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9 INTRODUÇÃO As exigências advindas da sociedade da informação e de competitividade entre as empresas impõem novos procedimentos mercadológicos, sendo um deles a orientação para a qualidade no atendimento. Esta pesquisa tem como foco central mostrar qual a importância da qualidade de atendimento no turismo. Foi estudado sobre o atendimento em agências de viagens, para descobrir a importância do atendimento de qualidade nessa área do turismo, e entender porque o bom atendimento é um fator decisivo dentro do mercado turístico. O estudo justifica-se, pois, o atendimento de qualidade é de suma importância na prestação de serviços. Tendo em vista que muitas empresas não levam a qualidade no atendimento a sério, pretende-se, portanto, afirmar que as empresas precisam investir e levar a sério esse aspecto. Por meio do bom atendimento, o negócio pode fidelizar o cliente, o que implica em maiores ganhos no volume de vendas e um custo inferior para aquecê-las. Isso porque o consumidor já conhece o estabelecimento e as vantagens em adquirir um produto/serviço proveniente dele. Além disso, os clientes satisfeitos tendem a fazer uma propaganda boca-a-boca, e este é um meio bastante rentável de atrair novos clientes e manter os que já trabalham com a sua empresa. Outro ponto a se considerar é que simplesmente atender com cortesia já não é suficiente e deixou de ser um diferencial. Na verdade, um atendimento de qualidade prima pela total satisfação do cliente, que deve ser surpreendido com os benefícios dos produtos/serviços adquiridos, tendo suas expectativas superadas. O objeto de estudo foi à agência de viagens Machu Picchu Brasil, com foco na análise do atendimento ao cliente. Foi escolhida essa agência como objeto de estudo, pois é o local onde realizo meu estágio e tenho contato diariamente com clientes, possibilitando a análise da importância do atendimento de qualidade no mercado turístico, principalmente nas agências de viagens. Foi observado o atendimento realizado pela agência e outras empresas turísticas. Essa observação foi realizada com foco nos funcionários das empresas dentro do setor de vendas e receptivo, satisfação dos clientes e os resultados das empresas que oferecem um bom atendimento. No primeiro capitulo é possível encontrar o significado da palavra Turismo e algumas definições da atividade turística de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT) e as pesquisas usadas pela professora Dra. Keila Cristina Nicolau 10 Mota. Depois foi apresentado um breve histórico do turismo no Brasil e no mundo utilizando os autores Reinaldo Dias e William Theobald. Também foi levantado o panorama atual do turismo com dados da OMT e do Ministério do Turismo. E para finalizar o primeiro capitulo foi feita a relação do turismo com o atendimento de qualidade de acordo com os estudos da professora Ivanir Rizzo Gloeden. Em seguida foi associado o tema de atendimento de qualidade dentro da atividade turística, definições, evolução e importância para o turismo. Foi analisado o atendimento de qualidade nas empresas de turismo, principalmente em agências de viagens. Definições do SEBRAE e da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, análises dos professores Mário Carlos Beni e Marcos Henrique Nogueira Cobra foram importantes contribuições para esse capitulo ser desenvolvido. No terceiro capitulo foi levantado o perfil do profissional de turismo, principais campos de atuação, histórico do ensino do turismo no Brasil, habilidades e competências dos turismólogos e a lei que reconhece a profissão do turismólogo. Também destaquei a minha área de estagio, funções e a segmentação da empresa onde trabalho e suas principais concorrentes. Essa pesquisa contribuiu com o levantamento da importância do atendimento de qualidade no setor de prestação de serviços e quais são os passos para uma empresa conquistar a satisfação dos clientes. 11 1 CONCEITOS, DEFINIÇÕES E PANORAMA ATUAL DO TURISMO 1.1 Conceito e definição do turismo A origem da palavra turismo vem do vocábulo tour que é de origem francesa e significa “volta”. (BARRETO, 1995). Outra afirmação diz que “a matriz do radical tour é do latim, através do seu substantivo tourns, do verbo tornare, cujo significado é “giro, volta, viagem ou movimento de sair e retornar ao local de partida” (ANDRADE, 1992). No final do século XIX e início do século XX, apareceram diversos conceitos que buscavam definir a atividade turística. Na década de 1940, alguns autores evoluíram a conceituação da Escola de Berlim. Hunziker e Krapf conceituaram turismo como: “... o conjunto das inter-relações e dos fenômenos que se produzem como consequência das viagens e das estadas de forasteiros, sempre que delas não resultem um assentamento permanente nem que eles se vinculem a alguma atividade produtiva”. Beni (2001) define o turismo com “um elaborado e complexo processo de decisão sobre o que visitar, onde, como e a que preço”. Neste conceito o autor apresenta aspectos sobre interesses pessoais envolvidas no processo de escolhas, onde para cada destino existem motivos especiais. Para MOTA (2007) o turismo é um fenômeno socioeconômico que consiste no deslocamento temporário e voluntário de um ou mais indivíduos que, por uma complexidade de fatores que envolvem a motivação humana, saem do seu local de residência habitual para outro, gerando múltiplas inter-relações de importância cultural, socioeconômica e ecológica entre os núcleos emissores e receptores. Já a Organização Mundial do Turismo - OMT (2008) definiu turismo como: O turismo, enquanto fenômeno impulsionado pela demanda, refere-se às atividades dos visitantes e a seu papel na aquisição de bens e serviços. Também pode ser considerado a partir da perspectiva da oferta, e nesse caso o turismo passa a ser entendido como um conjunto de atividades produtivas concebidas para atender fundamentalmente os visitantes. Um visitante é uma pessoa que viaja a um destino principal diferente ao de seu entorno habitual, com duração inferior a um ano, com qualquer finalidade principal (lazer, negócios ou outro motivo pessoal) que não seja ser empregado por uma entidade residente no país ou lugar visitado. O turismo é uma combinação de atividades, serviços e indústrias que se relacionam com a realização de uma viagem: transportes, alojamento, serviços de alimentação, lojas, espetáculos, instalações para atividades diversas e outros serviços receptivos, disponíveis para indivíduos ou grupos que viajam para fora de casa. O 12 turismo engloba todos os prestadores de serviços para os visitantes ou para os relacionados com eles. O turismo é toda uma indústria mundial de viagens, hotéis, transportes e todos os demais componentes, incluindo o marketing turístico que atende às necessidades e desejos dos viajantes. No mercado turístico as agências de viagens adquirem cada vez mais importância por atender o consumidor final. Os estudos de Braga (2007, p.35) e Tomelin (2001, p.114), mostram que uma agência de viagem atua como intermediador entre o público consumidor e os equipamentos e serviços turísticos, tais como empresas de transportes, meios de hospedagem, serviços receptivos, restaurantes, locais de entretenimento, seguro viagem, documentação de viagem e pacotes turísticos. 1.2 Breve histórico do turismo no brasil e no mundo De acordo com Dias (2005), desde os primórdios o homem deslocou-se, tornando essa característica uma particularidade da humanidade. Inicialmente os deslocamentos ocorriam pela necessidade de se alimentar; em seguida as jornadas ocorreriam por motivos mais pessoais como: religião, esporte, necessidade de conhecimento, tratamento de saúde, lazer e descanso, dentre outros motivos. Beltrão (2001) relata que os primeiros registros de viagens a lazer da humanidade surgiramainda século VII a.C. com a visita a Grécia para assistir os jogos olímpicos que aconteciam a cada quatro anos. No livro sagrado dos cristãos, a Bíblia tem vários registros de que as viagens eram bastante comuns entre os povos que viviam do comércio e das lutas entre romanos e cristãos. No início da história, no Ocidente Médio e no Egito, as viagens eram feitas por comerciantes que vendiam e transportavam seus produtos do local de origem até um mercado, ou pelas populações forçadas a mudar devido à fome, às inundações ou guerras (THEOBALD, 2002). Ainda segundo o autor Theobald, as primeiras pessoas viajavam pelos desertos do Oriente Médio carregando mercadorias dos vales férteis da Mesopotâmia e do Nilo. Outros ganharam o mar, espalhando o comércio e suas culturas por toda a região do Mediterrâneo, que acabaria por ser agregada ao Império Romano. Durante o domínio 13 romano as viagens por motivos comerciais cresceram, assim como as viagens de lazer, para cidades como Pompéia e Herculano dedicadas às férias dos romanos. Sabe-se ainda que, a expansão das viagens de negócios e de lazer foi possível graças a três fatores: a) lei e ordem; b) meios de comunicação; c) disponibilidade de acomodação. E ainda durante a Pax Romana essas condições foram estabelecidas, embora os padrões não se mantivessem sempre, assim como hoje. Ainda neste período, devido a queda do sistema imperial de Roma as viagens diminuíram, devido às más condições das estradas (as quais não eram mais reparadas), os aquedutos desmoronaram e o campo ficou infestado de ladrões. Com relação às viagens de peregrinação, sabe-se que, quando os barões e príncipes da Europa começaram a restabelecer a lei e a ordem, auxiliados pelo comando espiritual e moral da Igreja, as viagens recomeçaram. Sendo assim, as viagens eram organizadas pelos lordes e reis que reuniram exércitos para libertar a Terra Sagrada dos infiéis e ao mesmo tempo ganhar algum dinheiro transportando para a Europa as sedas, especiarias, joias e outros luxos do Oriente. Num nível mais modesto, a viagem de grupo de peregrinos foi inicialmente para os lugares sagrados da Europa, tais como Santiago de Compostela, no norte da Espanha, Canterbury, em Kent, na Inglaterra, e as várias cidades de mosteiros da Itália. Os dois tipos de viagem segundo Theobald (2002), encerravam um grande elemento de lazer, e os viajantes vinham de todos os níveis da sociedade. Criou-se assim, uma democracia da viagem, na qual se reuniam pessoas das mais diversas ocupações e origens. Uma vez que nessa época o nacionalismo era desconhecido, havia nas viagens uma verdadeira mescla de povos, que compartilhavam a acomodação em estalagens e comiam juntos em hospedarias do trajeto. Na Idade Média, houve um aumento substancial em função do interesse de comercialização e com isso, foram descobertas novas terras, novos povos, novos negócios, gerando assim, um crescente aumento do interesse pela viagem como forma complementar na educação das elites. 14 Posteriormente, essas viagens se estenderam para destinos mais distantes, com viagens que duravam dias e foram denominadas Grand Tour, para diferenciar-se das viagens que ocorriam nas imediações das metrópoles europeias. Embora tenham muitas das características usadas para denominar o turismo atual, esses deslocamentos que ocorreram antes do século XIX não tinham tamanha importância econômica, social ou cultural. Foi a partir do séc. XIX que Thomas Cook promoveu a primeira viagem organizada da história, quando em 1841 organizou uma viagem de trem com o objetivo de levar um grupo para participar de um encontro antialcoólico, entre as cidades inglesas Leicester e Loughborough. É nesse momento que acontece a primeira excursão em todo o mundo. Constatando a enorme possibilidade econômica que este negócio poderia lhe render, Cook fundou a primeira agência de viagens, a qual denominou “Thomas Cook and son”. Este movimento estabeleceu parâmetros da atividade turística em todo o mundo e estende-se até hoje. A partir daí surgem as ideias de criar oportunidades e eventos que chamassem atenção das pessoas despertando o desejo de participarem de promoções, sendo os eventos um importante expositor, já que foram organizadas feiras e exposições de âmbito universal. No século XV a navegação foi uma das grandes invenções, período em que iniciaram as aventuras marítimas dos portugueses e espanhóis. Sendo na época os meios mais modernos de conhecer outros territórios, línguas e culturas. Muitos fatores contribuíam para o desenvolvimento do turismo, o principal acontecimento foi a Revolução Industrial, no século XIX. Pois trouxe significativas modificações que deram origens a legislações específicas exigindo do trabalhador a necessidade de um tempo livre, pois eles precisavam produzir mais e esse descanso era necessário para obter resultados desejados. Consequentemente essa condição ocasionou o aumento da renda per capta da população fazendo surgir classes sociais com novos gastos e necessidades, principalmente em relação ao crescimento do tempo livre. Reconhecido como uma das atividades mais dinâmicas e prósperas do mundo, o turismo na segunda metade do século XX mostra-se como um dos principais setores socioeconômicos mundiais. 15 O Turismo no Brasil começa com o seu próprio descobrimento. As primeiras expedições marítimas que chegaram com o Américo Vespúcio, Gaspar Lemos, Fernando de Noronha e outros, não deixavam de estar fazendo turismo de aventura. Com a instalação das capitanias hereditárias e do governo geral, criou-se um turismo entre a metrópole e a colônia, e também a necessidade das viagens de intercâmbio cultural, pois os filhos das classes mais abastadas eram mandados a Portugal para estudar. No Brasil colonial tivemos as viagens comerciais e de alguns raros personagens que viriam a se tornar importantes para a história, sendo que em muitos casos, eram paradas causadas por problemas com o tempo, ou com seus barcos, já que Portugal fazia restrições à circulação de estrangeiros por seus portos. No período imperial, com a abertura dos portos, a presença da corte e a chegada de imigrantes europeus, tivemos visitas programadas como a dos naturalistas George Gardner e Charles Darwin, entre outros, e houve mudança de hábitos, com a instalação das ferrovias, construção de hotéis, restaurantes, e a busca por higiene, saúde e lazer. Naqueles dias de janeiro a março de 1808, nunca antes o Brasil tinha vivido tamanha movimentação, em três séculos de existência como colônia portuguesa. A família real, todos os nobres, os oficiais superiores, os altos funcionários e suas famílias, totalizando mais de 10 mil pessoas, haviam chegado com o máximo de bagagem que foi possível trazer em 14 navios abarrotados. As ruas do Rio de Janeiro tornaram-se um insólito cenário de aglomeração e comemorações. Entretanto, o “turismo” receptivo brasileiro, era bastante precário. Relatos históricos mostram que na segunda metade do século XVIII não havia hospedarias na cidade do Rio de Janeiro. Não há dúvida de que a súbita chegada de tão numeroso contingente ao Rio de Janeiro, em função da transferência da corte portuguesa para a colônia do novo mundo, suscitou um verdadeiro “choque de demanda”, a partir do qual a atividade turística encontraria os motivos e condições para surgir e se desenvolver. No século XIX pela ação do Visconde de Mauá, desenvolveram-se os transportes movidos a vapor. Em 1852, é fundada a Companhia de Navegação do Amazonas, e em 1858, inaugurado o primeiro trecho ferroviário no Rio de Janeiro. Essa evolução dos transportes, evidentemente propiciou um grande incremento de deslocamento, notadamente de e para o Rio de Janeiro, onde na 16 metade do século XIX, existiam cerca de 200 estabelecimentos, entre hotéis, hospedarias erestaurantes. Em 1885, é inaugurado o trem para subir o Corcovado. Trata-se do primeiro atrativo turístico a receber uma infraestrutura. Em 1908, é inaugurado o Hotel Avenida, no Rio de Janeiro, com 220 quartos, o maior do Brasil, marcando o início da hotelaria moderna do País. Em São Paulo só se tem notícias de hotéis com algum padrão de qualidade em torno de 1870. Em 1927, a empresa Lufthansa cria no Brasil a Condor Syndicat, que mais tarde daria origem à Varig. Esta empresa e posteriormente, a Panair do Brasil, são impulso para os turismos interno e externo. E apenas em 1968, o governo brasileiro criou os primeiros instrumentos de regulamentação da atividade com formação do Conselho Nacional de Turismo (CNTUR), do Fundo Geral de Turismo (Fungetur) e do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). Em seguida, no ano de 2003, foi criado o Ministério do Turismo (MTur), órgão do Governo Federal, destinando a expandir a atividade turística de uma forma sustentável, atuando também na geração de empregos e incentivando a inclusão social. No Brasil, o surgimento das agências surgiu entre o final do século XIX e começo do século XX, com as empresas de venda de passagens para navios. Em De acordo com a ABAV (Associação Brasileira das Agências de Viagens) em 1880 a Royal Mail Lines (Mala Real Inglesa) comercializa passagens de navios entre o Brasil e a Europa, depois em 1904 Charles Miller, introdutor do futebol em nosso país, assumiu a empresa fundada pelo seu tio. Destacam-se também as “casas de comércio” do mercado turístico inicial que ia se desenhando em nosso país, tais como A Casa Aliança e A Casa Bernardo no Rio de Janeiro, em 1911 em São Paulo a Martinelli, na cidade de Santos a Casa Branco foi fundada. Não há dados precisos sobre o surgimento das agências no Brasil as primeiras a oficializar como prestadoras turísticas foram A Expresso Internacional de Porto Alegre em 1919 e posteriormente a Wagon –Lits em 1936 na capital paulista. Ou seja, eram filiais de empresas sediadas na Argentina e Bélgica. Para Braga (2008) é importante, revelar que após 1950 com o surgimento do transporte aéreo e como consequência o desenvolvimento do turismo de massa e a necessidade de organizar serviços de viagens inclusos a preços mais acessíveis pelas 17 operadoras turísticas surgem as principais empresas do setor que atuavam na prestação de serviços em nível nacional, mas foram responsáveis por intermediar e organizar viagens de muitos brasileiros ao exterior, tais como a Victor Hummel, (1948, Rio de Janeiro); Agência Turismo Nipo-Brasil – Tunibra (1949, São Paulo e Paraná), a Agencia Auxiliar de Turismo – Agaxtur (1953, Santos); Casa Faro (1956, São Paulo). Em termos de operações de viagens, de acordo com Trigo (2000), destacam- se a Oremar de 1958 e a Agência Monark em 1960, a Sol e Turismo Soletur (1964), a Stella Barros (1965) e a CVC (1972). Na década de 1980 há uma consolidação do setor e começam a surgir as primeiras agencias de viagens especializadas em determinados tipos de turismo tais como as de Ecoturismo como a Freeway Adventure e a Ambiental Expedições. Na década de 1990, com a presença e o desenvolvimento da internet, as agencias e operadoras de viagens começaram a oferecer seus produtos e serviços virtualmente. A atividade turística no Brasil passou a ocupar espaço considerável nas relações econômicas internacionais, podendo vir a ser uma das mais importantes em termos de oferta de empregos e geração de receita e renda. Os dados oficiais da Organização Mundial de Turismo (OMT) em 2006 confirmam um movimento real de mais de 800 milhões de deslocamentos turísticos internacionais no mundo, correspondendo a um montante de US$ 4,5 trilhões de faturamento e cerca de 192 milhões de empregos. Segundo MOTA (2007) o Turismo, enquanto atividade do setor terciário da economia, representa em termos de Produto Interno Bruto (PIB) aproximadamente 11% na atividade mundial e 8% na atividade brasileira, gerando 1 em cada 10 empregos diretos no mundo, abrangendo 52 setores da atividade econômica. 1.3 Panorama atual do turismo Para a OMT (2014) o turismo representa 9% do PIB global e gera atualmente 266 milhões de empregos no mundo. O setor gera US$ 1.4 trilhão em exportações, perdendo apenas para os setores de combustível, químico, alimentar e automobilístico. O turismo é um dos setores em expansão no Brasil que apresenta números sempre crescentes em todas as categorias - como negócios, luxo e aventura. 18 Independentemente da situação econômica local, existem múltiplas opções de rentabilização, uma vez que o mercado oferece produtos e serviços desde a fase de planejamento de uma viagem até a chegada ao destino. Nesse sentido, o país ainda engatinha em relação ao aproveitamento das oportunidades deste mercado. O número de brasileiros que, de alguma forma, precisaram ou optaram por se deslocar para outras cidades ou países subiu nos últimos anos. Esse movimento, no entanto, foi intensificado mais pela economia do que por ações de Marketing. O primeiro semestre de 2014 registrou alta de 70% no número de brasileiros que viajaram pelo país. Segundo dados do Ministério do Turismo, a quantidade de passageiros saltou de 38 milhões, em 2008, para 63 milhões, em 2013. Com a economia estável e o acesso ao crédito, a Classe C tornou-se a principal responsável pelo aumento desse percentual. Naturalmente, essas pessoas passaram a frequentar hotéis e regiões que eram apenas dos mais ricos. Alguns países, como os Estados Unidos, precisaram adaptar seu complexo hoteleiro e seu comércio para a avalanche de novos consumidores. No Brasil, as mudanças para atender a essa demanda foram poucas, sendo estimuladas muito mais por grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, do que pelas necessidades do público local. Ainda assim, algumas grandes redes e alguns resorts ampliaram suas estruturas a fim de reter no país aqueles que começavam a desbravar o mundo. Com mais condições para a realização de viagens internacionais, facilidades quanto ao visto e preços equiparados a trechos nacionais, os destinos além da fronteira ficaram mais interessantes. Indiscutível é o valor do legado que ficou para o turismo brasileiro após a Copa do Mundo. A visão é bastante otimista. A despeito das questões relativas aos investimentos na construção e reformas dos estádios, o fato é que o potencial de retorno na próxima década através da nossa atividade turística é bastante positivo. Para PINTO (2014) entre os 8 bilhões para os estádios e os 7 bilhões para infraestrutura geral o investimento público e privado para a estrutura da Copa no Brasil alcança a casa dos 15 bilhões de reais. Em 2012 o gasto de visitantes estrangeiros no Brasil chegou a R$ 14,6 bilhões. Um dos grandes problemas apontados para a realização do Mundial no Brasil foi a precária estrutura de seus aeroportos. Com as obras realizadas, muitos deles poderão receber com mais frequência voos internacionais e aviões de grande porte, 19 e um expressivo aumento na capacidade de embarque e desembarque, fomentando ainda o turismo em regiões antes pouco valorizadas. Por sua vez, as companhias aéreas estão cientes de seu dever, mas não só isso, cientes também da enorme oportunidade de receita que terão daqui em diante. Por isto não se trata apenas de incentivo, mas sim de correta gestão empresarial. Além disso a concorrência é favorável ao turismo. As estradas do Brasil estão passando nos últimos anos por melhorias importantes, principalmente nos pontos estratégicos do país e também devido à privatização de muitas delas. O transporte por via terrestre é fundamental para o turismo doméstico. Nas principais regiões turísticas as estradas estão melhorando gradativamente. Nas áreas de esporte, lazer e entretenimento o país vem se modernizando ao longodos anos. A regulamentação de parques, o investimento em sustentabilidade, a promoção de atividades esportivas e de lazer, os trabalhos desenvolvidos nas comunidades para a inclusão social através do esporte e do convívio saudável, os clubes e toda a rede de infraestrutura de atividades de aventura, de lazer e entretenimento, esportivas ou de ócio produtivo, se multiplicaram no país nas últimas décadas e representam hoje a maturidade social que iniciamos agora. O turismo faz uso desta estrutura para se promover, e para promover a boa imagem do país. Entre 2011 e 2014 o investimento na rede hoteleira no Brasil soma cerca de R$ 7,3 bilhões, sendo que neste período 198 novos hotéis em rede abriram ou ainda abrirão suas portas. No total o Brasil dispõe hoje de 9.681 hotéis com 464.477 unidades habitacionais, e mais uma centena de milhares de pequenos meios de hospedagem, com uma ocupação média nacional de 65,6%. Segundo o diretor de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Salles Lopes, em um cenário econômico de desafios, a alta na preferência por viagens domésticas representa a sustentabilidade do mercado do setor. O trabalho conjunto das estruturas pública e privada do Turismo conduzem a uma valorização do destino Brasil. Ou seja, dentro da cesta de consumo de turismo, viajar dentro do país está mais atrativo. O indicador de junho compreende os dois meses de maior concentração de viagens no Brasil – julho (12,1%) e dezembro (18,8%). O Nordeste e o Sudeste são as regiões preferidas para 43,2% e 26,2% dos entrevistados, respectivamente. 20 Desde 2003, o Ministério do Turismo foi criado para garantir a implementação de políticas públicas para o setor. A EMBRATUR recebeu a missão de promover o Brasil como destino turístico no exterior. O Plano Aquarela 2020 traça metas e objetivos para que o Brasil consiga antes, durante e depois dos grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016, se projetar como destino turístico no exterior e, além de aumentar o fluxo de turistas estrangeiros, incentivar que suas viagens ao país durem mais tempo e que visitem novos destinos que vão despontar com a grande exposição que teremos na mídia internacional. Segundo o plano, o Brasil, destino líder da América do Sul, em grande parte tem sido responsável, historicamente, pelo crescimento e consolidação do continente. E esse aumento proporcionará mais desenvolvimento para todas as regiões do país, pois o setor turístico oferece emprego de forma mais rápida para as regiões menos privilegiadas e se torna uma ferramenta importante de inclusão social. As previsões do turismo internacional feitas pela OMT – Organização Mundial do Turismo mostram que o crescimento do setor já é retomado em diversas regiões e a perspectiva para os próximos anos é de evolução positiva. Como tendência para o Brasil, é fundamental visualizar e valorizar os modais de acesso terrestre entre o país e demais nações do continente sul-americano e o turismo marítimo, decorrente das melhores condições de infraestrutura portuária que vêm sendo programadas e pelos eventos excepcionais que serão realizados. Ainda de acordo com o Plano Aquarela 2020, as expectativas para os próximos anos estão estabelecidas: 2014/2016 - Intensificação da promoção do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos; Oferta de roteiros e informações específicas sobre o Rio de Janeiro e outros destinos no Brasil para o trade, a imprensa e os turistas estrangeiros. 2016 - Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro; O Brasil e a cidade do Rio de Janeiro estarão no centro da atenção mundial - Intensificação das ações de promoção e da exposição do país no mundo; Intensificação das ações de Relações Públicas. 2016/2020 - Potencialização do legado de exposição da imagem do Brasil - comunicar ao mundo o sucesso dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro; Manutenção do ritmo crescente do turismo internacional no país; O Brasil se consolida entre os líderes do turismo mundial. 21 1.4 Relação do turismo com o atendimento de qualidade Além dos números, é fundamental a qualidade. Temos que apresentar aos turistas condições adequadas para atendê-lo e recebê-lo bem, com conforto e praticidade. As exigências advindas da sociedade da informação e de competitividade entre as empresas impõem novos procedimentos mercadológicos, sendo um deles a orientação para a qualidade no atendimento. Os estudos de Gloeden (2008) mostram que a orientação para o cliente, vem sendo praticada pelo turismo através de força regulamentadora e imitação de experiências vindas do exterior. Observam-se muitas empresas centrando suas ações no produto/serviço turístico, como algo temerário num cenário em que tais produtos também são disponibilizados pelos concorrentes, o diferencial seria aprofundar-se no atendimento ao cliente. É de extrema importância o atendimento de qualidade no setor de prestação de serviços. 22 2. ATENDIMENTO DE QUALIDADE NO TURISMO 2.1 Importância O turismo se manifesta através de atividades que estão relacionadas ao deslocamento de pessoas em busca de lazer, desenvolvimento cultural etc. Relacionadas às atividades, diversas ações se fazem necessárias para o deslocamento, resultando na geração de relacionamento entre quem fornece e quem recebe o serviço. A qualidade do atendimento no setor está diretamente relacionada as oportunidades de fornecimentos de serviços que visam a satisfação dos clientes. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas -ABNT, em sua norma NBR ISO 8402, qualidade é "a totalidade de propriedades e características de um produto ou serviço, que confere sua habilidade em satisfazer necessidades explícitas ou implícitas". O Turismo é uma atividade crescente e relevante tanto para a economia, no que se refere à geração de renda, quanto para a própria sociedade que a pratica e usufrui de seus serviços. Os serviços sofreram grandes mudanças em seus padrões, tendo em vista que os consumidores passaram a ter um maior grau de exigência por fatores ligados diretamente e indiretamente com a evolução da Gestão da Qualidade. A qualidade vem ganhando espaço cada vez maior no mercado de consumo, conquistando um percentual relevante na economia e relacionando-se à satisfação do cliente, visto que investir em qualidade é investir no bom desenvolvimento do empreendimento que, sendo diferenciado, permanecerá no mercado, superando eventuais expectativas. 2.2 Desenvolvimento Conforme o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE (2000, p.19), “A qualidade é inerente ao produto ou serviço, mas é julgada pelo cliente”. Sendo assim, denota-se que a qualidade do produto ou serviço dependerá da percepção do cliente, que sempre será subjetiva. Devido a isso, a busca constante pela qualidade dos serviços no turismo pode ser considerada como fator propulsor para a competitividade no mercado. Assim, é muito difícil um empreendimento sobreviver no mercado sem satisfazer as necessidades e desejos dos seus clientes, pois o mercado atual está 23 cada vez mais competitivo e os consumidores mais exigentes, buscando inúmeras opções que superem suas expectativas. Para que estes requisitos sejam alcançados com sucesso, é necessário investir em qualidade dos produtos e do atendimento. Muitas pessoas querem investir em algum tipo de negócio relacionado ao turismo, seja, em hotéis, agências de viagens, empresas de eventos, ou qualquer outro de mesma natureza. Segundo Beni, A oferta do turismo pode ser concebida como o conjunto dos recursos naturais e culturais, que em sua essência constituem a matéria-prima da atividade turística, por que na realidade são esses recursos que provocam a afluência de turistas. A esse conjunto agregam-seos serviços para dar consistência ao seu consumo, aos quais compõe os elementos que integram a oferta, no seu amplo sentido numa estrutura de mercado. (BENI, 1997, p. 158) Dessa maneira, o autor dá a entender que os serviços são elementos fundamentais do turismo, pois sem eles os recursos não teriam como ser disponibilizados aos turistas, se estabelecendo como um elo entre oferta e mercado turísticos. É preciso atentar para algumas particularidades dos produtos ofertados pelo turismo, eles têm características que devem ser mencionadas para o melhor entendimento da aplicação do tema qualidade e serviços turísticos. Conforme Cobra são eles: Intangibilidade: não se pode pegar, apalpar, cheirar; Perecibilidade: uma vez produzido, deve ser consumido; Simultâneos: produção e consumo [...] uma vez que o serviço é oferecido, ele deve ser consumido; Heterogeneidade: o serviço turístico não é homogêneo, pois depende do desempenho humano, do funcionário que o produziu; Baixa elasticidade da oferta: a oferta não é elástica, ou seja, não é possível ampliar a oferta de assentos em um voo mais procurado, por exemplo. (COBRA, 2005, p. 90) Os serviços receberam significativa importância no mercado consumidor com a chamada sociedade pós-industrial, que permitiu a expansão do setor terciário, ou seja, o setor no qual os serviços estão inseridos. (LICKFELD, 2000, p. 69). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2002) o setor de serviços vem crescendo e se destacando na economia mundial, pelos seguintes fatores: geração de renda e emprego, bem como contribuição econômica para os países. 24 A qualidade não se apresenta como algo novo, sendo que já era fomentada no início do século XX, quando os próprios artesãos fabricavam os produtos, fiscalizando e controlando sua qualidade. Com o passar dos anos, houve aumento significativo na produção, pelo que nasceu a necessidade de pessoa específica para controle da qualidade dos produtos fabricados, denominada inspetor, o qual fiscalizava as ações dos operários. No Brasil, as mudanças no mundo dos negócios ocorreram principalmente em meados da década de 90, exatamente quando o país entrava na rota do mundo globalizado. Desde então, as organizações brasileiras passaram a atuar em um mercado extremamente competitivo, no qual a qualidade dos produtos e serviços passava a ser um critério de diferenciação, mas não só isso, a agilidade e a capacitação da mão de obra credenciavam e agregavam muita credibilidade a algumas organizações. Nos dias atuais os produtos são mais complexos, havendo um mercado cada vez mais competitivo, onde o consumidor se torna cada vez mais exigente, tornando a qualidade um diferencial do produto. (RODRIGUES; LEAL; HARGREAVES, 1997). De acordo com Castelli (2001, p. 142) existem vários conceitos referentes à qualidade advindos de especialistas e instituições que se preocupam com o tema. Alguns são mais complexos e outros mais simples como: “qualidade é satisfação do cliente”; “qualidade é aquilo que o cliente quer”; “qualidade é adequação ao uso”; “qualidade é conformidade com os requisitos” e “qualidade é atendimento das expectativas do cliente”. O serviço com qualidade gera a satisfação e a realização do que o cliente busca e o que efetivamente encontra. Portanto, a qualidade pode ser entendida como satisfação, anseio, adequação, conformidade e superação das expectativas do cliente. Para uma empresa vencer no mercado competitivo precisa ter consciência de que os produtos oferecidos devem ser de qualidade e que deve ter como prerrogativa comportamento ético e liderança, estando preparada para trabalhar em conjunto com os funcionários para o cumprimento das metas a serem alcançadas, com treinamentos para qualificação e preços compatíveis com os seus produtos. Muito mais do que buscar a qualidade, existe um fator de vital importância para os empreendimentos turísticos, que é alcançar a fidelização dos seus clientes, fato que gerará benefícios para ambas as partes. E essa busca necessita da colaboração coletiva de toda equipe de trabalho, como forma de harmonizar e equilibrar o 25 atendimento a toda clientela. No entanto faz-se fundamental que esta mesma equipe esteja motivada e satisfeita em relação ao seu ambiente de trabalho. Um empreendimento torna-se competitivo a partir do momento que o cliente o reconhece no mercado. O seu sucesso ou fracasso depende de sua atuação e da satisfação dos consumidores em relação aos seus produtos e serviços. Assim é importante atentar-se que de nada adianta acreditar que o trabalho desempenhado pela empresa é de qualidade se o cliente não tiver a mesma opinião, havendo então a necessidade de utilizar o instrumento do feedback, ouvindo o que o cliente tem a dizer, seja por uma conversa ao telefone, pessoalmente ou por meios eletrônicos, ou até mesmo através de questionários rápidos. De acordo com as respostas dos clientes é que se vai ter uma noção do que é preciso melhorar, adaptar ou transformar. Dias afirma que: Com o aumento no número de viagens e as facilidades de acesso a informação, aumenta o nível de exigência do turista, que se torna consciente de que a despesa que realiza deve traduzir-se em serviços e instalações satisfatórios com uma relação qualidade-preço adequada. (DIAS, 2005, p. 167) Mencionando a frase que diz: “A 1° impressão é a que fica”, o atendimento de qualidade se inicia no 1° momento que o cliente usufrui da estrutura do estabelecimento e deve ser contínua. Firmar laços entre o consumir e a empresa é fundamental para alcançar a fidelização, como foi dito anteriormente. Consequentemente ao realizar um tratamento de maneira falha e deficiente será muito difícil mudar aquela imagem aos olhos do consumidor que procurará outras alternativas a fim de obter o que necessita. Conforme Cobra (2005, p.89) “um serviço sem qualidade e com desempenho abaixo do esperado pode significar a morte de um negócio em turismo. Um serviço de turismo receptivo deve ser pontual, cordial e eficaz.” Através dessa colocação o autor afirma a importância da qualidade na prestação de serviços turísticos e que a atividade deve ser encarada com profissionalismo, pois sabe-se que em muitas localidades ela não é levada a sério pelas autoridades públicas, pelos próprios turismólogos, que se sentem muitas vezes desmotivados pela falta de valorização de sua profissão. Excelência é sinônimo de qualidade, é aquilo que se distingue de outras pela superioridade em relação aos seus semelhantes. O mais alto nível de desempenho de alguns empreendimentos é o que os tornam destaque no setor econômico. 26 Nos últimos anos, devido ao grande crescimento do turismo, é cada vez mais eminente o surgimento de novas empresas e o aumento da competitividade no setor. Neste contexto, o mercado das agências de viagens está cada vez mais competitivo e consequentemente, seus consumidores mais exigentes. Assim, para permanecer e prosperar nesse ambiente, essas empresas utilizam diversas estratégias para atender as necessidades e satisfazer as expectativas de seus clientes. De acordo com Pontes (2005), observa-se assim uma nova realidade no mercado turístico, em especial no segmento de agências de viagens e turismo. Com tantas mudanças e informações geradas por alta tecnologia, novos sistemas como a internet e a globalização, os clientes têm à sua disposição milhões de sugestões e ofertas de viagens que lhes chegam às mãos e aos olhos todos os dias. Para Tomelin (2001) as agências de viagens são fundamentalmente empresas em que o seu principal serviço é a intermediação, sendo, dessa forma, de extrema importância o atendimento para a sua sobrevivência no mercado atual. Entretanto, as agências se diferenciam de acordo com a dinâmica da atividade turísticade forma que a legislação especifica não tem até o momento abarcado toda a gama de variações das agências no mercado mundial. Além da função adotada, as agencias podem escolher se especializar no atendimento a um determinado tipo de público. Tal especialização em geral é parte de uma estratégia de atingir com maior eficiência um determinado segmento de consumidores. Dessa forma, a agência tende a obter um posicionamento no mercado e delimitar melhor seu produto, preço, praça e promoção. Como os negócios das agências são serviços, devem-se considerar as pessoas, os processos e a evidência física como elementos do conjunto norteador da política de mercado adotada pela agencia de viagens. Desta forma as empresas buscam cada vez mais inovar procurando focar o negócio do agenciamento como o princípio, ou seja, um processo para satisfazer o cliente, não uma simples comercialização de produtos. Os serviços das agências precisam ter qualidades diferenciadas, refletidas pelas condições dos produtos e serviços comercializados. Para Foster (1992) a importância das agencias pode ser compreendida inclusive por responder, em grande parte, pela combinação dos serviços que compõem o tripé do produto turístico – transporte, hospedagem e serviços complementares. 27 Diante de uma transformação advinda da sociedade, a informação e a competitividade impõem novos procedimentos, sendo um deles a orientação para a qualidade. Qualidade em serviços não consiste apenas em satisfazer as necessidades dos clientes, mas proporcionar-lhes serviços além do que eles buscam. Segundo Naisbitt (1999), a exigência por qualidade é uma característica própria da atual economia globalizada. Em se tratando de turismo, esta necessidade de qualidade tem uma relação direta com a globalização, visto que os serviços são oferecidos localmente para clientes globais. Com a facilidade de compras através da internet, um agente de viagem exerce sua função, através dos conhecimentos e práticas do dia a dia, devendo aplicá-lo de forma inovadora, buscando sempre novas técnicas de apresentação para os destinos procurados, assim também como as tendências de cada local, com a finalidade de agregar valor ao serviço oferecido. É também responsabilidade do agente fazer com que o cliente sinta-se cada vez mais confiante nas informações que está recebendo, pois isso poderá resultar em satisfação e consequentemente em fidelidade para com a agência. Para manter os clientes sempre fieis aos produtos e serviços de uma agência, a mesma deve perceber a importância da qualidade de atendimento e fazer de tudo para que ele seja realizado com sucesso, devendo assim utilizar a tecnologia e treinamento de atendimento para seu sucesso no mercado. Caracterizado como um fenômeno socioeconômico, o turismo necessita de empresas com a finalidade de organizar e ordenar suas ações para criar mercados diferenciados (FOSTER, 1992). 2.3 Análise As empresas turísticas devem buscar servir com qualidade, inovar os conhecimentos para que no processo de atendimento obtenham satisfação do cliente. Os seus serviços precisam ter qualidade diferenciada, refletida pelas condições dos produtos e serviços comercializados, assim como também o agente de viagens precisa utilizar novas técnicas agregando valor ao serviço prestado, mostrando que sua função não se resume apenas a atender, mas em contribuir na escolha desejada. Nesse estudo foi realizado um levantamento bibliográfico que focou turismo, qualidade de atendimento e evolução dos serviços. Baseados neste referencial e no 28 meu estagio, foi possível esclarecer vários pontos no que diz respeito à qualidade do atendimento no turismo. O desenvolvimento do turismo depende de muitos fatores e sem dúvida entre eles está a qualidade na prestação de seus serviços, no atendimento ao cliente, que é o maior responsável pela sobrevivência dos empreendimentos no mercado. Essas ações são de significativa importância para alcançar não apenas a qualidade nas empresas, mas também bons resultados e um quadro de funcionários competente e ágil, estimulados a trabalhar da melhor maneira possível, criando um clima harmônico e saudável dentro da organização. Vale ressaltar ainda que o treinamento e a constante reciclagem dos funcionários da empresa são de grande valia e fator determinante para aprimorar a estrutura organizacional como um todo, além da realização de investimentos em novos equipamentos, tecnologias a fim de facilitar e modernizar a recepção ao cliente. 29 3. TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL 3.1 O perfil do profissional em turismo/hotelaria e o desenvolvimento profissional - aspectos gerais Dentre as muitas funções de um bacharel em turismo, as principais são a realização do planejamento turístico de lugares, empresas e países, preparação de pacotes turísticos, orientação aos turistas (guias) e planejamento de políticas de turismo. No mercado de trabalho o bacharel em Turismo poderá exercer as seguintes atividades: Eventos; Transportes e Agências de Turismo; Meio de hospedagem; Empresas de restauração e similares; Empresas de assessoria e consultoria em Meios de Hospedagem e Hospitais. Áreas de atuação em eventos: • Empresas organizadoras de eventos; • Centros de convenções • Centro de exposições e feiras comerciais e industriais • Departamento de eventos e hotéis, restaurantes e buffets • Execução de cerimonial e protocolo para o Legislativo (gabinetes de governos: federal; estadual e municipal) e Itamaraty (embaixadas e consulados); • Empresas de comunicação especializadas em eventos • Assessorias de entidades classistas de eventos (Abeoc, Ubrafe, Sineprom, Sindiprom); • Outros: instituições financeiras, empresas de propaganda e publicidade, companhias aéreas, agências de turismo. Áreas de atuação no segmento de Transportes e Agências de Turismo • Empresas de transportes de todas as modalidades: aéreo, terrestre e aquaviário: • Agências de turismo; • Operadoras; • Seguradoras de viagens; • Empresas de Tecnologias da Informação ligadas ao setor turístico (Sabre, Galileo, Amadeus, sistemas de back-office); 30 • Empresas ligadas á concessão de crédito ao consumidor de viagens – bancos, cartões de crédito; • Entidades classistas nas áreas de transportes e agências de turismo (ABAV, Braztoa, Sindetur, Favecc, SNEA, IATA). Áreas de atuação no segmento de Alojamentos Turísticos e Extra- Turísticos: • Em todos os departamentos de hotéis, flats, pousadas, resorts, campings, motéis, colônias de férias, albergues da juventude, acampamentos, condomínios residenciais e comerciais, governança residencial, entre outros; • Restaurantes e similares (bares, fast-food, buffets, catering, delivery, supermercados e empórios); • Cruzeiros (setores de A&B e Hospedagem); • Spas, clinicas médicas, hospitais (setores de A&B e Hospedagem); • Estudo de estrutura (organograma); • Identificação e possível atuação (rodizio) nos seguintes departamentos: Front Office: recepção, portaria, caixa, reservas, central telefônica; Alimentos e bebidas: restaurantes, bares e cozinhas, almoxarifado, room servisse (copa de andares, frigobar); Compras; Almoxarifado Governança: rouparia, lavanderia, camareira; Recursos humanos: dimensionamento, seleção, treinamento, politica, salarial, planejamento de carreira, turn over, benefícios: Eventos: banquetes, convenções, exposições, shows; Animação e recreação; Finanças, contabilidade, custos, controladoria. Segurança e manutenção; Marketing: mercados, pesquisas, relações públicas, promoção, vendas, propaganda, politica comercial/política de preços (níveis, descontos); Nível de informatização: compras, estoques, bebidas; Serviço complementares; 31 Áreas deatuação no segmento de Restauração e Similares • Estudo da estrutura organizacional (organograma); • Identificação das atividades executadas no setor gerencial; • Sistemas operativos de controle/informatização • Normas e procedimentos de cardápio: Planejamento de cardápio; Política de marketing Recursos humanos; Compras; Manutenção Identificação das atividades executadas no setor operacional Cozinha: instalações, equipamentos, estrutura física e organizacional; Salão: estrutura física e organizacional Empresas de Assessoria e Consultoria em Meios de Hospedagem e Eventos: • Pesquisa de dados primários e secundários; • Tabulação; • Redação de pequenos textos; • Informática; • Arquivo; • Estudos e projetos. Áreas de atuação no segmento Hospitalar e Similares • No departamento de Eventos colaborando no planejamento, execução e pós-evento, • No departamento de Serviço de Nutrição e Dietética planejando as dietas junto com nutricionistas, executando os pratos, servindo os mesmos e realizando pesquisa com os clientes sobre a qualidade do serviço prestado. • No departamento de Atendimento ao Cliente atendendo e registrando cada atendimento, marcando consultas e exames. • No departamento de Manutenção Patrimonial colaborando no controle das ordens de serviço solicitadas por outros departamentos, • No departamento de governança planejando o necessário para a arrumação das unidades de internação, preparando para casa unidade e controlando as atividades envolvidas neste processo. 32 • No departamento de lavanderia colaborando na lavagem, secagem e passagem das roupas do hospital, pacientes e equipe técnica. No passado, a vertente jurídico-legal do turismo foi se estruturando lentamente, e, simultaneamente, algumas entidades empresariais também foram se organizando. Como setor organizado da economia, o turismo no Brasil tinha estruturação recente e precária. Tanto o setor privado quanto o setor público pouco investiam nessa área. Há poucas iniciativas relevantes. Em 1928, a Sociedade Brasileira de Turismo, hoje Touring Clube do Brasil, promoveu a primeira Convenção Interestadual de Turismo para seus sócios e, em 1932, foi organizada uma segunda convenção. A entidade era dirigida aos poucos proprietários de automóveis dos anos 1920 e foi a primeira a se preocupar com o turismo nacional. Em 10/01/1946, foi cria do o Decreto-Lei n.º 8.621 o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) que, no futuro, teria grande importância na formação – dos níveis básico, médio e superior – de profissionais nas áreas de hotelaria e turismo no Senac/Ceatel. O Decreto-Lei n.º 853 de 13/09/1946 criou o Serviço Social do Comércio (Sesc). Essa entidade juntamente com o Senac, muito contribuiu para a teoria e a prática do lazer social. Lazer e cultura são atividades muito importantes no Sesc, e reúnem colônias de férias, balneários, centros campestres e centros culturais para usos de seus associados, em uma prática exemplar de lazer e turismo social. Em 1953, foi criada a Associação Brasileira de Agentes de Viagens (Abav) no Rio de Janeiro, posteriormente estruturada em outros estados da Federação. O primeiro congresso nacional da Abav aconteceu em São Paulo, em abril de 1959. Em 1955, foi criado o Skal Club de São Paulo, o primeiro do Brasil. O Skal é um clube de dirigentes do turismo, destinado primordialmente a atividades sociais. Os primeiros dados estatísticos sobre turismo receptivo no Brasil começaram a ser realizados sistematicamente a partir de 1968 pela Embratur que, nesse ano, apontou 290.079 chegadas internacionais ao país. Analisado os dados da Embratur, observa-se que o turismo receptivo cresceu até 1980, decresceu até 1982 e recomeçou a crescer em 1983, mantendo-se em ascensão até 1986. A partir desse ano, vem caindo de forma acentuada e os motivos são a deterioração da infraestrutura nacional em geral, o descrédito político, a dívida externa, os problemas ambientais, as crises econômicas 33 e o aumento da criminalidade, com consequente repercussão na imprensa internacional. A Habilitação Única em Turismo é relativamente recente no Brasil, assim como outros cursos superiores como, por exemplo, os da área de comunicações e informática. O curso superior de turismo começou a existir na burocracia governamental pelo Parecer n.º 35/71 do Ministério de Educação, feito pelo relator conselheiro Roberto Siqueira Santos e aprovado em 28/01/1971, do Conselho Federal de Educação, que fixou o conteúdo mínimo e a duração do curso superior de turismo. O primeiro curso de turismo do Brasil foi criado em 1971 (a atual Faculdade Anhembi-Morumbi), em pleno regime militar. Segundo Berger, o golpe de 1964 transformou o sistema educacional – além da política e das Forças Armadas – instrumentos para o controle do processo de desenvolvimento da sociedade. Esse desenvolvimento era eminentemente tecnicista, menosprezando os aspectos sociopolíticos e culturais da superestrutura social. Apenas em 1971 é que surgem as primeiras preocupações com a formação profissional e a mão-de-obra especializada em turismo, com a criação da Faculdade de Turismo no Morumbi em São Paulo, que, conforme foi analisado anteriormente, surge em pleno “milagre” brasileiro. Indiscutivelmente, fazia-se necessária a organização de escolas de turismo no Brasil. Na Europa e na América do Norte, essas escolas, de nível técnico e superior, já estavam implantadas há vários anos, formando pessoas para planejar e operacionalizar viagens e turismo. A Lei 12.591, de 18 de janeiro de 2012, considera atividades do turismólogo: planejar, organizar, dirigir, controlar, gerir e operacionalizar instituições e estabelecimentos ligados ao turismo; coordenar e orientar trabalhos de seleção e classificação de locais e áreas de interesse turístico, visando ao adequado aproveitamento dos recursos naturais e culturais, de acordo com sua natureza geográfica, histórica, artística e cultural, bem como realizar estudos de viabilidade econômica ou técnica; coordenar e orientar levantamentos, estudos e pesquisas relativamente a instituições, empresas e estabelecimentos privados que atendam ao setor turístico; entre outras. 34 O atual perfil do profissional de nível superior, em especial de uma categoria que exige conhecimentos tão abrangentes como o Bacharel em Turismo, deve priorizar o desenvolvimento de multicompetências, com conhecimentos das diversas áreas que constituem essa atividade, a ponto de conseguir articular recursos naturais, culturais e humanos, dentro da sua atuação profissional. O profissional de Turismo atua, basicamente, com a prestação de serviços, atendendo as necessidades das pessoas em suas experiências de viagens. Para que o profissional de Turismo seja competente, acredita-se que deva receber uma formação que contenha aspectos teóricos, práticos e éticos, quais sejam: • Quanto aos aspectos teóricos, espera-se que as diversas correntes do pensamento sobre o turismo estejam presentes na sua formação, possibilitando uma reflexão sobre o fenômeno turístico, dentro do contexto passado, presente e futuro e suas inter-relações geográficas, sociais, econômicas, culturais e históricas. As questões teóricas devem proporcionar um embasamento capaz de levar o profissional a refletir e produzir conhecimentos sobre o turismo, nas questões de planejamento, gerenciamento, produção, promoção, distribuição e comercialização • Quanto aos aspectos práticos, o conjunto das disciplinas práticas, o treinamento em laboratórios, as visitas técnicas, as viagens e práticas operacionais deverão tornar os profissionais egressos deste Curso capazes de desenvolver competências e habilidades, para o manejo de técnicas e instrumentos em condições novas e desafiadoras. Espera-se que a experiência prática traga um constante pensar sobre “oque fazer”, “como fazer” e “por que fazer”, buscando constantemente e com criatividade, soluções para os problemas dessa área; • Quanto aos aspectos éticos, espera-se que o profissional de turismo tenha uma compreensão da ética não só profissional, mas também da que deve existir nos diversos setores da sociedade. A partir das reflexões sobre as normas e regulamentos éticos do turismo, devem ser abrangidas outras maiores como a da cidadania. A partir dessas considerações iniciais, espera-se que o profissional tenha as seguintes competências e habilidades: 35 Competências básicas: Elaborar planos, programas e projetos turísticos em nível local, regional e nacional; interpretar corretamente a legislação pertinente; elaborar estudos e pesquisas de mercado; gerir empreendimentos; ser prospectivo em termos de oportunidades de negócios; ter conhecimentos teóricos e práticos que o habilitem a desempenhar atividades de capacitação e qualificação nas diversas atividades do turismo; colaborar para a evolução da atividade dentro dos princípios do desenvolvimento responsável, ético, social, econômico e ecologicamente correto. Para atender às tecnologias mais avançadas que deverão ser aplicadas no mercado de turismo, o bacharel em Turismo deverá ter as seguintes características: • Ser ético e comprometido com as questões sociais e ambientais do planeta; • Ter habilidade para aprender a aprender; • Ter uma ampla formação cultural; • Ser criativo e inovador; • Buscar a excelência profissional; • Conhecer todas as funções operacionais do setor; • Ser líder em seu campo de atuação com capacidade para tomar decisões em todos os níveis; • Ser um profissional com suficiente conhecimento teórico-prático para satisfazer as necessidades da demanda; • Ser um profissional apto a buscar especialização nas diversas atividades do turismo incluindo a docência, bem como exercer a função de tutor (coaching) em organizações de aprendizagem (learning organizations); • Possuir capacidade de trabalho, espírito e participação comunitária, conhecimentos tecnológicos atualizados inclusive sobre desenvolvimento sustentável; Habilidades básicas: 36 É fundamental que o Bacharel em Turismo tenha aptidão para atuação no mercado, incluindo: • Atitude favorável à comunicação, percepção de necessidades interpessoais, capacidade de articulação, ética, integridade, sensibilidade social, raciocínio lógico, organização; • Ter inclinação e vocação para lidar com os diversos comportamentos das pessoas, principalmente em virtude da heterogeneidade da demanda turística, no que se refere a nacionalidade, idioma, cultura, necessidades, diferenças e idade; • Conhecimentos de outros idiomas, facilitando a sua comunicação com os turistas, com profissionais de turismo de outros países, bem como o acesso à literatura produzida em todo o mundo; • Conhecimentos técnicos: a diversidade dos serviços turísticos a serem prestados nas diferentes empresas envolvidas – tanto públicas quanto privadas – exige do Bacharel em Turismo um conjunto de informações e conhecimentos específicos dos assuntos relativos à natureza e à cultura, ao manejo de áreas e práticas com equipamentos constantemente atualizados. 3.2 Perfil do profissional de turismo na empresa na qual realiza o estágio O perfil necessário para trabalhar na empresa onde realizo o meu estágio são profissionais com qualidade no atendimento, prestativos, atenciosos e proativos. O processo de seleção existente na empresa onde trabalho é por meio do CIEE (Centro de Integração Empresa Escola). A empresa disponibiliza a vaga no portal do CIEE, que fica responsável pela divulgação e seleção dos candidatos. Depois da seleção de algumas pessoas que tem o perfil da vaga, a empresa faz a entrevista com os candidatos e escolhe de acordo com a desenvoltura na entrevista, experiência anterior e o perfil. Depois de contratado a empresa oferece um treinamento de um mês para o funcionário. Na primeira semana é apresentado a empresa, missão, valores, segmentação e os serviços oferecidos e os pacotes. Na segunda e terceira semana o funcionário recebe um treinamento sobre o destino Peru, história, curiosidades, principais destinos, cultura, economia e gastronomia. E na última semana a pessoa 37 conhece o sistema que é trabalhado na agência, como gerenciar e-mails e atender os clientes. Acredito que a primeira razão para eu ser contratada foi a minha experiência anterior que eu tive em agência de viagens, a segunda razão foi a realização do curso técnico em agenciamento de viagens e a graduação que estou cursando em Turismo, durante a entrevista me mostrei bastante interessada na empresa e conseguir apresentar as minhas qualidades e porque eu merecia aquela vaga. As minhas responsabilidades dentro da empresa são: atendimento ao cliente in loco, por telefone, chat online e e-mail, tenho que atender diariamente os clientes por esses meios, entender e analisar as necessidades dos mesmos, explicar os roteiros, indicar restaurantes, esclarecer dúvidas e receber pagamento. Criação de roteiros de acordo com o perfil e necessidade de cada cliente tenho que analisar a logística dos passeios, incluir transporte, passeios, guias e trens. Realizar cotações de aéreo através da consolidadora GAPNET (pelo portal online, e-mail e telefone) fazer as reserva e emissão de passagem aérea, fazer follow-up através do e-mail e telefone, realizar reservas em hotéis e trens, enviar e-mail para a minha área de reservas entrarem em contato com os hotéis e companhia de trens solicitando as reservas. Receber o pagamento, gerar e enviar o recibo e voucher terrestre e seguro viagem por e-mail. Enviar também e-mail para os passageiros com dicas de viagem antes do embarque e realizar o check in online dos voos, 24 horas antes da viagem e enviar cartão de embarque para o e-mail do cliente. Ao término da viagem e dos nossos serviços enviar formulário de avaliação dos nossos serviços. Para destacar-se na empresa em que trabalho são necessárias algumas habilidades e competência como: ser comprometido com as tarefas, habilidade para aprender, conhecimento técnicos e ter uma noção do Espanhol, vocação para lidar com diversos tipos de cliente. Eu entrei na Machu Picchu Brasil como estagiaria, assim que entrei minha perspectiva era realizar o intercâmbio ao Peru pela empresa e ser efetivada, dentro de 10 meses conseguir fazer o intercâmbio e quando retornei esperei mais 6 meses para ser efetivada. Muitas habilidades e conhecimento que uso no meu trabalho eu aprendi no curso de Turismo, como o atendimento ao cliente, entender e analisar o comportamento do consumidor, quais são os tipos de turistas, como funciona o processo de reservas em hotéis, nomenclaturas do turismo, alfabeto fonético, 38 elaboração de roteiros, conhecimentos de informática e economia. O estágio permite colocar em prática o que estudamos no curso de turismo e aprimorar nossos conhecimentos e técnicas. 3.3 Segmento de atuação da empresa Razão social: Global Travel Advisors Turismo LTDA Nome fantasia: Machu Picchu Brasil Figura 1 – LOGOMARCA Fonte: www.machupicchubrasil.com.br Slogan: Juntos num só destino Endereço: Rua Maestro Cardim, 1191 conjunto 52 – Bairro Bela Vista – São Paulo. A Machu Picchu Brasil foi criada pela união de dois irmãos: Ricardo Cavalcante, com larga experiência em turismo de aventura pelo Continente Sul- Americano e Willian Cavalcante, com experiências trazidas de suas viagens ao redor do mundo. Com a união de experiência, vivência e paixão por viajar, surgiu a ideia de fazer algo diferente no turismo para os brasileiros. Esta ideia é composta de alguns princípios básicos, como: liberdade de escolha; personalização e qualidade total com muita responsabilidade. Para aplicar este projeto, foi escolhido o destino Peru,com a sua Pérola da América do Sul, Machu Picchu, considerada uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno e que está muito perto do nosso imenso Brasil. Um destino para todos, que está cheio de história, cultura, aventura, diversão e conforto. http://www.machupicchubrasil.com.br/ 39 Hoje a Machu Picchu Brasil é a única operadora brasileira especializada em viagens para o destino Peru, país herdeiro de uma cultura milenar e considerado um dos lugares mais enigmáticos da América Latina. Os principais serviços oferecidos pela empresa são pacotes com todos os serviços terrestres inclusos: - Traslados INN e OUT em todos os destinos (privado) - Hospedagem todos os dias com café da manhã - Ingressos para todos sítios arqueológicos inclusos no roteiros - Trens - Assistência 24 horas em português - Guias profissionais em todos os tours em Espanhol ou Inglês - Seguro 0 a 70 anos assistência viagem básico. Além desses serviços também oferecemos aos clientes passagem aéreas, mesmo não sendo o foco da empresa. O perfil dos clientes da agência são pessoas com idade entre 18 a 72 anos, que viajam sozinhas ou acompanhadas de amigos e familiares. Como a agência possui uma grande variedade de pacotes, desde o mais econômico até o mais luxuoso, atendemos pessoas com renda acima de dois salários mínimos. Os clientes são morados das diversas cidades brasileiras, principalmente das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Brasília e alguns brasileiros residentes em outro país, que buscam conhecer uma cultura diferente, lugares históricos e desfrutar de uma boa gastronomia. Na maioria das vezes são pessoas que já conhecem diversos países, e algumas pessoas que procuram sua primeira viagem internacional. Os que preferem viajar em família optam pelos meses das férias escolares, Dezembro, Janeiro e Julho. Já aqueles que viajam sozinhos e com amigos viajam em meses alternados. Atendemos desde estudantes a profissionais autônomos, advogadas, bancários, funcionários públicos, etc. Os principais concorrentes da Machu Picchu Brasil são: Terra Mundi: é uma operadora brasileira de viagens localizada em São Paulo, com cinco anos de atuação e especialista em ecoturismo e destinos exóticos. Como pontos positivos a Terra Mundi se diferencia por oferecer roteiros originais com grandes atrativos naturais, focados em necessidades especificas do cliente. Presta um serviço de consultoria em turismo e oferece originalidade e experiência em viagens 40 pelo mundo todo. E os pontos negativos são: demora no envio dos orçamentos e não possui receptivo próprio no destino. CVC: maior operadora turística da América Latina (respondendo por aproximadamente 70% dos pacotes comercializados no Brasil) e uma das maiores do mundo, têm mais de 750 lojas próprias e 8 mil agências de viagens credenciadas, está presente em todos os estados brasileiros, no Uruguai, Argentina, Chile e França, e embarcou 3.2 milhões de passageiros em 2012, além de trazer mais de 35 mil turistas estrangeiros para o Brasil todos os anos. Como pontos positivos a CVC oferece diversos serviços: turismo aéreo, terrestre e marítimo, com pacotes já formatados, opções de o cliente criar o próprio pacote, além de comprar individualmente, ou atrelado a algum pacote, passagens aéreas, diárias de hospedagem, bilhetes de trens, seguro viagem, locações de automóveis, ingressos para parques temáticos, etc. Os pontos negativos são: datas estabelecidas, o cliente não pode alterar a data do pacote, pois tudo já esta bloqueado, roteiros fechados, não é possível alterar a estrutura do roteiro e pacote, os funcionários não são especialistas nos destinos e serviços. Viajar pela Machu Picchu Brasil representa uma experiência com alto padrão de qualidade, flexibilização e personalização, pois o roteiro turístico é escolhido por cada viajante, que tem como opções de passeios alguns dos lugares mais apreciados pela humanidade, como o Lago Titicaca, as linhas de Nazca e a cidade imperial de Machu Picchu, considerada uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno. As históricas cidades de Cusco, Lima e Arequipa também fazem parte dos roteiros elaborados pela Machu Picchu Brasil. A agência oferece assistência especializada em dois escritórios próprios: um em São Paulo e um na cidade de Cusco, assegurando tranquilidade, segurança e controle de todos os serviços utilizados pelo turista no Peru, além de consultoria personalizada por telefone, internet ou na sede antes da viagem. Principais diferenciais: Conhecimento e domínio cultural/geográfico do País: Profissionais especializados fornecem informações e tiram todas as dúvidas sobre o destino escolhido com o auxílio de conteúdo completo online e offline. Atendimento: Individual e personalizado conforme as necessidades de cada cliente, sendo possível organizar um roteiro completo de acordo com o perfil do viajante. 41 Flexibilidade: Saídas diárias para todos os roteiros, com o objetivo de atender o cliente conforme sua disponibilidade. Comodidade e praticidade: Com sede própria em Cusco, não terceirizam nenhum atendimento e proporcionam uma comunicação única entre as equipes nos dois países. Especialização: Trabalham apenas com tours para o Peru, nossos consultores são especialistas no destino e têm conhecimento total da geografia, história e cultura do país. Assistência 24 horas: Os passageiros são mais do que clientes, são visitantes e amigos que dispõem de acesso à todas as informações e dicas sobre o destino escolhido. Para a segurança, todos recebem em sua chegada a Cusco um cartão de assistência 24 Horas. O Turismo Segmentado está em alta e para atender a crescente demanda dos variados grupos de turistas, bem como seus perfis, cada vez mais as empresas trabalham na segmentação do mercado. A segmentação é uma maneira de organizar o turismo para fins de planejamento e marketing. Este processo permite direcionar as ações para que os clientes possam ser melhor atendidos nas suas expectativas, pois quanto mais sua empresa souber sobre seus clientes e potenciais clientes – seus desejos, necessidades, atitudes, comportamentos, hábitos de compra – mais fácil será para desenvolver produtos adequados e promovê-los. O comportamento do consumidor de turismo vem mudando e, com isso, surgem novas motivações de viagens e expectativas que precisam ser atendidas. Em um mundo globalizado, onde se diferenciar adquire importância a cada dia, os turistas exigem, cada vez mais, roteiros turísticos que se adaptem às suas necessidades, sua situação pessoal, seus desejos e preferências. Para que a segmentação do turismo seja efetiva, é necessário conhecer profundamente as características do destino: a oferta (atrativos, infraestrutura, serviços e produtos turísticos) e a demanda (as especificidades dos grupos de turistas que já o visitam ou que virão a visitá-lo). Ou seja, quem entende melhor os desejos da demanda e promove a qualificação ou aperfeiçoamento de seus destinos e roteiros 42 com base nesse perfil, terá mais facilidade de inserção, posicionamento ou reposicionamento no mercado. Vários benefícios podem ser obtidos a partir de uma atuação segmentada do mercado turístico: • Facilita a identificação dos públicos mais rentáveis; • Percebe-se em quais segmentos a concorrência tem menor atuação, podendo focar em mercados menos concorridos; • Definem-se mais claramente as necessidades já satisfeitas dos consumidores, e as soluções que devem ser criadas para as demandas ainda não satisfeitas, representando novas oportunidades de negócios; • Facilita a adaptação dos produtos às mudanças do mercado e das preferências dos turistas; • Reduz o desperdício de investimento, pois as ações passam a ser direcionadas e com objetivos específicos;• Melhora a comunicação do produto e do destino, pois a linguagem e a mensagem passam a ser direcionadas para um público com características distintas. A segmentação gera os seguintes benefícios para agências de turismo e operadoras: Facilita a formatação de produtos adequados ao segmento de público-alvo determinado; Facilita a adaptação dos produtos às mudanças do mercado e das preferências dos turistas; Define as soluções que devem ser criadas para as demandas ainda não satisfeitas, representando novas oportunidades de negócios. 43 CONSIDERAÇÕES FINAIS Um serviço de qualidade depende efetivamente do fator humano e para que as agências de viagens atraiam seus clientes e os fidelizem é preciso oferecer um serviço de qualidade e acolher seus clientes de modo hospitaleiro. Para atender um cliente com qualidade é preciso construir um relacionamento com ele. Nos dias de hoje, atender é muito mais do que construir argumentos convincentes, fazer perguntas, lidar com questionamentos, vender um produto ou resolver o problema do cliente. Atender é uma ferramenta de envolvimento entre a empresa e o cliente e por meio desse vínculo é que será criado, ou não, um relacionamento entre as duas partes. A dimensão de atendimento é fundamental e de extrema importância para a agência de viagem, pois ela está relacionada à entrega dos serviços no tempo e lugar certo, nas quantidades solicitadas assim como todo o processo que começa desde a entrada do cliente na agência, e tudo isso deve ser feito com cortesia e disposição para servir aos clientes. Este trabalho foi fundamentado na preocupação em demonstrar como a qualidade em serviços está comprometida com o sucesso dos negócios do segmento turístico. Os objetivos propostos foram alcançados na medida em que o tema foi exposto. Espera-se que este trabalho desperte a sensibilidade de mais pessoas comprometidas e interessadas em colaborar e exigir melhorias na qualidade do atendimento no turismo. 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBRECHT, Karl. Revolução nos serviços: como as empresas podem revolucionar a maneira de tratar os seus clientes. 6. ed. São Paulo: Editora Pioneira, 1994. ALBRECHT, Karl. BRADFORD, Lawrence J. Serviços com qualidade: a vantagem competitiva. São Paulo: Makron Books, 1992. p. 61-83. ANDRADE, J. V. de. Turismo: Fundamentos e Dimensões. São Paulo: Editora Ática, 1992. 215 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9004-2. Gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade. Parte 2: Diretrizes para serviços. ABNT, Rio de Janeiro, 1994. BARRETTO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do turismo. Campinas: Papirus, 1995. (Coleção Turismo). BELTRÃO, Oto di.Turismo: A industria do século 21, Osasco: Editora Novo Século, 2001. BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. 10° Ed. São Paulo: SENAC, 1997. BRAGA, Débora Cordeiro (Org). Agências de viagens e turismo: práticas de mercado. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. CAMARGO, Luiz O. Lima. O que é lazer. 3. ed. 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Formação extracurricular: Organizador de Eventos – POJ (Programa Oportunidade ao Jovem- Secretaria do Trabalho de Guarulhos - 2011) Informática – (Internet, Digitação e Pacote Office) – Projeto oportunidade para todos 2007. Experiência profissional Machu Picchu Brasil – De Fevereiro de 2014 até o atual momento Consultora de Viagens - Atendimento ao cliente in loco, telefone e-mail. - Elaborar roteiros turísticos - Cotação e emissão de passagem aérea - Solicitações de reservas de hotéis e trens - Cotações de hotéis e passagens aéreas através do GDS, sistema SABRE. - Participações em feiras. - Follow-up. Via MC Intercâmbio – De Abril de 2013 a Fevereiro de 2014 Consultora de Intercâmbio - Atendimento ao cliente in loco, e-mail e telefone. - Orçamento de intercâmbio. - Cotação e emissão passagens aéreas, seguro viagem e Cartão Travel Money. - Documentação de visto americano - Montagem de kit viagem mailto:marianearagaocosta@gmail.com 47 Informações Adicionais - Intercâmbio e Trabalho voluntário no Peru de Dezembro de 2014 a Fevereiro de 2015. - Participação de feiras de turismo: Salão Paranaese de Turismo (2015), AVIESP (2015), AVIRRP (2015), EXPO ABAV (2015) e Festival do Turismo de Gramado (2015)