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Resenha - O que a história te contou sobre os Quilombolas - Copia

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TEMA: O QUE A HISTÓRIA TE CONTOU SOBRE OS POVOS QUILOMBOLAS? 
A presente discussão teve como objetivos, abordar um visão crítica e reflexiva sobre o ensino no Brasil, tratando sobre a forma e que tipo de conhecimento sobre os povos quilombolas e esse repassado para os estudantes brasileiros, Givania ao se relacionar aos livros didáticos, que segundo ela, muitos deste não retratam a história dos povos tradicionais verdadeiramente, critica também os autores dos livros, pois muitas das histórias não são contadas ou então não representam a historicidade desses povos, sendo esta contada apenas na visão do colonizador.
Diante disso, podemos refletir sobre o público que tem acesso a esses materiais, de qual forma esses conhecimentos são construídos, compartilhados, outro ponto importante que merece atenção é em relação a muitas instituições de ensino básico que foram e ainda são construídas e seus nomes oficiais são pensados em homenagem a grandes fazendeiros, grandes proprietários de terra que utilizaram mão de obra escrava ou tem relações, mas que na verdade não deveria ser lembrados de tal maneira.
Podemos observar que sempre existiu uma tendência de deslegitimar os povos quilombolas e indígenas no Brasil, sendo na maioria das vezes não reconhecidos como tal, havendo preconceito, racismo, perseguições, perdas de direitos e assassinatos, dentre outros fatores que agravaram questões a respeito.
Aurila em sua apresentação, fala sobre a invisibilidade colocada pelos poderes públicos, assim como a sociedade de modo geral, lembra também que muitas pessoas negam a existência de quilombos no Estado do Ceará, diante disso, ressalta a importância dos povos tradicionais de se reconhecerem e se afirmarem enquanto povos quilombolas, de conhecerem e estudarem sobre suas origens, de valorização de seus costumes e práticas ancestrais.
Givania define e caracteriza os Quilombos como sendo, grupos étnicos, de relações com um passado de ancestralidade, onde a terra é vista em diferentes sentidos, como sagrada, de espaço para produção e reprodução, de resistência, de territorialização, entre outros elementos, tendo o processo de resistência uma característica comum em todas as comunidades quilombolas. 
Além disso, indica o processo de aquilombamento com um instrumento de luta pelo ideal de liberdade, liberdade de acesso aos territórios de vivência, de educação quilombola, dos saberes da comunidades, fazeres, das forma de cura, das festas, dos saberes, da oralidade, da cultura entre outros conhecimentos, já a educação escolar quilombola é escrita a partir do conceito de educação quilombola, uma educação pautada e tendo como ponto de partida o território, na história de um povo.
Questionada a respeito da regularização fundiária e da crise do coronavírus e a relação com a situação dos povos tradicionais no Brasil, Givania fala no contexto político atual do Brasil, analisando um descomprometimento e desassistência por parte do governo brasileiro, dos órgãos públicos do país, como é o caso do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), do ministério da saúde, da fundação Palmares, dentre outros, sendo estes citados os mais afetados e desestruturados pelo atual governo.
Outro ponto discutido é em relação ao sistema de contas, sendo este um importante instrumento de acesso ao ensino superior, sendo que muitos jovens tem dificuldade de conseguir uma vaga nas instituições de ensino público, principalmente os estudantes negros, oriundos da classe trabalhadora, da periferia e das comunidades dos interiores e a importância desse programa para torna o acesso ao ensino público mais democrático e igualitário, reduzindo as desigualdades sociais existentes. 
Observa-se no Brasil um processo contraditório de inversão de valores, um bom exemplo é em relação ao ingresso de estudantes de escolas públicas em faculdades particulares, sendo que uma pequena parcela destes conseguem uma vaga em instituições públicas, enquanto um grande número destes acabam optando pelas faculdades privadas, isso pode ser justificado pelas condições sociais as quais grande parcela dos estudantes brasileiros estão submetidos, seja por ensino precário em muitas escolas públicas, necessidade de trabalhar, estrutura familiar desfeita, dentre outros fatores.
Aurila focaliza na questão racial e quilombola nas escolas públicas, onde na maioria das vezes é criado um ambiente que dificulta a aceitação de crianças, jovens e adultos de se reconhecerem enquanto povos originários, tradicionais, seja por conta do preconceito, do racismo estrutural ainda muito forte no Brasil e da necessidade de superar essas barreiras.
Devemos então pensar numa educação e história do Brasil que seja contada pelos povos tradicionais e originários, respeitando suas práticas culturais, religiosas, modos de vida, falas e contra a reprodução de uma história que representa apenas a posição do colonizador, subalternizando os sujeitos integrantes dessa história.

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