colunas situadas à esquerda da coluna central 
indicam a utilização (usos menos diminuição) dada aos recursos, para cada 
setor institucional; e
• os valores registrados nas colunas situadas à direita da coluna central indicam 
a origem (recursos menos aumento), para cada setor institucional.
As exportações da economia nacional são registradas à esquerda da coluna cen-
tral, por representarem operações de uso para o resto do mundo. Já as importações 
da economia nacional são registradas à direita da coluna central, por constituírem 
recursos para o resto do mundo.
Convém observar que na montagem da tabela-síntese das CEI, as colunas de 
bens e serviços (construídas nas TRU, por atividade econômica) são colunas que 
funcionam como uma conta-espelho da conta dos setores institucionais. No lado dos 
usos, aparece a oferta de bens e serviços, e no dos recursos, aparece a demanda de 
bens e serviços.
Nas contas econômicas por setor institucional, cada tabela representa apenas 
um único setor. As operações são registradas em uma coluna inicial e os usos e 
recursos e suas respectivas operações passam a ser representados nas linhas. Com 
essa organização é possível apresentar nas colunas os valores das operações para 
os últimos anos.
O esquema apresentado, a seguir, mostra a desagregação das contas, por ope-
ração, para cada setor institucional.
Cada uma das contas de uma conta econômica (produção, geração, etc.) se 
relaciona com a conta seguinte através de um saldo (com código B.x), que é o resul-
tado entre a diferença entre os recursos e usos de cada conta. Por exemplo, a conta 
1, produção, se relaciona com a conta 2.1.1, geração da renda, através do valor adi-
cionado a preços básicos (B1) resultante da diferença entre o valor bruto da produção 
a preços básicos e o consumo intermediário a preços de consumidor.
A conta de produção (conta 1) mostra o resultado do processo de produção, 
consumo intermediário e seu saldo, o valor adicionado bruto.
21 Para informações complementares, consultar a publicação: BOLETIM DE COMÉRCIO EXTERIOR FUNCEX. Rio de Janeiro: 
Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior - FUNCEX, ano 14, n. 1, jan. 2010.
Análise dos principais resultados das Contas Nacionais _______________________________________________A conta de distribuição primária da renda (2.1) subdivide-se em duas subcontas: 
a conta de geração da renda (2.1.1) e a conta de alocação da renda primária (2.1.2). As 
rendas primárias são rendas recebidas pelas unidades institucionais por sua partici-
pação no processo produtivo ou pela posse de ativos necessários à produção.
A conta de geração da renda mostra como se distribui o valor adicionado bruto 
(saldo da conta 1) entre os fatores de produção trabalho e capital e as administrações 
públicas. Esta conta registra, do ponto de vista dos produtores, as operações de dis-
tribuição diretamente ligadas ao processo de produção.
Contas econômicas integradas
Contas correntes (1 000 000 R$) Contas correntes (1 000 000 R$)
Usos Recursos
 P.7 Importação de bens e serviços
 P.6 Exportação de bens e serviços
 P.1 Produção
 P.2 Consumo intermediário
 D.21-D.31
 Impostos, líquidos de 
subsídios, sobre produtos
 B.1
Valor adicionado 
bruto/Produto interno bruto
 B.11
Saldo externo de bens e 
serviços
2.1.1. 
Geração
da renda
Registros
correspon-
dentes à
Registros
correspon-
dentes à
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
Conta
do
resto
do
mun-
do
Contas
Conta
do
resto
do
mun-
do
Conta
de
bens
e
servi-
ços
(re-
cur-
sos)
1. Produ-
ção/conta
externa
de bens
e servi-
ços
1. Produ-
ção/conta
externa
de bens
e servi-
ços
Conta
de
bens
e
servi-
ços
(usos)
ContasOperações e saldosCódigos
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
Contas econômicas integradas
Contas correntes (1 000 000 R$) Contas correntes (1 000 000 R$)
Usos Recursos
 D.1
Remuneração dos 
empregados
 D.2-D.3 Impostos, líquidos de 
subsídios, sobre a produção e 
 B.2 Excedente operacional bruto
 B.3 Rendimento misto bruto 
(rendimento de autônomos)
Conta
do
resto
do
mun-
do
Conta
do
resto
do
mun-
do
Conta
de
bens
e
servi-
ços
(usos)
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
2.1.2. 
Alocação
da renda 
primária
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
Operações e saldosContas
Registros
correspon-
dentes à
Códigos
2.1.1. 
Geração
da renda
Registros
correspon-
dentes à
Contas
Conta
de
bens
e
servi-
ços
(re-
cur-
sos)
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
A conta de alocação da renda registra a parte restante da distribuição primária da 
renda, ou seja, as rendas de propriedade a pagar e a receber, bem como a remuneração 
dos empregados e os impostos, líquidos dos subsídios, a receber, respectivamente, pe-
las famílias e administrações públicas. Esta conta centra-se nas unidades institucionais 
residentes como recebedoras de rendas primárias mais do que como produtoras, cujas 
atividades geram rendas primárias.
A conta de distribuição secundária da renda (conta 2.2) mostra a passagem do 
saldo da renda primária de um setor institucional para renda disponível, após o rece-
bimento e pagamento de transferências correntes, exclusive as transferências sociais 
em espécie. Essa redistribuição representa a segunda fase no processo de distribuição 
da renda.
Contas econômicas integradas
Contas correntes (1 000 000 R$) Contas correntes (1 000 000 R$)
Usos Recursos
 D.4 Rendas de propriedade
2.1.2. 
Alocação
da renda 
primária
 B.5
Saldo das rendas primárias 
brutas/Renda nacional bruta
2.2. Dis-
tribuição
secun-
dária da
renda
Contas
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
Operações e saldosCódigos
Registros
correspon-
dentes à
Conta
do
resto
do
mun-
do
Conta
de
bens
e
servi-
ços
(usos)
Conta
de
bens
e
servi-
ços
(re-
cur-
sos)
2.1.2. 
Alocação 
da renda 
primária
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
Contas
Conta
do
resto
do
mun-
do
Registros
correspon-
dentes à
Contas econômicas integradas
Contas correntes (1 000 000 R$) Contas correntes (1 000 000 R$)
Usos Recursos
 D.5
Impostos correntes sobre a 
renda, patrimônio, etc.
 D.61 Contribuições sociais
 D.62 Benefícios sociais, exceto 
transferências sociais em 
 D.7 Outras transferências 
correntes
 B.6 Renda disponível bruta
 D.63 Transferências sociais em 
espécie
 B.7 Renda disponível bruta 
ajustada
2.2. Dis-
tribuição
secun-
dária da
renda
Conta
de
bens
e
servi-
ços
(usos)
Conta
do
resto
do
mun-
do
Contas
Registros
correspon-
dentes à
2.3. Redis-
tribuição 
da renda
em 
espécie
2.2. Dis-
tribuição
secun-
dária da
renda
Contas
Conta
do
resto
do
mun-
do
Conta
de
bens
e
servi-
ços
(re-
cur-
sos)
Registros
correspon-
dentes à
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
Operações e saldosCódigos
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
Análise dos principais resultados das Contas Nacionais _______________________________________________ 
A conta de redistribuição da renda em espécie (conta 2.3) leva à fase seguinte do 
processo de redistribuição da renda. Mostra como a renda disponível das famílias, das 
instituições sem fi ns de lucro a serviço das famílias e das administrações públicas se 
transforma em renda disponível ajustada, pela receita e pagamento de transferências 
sociais em espécie. As empresas fi nanceiras e não fi nanceiras não estão envolvidas 
nesse processo, por não receberem transferências em espécie.
A conta de uso da renda (conta 2.4) desdobra-se em conta de uso da renda 
disponível (conta 2.4.1) e conta de uso da renda disponível ajustada pelo valor das 
transferências em espécie (conta 2.4.2), de forma a explicitar a despesa de consumo 
e o consumo efetivo dos setores.
Contas econômicas integradas
Contas correntes (1 000 000 R$) Contas correntes (1 000 000 R$)
Usos Recursos
 B.6 Renda disponível bruta
 P.4 Consumo final efetivo
 P.3 Despesa de consumo final
 D.8 Ajustamento pela variação das 
participações líquidas das 
famílias nos fundos de 
pensões, FGTS e PIS/PASEP
 B.8 Poupança bruta
 B.12 Saldo externo corrente
 B.6 Renda disponível bruta
 P.3 Despesa de consumo final
 P.31 Despesa de consumo final 
indivuidual
 P.32 Despesa de consumo final 
coletiva
 D.8 Ajustamento pela variação das 
participações líquidas das 
famílias nos fundos de 
pensões, FGTS e PIS/PASEP
 B.8 Poupança bruta
 B.12 Saldo externo corrente
 B.6 Renda disponível bruta
 B.7 Renda disponível bruta 
ajustada
Ajustamento entre S7 e S6
 P.4 Consumo final efetivo
 P.41 Consumo final efetivo 
 P.42 Consumo final efetivo coletivo
 D.8 Ajustamento pela variação das 
participações líquidas das 
famílias nos fundos de 
pensões, FGTS e PIS/PASEP
 B.8 Poupança bruta
 B.12 Saldo externo corrente
2.4.1 Uso
da renda 
nacional 
dispo-
nível
2.4.1 Uso
da renda 
nacional 
dispo-
nível
2.4.2 Uso
da renda 
nacional 
dispo-
nível 
ajustada
2.4.2 Uso
da renda 
nacional 
dispo-
nível 
ajustada
2.4. Uso 
da renda
2.4. Uso 
da renda
Registros
correspon-
dentes à
Contas
Conta
de
bens
e
servi-
ços
(re-
cur-
sos)
Conta
do
resto
do
mun-
do
Conta
do
resto
do
mun-
do
Conta
de
bens
e
servi-
ços
(usos)
Registros
correspon-
dentes à
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
Códigos Operações e saldos
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
Contas
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
A conta de uso da renda disponível tem como objetivo mostrar como as fa-
mílias, as instituições sem fi ns de lucro a serviço das famílias e as administrações 
públicas alocam sua renda disponível em consumo e poupança. A partir da renda 
disponível bruta, as despesas de consumo aparecem sendo realizadas pelos setores 
que efetivamente despenderam os recursos. As despesas de consumo individual das 
administrações públicas e das instituições sem fi ns de lucro a serviço das famílias são 
as relativas às transferências sociais em espécie para as famílias.
A conta de uso da renda disponível ajustada parte da renda disponível ajustada, 
onde as transferências sociais foram recebidas, pelas famílias, das administrações 
públicas e das instituições sem fi ns de lucro a serviço das famílias. Assim, o consumodas famílias está acrescido das transferências sociais em espécie a fi m de se registrar 
o consumo fi nal efetivo.
A poupança que é o saldo fi nal das operações correntes constitui, naturalmen-
te, o ponto de partida da contas de acumulação. A conta de capital, primeira deste 
conjunto, registra as operações relativas às aquisições de ativos não fi nanceiros e 
às transferências de capital que implicam em redistribuição de riqueza; seu saldo é a 
capacidade/necessidade líquida de fi nanciamento.
Contas econômicas integradas
Variações de ativos
 B.8 Poupança bruta
 B.12 Saldo externo corrente
 P.51 Formação bruta de capital fixo
 P.52 Variação de estoques
 K.2 Aquisições líquidas de cessões
de ativos não-financeiros não-
produzidos
 D.9 Transferências de capital a 
receber
 D.9
Transferências de capital a 
pagar
 B.9 Capacidade (+)/Necessi-
dade (-) líquida de
financiamento
 B.10.1 Variações do patrimônio 
líquido resultantes de 
poupança e da transferência 
de capital
Variações de passivos e patri-
mônio líquido
Contas de acumulação
(1 000 000 R$)
Contas de acumulação
(1 000 000 R$)
3.1. 
Capital
3.1. 
Capital
Contas
Registros
correspon-
dentes à
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
Códigos
Conta
do
resto
do
mun-
do
Conta
de
bens
e
servi-
ços
(re-
cur-
sos)
Operações e saldos
Seto-
res
insti-
tucio-
nais
Registros
correspon-
dentes à
Contas
Conta
do
resto
do
mun-
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Conta
de
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(usos)
Análise dos principais resultados das Contas Nacionais _______________________________________________ 
Os fl uxos de bens e serviços registrados na tabela das CEI são obtidos das TRU. 
Os valores referentes às operações e fl uxos da economia nacional, desagregados por 
setor institucional, são apresentados nas CEI.
Setores institucionais
Empresas não fi nanceiras - O setor institucional empresas não fi nanceiras é 
composto por empresas privadas e públicas, produtoras de bens e serviços mercantis. 
A produção de bens e serviços mercantis signifi ca a prática de preços economica-
mente signifi cativos pelas empresas. Os preços são considerados economicamente 
signifi cativos quando têm grande infl uência nos montantes que os produtores estão 
dispostos a oferecer e nos montantes que os compradores desejam comprar. O cri-
tério utilizado nas contas nacionais, para determinar se o preço é economicamente 
signifi cativo, é verifi car se o valor da venda dos bens e serviços cobre mais de 50% 
dos custos de produção.
Empresas fi nanceiras - As empresas fi nanceiras são unidades institucionais que 
se dedicam, principalmente, à intermediação fi nanceira ou às atividades auxiliares 
estreitamente ligadas a ela. Portanto, também, incluem as empresas cuja principal 
função é facilitar a intermediação sem que elas próprias a pratiquem.
O setor institucional empresas fi nanceiras é subdividido em instituições fi -
nanceiras e instituições de seguro. No primeiro grupo, incluem-se o Banco Central 
do Brasil, as sociedades que compõem o sistema fi nanceiro nacional e os auxiliares 
fi nanceiros. No segundo grupo, incluem-se as sociedades de seguros, planos de saúde 
e fundos de pensão. O objetivo principal da atividade seguradora é transformar riscos 
individuais em riscos coletivos, garantindo pagamentos (indenizações ou benefícios) 
no caso da ocorrência de sinistro.
Administração pública - O setor institucional administração pública é constituído 
por unidades que têm como função principal produzir serviços não mercantis desti-
nados à coletividade e/ou efetuar operações de repartição de renda e de patrimônio. 
Os serviços são considerados não mercantis quando prestados de forma gratuita 
ou semigratuita. A principal fonte de recursos do setor é o pagamento obrigatório 
efetuado pelas demais unidades institucionais na forma de impostos, taxas e contri-
buições sociais.
Famílias - O setor famílias é como um pequeno grupo de indivíduos que par-
tilham o mesmo alojamento, que reúnem parte, ou a totalidade, do seu rendimento 
e patrimônio e que consomem coletivamente certos tipos de bens e serviços, princi-
palmente a habitação e a alimentação.
O setor institucional famílias abrange as famílias enquanto unidades de con-
sumo e as famílias produtoras. Nesse grupo, estão incluídas as unidades produtivas 
não inscritas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ (não constituídas em 
empresas), e os trabalhadores autônomos. Além dessas categorias, são considerados 
ainda o aluguel imputado aos imóveis residenciais ocupados por seus proprietários, 
o aluguel efetivo recebido por pessoas físicas e o serviço doméstico remunerado.
Instituições sem fi ns de lucro a serviço das famílias - As instituições sem fi ns 
de lucro são entidades jurídicas ou sociais criadas com o fi m de produzir bens ou 
serviços, cujo estatuto não lhes permite ser uma fonte de rendimento, lucro ou outro 
ganho fi nanceiro para as unidades que as criam, controlam ou fi nanciam.
 _____________________________________________________________Sistema de Contas Nacionais 2005-2009
O setor instituições sem fi ns de lucro a serviço das famílias é defi nido como o 
conjunto de todas as instituições sem fi ns lucrativos residentes, exceto as que estão 
a serviço das empresas, consideradas produtoras mercantis, e as que são não mer-
cantis, mas que são controladas pelas administrações públicas.
Resultados de 2009
A análise das contas econômicas integradas é feita por setores insti-
tucionais (empresas fi nanceiras, empresas não fi nanceiras, administração 
pública, famílias e instituições sem fi ns de lucro a serviço das famílias). Nos 
comentários sobre os setores e sobre os agregados macroeconômicos, a base 
da comparação é o ano de 2008 (Tabela Sinótica 2). 
O PIB de 2009 foi de R$ 3 239 bilhões e a renda nacional bruta, de R$ 3 175 bi-
lhões (Tabela 4). O ano de 2009 manteve a tendência verifi cada desde 2006 - ocorrido 
pela primeira vez na década, de queda no pagamento líquido de rendas de propriedade 
ao resto do mundo em relação ao ano anterior, da ordem de 11,3 %. Neste período 
a exceção foi o ano de 2008 que, em função da crise, apresentou um aumento no 
pagamento líquido de rendas de propriedade ao resto do mundo em relação ao ano 
anterior, de 30,8 % (no ano de 2006, também pela primeira vez na década, a remessa 
de dividendos superou o pagamento de juros).
Esse fato - a queda no pagamento líquido de rendas de propriedade ao resto 
do mundo verifi cada em 2009 - explica o crescimento da renda nacional bruta maior 
que o PIB em termos nominais: 7,3% contra 6,8%. %. O crescimento da despesa de 
consumo fi nal num patamar bem superior ao da renda nacional bruta, 11,2% e 7,3%, 
respectivamente, fez com que a poupança apresentasse uma queda de 9,5%. O cres-
cimento, mesmo que tímido, da formação bruta de capital fi xo de 1,0%, aliado à piora 
no saldo externo corrente de R$ 4,4 bilhões, implicou num aumento da necessidade 
de fi nanciamento do País de R$ 4,2 bilhões - que chegou a R$ 60 332 bilhões em 2009, 
contra R$ 56 129 bilhões em 2008. A necessidade de fi nanciamento em relação ao PIB 
se manteve estável, fi cando no período em (-) 1,9% do PIB.
Valor (1 000 000 R$)
2008 2009
Produto interno bruto 3 032 203 3 239 404 6,8
Renda nacional bruta 2 960 428 3 175 328 7,3
Despesa de consumo final 2 398 945 2 666 752 11,2
Poupança bruta 569 335 515 258 (-) 9,5
Formação bruta de capital fixo 579 531 585 549 1,0
Capacidade (+)/Necessidade (-) líquida de financiamento (-) 56 129 (-) 60 332 7,5
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
Variação
anual (%)
Principais agregados macroeconômicos
da economia nacional
Tabela 6 - Principais agregados macroeconômicos da economia nacional 
Brasil - 2008-2009
Análise dos principais resultados das Contas Nacionais _______________________________________________ 
O setor interno continuou com uma contribuição relevante no desempenho 
da economia brasileira