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Bilateralidade Atributiva - esup - direito

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Bilateralidade Atributiva
A nota distintiva essencial do Direito.
Publicado por David Mandelbaum
Segundo o grande jurista Miguel Reale, em seu livro "Lições Preliminares de Direito, 27 ed. 2002":
"Há bilateralidade atributiva quando duas ou mais pessoas se relacionam segundo uma proporção objetiva que as autoriza a pretender ou a fazer garantidamente algo."
Bom, vamos desmembrar o conceito em partes para facilitar o seu entendimento:
1- "Há bilateralidade atributiva quando duas ou mais pessoas se relacionam ...".
Isto é, é necessário que exista uma relação intersubjetiva (entre duas ou mais pessoas). É a bilateralidade em sentido social, é importante lembrar que o Direito pode ser visto como um fato social inerente a qualquer sociedade humana e assim a sua nota característica (bilateralidade atributiva) necessariamente deve ocorrer entre duas ou mais pessoas.
2- "... segundo uma proporção objetiva ..." .
Uma das possíveis acepções da palavra proporção é "relação justa" , "conformidade". Por sua vez a palavra conformidade pode significar: sujeição ao que está estabelecido. O termo proporção também é utilizado porque demonstra que em uma certa relação a ação de um sujeito será proporcional à ação do outro sujeito. Por exemplo, nas palavras de Miguel Reale: "Num contrato de corretagem, por exemplo, o proprietário e o intermediário se relacionam para efetuar a venda de um prédio, ficando o corretor autorizado a prestar o seu serviço com a garantia de uma retribuição proporcional ao preço avançado." Não podemos esquecer da presença da palavra "objetiva". Ora, algo objetivo é fundado na observação imparcial, é independente das preferências individuais. Nas palavras de Miguel Reale: "para que haja Direito é indispensável que a relação entre os sujeitos seja objetiva, isto e, insuscetível de ser reduzida, unilateralmente, a qualquer dos sujeitos da relação". Então temos que essa proporção objetiva é uma sujeição ao que está estabeliecido de forma objetiva, ou seja, os sujeitos estão participando de uma determinada relação jurídica de acordo com o que está estabelecido (no ordenamento jurídico) e estão em pé de igualdade nessa relação (por isso a relação é objetiva). Por exemplo: uma pessoa entra em um bar e toma uma cerveja, ao fazer isso ela está se sujeitando a pagar o valor determinado pelo dono do bar. Após beber a cerveja o dono do bar cobra um valor de 5 reais pela cerveja. É uma relação proporcional, uma pessoa consome um determinado bem e por isso deve pagar uma certa quantia ao seu proprietário, notem que a relação é objetiva: insuscetível de ser reduzida a qualquer dos sujeitos da relação. Cada um deve cumprir a sua parte,um fornece a mercadoria e o outro paga por ela. É dessa proporção objetiva que resulta o último elemento da bilateralidade atributiva.
3- "... que as autoriza a pretender ou a fazer garantidamente algo."
Ainda com o exemplo do bar: devido à relação ocorrer segundo uma proporção objetiva é que o dono do bar possui o direito de EXIGIR o valor determinado pela cerveja consumida e a pessoa que consumiu a cerveja tem o dever de pagar por ela. Dessa simples relação nasceram direitos e deveres que são devidamente amparados pelo Direito em suas diversas diversas disciplinas.
Onde há bilateralidade atributiva existe uma relação jurídica.

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