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Apostila_Estomaterapia (4)

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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO 
CUIDANDO DA PESSOA PORTADORA DE 
FERIDAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabriela Rossi¹ 
 
¹ Doutora em Ciências da Saúde - Ênfase em Imunologia pela Santa Casa BH Ensino e Pesquisa. Mestre 
em Ciências da Saúde - Ênfase em Imunologia pela Santa Casa BH Ensino e Pesquisa. Especialista em 
Nefrologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Especialista em Oncologia pela Santa 
Casa BH Ensino e Pesquisa. Enfermeira pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC 
Minas). Docente em Enfermagem nível Técnico e Superior. Coordenadora de Cursos de Aperfeiçoamento 
em Enfermagem Rede de Ensino Genoma. 
capacitacao@redegenoma.com.br 
 
 
SUMÁRIO 
1.CONCEITUANDO ESTOMATERAPIA ............................................................................................................... 6 
2. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE ................................................................................................................... 6 
2.1.FUNÇÕES .......................................................................................................................................................... 6 
2.3.CAMADAS DA PELE ............................................................................................................................................. 6 
2.3.1.Epiderme ............................................................................................................................................... 6 
2.3.2.Derme .................................................................................................................................................... 7 
2.3.3.Hipoderme ............................................................................................................................................. 7 
3. PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DA PELE ......................................................................................................... 7 
3.1. COAGULAÇÃO ................................................................................................................................................... 8 
3.2. INFLAMAÇÃO .................................................................................................................................................... 8 
3.3. PROLIFERAÇÃO ................................................................................................................................................. 8 
3.4.CONTRAÇÃO DA FERIDA ...................................................................................................................................... 9 
3.5. REMODELAMENTO ............................................................................................................................................ 9 
4. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS ..................................................................................................... 9 
4.1. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS ............................................................................................................................... 9 
4.2. AVALIAÇÃO DAS FERIDAS .................................................................................................................................. 15 
5. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO ...........................................................................................17 
6. SUPORTE NUTRICIONAL ..............................................................................................................................19 
7.1.LESÃO POR PRESSÃO ......................................................................................................................................... 20 
7.1.1.Classificação ........................................................................................................................................ 20 
7.2. ÚLCERAS VASCULOGÊNICAS ............................................................................................................................... 22 
7.2.1. Úlceras Venosas ................................................................................................................................. 22 
7.2.2.Úlcera Arterial ..................................................................................................................................... 24 
7.2.3. Úlceras Mistas .................................................................................................................................... 25 
7.3. ÚLCERA NEUROTRÓFICA ................................................................................................................................... 25 
7.3.1. Pé Diabético ....................................................................................................................................... 26 
7.3.2. Úlcera Hansênica ............................................................................................................................... 27 
8.COBERTURAS ...............................................................................................................................................29 
8.1. SOLUÇÃO FISIOLÓGICA A 0,9% .......................................................................................................................... 29 
8.2. CREME DE SULFADIAZINA DE PRATA + NITRATO DE CÉRIO ....................................................................................... 30 
8.3. PLACA DE HIDROCOLÓIDE ................................................................................................................................. 30 
8.4. ALGINATO DE CÁLCIO ....................................................................................................................................... 31 
8.5. FIBRA DE CARBOXIMETILCELULOSE ...................................................................................................................... 32 
8.6. ESPUMA DE POLIURETANO COM PRATA ............................................................................................................... 32 
8.7 CARVÃO ATIVADO E PRATA ................................................................................................................................ 33 
8.8. FILME TRANSPARENTE ...................................................................................................................................... 34 
8.9. HIDROGEL AMORFO ......................................................................................................................................... 34 
8.10. BOTA DE UNNA ............................................................................................................................................. 35 
8.11. COLAGENASE ................................................................................................................................................ 36 
8.12. ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL ............................................................................................................................... 36 
8.13. PAPAÍNA ...................................................................................................................................................... 37 
8.14. GAZE DE PETROLATO...................................................................................................................................... 37 
8.15. AÇÚCAR ...................................................................................................................................................... 37 
8.16. CALÊNDULA .................................................................................................................................................. 38 
8.17.MALHA DE ACETATO DE CELULOSE .................................................................................................................... 38 
8.18. SOLUÇÃO SURFACTANTE ...............................................................................................................................38 
8.19. PROTETOR CUTÂNEO .................................................................................................................................... 39 
8.20.PRESSÃO NEGATIVA........................................................................................................................................ 39 
8.21.HIPERBÁRICA................................................................................................................................................. 40 
 
 
9. TÉCNICA BÁSICA DE REALIZAÇÃO DE CURATIVOS .......................................................................................40 
9.1.TIPOS DE CURATIVOS ........................................................................................................................................ 40 
9.2.LIMPEZA ......................................................................................................................................................... 41 
9.3. TÉCNICA DE CURATIVO ..................................................................................................................................... 41 
9.4.PRINCIPAIS ERROS COMETIDOS AO SE FAZER UM CURATIVO ..................................................................................... 41 
10. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO, RESPIRATÓRIO E URINÁRIO ....................................42 
10.1. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO .............................................................................................. 42 
10.2.ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ............................................................................................ 42 
10.3. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO ................................................................................................. 43 
11. OSTOMIAS ................................................................................................................................................43 
11.1.ESTOMAS DIGESTIVOS ..................................................................................................................................... 43 
11.1.1. Gastrostomia .................................................................................................................................... 43 
11.1.2. Jejunostomia .................................................................................................................................... 44 
11.1.3. Ileostomia ......................................................................................................................................... 44 
11.1.4 Colostomia ........................................................................................................................................ 44 
11.1.5. Assistência ao Paciente com Estomas Digestivos ........................................................................... 45 
11.2.ESTOMA RESPIRATÓRIO ................................................................................................................................... 47 
11.2.1.Traqueostomia .................................................................................................................................. 47 
11.2.2. Assistência ao Paciente com Estomas Digestivos ........................................................................... 48 
11.3.ESTOMA URINÁRIO ........................................................................................................................................ 48 
11.3.2. Assistência ao Paciente com Estomas Urinário............................................................................... 49 
12. CUIDADOS COM PESSOAS COM DRENOS E CATETERES .............................................................................49 
12.1.DRENO LAMINAR ........................................................................................................................................... 50 
12.1.1.Penrose .............................................................................................................................................. 50 
2.2. DRENO TUBULAR ............................................................................................................................................ 50 
12.2.1. Dreno de Tórax ou Selo D´agua ....................................................................................................... 50 
12.2.2. Portovac ........................................................................................................................................... 50 
12.2.3. Dreno Kher ....................................................................................................................................... 51 
12.2.4. Dreno de Mallecot ........................................................................................................................... 51 
12.3. CUIDADOS COM OS DRENOS ............................................................................................................................ 51 
12.4. CURATIVO DO DRENO .................................................................................................................................... 51 
13. CATETER ....................................................................................................................................................52 
13.1. CATETER VENOSO PERIFÉRICO ......................................................................................................................... 52 
13.2. CATETER VENOSO CENTRAL SEMI-IMPLANTADO DE CURTA PERMANÊNCIA ............................................................... 53 
13.3. CATETER VENOSO CENTRAL SEMI-IMPLANTADO DE LONGA PERMANÊNCIA ............................................................... 53 
13.3. CATETER VENOSO CENTRAL DE LONGA PERMANÊNCIA TOTALMENTE IMPLANTADO .................................................... 53 
13.3. CUIDADOS COM OS CATETERES ........................................................................................................................ 54 
13.4. CURATIVO DO CATETER .................................................................................................................................. 54 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................................55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.CONCEITUANDO ESTOMATERAPIA 
Ramo da enfermagem que trata de técnicas ou práticas terapêuticas de tratamento, assistência 
e reabilitação de pacientes com feridas crônicas ou agudas, com ostomias, incontinências (urinária ou 
anal), com fístulas, drenos e tubos. 
A Estomaterapia é uma especialidade exclusivamente da prática do enfermeiro, desde 1980 e 
destina-se a prevenir a perda da integridade da pele, realizar tratamento avançado de pessoas com 
feridas (agudas e crônicas), reabilitar as pessoas que possuem ostomias e incontinências (urinária ou 
anal), realizar cuidados com fístulas, cateteres, drenos e tubos. 
 
2. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE 
É o maior órgão do organismo, contígua 
com a mucosa nas aberturas externas. A pele 
divide-se em três camadas: Epiderme, Derme e 
Hipoderme. 
 
2.1.Funções 
A pele exerce função de proteção do 
organismo contra o meio externo; absorção; 
regulação da temperatura, condução e evaporação; sensibilidade; participação na ativação de vitamina 
D e da resposta imunológica (células de Langerhans). 
 
2.3.Camadas da Pele 
 
2.3.1.Epiderme 
Camada mais externa do tecido epitelial. Composta, predominantemente de queratinócitos, 
células responsáveis pela produção de queratina, proteína insolúvel que possui a capacidade de repelir 
patógenos e evitar a perda hídrica excessiva pelo corpo (impermeabilizante); e melanócitos células 
envolvidas na produção do pigmento melanina, que dá coloração da pele e dos pelos. Constituídapor 
células vivas, em divisão contínua, cobertas, na sua superfície por células mortas. 
A epiderme é modificada em diferentes regiões do corpo. A junção da epiderme e derme é uma 
área de muitas ondulações e sulcos, chamada de Cristas Interpapilares, e permite a livre troca de 
nutrientes essenciais entre as duas camadas. 
 
 
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É substituída a cada 3 a 4 semanas, e composta por três camadas responsáveis pela renovação 
da pele. 
• Estrato Córneo – Camada de células mortas, que será eliminada. 
• Estrato Lúcido – Camada de células vivas, que substituirão as células do estrato córneo. 
• Estrato Granuloso – Camada de células germinativas, que produzirão um novo estrato lúcido. 
 
2.3.2.Derme 
Constitui a maior porção da pele, fornece força e estrutura. É 
composta por duas camadas a Papilar e a Reticular, ambas produzem 
colágeno, proteína relacionada à elasticidade da pele. 
A derme também é composta de vasos sanguíneos, linfáticos, 
raízes pilosas, glândulas sudoríparas e sebáceas. 
 
2.3.3.Hipoderme 
É a camada mais interna da pele. Constituída principalmente de tecido adiposo, que 
proporciona acolchoamento entre as camadas cutâneas, músculos e ossos. Ela promove mobilidade da 
pele, modela os contornos corporais e isola o corpo no aspecto térmico. 
 
3. PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DA PELE 
É um processo altamente complexo, sistêmico, caracterizado por uma série de eventos que 
tem por objetivo restaurar a ferida. A cicatrização de uma ferida consiste em uma perfeita e coordenada 
cascata de eventos celulares e moleculares, que interagem para que ocorra a repavimentação e a 
reconstituição do tecido. 
 
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3.1. Coagulação 
Inicia-se imediatamente após o surgimento da ferida, é depende da atividade plaquetária e da 
cascata de coagulação. Ocorre uma complexa liberação de produtos que ditam o desencadeamento de 
outras fases, essas substâncias são vasoativas, proteínas adesivas e fatores de crescimento. 
A formação do coágulo serve não apenas para coaptar as bordas da ferida, mas também para 
cruzar a fibronectina, responsável pela aderência da matriz celular, oferecendo uma matriz provisória, 
em que os fibroblastos, células endoteliais e queratinócitos possam ingressar na ferida. 
 
3.2. Inflamação 
Depende, além de inúmeros mediadores químicos, das células inflamatórias, como os 
leucócitos, os macrófagos e os linfócitos. 
Os leucócitos chegam no momento da injúria e são responsáveis pela estimulação da 
fagocitose, através das Linfocinas. O macrófago é a célula inflamatória mais importante nessa fase, 
fagocita bactérias, desbrida corpos estranhos e direciona o desenvolvimento do tecido de granulação. 
Esta fase conta com o importante papel da fibronectina que é sintetizada por uma variedade de 
células como fibroblastos, queratinócitos e células endoteliais. Ela adere, simultaneamente à fibrina, ao 
colágeno e a outros tipos de células, funcionando como “cola” para consolidar o coágulo de fibrina, as 
células e os componentes da matriz, além de formar essa base para a matriz extracelular, tem 
propriedades quimiotáticas e promove a fagocitose de corpos estranhos e bactérias. 
 
3.3. Proliferação 
Na reepitelização ocorre a migração dos queratinócitos não danificados das bordas da ferida e 
dos anexos epiteliais. Fatores de crescimento são os prováveis responsáveis pelo aumento das 
mitoses e hiperplasia do epitélio. O movimento dos queratinócitos migrantes é determinado também 
pelo conteúdo de água no leito da ferida. 
 
 
 
 
 
 
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Fibroplasia é extremamente importante na formação do tecido de granulação, que é uma 
coleção de elementos celulares, incluindo fibroblastos, células inflamatórias e componentes 
neovasculares. A formação do tecido de granulação depende do fibroblasto, que produz colágeno, 
elastina, fibronectina e proteases, responsáveis pelo desbridamento e remodelamento fisiológico. 
A angiogênese é essencial para o suprimento de oxigênio e nutrientes para a cicatrização. 
 
3.4.Contração da Ferida 
É o movimento centrípeto das bordas. 
 
3.5. Remodelamento 
Ocorre no colágeno e na matriz. Dura meses e é responsável pelo aumento da força de tensão 
e pela diminuição do tamanho da cicatriz. São eventos que permitem uma conexão que aumenta a 
força da cicatriz e diminui sua espessura onde há reformulação nas fibras de colágeno, melhoria nos 
seus componentes e reabsorção de água. 
A neovasculatura diminui, e tardiamente a cicatriz é considerada avascular. Uma cicatriz 
normal tem aproximadamente 80% da força de tensão da pele normal, não é volumosa e é plana. 
 
4. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS 
Ferida pode ser conceituada como: “Qualquer ruptura da integridade de um tecido ou órgão, 
podendo atingir desde a epiderme, até estruturas mais profundas como fáscias, músculos, 
aponeuroses e órgãos cavitários.” (MENEGHIN, 2003). 
 
4.1. Classificação das Feridas 
 
Quanto ao tempo de reparação tissular 
• Feridas agudas 
o A reparação ocorre em tempo adequado 
o Sem complicações 
• Feridas crônicas 
o São aquelas que não são reparadas em tempo esperado 
o Apresentam complicações 
 
Quanto à causa 
• Cirúrgica 
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• Não cirúrgica 
o Traumáticas 
o Patológicas 
 
Quanto às estruturas comprometidas 
• Lesão por pressão (estágios) 
• Úlceras diabéticas (graus) 
• Queimaduras (graus) 
 
Quanto os tipos de comprometimento 
 
Escoriações 
Atrito com superfície áspera que atingem somente a epiderme. 
 
Incisas 
São lineares, produzida por um instrumento afiado, bisturi, navalha e 
vidro, resultando um corte. 
 
Contusas 
Com bordas irregulares, são produzidas por forças irregulares, não 
rompe a pele, mas causa dano considerável aos tecidos moles, são 
geralmente provocadas por forças de compressão ou tensão, envolvendo 
objetos pouco ou não cortantes como pedras, paus e veículos. 
 
Penetrantes 
Caminham em direção à profundidade, com bordas que variam em forma e 
tamanho e têm apenas orifício de entrada. São provocadas por objetos 
perfurantes como projéteis de armas de fogo, punhais e ferros pontiagudos. 
 
Perfurantes 
Têm sempre um orifício de entrada e outro de saída. São 
provocadas por projéteis de armas de fogo e por armas brancas. 
 
 
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Quanto à profundidade 
 
Superficial 
Atinge apenas epiderme com perda parcial, limitada à epiderme e porção superior da derme. 
 
Profunda/total 
Existe destruição de epiderme, derme, tecido subcutâneo, podendo acometer fáscia, músculos, 
tendões e ossos. 
 
Quanto ao conteúdo microbiano 
 
Limpa 
Lesões realizadas por meio de técnica asséptica e fechadas por sutura. 
 
Limpa-contaminada 
Tempo inferior a 6 horas entre o trauma e o atendimento 
 
Contaminada 
Tempo superior a 6 horas entre o trauma e atendimento 
 
Infectada 
Invasão microbiana dos tecidos, sinais flogísticos e pode haver pus. 
 
Quanto ao tipo de cicatrização 
 
1ª intenção 
Este tipo de cicatrização ocorre quando as bordas da ferida 
são apostas ou aproximadas, ha perda mínima de tecido, 
ausência de infecção e edema mínimo. Quando as feridas 
cicatrizam-se por primeira intenção, a formação de tecido de 
granulação não é visível. 
 
 
 
 
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2ª intenção 
As feridas são deixadas propositadamente abertas. A 
cicatrização é dependente da granulação e contração da 
ferida para a aproximação das bordas. O processo de reparo 
é mais complicado e demorado. 
 
3ª intenção 
São as feridas deixadas abertas inicialmente, 
por apresentarem contaminação grosseira. A ferida 
infectada é manejada com debridamento repetidos e 
antibioticoterapia. Após alguns dias de tratamento local, 
a ferida é fechada através de sutura, enxertos cutâneos ou retalhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto à coloração (RYB) 
• Red 
o Granulação, sangramento. 
• Yellow 
o Necrose branca (esfacelo), presença de pus. 
• Black 
o Necrose,escara, chamuscada. 
 
 
 
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Quanto ao exsudato 
É o conjunto de fluido extravasado dos vasos sanguíneos, secreção proveniente de células de 
dentro da ferida fatores de crescimento, resíduo proveniente de células mortas e a divisão da matriz 
extracelular e produtos derivados de microrganismos. 
 
Seroso 
Baixo conteúdo proteico, origina-se do soro sanguíneo e de secreções serosas das células, está 
presente nas fases de reações inflamatórias. Tem aparência de cor clara, de plasma aguado. 
 
Sanguinolento 
Tem aspecto avermelhado, fluido, pode indicar lesão de vasos sanguíneos ou a construção de 
novos vasos. 
 
Serosanguinolento 
Tem como aspecto uma cor vermelho pálida aguada. É a mistura de seroso com sanguinolento. 
Pode ser descrito como padrões que ocorrem em muitas inflamações. 
 
Purulento 
Apresenta-se viscoso com coloração que pode variar do amarelo ao marrom. Relacionado à 
infecção, pode possuir odor fétido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O exsudato deve ser identificado baseado em sua aparência. Identificar as seguintes 
características: tipo seroso, serosanguinolento, purulento e sanguinolento; quantidade ausente, 
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mínimo, moderado e grande; cor vermelha, amarelo e esverdeado; odor ausente, leve, moderado e 
fétido; consistência aquosa e espessa. 
 
 
 
 
 
 
O transudato é uma substância altamente fluida, que passa através dos vasos com baixíssimo 
conteúdo de proteínas, células e derivados celulares. 
 
Quanto á Identificação do tecido no leito da ferida 
 
Necrose 
É a morte celular. Tecido avascular, insensível, pode apresentar odor, também denominado tecido 
desvitalizado, morto, inviável. Pode apresentar cor e aspecto variável. Pode ser descrito nos termos 
escara, necrose seca, dura, de coloração escura e firmemente aderida ao leito da lesão; ou esfacelo, 
necrose delgada, mucóide, macia, de coloração amarela, bronzeada ou cinza, pode estar firme ou 
frouxamente aderidos ao leito da lesão. 
 
Granulação 
É tecido conjuntivo intensamente vascularizado, apresenta-se vermelho vivo, brilhante. 
 
Reepitelização 
O tecido epitelial tem cor branca-rosada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quanto à Margem/Bordas da lesão 
• Avaliar quanto 
o Aderência: Plana (nivelada com leito) 
o Não aderida: descolamento, enrolada p/ baixo, espessa ou macia 
 
Quanto à pele peri-ferida 
• Cor: eritema, azulada ou pálida. 
• Textura: macerada, endurecida, desidratada, úmida ou com descamações. 
• Temperatura: quente ou fria. 
• Integridade 
 
4.2. Avaliação das Feridas 
A avaliação das feridas está intimamente ligada à fisiologia da cicatrização. Tem como objetivo 
direcionar o planejamento dos cuidados de enfermagem, implementar a terapia tópica e proporcionar 
dados para monitorar a trajetória da cicatrização. 
Esta ferramenta possui dupla função avaliar e documentar de maneira sistematizada a 
evolução da ferida. 
Para a o sucesso do tratamento, é necessário saber: tipo de ferida; classificação do grau da 
lesão; aspecto do leito (pela cor - RYB); localização e posição; tipo de exsudato (aspecto, quantidade, 
cor e odor); identificação do agente etiológico; dor / desconforto do paciente; alergias e a sensibilidade 
da pele; tratamento prévio; dimensão (CxLxP) e a condição da pele ao redor; e estado nutricional. 
Avaliar o comprimento, largura, circunferência e profundidade da lesão. Para maior 
fidedignidade as medidas devem ser realizadas sempre pela mesma pessoa e com o paciente na 
mesma posição. 
 
Avaliação da localização da ferida 
As feridas tem maior tendência 
em se localizar em determinadas áreas 
do corpo. Parte posterior: região 
occipital, escapular, lombar e calcâneo; 
parte lateral: região ilíaca, parte media 
de pernas e pés; outras regiões: planta e 
dedos dos pés. 
 
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Avaliação da extensão da ferida 
 
Régua 
Medir em cm, o maior comprimento e a 
maior largura da superfície da ferida, multiplicar 
altura x largura = cm2. 
 
Decalque 
Usar placa de acetato, marcar o contorno da ferida com caneta própria, transferir o desenho 
para um papel centimetrado para cada cruzamento das linhas, considere 1cm2. 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação da profundidade da ferida 
É determinada por estadiamento (estágios I, II III e IV), 
pode ser aferida utilizando um swab ou cotonete, útil também, 
para determinar a profundidade de túneis e solapamentos. Outro 
método de mensuração da profundidade é injetar soro fisiológico, 
em seguida aspirar com uma seringa, o resultado se dá em cm3. 
 
Estadiamento 
 
Estágio I 
Caracteriza-se pelo comprometimento da epiderme apenas, com formação de eritema em pele 
íntegra, sem perda tecidual. 
 
Estágio II 
Caracteriza-se por abrasão ou úlcera, ocorre perda tecidual comprometimento da epiderme, 
derme ou ambas. 
 
 
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Estágio III 
Caracteriza-se por presença de úlcera profunda, comprometimento total da pele, necrose de 
tecido subcutâneo, não se estende até a fáscia muscular. 
 
Estágio IV 
Caracteriza-se por extensa destruição de tecido, chegando a ocorrer: lesão óssea, muscular e 
necrose tissular. 
 
Estágio V 
Caracteriza-se por ulceras que não podem ser classificadas, 
pois o leito da ferida está coberta por necrose, conhecidas também 
como lesões não classificáveis. 
 
5. FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO 
Muitas variáveis tanto de ordem geral como de ordem local influenciam esse processo. É 
fundamental a completa e minuciosa anamnese, para a avaliação de todos os fatores que podem 
interferir na cicatrização. 
 
Infecção 
A infecção sistêmica está frequentemente associada à pirexia, que causa aumento do ritmo 
metabólico, fazendo com que a ferida dispute nutrientes, oxigênio e glóbulos brancos com a infecção, 
desta forma a cicatrização só ocorrera depois que o organismo tiver superado a infecção. Todas as 
feridas são contaminadas por bactérias, especialmente as abertas, isso não afeta a cicatrização, porém 
a infecção certamente o faz. A infecção prolonga o estágio inflamatório, inibe a capacidade dos 
fibroblastos de produzir colágeno, além das bactérias produzirem toxinas que “digerem” os tecidos de 
cicatrização, aumentando ainda mais a profundidade da ferida. 
 
Circulação e Oxigenação 
O bom fornecimento de sangue e suprimento adequado de oxigênio são partes essenciais da 
cicatrização. Circulação deficiente reduz a perfusão nos tecidos, desacelera a cicatrização e aumenta 
o risco de infecções. 
 
Nutrição e Hidratação 
Os nutrientes específicos exigidos estão resumidos da seguinte forma: Carboidratos fornecem 
energia para as células da cicatrização; Proteínas participam da resposta imunológica, fagocitose, 
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angiogênese, proliferação, síntese de colágeno e remodelagem da ferida; e Gorduras fazem provisão 
de energia e formação de novas células. Os micronutrientes desempenham papel relevante, como 
demonstrado na tabela. 
 
Higienização 
A má higiene afeta a cicatrização, aumentando o risco de contaminação da ferida e 
consequentemente de infecções. 
 
Privação do sono 
Durante o estado de vigília, o corpo se mantém num estado de catabolismo, hormônios, como 
catecolamina e cortisol, são liberados, e eles estimulam a degradação tecidual. O hormônio do 
crescimento é segregado pela hipófise anterior durante o sono, portanto a privação do sono pode tornar 
as pessoas irritadas, provocar prostração e perda da sensação de bem-estar. 
 
Idade 
É comum o aparecimento da disfunção que prejudicam o processo de cicatrização 
influenciando todos os estágios da cicatrização. O idoso tem o metabolismo mais lento, deficiência do 
sistema imune, diminuição progressiva do colágeno e diminuição da resposta inflamatória, a pele se 
torna seca e com baixa capacidade de reepitelização. 
 
Doenças 
As que alteram o fluxo sanguíneo normal podem afetar a distribuição das substâncias corpo 
para as células, prejudicando a capacidadedo organismo em transportar células de defesa, oxigênio, 
nutrientes e antibióticos até a ferida. A hipertensão, diabetes Melittus, hepatopatias, nefropatias, 
neoplasias e vasculopatias são doenças que podem alterar o processo de cicatrização. 
Micronutriente Função 
Vitamina C Síntese de colágeno e sistema imunológico (macrófagos e neutrófilos) 
Vitamina A Síntese do colágeno e glicoproteínas 
Vitamina E Previne a oxidação celular 
Complexo B Síntese do colágeno e sistema imunológico 
Vitamina K Coagulação 
Zinco Sistema imunológico e previne a oxidação celular 
Cálcio Importante na remodelagem da ferida 
Magnésio Relacionado à síntese de DNA 
Ferro e Cálcio Formação de eritrócitos, proliferação de colágeno e força tensil. 
Cobre Angiogênese 
Selênio Previne a oxidação 
19 
 
Fármacos 
Influenciam no processo cicatricial, tendo como exemplo os corticosteroides, quimioterápicos e 
radioterápicos. O efeito anti-inflamatório retarda e altera a cicatrização, diminui a resposta imune, 
interfere na síntese proteica ou divisão celular e na síntese de colágeno, aumenta a atividade da 
colagenase e tornam a cicatriz mais frágil. 
 
Tabagismo 
A nicotina é um vasoconstrictor, levando à isquemia tissular e deficiência imunológica, o 
monóxido de carbono diminui o transporte e o metabolismo do oxigênio. Clinicamente observa-se 
cicatrização mais lenta em fumantes. 
 
A localização das feridas 
Cicatrizam mais rapidamente as mais 
vascularizadas, em áreas de menor mobilidade e 
tensão e cicatrizam mais lentamente as em 
áreas menos irrigadas e áreas de maior tensão 
ou mobilidade. 
 
6. SUPORTE NUTRICIONAL 
A estabilidade clínica e hemodinâmica do doente é fundamental para otimizar a perfusão e 
oxigenação tecidual, essenciais para a cicatrização. Critérios de má nutrição estão associados ao 
aumento da incidência e gravidade das lesões de pele. 
Recomenda-se dieta geral equilibrada, contemplando todos os grupos de nutrientes, com 
reforço da ingestão proteica, hiperproteica e aumento das calorias diária, hipercalórica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
7.ÚLCERAS CRÔNICAS 
Úlceras crônicas são frequentes em pessoas com problemas 
circulatórios graves e diabetes. Se a circulação não é adequada, 
ocorre comprometimento da irrigação da pele, promovendo hipóxia, 
levando a formação da ferida, além de dificultar a cicatrização, porque 
os medicamentos, nutrientes e oxigênio tem dificuldade para até a 
lesão. Esse tipo de ferida pode demorar mais de dez anos para 
fechar. 
 
7.1.Lesão por Pressão 
Lesão localizada na pele, no tecido e estruturas subjacentes, geralmente sobre uma 
proeminência óssea. Resulta de pressão isolada ou de pressão combinada com fricção, a pressão 
impede que o sangue circule de forma adequada, levando ao quadro de hipóxia, provocando danos 
aos tecidos e o desenvolvimento da lesão. O alívio da pressão é essencial para o tratamento. 
 
7.1.1.Classificação 
A classificação da lesão colabora no suporte e gerenciamento, fornece dados consistentes que 
podem ser avaliados de forma fácil e eficaz. As lesões por pressão são classificadas de acordo com o 
grau de danos observados nos tecidos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Estágio I 
Uma lesão por pressão 
categoria I é uma área de eritema que 
não embranquece, com edema e 
congestão tecidual, a pele apresenta-
se com temperatura elevada devido à 
vasodilatação aumentada, podendo evoluir para aparência cianótica em consequência da oclusão dos 
capilares cutâneos. Pode ser de difícil identificação em pacientes com a pele escura, apresentando-se 
com cor diferente da pele circundante. 
 
Estágio II 
Uma lesão por pressão 
categoria II apresenta-se como uma 
ruptura de pele que comete epiderme e 
derme, onde uma abrasão, flictema ou 
cratera rasa pode ser notada. 
Apresenta-se como uma lesão brilhante ou seca sem tecido desvitalizado. Pode apresentar-se como 
uma bolha, preenchida com exsudato seroso, intacta ou aberta. 
 
Estágio III 
Uma lesão por pressão categoria III 
estende-se para dentro dos tecidos 
subcutâneos ou fáscia. O tecido adiposo 
subcutâneo pode ser visível, mas os ossos, 
tendões ou músculos não estão expostos. 
Podem se apresentar em forma cavitária ou 
fistuladas, sendo que a profundidade irá variar de acordo com a posição anatômica. Na asa do nariz, 
nas orelhas, e nos maléolos não têm tecido subcutâneo e as lesões podem ser superficiais. Podem 
também se apresentarem profundas em locais com tecido adiposo abundante. 
 
Estágio IV 
Uma lesão por pressão categoria IV 
estende-se para dentro das estruturas 
subjacentes, incluindo o tecido muscular e 
22 
 
podendo acometer o tecido ósseo. A lesão na pele pode parecer insignificante e na verdade pode 
ocultar uma grande área de tecido necrótico. Essas lesões normalmente são cavitárias e fistuladas e 
em algumas partes do leito da ferida, podem aparecer tecido desvitalizado ou necrose, e, tanto o osso 
como os tendões são visíveis ou diretamente palpáveis, e possibilita a ocorrência de osteomielite. 
 
Estágio V - Úlceras que não podem ser classificadas 
As lesões por pressão 
indeterminadas podem ser classificadas 
entre as não graduáveis e as que 
apresentam suspeita de lesão nos tecidos 
profundos. A lesão inclassificável ou não 
graduável apresenta perda total da 
espessura dos tecidos e a base da úlcera 
está coberta por tecido desvitalizado, esfacelo (amarelo, marrom, cinza, esverdeado ou castanho) ou 
escara (marrom, castanha ou negra), este que até ser removido impede o real estadiamento da lesão. 
 
7.2. Úlceras Vasculogênicas 
São causadas por insuficiência circulatória ou circulação deficiente. Constituem 70% de todas 
as úlceras crônicas e são divididas em três tipos principais: úlceras venosas (70%), úlceras arteriais 
(10%) e úlceras mistas (10-15%). 
 
7.2.1. Úlceras Venosas 
Recebem também a denominação de úlcera de estase venosa e representam entre 68 a 72% 
do total das úlceras encontradas nos membros 
inferiores. É consequência da perda tecidual resultante 
das alterações do tecido cutâneo e subcutâneo 
decorrentes da hipertensão venosa e hipóxia. É a 
manifestação mais avançada do sofrimento tecidual. 
Provocada pela insuficiência venosa crônica, 
relacionada principalmente por incompetência do 
sistema venoso superficial associado ou não à 
incompetência do sistema venoso profundo, com 
insuficiências valvulares e obstrução venosa: 
insuficiência venosa crônica, sequelas de trombose e 
anomalias vasculares. 
23 
 
Os sinais da hipertensão venosa 
costumam estar presentes, tais como varizes, 
edema, lipodermatoesclerose, (pele e tecido 
subcutâneo espessados e endurecidos), 
hiperpigmentação e inflamação. A região mais 
acometida é região maleolar interna. 
. 
 
7.2.1.1.Sintomas 
Dentre seus sintomas estão extremidades quentes, edema, 
varizes, inflamação, hiperpigmentação, dor, bordas infiltradas e 
presença de tecido desvitalizado. 
 
7.2.1.2.Prevenção 
Dentre as manobras de prevenção podem ser citadas 
facilitar retorno venoso, hidratar a pele, controlar o edema, 
controlar a hipertensão arterial, suspender o uso de cigarro e 
evitar traumas. 
 
7.2.1.3. Diagnóstico 
 
Exame clínico sistemático 
A dor de origem venosa melhora com elevação dos membros inferiores e piorar com o 
ortostatismo prolongado. Avaliar a existência de dormência, cãibras, edema vespertino e sensação de 
peso nas pernas. Realizar teste de Holmans e Bandeira. 
 
Exames de Imagem 
 
Através do Dúplex Scan pode-se analisar todo o 
sistema venoso superficial e profundo, determinar a 
origem do refluxo, extensão e existência de trombose 
venosa. 
É considerado padrão ouro para o diagnóstico. 
 
 
24 
 
7.2.1.4.Tratamento 
O tratamento das origens de uma úlcera venosa é essencial para a cicatrização. A terapia 
compressiva deve ser empregada para facilitar o retorno venoso.7.2.2.Úlcera Arterial 
Úlceras arteriais ou isquêmicas são as 
que se caracterizam por surgirem em 
consequência de déficit de aporte sanguíneo na 
extremidade afetada, secundária a doença 
arterial geralmente crônica. Compreendem de 10 
a 25% das úlceras vasculares crônicas de 
membros inferiores e afetam mais os homens 
acima de 50 anos, com arteriopatia periférica. 
Dentre suas causas estão a desnutrição 
cutânea devido à insuficiência na irrigação tecidual, hipertensão, doença arterial obstrutiva, embolismo 
arterial, embolismo por colesterol e fistula arteriovenosa. São considerados fatores de risco, que 
concorrem para aumentar o seu aparecimento o diabetes e o tabagismo. Localizam-se em geral nas 
porções mais extremas das pernas e no dorso do pé ou dos dedos. 
 
7.2.2.1.Sintomas 
Dentre seus sintomas estão extremidade fria e escura, 
palidez, ausência de estase, retardo no retorno da cor quando 
os membros são elevados, perda de pelos, diminuição ou 
ausência de pulso pedial e dor. 
 
7.2.2.2.Prevenção 
Dentre as manobras de prevenção podem ser citadas 
aumentar o fluxo arterial para a extremidade, promover vasodilatação, prevenir compressão vascular e 
prevenir traumatismos. 
7.2.2.3.Diagnóstico 
 
Exame clínico sistemático 
Avaliar medida da temperatura das extremidades, palpação e 
ausculta dos pulsos proximais e distais, medida da pressão arterial e índice 
pressórico. 
25 
 
Exames de Imagem 
Através do Dúplex Scan pode-se analisar todo o sistema vascular superficial e profundo, 
determinar a origem da isquemia. É considerado padrão ouro para o diagnóstico. 
 
7.2.2.4.Tratamento 
O tratamento das causas de origem de uma úlcera arterial é essencial para a cicatrização e a 
terapia compressiva não deve ser empregada. 
 
7.2.3. Úlceras Mistas 
 Em alguns casos, a etiologia da úlcera não é puramente arterial ou venosa, havendo 
concomitância das situações na mesma pessoa. O tratamento é complexo, devido ao problema ser 
causado por obstrução ou doença arterial, significa que enquanto não se restaurar a circulação, 
dificilmente a úlcera se fechará, a prevenção sempre uma melhor alternativa. Deve-se lembrar que a 
terapia compressiva é contraindicada no tratamento de úlceras arteriais e mistas. 
 
7.3. Úlcera Neurotrófica 
Esta úlcera é causada por neuropatia periférica, em 
decorrência de algumas patologias de base, tais como hanseníase 
e diabetes mellitus. Essas patologias acometem os nervos 
periféricos, possibilitam maior risco de desenvolver lesões das 
fibras autonômicas, sensitivas e motoras. 
As fibras autonômicas são responsáveis pela manutenção 
das glândulas sebáceas e 
sudoríparas, quando acometidas, acarretam diminuição da produção 
de suas secreções, tornando a pele seca e inelástica. 
As fibras sensitivas, quando acometidas, geram a perda da 
sensibilidade protetora ou anestesia nas mãos e pés influenciando no 
surgimento de lesões cutâneas. Leva ao aumento do risco de queimadura, aparecimento de bolhas e 
calosidades, provenientes de pressão contínua em pontos de 
apoio. 
A alteração das fibras motoras, devido à fraqueza e 
paralisia dos músculos, leva a deformidades e comprometendo a 
função e aumentando o risco de desencadear essas úlceras. 
 
26 
 
7.3.1. Pé Diabético 
O pé diabético ocorre pela ação destrutiva, 
oxidação vascular, do excesso de glicose no sangue, 
causando endurecimento das paredes dos vasos e 
oclusão, levando a redução da circulação sanguínea e 
necrose. As feridas aparecem comumente nas 
extremidades digitais, tornozelos e pernas, e 
geralmente apresentam contaminação por bactérias, 
que retardam a cicatrização, ocorrendo o risco de o pé 
ser amputado. 
A neuropatia periférica tende a ser bilateral e simétrica, pode ocorrer dor; parestesias; e 
alterações sensoriais como diminuição ou ausência da capacidade de percepção de dor, tato, 
temperatura, traumas sem dor. 
 
7.3.1.1.Sintomas 
Dentre seus sintomas estão formação de calos 
ósseos, pigmentação ou manchas escurecidas em volta dos 
dedos dos pés, rachadura nos pés, pés frios e diminuição da 
sensibilidade dolorosa. 
 
7.3.1.2.Prevenção 
Dentre as manobras de prevenção podem ser citadas inspecionar cuidadosamente os pés, 
massagear os pés com hidratante, usar sapatos adequados e macios, não usar meias compressivas, 
cortar as unhas em linha reta para não encravar, evitar calor, substâncias químicas e trauma nos pés. 
 
7.3.1.3.Diagnóstico 
 
Exame clínico sistemático 
Avaliação vascular dos pés, presença de dor noturna e/ou do alívio durante o repouso com 
pendência das pernas, pés frios, empalidecimento à elevação, 
aparência brilhante da pele, tempo do enchimento capilar no leito 
ungueal, avaliar pulsos distal e proximal e perda de pelos; e avalição 
dos fatores de risco, tabagismo e nível de colesterol. 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exames de Imagem 
Através do Dúplex Scan pode-se analisar todo o sistema vascular superficial e profundo. É 
considerado padrão ouro para o diagnóstico. 
 
7.3.1.4.Tratamento 
O tratamento e controle do diabetes e de suas complicações vasculares e neurológicas são 
essenciais para a cicatrização. A terapia compressiva não deve ser empregada. 
 
7.3.2. Úlcera Hansênica 
As úlceras hansênicas ocorrem por lesão de nervos 
sensitivos e motores, provocadas pelo Mycobacterium leprae, M. 
leprae, bacilo álcool ácido resistente, que possui tropismo por nervos 
periféricos, levando à instalação de deformidades assim como nas 
úlceras diabéticas. 
Podem ocorrer nas formas: 
• Reação Reversa - Ocorre nos indivíduos com a forma Tuberculóide ou Dimorfa da hanseníase, 
e tendem a surgir mais precocemente, depois de iniciado o tratamento, entre o segundo e o 
sexto mês. 
• Eritema Nodoso Hansênico - Aparece na forma Virchowiana da hanseníase e algumas vezes 
na Dimorfa, e está associada a fatores precipitantes, como infecções, traumatismos, estresse 
físico ou psíquico, imunizações, gravidez, parto e diminuição da imunidade. 
 
 
28 
 
7.3.2.1.Sintomas 
Reação Reversa - tem aparecimento súbito de novas lesões em forma de manchas ou placas 
infiltradas ou por exacerbação de lesões antigas. As lesões novas podem apresentar eritema, lesões 
vésico-bolhosas, ulcerações e dor. Já as lesões 
preexistentes ficam mais sensíveis, salientes, brilhantes 
e quentes, lembrando erisipela, podendo evoluir para 
necrose, ulceração e escamação ao involuir. Acomete 
principalmente nas regiões ulnar e tibial 
Eritema Nodoso Hansênico - Ocorre infiltração 
no tecido subcutâneo com presença de pápulas nódulos 
e nodosidades (hansenomas). O primeiro promove 
bloqueio dos vasos sanguíneos, podendo obstruí-los 
parcial ou completamente, gerando isquemia e necrose. 
O segundo pode variar de poucos a inúmeros, de coloração rósea, que podem evoluir para necrose, 
acompanhados de linfonomegalia e febre. 
 
7.3.2.2.Prevenção 
A identificação e o manejo dos pacientes com episódios hansênicos constituem a única forma 
de prevenção, individualizando os cuidados relacionados à hanseníase e suas complicações: tratar a 
patologia de base (hanseníase), identificar comprometimento venoso (método compressivo) ou arterial 
(vasodilatação), avaliação e acompanhamento de comprometimento neurológico, adaptação de 
calçados e evitar traumas. 
 
7.3.2.3.Diagnóstico 
 
Exame clínico sistemático 
No geral: avaliar vasculatura dos membros acometidos, presença de dor noturna e/ou do alívio 
durante o repouso com pendência das pernas, pés frios, empalidecimento à elevação, aparência 
brilhante da pele, tempo do enchimento capilar no leito ungueal, avaliar pulsos distal e proximal e perda 
de pelos, que indicam comprometimento arterial; avaliar melhora da dor com elevação dos membros 
inferiores e piorar com o ortostatismo prolongado, cãibras, edema vespertino e sensação de peso nas 
pernas, que indicam comprometimento venoso; avaliar respostanervosa com testes de sensibilidade; e 
deformidades nos membros relacionados à lesão das fibras motoras. 
 
• Reação Reversa – avaliar presença de manchas ou placas infiltradas. 
29 
 
• Eritema Nodoso Hansênico - avaliar presença de infiltração com presença de pápulas nódulos 
e nodosidades. 
 
Exames de Imagem 
Através do Dúplex Scan pode-se analisar todo o sistema vascular superficial e profundo. É 
considerado padrão ouro para o diagnóstico das complicações vasculares associadas. 
 
7.3.2.4.Tratamento 
O tratamento e controle da hanseníase e de suas complicações vasculares e neurológicas são 
essenciais para a cicatrização. A terapia compressiva ou vasodilatação podem ser empregadas 
somente após o diagnóstico de comprometimento vascular. 
 
 
Cada caso é um caso e cada pessoa com ferida, um universo único, em que convivem situações 
clínicas, nutricionais, ambientais, sociais e emocionais únicas, todas elas interagindo entre si e 
interferindo ativamente no resultado do tratamento e evolução da ferida. 
 
 
8.COBERTURAS 
Curativo é o tratamento dado a uma lesão, que tem por finalidade evitar o aparecimento de 
infecção nas feridas assépticas, proteger contra traumatismos externos, absorver a secreção, facilitar a 
drenagem e aliviar a dor. O curativo promove a cicatrização estimulando o tecido de granulação 
São funções das coberturas manter umidade na interface ferida/cobertura; remover o excesso 
de exsudato; permitir a troca gasosa; promover isolamento térmico; proporcionar proteção contra 
infecção; ser isento de partículas e contaminantes; permitir a remoção sem causar traumas; prevenção 
de desidratação do tecido e da morte celular; promover angiogênese e debridamento autolítico, retendo 
enzimas e água que ajudam na fibrinólise; redução da dor; e manter as células viáveis permitindo que 
elas liberem fatores de crescimento estimule a proliferação. 
 
8.1. Solução Fisiológica a 0,9% 
 
Ação: realiza limpeza da ferida, mantém a umidade, favorece o debridamento 
autolítico e formação de tecido de granulação. 
Indicação: limpeza e manutenção da umidade da ferida. 
30 
 
Contraindicações: não há. 
Aplicação: utilizado para limpeza da ferida por meio de irrigação; como cobertura, umedecer as gazes 
de contato o suficiente para manter o leito da ferida úmida até a próxima troca. Requer cobertura 
secundária (gazes estéreis). 
Troca: As trocas deverão ser feitas conforme a saturação das gazes e a umidade da ferida ou no 
máximo a cada 24 horas. 
 
8.2. Creme de Sulfadiazina de Prata + Nitrato de Cério 
 
Ação: atua contra grande variedade de microrganismos, como 
bactérias Gram negativas e positivas, fungos, vírus e 
protozoários. Quando associada ao cério, diminui a reação 
inflamatória. 
Indicação: queimaduras e feridas com infecção. 
Contraindicações: presença de hipersensibilidade aos 
componentes e disfunção renal ou hepática. 
Reações adversas: raríssimos episódios de aumento da sensibilidade à luz solar. 
Aplicação: aplicar fina camada do creme sobre o leito da ferida. Requer cobertura secundária (gazes 
estéreis). 
Troca: as trocas deverão ser feitas conforme a saturação das gazes ou no período máximo de 24 
horas. 
 
8.3. Placa de Hidrocolóide 
 
 
 
 
 
 
 
Ação: a interação da cobertura com o exsudato da ferida forma um gel amarelado, viscoso e de odor 
acentuado, que minimiza as ocorrências de danos ao leito da ferida no momento da remoção, permite a 
difusão gasosa e evaporação de água e é impermeável a fluídos e microrganismos. Estimula a 
granulação e a angiogênese; absorve o excesso de exsudato, mantém a umidade e temperatura; 
31 
 
promove o debridamento autolítico; e alivia a dor por manter protegidas, úmidas e aquecidas as 
terminações nervosas. 
Indicação: feridas com baixa a moderada exsudação, com ou sem tecido necrótico e queimaduras 
superficiais. 
Contraindicação: feridas infectadas e altamente 
exsudativas. 
Aplicação: pode ser recortada, não precisa de 
tesoura estéril e deve ser aplicada diretamente sobre 
a ferida, deixando uma margem de 1 a 2 cm para 
perfeita aderência à pele íntegra. 
Troca: deve ser trocada quando ocorrer extravasamento do gel e descolamento das margens da placa, 
não ultrapassando 7 dias. 
 
8.4. Alginato de Cálcio 
 
 
 
 
 
 
 
Ação: através da troca iônica promove a hemostasia, debridamento autolítico, absorve exsudato e 
forma um gel que mantém a umidade e promove a granulação. 
Indicação: feridas com ou sem infecção, com exsudação de moderado a intenso, com ou sem tecido 
necrótico e com ou sem sangramento. 
Contraindicação: feridas com pouca drenagem de exsudato. 
Aplicação: pode ser recortado, mas deve utilizar tesoura 
estéril; manusear com luvas ou pinças estéreis. Placa - 
deve ser recortado do tamanho certo da ferida, evitando a 
maceração da pele ao redor; Fita - em feridas cavitárias 
introduzir a fita preenchendo o espaço parcialmente, 
deixando fita para fora da superfície para facilitar a retirada. Requer cobertura secundária (gazes 
estéreis). 
Troca: a frequência de trocas é de acordo com a quantidade de exsudato presente na ferida podendo 
ser de até 7 dias. 
32 
 
8.5. Fibra de Carboximetilcelulose 
 
Ação: Forma um gel coeso, que se adapta a superfície da ferida 
formando meio úmido, provendo debridamento autolítico e 
hemostasia. Apresenta-se em forma de fita ou placa, macia e 
estéril. Tem capacidade de absorver de moderado a intenso 
exsudato e promove hemostasia. 
Indicação: ferida com moderada a intensa exsudação, com ou 
sem infecção, com ou sem sangramento, com ou sem tecido 
necrótico, feridas cavitárias e queimaduras de 1º e 2º grau. 
Contraindicação: reações alérgicas ou de sensibilidade aos componentes da cobertura. 
Aplicação: Placa: aplicar diretamente sobre a ferida, ultrapassando a borda da ferida em pelo menos 1 
cm em toda a sua extensão. Fita: em feridas cavitárias, introduzir a fita preenchendo o espaço 
parcialmente, deixando fita para fora da superfície para facilitar a retirada. Requer cobertura secundária 
(gazes estéreis). 
Troca: trocar quando houver saturação da cobertura e extravasamento de exsudato, não ultrapassando 
7 dias após a aplicação. 
 
8.6. Espuma de Poliuretano com Prata 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ação: a prata é dispensada no leito da ferida quando em contato com o exsudato, pode causar 
coloração escura no leito da ferida. Proporciona meio 
úmido e bactericida. 
Indicação: ferida com moderada a intensa exsudação; com 
ou sem infecção, prioritariamente com infecção; com ou 
sem tecido necrótico; e queimaduras de 2º ou 3º grau. 
Contraindicação: não deve ser utilizado em pacientes com 
33 
 
sensibilidade à prata. 
Aplicação: aplicar diretamente sobre a ferida com o lado liso e sem impressão para baixo, ultrapasse a 
borda da ferida em pelo menos 2 cm em toda a sua extensão. 
Troca: trocar quando houver saturação da cobertura e extravasamento do exsudato, não ultrapassando 
7 dias após a aplicação. 
 
8.7 Carvão Ativado e Prata 
 
 
 
 
 
 
 
Ação: curativo estéril que não deve ser cortado devido à liberação da prata no leito da ferida, que pode 
ocasionar queimadura dos tecidos e formar granuloma devido aos resíduos do carvão. Possui ação 
bactericida, favorece debridamento autolítico, mantém umidade e temperatura adequadas à 
cicatrização e elimina odores desagradáveis. 
Indicação: feridas com moderada a intensa exsudação, com ou sem infecção, com ou sem tecido 
necrótico, feridas cavitárias e feridas fétidas. 
Contraindicação: reações alérgicas ou sensibilidade aos componentes do produto, feridas com pouco 
exsudato, com presença de sangramento, exposição óssea ou tendinosa e queimaduras. 
Aplicação: aplicar diretamente sobre a ferida em qualquer uma das faces usando luvas ou materiais 
estéreis; e em feridas cavitárias unir as 4 pontas da cobertura formando “trouxa” e introduzir na ferida 
mantendoas pontas para fora da superfície. Requer cobertura 
secundária. 
Troca: quando houver saturação da cobertura, não 
ultrapassando 7 dias após aplicação. 
 
 
 
 
 
34 
 
8.8. Filme Transparente 
 
 
 
 
 
 
 
Ação: é impermeável a água; permite vaporização do exsudato, permeável a gás e vapor; proporciona 
barreira de projeção contra bactérias e agressões externas; e permite monitorar o processo de 
cicatrização sem ter que expor a ferida. 
Indicação: pacientes de alto risco para desenvolvimento de lesão por pressão ou com lesão por 
pressão em estágio I; e feridas de baixo exsudato, nas quais se deseja a observação e proteção, como 
queimaduras superficiais, sítios doadores, incisões cirúrgicas, feridas com perda tecidual superficial, 
fixação de cateteres. É também utilizado como cobertura secundária. 
Contraindicação: feridas exsudativas e com infecção. 
Aplicação: abrir o centro do papel de revestimento, expor a superfície do curativo, aplicar a parte 
central sobre o sítio da ferida, puxar as abas, não 
esticar o curativo ao posicioná-lo, e remover a moldura 
de papel. Não distender o curativo durante a aplicação 
devido à possibilidade de desenvolvimento de 
traumatismos cutâneos provocados pela tensão. 
Troca: permanência da cobertura é de até 7 dias, 
dependendo do volume de exsudato e descolamento 
do mesmo. 
 
8.9. Hidrogel Amorfo 
 
 
 
 
 
 
Ação: mantém a umidade, auxilia o debridamento autolítico e não adere ao leito da ferida. 
35 
 
Indicação: fornecer umidade ao leito da ferida. 
Contraindicação; feridas excessivamente exsudativas. 
Aplicação: Deve ser usado sempre associado a coberturas secundárias. 
Troca: de acordo com a saturação da cobertura associada ou até 72 
horas quando associado a coberturas secundárias. 
 
8.10. Bota de Unna 
 
Característica: bandagem de compressão não-elástica que auxilia o retorno venoso, apresenta efeito 
apenas quando ocorre a contração e relaxamento dos músculos dos membros inferiores. 
Ação: auxiliar o retorno venoso, diminuir edema, promove proteção e favorece a cicatrização da úlcera. 
Indicação: úlcera venosa e edema. Recomendado apenas para pacientes que deambulam 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contraindicação: úlceras arteriais e mistas, úlcera infectada, insuficiência cardíaca descompensada, 
sensibilidade aos componentes da pasta e pacientes que não deambulam. 
Aplicação: se o paciente utiliza outras coberturas, realizar o curativo antes do repouso e aplicação da 
bota de Unna. Em caso de ataduras secas, umedecer a atadura com a pasta para aplicar, com 
ataduras impregnadas, somente proceder à aplicação: manter o pé 
em ângulo de 90º em relação à perna para favorecer a 
deambulação; iniciar o enfaixamento da região distal do metatarso, 
incluindo o calcanhar até 3 cm abaixo do joelho; evitar dobras ou 
rugas na atadura durante o enfaixamento; fazer pressão suficiente 
para manter o enfaixamento firme, porém sem garrotear o membro; 
36 
 
aplicar gaze sobre a primeira bandagem para absorção do excesso de exsudato na região próxima a 
ferida; aplicar a segunda camada de atadura, observando todos os procedimentos anteriores; e 
terminar o enfaixamento com atadura sem pasta. 
Troca: a permanência dependerá da quantidade de exsudato, podendo ficar até 14 dias sendo a média 
de troca de 7 dias. 
Suspender o uso da Bota de Unna se: apresentar sinais e sintomas de infecção, intolerância ao produto 
e sinais e sintomas de insuficiência arterial. 
 
8.11. Colagenase 
 
Ação: degrada o colágeno inativo da ferida 
Indicações: feridas com tecido desvitalizado 
Contraindicações: feridas com cicatrização por 1° intenção, 
feridas granuladas e pacientes sensíveis ao produto. 
Aplicação: aplicar na área a ser desbridada, evitando 
contato com a pele íntegra. Requer cobertura secundária. 
Troca: no máximo a cada 72 horas 
 
8.12. Ácido Graxo Essencial 
 
 
 
 
 
 
Ação: promove angiogênese, mantém o meio úmido, acelera o processo de granulação tecidual e na 
pele integra hidrata. 
Indicação: lesões abertas, com ou sem infecção, deiscência de 
sutura e profilaxia de lesões por pressão. 
Contraindicação: não relatada 
Aplicação: pode ser associado com qualquer outro tipo de cobertura, 
em caso de feridas cavitária preencher o local com gaze embebida 
em AGE. 
Troca: a cada 24 horas. 
37 
 
8.13. Papaína 
 
Ação: Provoca dissociação das moléculas de proteína, resultando 
em desbridamento químico, bactericida e bacteriostático, estimula 
a força tensil das cicatrizes e acelera o 
processo de cicatrização. 
Indicação: tratamento de feridas 
abertas e debridamento de tecidos desvitalizados. 
Contraindicação: pele íntegra, ferida operatória fechada, na presença de 
tecido de granulação e contato com metais, devido ao poder de oxidação. 
Troca: a cada 24 horas. 
 
8.14. Gaze de Petrolato 
 
 
 
 
 
 
 
Ação; protege a ferida, preserva o tecido de granulação e não adere. 
Indicação: evitar a aderência do curativo ao leito da ferida, troca sem dor 
e preservação do tecido. 
Contraindicação: feridas com secreção purulenta 
Troca: de 48 a 72 horas 
 
8.15. Açúcar 
 
Ação: bactericida, bacteriostático, desbridante e estimula 
formação de tecido de granulação. 
Indicações: lesões infectadas, lesões por pressão e 
deiscência de sutura. 
Contraindicações: pode se tornar meio de cultura, atrair 
insetos e provocar dor. 
Troca: intervalo entre trocas de 4 horas. 
38 
 
Observação: há controvérsias com relação ao seu uso, pequeno intervalo entre as trocas e tempo 
prolongado para realizar o curativo. 
8.16. Calêndula 
 
Ação: anti-inflamatória, antisséptica, bactericida, 
calmante e refrescante da pele. 
Indicações: dermatites de contato, feridas mamárias e 
queimaduras solares. 
Contraindicações: reação de hipersensibilidade 
Troca: diária ou conforme necessidade de manter a umidade 
 
8.17.Malha de Acetato de Celulose 
 
Ação: evita aderência do curativo ao leito da ferida. 
Indicações: feridas como queimaduras de primeiro ou segundo graus, abrasões, enxertos e úlceras 
venosas. 
Contraindicações: Lesões com tecido desvitalizado ou inviável. 
Troca: a cada 24 horas 
 
8.18. Solução Surfactante 
 
Ação: Solução de limpeza com ação surfactante para remoção de 
necroses residuais, debridamento de camadas incrustadas de 
fibrina, promove descontaminação da ferida, por meio da 
fragmentação do biofilme, respeitando o tecido de granulação e de 
reepitelização neoformada, tem ação sobre as bactérias através da 
interação; diminui o tempo de cicatrização; e auxilia na redução dos 
odores da ferida. 
Indicação: remoção de necroses e bactérias/biofilme de feridas 
agudas ou crônicas, de espessuras parcial ou total, infectadas ou não, com crostas, necroses ou 
biofilme. 
Contraindicação: reações alérgicas ou de sensibilidade aos componentes da solução e não deve ser 
utilizado no primeiro trimestre da gravidez. 
39 
 
Troca: contato com a ferida por um período de 10 a 15 minutos. 
 
8.19. Protetor cutâneo 
 
Ação: Forma uma película protetora transparente na 
pele, por ser transparente permite visualização e 
monitoramento contínuo da pele sob risco. Estica-se 
com a pele, permitindo a liberdade de movimentos 
sem a perda da proteção. 
Indicação: destinado a proteção da pele contra a 
incontinência urinária, fecal, ostomias e de fitas e 
curativos adesivos. Pode ser utilizado em lesões de pele no estágio I e em lesões sem exsudação nas 
feridas de estágio II; previne dermatite associada à incontinência; protege a pele ao redor de fístulas; 
protege a pele periestomal; e previne maceração nas bordas da ferida. 
Contraindicação: evitar usar associado a cremes, loções ou pastas, pois podem reduzir 
significativamente a eficiência da película. 
Troca: a cada 48 a 72 horas 
 
8.20.Pressão Negativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ação: Expõem-se a ferida a pressão subatmosférica,valor de pressão negativa é de 125 mmHg, 
indicado para não ocorrer interrupção do fluxo sanguíneo, por um longo período de tempo, para 
promover o debridamento e a cicatrização. As feridas são cobertas pelas esponjas e envolvidas com 
plástico adesivo, que é firmemente fixado à pele saudável ao redor da margem da ferida; e um tubo 
ligado à rede de vácuo faz a sucção constante, então o líquido aspirado, através da espuma, vai para 
um reservatório para posterior eliminação. 
40 
 
Indicações: feridas traumáticas, deiscências de sutura, lesão 
por pressão, úlceras venosas e diabéticas e enxertos. 
Contraindicações: fístulas, tecido necrosado tipo escara, 
feridas neoplásicas e hemorrágicas. 
Troca: dois a cinco dias ou quando saturar a esponja 
 
 
8.21.Hiperbárica 
 
Ação: método terapêutico no qual o paciente, no interior 
de uma câmara hiperbárica, é submetido a uma 
pressão duas ou três vezes maior, respirando oxigênio 
puro a 100%, o método provoca aumento da 
quantidade de oxigênio transportada pelo sangue em 
20 vezes. Tem ação sobre infecções bacterianas e 
fúngicas, potencializa a cicatrização e a ação de alguns 
antibióticos e neutraliza substâncias tóxicas. 
Indicações: queimaduras térmicas e elétricas; úlceras de pele; pés diabéticos; lesão por pressão e 
enxertos de pele. 
Contraindicações: pneumotórax não tratado; uso de alguns fármacos; infecções das vias aéreas 
superiores; história de convulsões; enfisema pulmonar com retenção de CO2; febre alta; cirurgia 
torácica recente não drenada; miopia e catarata; claustrofobia; e gravidez. 
 
9. TÉCNICA BÁSICA DE REALIZAÇÃO DE CURATIVOS 
Curativo é todo material colocado diretamente por sobre uma ferida, com o objetivo de evitar a 
contaminação de feridas limpas; facilitar a cicatrização; reduzir a infecção nas lesões contaminadas; 
absorver secreções; promover a hemostasia, curativos compressivos; manter o contato de 
medicamentos junto à ferida; e promover conforto ao paciente. 
 
9.1.Tipos de Curativos 
Os curativos podem ser abertos ou fechados, Os fechados ou oclusivos são subdivididos em 
secos e úmidos. Os secos tem a função de proteção contra corpos estranhos, enquanto os úmidos tem 
a função de reduzir o processo inflamatório; limpar a pele dos exsudatos, crostas e escamas; manter a 
drenagem das áreas infectadas; e promover a cicatrização pela facilitação do movimento das células. 
41 
 
9.2.Limpeza 
Tem como objetivo favorecer o ambiente para a cicatrização, remover tecidos mortos, material 
estranho, transudato e exsudado inflamatório, porém uma pequena quantidade de transudato favorece 
a cicatrização e mantém úmida a ferida. 
O líquido utilizado para a limpeza da ferida deve ser suficiente para arrastar o material ”solto” e 
deve ser aquecido à temperatura do corpo. 
 
9.3. Técnica de Curativo 
• Lavar as mãos 
• Explicar o procedimento ao paciente e familiares, 
• Reunir o material 
• Fechar a porta 
• Colocar o paciente em posição adequada 
• Manipular o pacote de curativo com técnica asséptica, incluindo a utilização de luvas. 
• Remover o curativo antigo com pinça dente de rato ou luvas de procedimento. 
• Fazer a limpeza da incisão com luva estéril ou pinça com gaze umedecida em soro fisiológico, 
de dentro para fora, sem voltar ao início da incisão. 
• Secar as laterais da incisão de cima para baixo. 
• Colocar medicamentos de cima para baixo, nunca voltando a gaze. 
• Retirar o excesso de medicação 
• Colocar cobertura secundária 
• Recolher o material 
• Lavar as mãos 
 
9.4.Principais Erros Cometidos ao se Fazer um Curativo 
• Usar curativo em feridas totalmente cicatrizadas 
• Cobrir o curativo com excesso de esparadrapo 
• Trocar o curativo em excesso em feridas secas 
• Demorar a trocar o curativo de feridas secretantes 
• Esquecer-se de fazer as anotações ou não fazê-las corretamente 
• Não lavar as mãos entre um curativo e outro 
• Conversar durante o procedimento 
• Misturar material de um curativo e outro, em um mesmo paciente. 
42 
 
• Não fazer desinfecção do carrinho de um curativo para outro 
 
10. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO, 
RESPIRATÓRIO E URINÁRIO 
 
10.1. Anatomia e Fisiologia do Sistema Digestório 
É formado por um longo tubo muscular, ao 
onde estão associados órgãos e glândulas que 
participam da digestão. Apresenta as seguintes 
regiões: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino 
delgado, intestino grosso e ânus. 
A boca é a primeira porção do tubo digestivo 
onde o alimento é triturado através da mastigação, 
misturando-se com a saliva. A faringe é um canal 
comum entre a respiração e deglutição, permite a 
passagem do alimento da boca para o esôfago. 
O Esôfago é um tubo muscular que comunica a faringe e o estômago, permitindo a passagem 
do alimento. O Estômago é a dilatação do tubo digestivo, que se inicia após o esôfago, neste órgão os 
alimentos, principalmente as proteínas e lipídeos tem intensa digestão. 
O Intestino Delgado mede cerca de 6 a 7metros, é dividido em duodeno, jejuno e íleo, neste 
órgão é finalizada a digestão de todos os nutrientes realizada a absorção. O Intestino Grosso mede 
cerca de 1,5 metros, tem como função a absorção de água, formação e eliminação das fezes. 
 
10.2.Anatomia e Fisiologia do Sistema Respiratório 
O sistema respiratório é constituído por 
um par de pulmões e por vários órgãos que 
conduzem o ar para dentro e para fora das 
cavidades pulmonares, além de órgãos 
responsáveis pelas trocas gasosas. Esses órgãos 
são: as fossas nasais, a faringe, a laringe, a 
traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os 
alvéolos. 
Ao longo de todo o sistema respiratório há 
estruturas responsáveis pela filtração e 
43 
 
umidificação do ar inspirado, esses mecanismos protegem os pulmões contra patógenos e contra o 
contato com o ar frio. 
A hematose, que é o processo de troca gasosa entre o sistema respiratório e o sangue, ocorre 
nos alvéolos, ultimo segmento do trato respiratório. 
 
10.3. Anatomia e Fisiologia do Sistema Urinário 
O sistema urinário é formado por dois rins, dois 
ureteres, uma bexiga e uma uretra. O sistema urinário 
compreende os órgãos responsáveis pela formação da 
urina, condução, armazenamento e eliminação da urina. 
Dentre suas funções estão a eliminação de toxinas do 
sangue, formação da urina e eliminação do excesso de 
líquidos, regulação do equilíbrio acidobásico e produção 
hormônio. 
Após a formação da urina nos néfrons, ela é 
conduzida pelas pirâmides renais, cálices maiores, 
cálices menores e pelve renal. O Ureter tem a função de conduzir a urina até a Bexiga, por sua vez a 
Bexiga tem como função o armazenamento da urina, tornado à micção intermitente. Já a uretra, que é 
o último segmento do sistema urinário, se comunica com a bexiga, através do óstio uretral interno, ao 
meio externo, através do óstio uretral externo. 
 
11. OSTOMIAS 
Ostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na abertura de um órgão oco como algum 
trecho do tubo digestivo, do aparelho respiratório ou urinário. Este orifício chama-se estoma, e sua 
função depende de sua localização, podem ser utilizadas para drenagem de urina, drenagem de fezes, 
entrada de ar e gavagem. 
O estoma normal é vermelho ou rosa vivo, brilhante e úmido. A pele ao seu redor deve estar 
lisa, sem vermelhidão, coceiras, feridas e dor. 
 
11.1.Estomas Digestivos 
 
11.1.1. Gastrostomia 
A gastrostomia é uma abertura 
feita cirurgicamente no estômago para o 
44 
 
meio externo, objetivando facilitar a alimentação enteral para o paciente e administração de líquidos. 
Indicado quando esta via alternativa necessita ser mantida por mais de um mês. 
Dentre as principais complicações estão peritonite, hemorragia, infecção da ostomia e irritação 
da pele. 
 
11.1.2. Jejunostomia 
Consiste em criar uma abertura no jejuno, primeira 
porção do intestino delgado, objetivando alimentar o paciente. 
Dentre as principaiscomplicações estão a deiscência, 
estenose, hemorragia, diarreia, dor abdominal e irritação na 
pele. 
 
11.1.3. Ileostomia 
Numa ileostomia, o orifício situa-se ao nível da 
porção final do intestino delgado, sendo suprimido o 
intestino grosso na sua totalidade. Tem como 
finalidades excreção de fezes e pela ileostomia saem 
fezes muito líquidas e agressivas (ácidas) para a pele. 
Dentre as principais complicações estão feridas na 
pele, irritação cutânea, diarreia e estenose do estoma. 
 
11.1.4 Colostomia 
 A colostomia é definida como a exteriorização do intestino grosso, através da parede 
abdominal (estoma), objetivando drenar gases e fezes, podendo ser temporário ou permanente. 
A colostomia é identificada de acordo com a porção do intestino grosso que é exteriorizada, a 
consistência da evacuação varia também de acordo com a localização da ostomia. 
São basicamente quatro tipos de colostomia: 
Colostomia ascendente 
O estoma é feito na alça ascendente do intestino grosso, no lado direito do abdômen, neste 
caso, as fezes apresentam consistência semilíquida. 
 
Colostomia transversa 
O estoma é feito no intestino grosso transverso, as fezes apresentam consistência pastosa. 
 
 
45 
 
Colostomia descendente 
O estoma é realizado na alça 
descendente, no lado esquerdo do abdômen, as 
fezes apresentam consistência semissólida. 
 
Colostomia sigmoide 
O estoma é realizado no cólon 
sigmoide, as fezes são firmes e sólidas. 
 
Dentre as possíveis complicações estão 
as irritações cutâneas; estenose temporária 
devido à presença de edema; inflamação que 
ocorre no cólon exteriorizado; infecção de pele; necrose; e constrição do coto cólico, decorrente de 
abertura muito estreita na parede abdominal. 
 
11.1.5. Assistência ao Paciente com Estomas 
Digestivos 
 
11.1.5.1.Cuidados com os Estomas de Drenagem 
 
Materiais: gaze ou compressa, tesoura, régua de mensuração de 
ostomia, sabonete, água morna e bolsa de coleta. 
 
Técnica de realização 
• Higienizar a pele peri-estoma com água morna 
• Usar sabonete para lavar a pele 
• Retirar o sabonete com água morna 
• Secar a pele suavemente 
• Observar o aspecto do estoma e da pele peri-estoma 
• Mensurar o estoma com a régua 
• Encaixar perfeitamente a régua no estoma 
• Para escolher o diâmetro, deve-se sobrepor o molde do 
estoma de modo que ele fique totalmente dentro do círculo 
46 
 
não ultrapassando o símbolo da tesoura 
• Desenhar a medida do estoma no papel ou acetato no 
verso 
• Recortar no molde marcado 
• Certificar-se de que o recorte está correto, encaixando a 
parte recortada no estoma 
• Retirar o filme e adaptá-la ao estoma. 
• Fricciona-lo levemente a adesividade 
• Após devidamente aderido, retirar o filme protetor 
• Aplicar cuidadosamente o adesivo de modo a não formar 
rugas 
• O esvaziamento e a higienização da bolsa coletora podem 
ser feito pela abertura inferior da bolsa drenável 
• A base adesiva deve ser trocada quando houver infiltração 
do efluente sob a resina, a resina estiver deslocando e na 
rotina de troca. 
• Retirar a base adesiva utilizando gaze ou compressa 
umedecida com água morna ou embaixo do chuveiro 
• Segurar a pele para evitar trauma na retirada na base adesiva 
 
 
 
 
 
 
 
11.1.5.2.Cuidados com os Estomas de Gavagem 
 
Materiais: gaze ou compressa, tesoura, sabonete, água morna e esparadrapo. 
 
Técnica de realização 
• Lavagem das mãos 
• Limpeza do local da gastrostomia com soro fisiológico 0,9% 
• Secar bem após lavagem 
47 
 
• Na residência, poderá ser limpo o sítio da sonda com água 
morna e sabão neutro 
• Secando bem após com gaze 
• Limpeza sempre que houver secreção 
• Manter sonda fixa na pele com esparadrapo 
• Não tracionar 
• Manter sonda sempre fechada enquanto não estiver em uso 
• Atentar para sinais de vermelhidão, secreção purulenta e dor 
local 
• Observar a numeração da sonda 
• Observar extravasamento de dieta pelo óstio 
• Fornecer a dieta sempre com cabeceira elevada ou o 
paciente sentado 
• Oferecer a dieta em equipo com gotejamento rigoroso 
• Após a dieta, manter paciente sentado ou com a cabeceira 
elevada por pelo menos 60 minutos 
• Diluir bem as medicações antes de administrar 
• Lavar a sonda com 20 a 50 ml de água filtrada após dietas 
e/ou medicações 
 
 
 
 
 
 
11.2.Estoma Respiratório 
 
11.2.1.Traqueostomia 
A traqueostomia consiste em um procedimento cirúrgico que 
objetiva criar uma abertura na parede anterior da traqueia 
comunicando-se com o meio exterior, sendo mantido aberto com o 
auxílio de uma cânula. Tem como finalidade respiração quando existe 
alguma obstrução no trajeto natural, obstrução das vias aéreas 
48 
 
superiores e ventilação mecânica. 
Dentre as principais complicações estão obstrução da cânula por secreções, hemorragia, 
danos às cordas vocais, infecção, lesão de esôfago e prejuízo à deglutição. 
 
11.2.2. Assistência ao Paciente com Estomas Digestivos 
 
11.2.2.1.Cuidados com os Estoma Respiratório 
 
Materiais: gaze ou compressa, tesoura, sabonete, água 
morna, cadarço. 
 
Técnica de realização 
• Lavagem das mãos 
• Limpeza com sabonete neutro e água limpa 
• Hidratação com creme suave, sem perfume. 
• Utilização de um acolchoado, com duas gazes dobradas, entre a cânula e a pele do pescoço, 
mantendo-o sempre limpo e seco. 
• Uso de material macio para o cadarço e não o colocar muito apertado 
 
11.3.Estoma Urinário 
 
11.3.1.Cistostomia 
Uma cistostomia ou vesicostomia é uma abertura 
cirúrgica feita acima do osso púbico até a bexiga. Um tubo 
ou cateter urinário é introduzido na bexiga e mantido no 
lugar com um balão e/ou suturas. 
Tem a finalidade de drenagem de urina em 
situações como estenose de uretra, trauma de Bacia com 
lesão grave da uretra, cálculo impactado dentro da uretra, 
próstatas muito volumosas, câncer avançado da próstata e da uretra e infecções graves do pênis e 
saco escrotal (síndrome de Fournier) 
Dentre as principais complicações estão dor forte, grande quantidade de sangue na urina, 
diminuição do volume de urina, corrimento excessivo e malcheiroso ao redor do cateter, deslocamento 
49 
 
do cateter do local de inserção e enrubescimento, inchaço ou sensibilidade no local em que o cateter 
entra na pele. 
 
11.3.2. Assistência ao Paciente com Estomas Urinário 
 
11.3.2.1.Cuidados com os Estoma Urinário 
 
Materiais: gaze ou compressa, tesoura, sabonete, água morna e esparadrapo. 
 
Técnica de realização 
• Lavagem das mãos 
• Limpeza do local da cistostomia com soro fisiológico 0,9%, 
• Secar bem após lavagem 
• Na residência, poderá ser limpo o sítio da sonda com água morna e sabão neutro 
• Secando bem após com gaze 
• Limpeza sempre que houver secreção 
• Manter sonda fixa na pele, com esparadrapo 
• Não tracionar 
• Atentar para sinais de vermelhidão, secreção purulenta e dor local 
• Observar a numeração da sonda 
• Observar extravasamento de urina pelo óstio 
 
12. CUIDADOS COM PESSOAS COM DRENOS E CATETERES 
Dreno é um tubo mantem a saída de líquidos de uma cavidade interior para o meio externo. A 
drenagem depende do local de inserção do dreno e do procedimento realizada, e o método de 
drenagem pode ser classificado como: 
 
• Natural - realizado através do dreno e sua exteriorização com o meio externo 
• Gravitacional - realizado através de coletores com sistema fechado, que devem ser 
disponibilizado sempre em altura inferior ao da inserção do dreno 
• Succional - realizado através de coletores com sistema fechado, com capacidade de sucção 
que devem permanecer na altura da lesão 
 Os drenos podem ser de 3 tipos: laminar, túbulo-laminar e tubulares. Durante as evoluções do 
paciente é importante sempre mencionar o tipo de dreno, seu posicionamento, aspecto da secreção 
50 
 
coletada e volume, além de atentar para a diminuição da drenagem, que pode indicar a retirada

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