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Conceito de inadimplemento obrigacional:
O termo inadimplemento se refere ao não cumprimento de determinada avença, ou seja, de determinado acordo. Para o Direito Obrigacional (direito das obrigações), o inadimplemento de uma obrigação, seja ela de dar, fazer ou não fazer, leva a não satisfação do credor devido a não realização da prestação pelo devedor ou por terceiro quando ainda não fora extinta a obrigação.
O não cumprimento de uma obrigação pode decorrer:
De um ato culposo do devedor; 
ou
De fato, a ele não imputável.
O inadimplemento decorrendo de um ato culposo do devedor quando este age com culpa no não cumprimento da obrigação que lhe cabe. Nessa hipótese, o Código Civil estabelece que o credor tem o direito que receber exatamente o bem, serviço ou valor estipulado na convenção.
Já o inadimplemento decorrente de fato não imputável ao devedor, decorrente muitas vezes de caso fortuito ou força maior, não é de responsabilidade deste, ou seja, o devedor não responde pelos prejuízos causados se expressamente não houver responsabilidade por eles.
O inadimplemento pode ser:
Absoluto; ou
Relativo
Se configura o inadimplemento absoluto quando a obrigação não foi cumprida e nem poderá ser cumprida de forma útil o credor. Nesse caso, mesmo que ainda haja a possibilidade de cumprimento, haverá o inadimplemento absoluto, pois a prestação se tornou inútil ao credor. Tal espécie de responsabilidade poderá ser:
Total; ou
Parcial
Total é a responsabilidade absoluta que englobar a totalidade do objeto, enquanto que parcial se refere ao não cumprimento de parte da obrigação. Ou seja, caso a mesma obrigação seja dividida em etapas, por exemplo, e algumas foram cumpridas, entretanto uma ou mais de uma não, tem-se o inadimplemento absoluto parcial.
Quanto ao inadimplemento relativo, esse se apresenta nos casos de mora do devedor, ou seja, quando há o cumprimento da obrigação, mas esse é imperfeito, não respeitando a observância do tempo, lugar ou forma acordado entre as partes.
Conceito de Inadimplemento Absoluto:
O inadimplemento absoluto é definitivo, pois a prestação, que deveria ser realizada ao tempo da constituição da obrigação, se tornou impossível ou deixou de ser interessante ou útil ao credor.
Como dito anteriormente, o inadimplemento absoluto poderá ser total ou parcial.
A título exemplificativo, é possível visualizar a seguinte situação: para uma festa de aniversário determinada pessoa comprou um pacote de 500 balões de gás que deveriam ser entregues na segunda-feira, dia do aniversário e da festa, entretanto, por imprudência da empresa contratada, os balões foram entregues apenas na terça-feira. Nessa data, a entrega dos balões já não se mostra útil para o contratante, dessa forma, a obrigação será considerada inadimplida absolutamente.
O enunciado nº 162 da III Jornada de Direito Civil que estabelece que “A inutilidade da prestação que autoriza a recusa da prestação por parte do credor deverá ser aferida objetivamente, consoante o princípio da boa-fé e a manutenção do sinalagma, e não de acordo com o mero interesse subjetivo do credor.”
Caso o inadimplemento se dê pela culpa do devedor, este deverá indenizar o credor em perdas e danos. A princípio, todo inadimplemento se presume culposo, com exceção as obrigações derivadas da prestação de serviços se esta for de meio e não de resultado.
Caso a obrigação seja de meio, a responsabilidade, embora derivada de contrato, deverá ser pautada em culpa provada e baseada em fatos. Ao inadimplente, cabe a demonstração da ocorrência de um caso fortuito ou de força maior.

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