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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE Projeto Integrador Profissão e Carreira em Psicologia Benedito Jose Brenda Guedes Camila Benicia Edna Bandeira Felipe Rodrigues Giovanna Lopes Grazielle de Oliveira Turma: Psicologia 2-A PSICOLOGIA SOCIAL Orientador: Prof. Me. André Lima São Paulo 2019 SUMÁRIO INTRODUÇÃO O projeto solicitado tem como objetivo trazer o conhecimento e compreensão sobre a Psicologia Social, sua carreira, formas de atuação e características. Uma análise do artigo: "A Psicologia Social Contemporânea: Principais Tendências e Perspectivas Nacionais e Internacionais". Uma ênfase da psicologia social junto com a Intolerância religiosa, seus pontos principais, visões e abordagens da psicologia a respeito da Intolerância religiosa. E também, uma entrevista com um profissional da área, sua biografia acadêmica e profissional com a psicologia social. 2 PROFISSÃO E CARREIRA NA PSICOLOGIA Psicologia é uma ciência que tem como objeto de estudo o ser humano e suas relações, considerando seus aspectos biológicos, cognitivos, afetivos e sociais. Para exercer essa profissão o interessado deve cursar ensino superior, que tem uma carga horária de 4 mil horas distribuídas em 5 anos. O comportamento humano é altamente complexo e por isso nenhuma teoria consegue explicar efetivamente todos os aspectos envolvidos, desse modo a psicologia possui várias teorias, cada uma com uma perspectiva diferente para um mesmo comportamento. Os principais eixos teóricos são: ênfase no biológico, ênfase no comportamento, ênfase na aprendizagem, ênfase na cognição e outras psicologias. O psicólogo podendo atuar nas mais diversas áreas deve utilizar a linha de pensamento que mais lhe faça sentido, tais como: psicanálise, behaviorismo, teoria analítica, Gestalt terapia, fenomenológica, humanista, psicodrama, teoría cognitivo comportamental e outras. Há também a necessidade de escolher sua área de especialização, tendo como opções: Psicologia de Trânsito, Psicologia Social, Psicologia Clínica, Psicologia Forense, Psicologia Escolar, Psicologia Jurídica, Psicologia do Esporte, Psicologia Hospitalar, Neuropsicologia, Psicopedagogia e Psicomotricidade. O salário de um psicólogo pode variar de acordo com a área de atuação, nível de formação e se ele for concursado ou não (o salário pode ser maior se o psicólogo for concursado). 3 PROFISSÃO E CARREIRA NA PSICOLOGIA SOCIAL A psicologia social surgiu para estabelecer uma ponte entre a psicologia e a sociologia. O seu objeto de estudo é o comportamento dos indivíduos quando estão em interação. Na realidade, o ponto que diferencia ambas é o fato do objeto de estudo da psicologia dar ênfase no indivíduo, enquanto que a sociologia se concentra no grupo social. A psicologia social, como área de conhecimento, passa a estudar o psiquismo humano, objeto da psicologia, buscando compreender como se dá a construção deste mundo interno a partir das relações sociais vividas pelo homem. O mundo objetivo passa a ser visto, não como fator de influência para o desenvolvimento da subjetividade, mas como fator constitutivo. Esses profissionais podem trabalhar em um ambiente universitário ou eles podem ser empregados por empresas ou agências governamentais, outros psicólogos sociais estão interessados em descobrir soluções para os problemas do mundo real, podem treinar funcionários, avaliar os programas educacionais e determinar se as estratégias de intervenção que funcionam, procurar maneiras de encorajar as pessoas a reduzirem a poluição ou oferecer conselhos para as empresas ou funcionários que precisam de ajuda com a mediação de conflitos. Muitos psicólogos sociais optam por trabalhar em ambientes educacionais, como faculdades e universidades onde realizam pesquisas, dão aulas e pesquisam a psicologia social em laboratórios. Outros psicólogos sociais trabalham para escritórios governamentais, organizações sem fins lucrativos, hospitais, escritórios de serviços sociais e empresas privadas. 4 ENTENDIMENTO SOBRE O ARTIGO CIENTÍFICO: A Psicologia Social Contemporânea: Principais Tendências e Perspectivas Nacionais e Internacionais - Maria Cristina Ferreira Universidade Salgado de Oliveira A escolha do artigo, se deu por apresentar o início da Psicologia Social e as suas abordagens, representando o panorama atual da Psicologia Social no contexto nacional e internacional, e as tendências das utilizações de teorias como: a Psicologia Social Psicológica por abarcar os sentimentos, pensamentos e comportamentos do indivíduo no imaginário e sua realidade; e a Psicologia Social Sociológica baseada na observação de experiências das convivências sociais do indivíduo e sua participação nos diferentes grupos sociais, além de apresentar também a Psicologia Social Crítica pela abrangência do cenário social como a violência, inclusão e exclusão social, a criatividade e a configuração de identidades e subjetividades. Durante a leitura tivemos consciência sobre essas divisões e a combinação das informações históricas, as pesquisas e os continentes onde ocorriam em ordem cronológica facilitou o entendimento do conteúdo do artigo. Além disso, trouxe à luz conhecimentos de abordagens teóricas, autores e livros que antes não tínhamos informações. Há também a nossa percepção de que até o momento, dentro do que lemos, ocorreu poucas reflexões ou trabalhos nos quais se nota a relevância de formulação de conceitos, metodologias ou modelos teóricos inovadores, de tamanha envergadura, capazes de colocar a Psicologia Social Crítica Brasileira em destacada posição no cenário internacional. E apesar dos trabalhos empíricos realizados, verifica-se uma preferência por investigações de natureza qualitativo descritiva que contribuem na compreensão de fenômenos psicossociais referenciados à Psicologia Social Crítica ou Psicologia Social Sociológica, que marcam a tendência da Psicologia Social contemporânea. Através deste artigo, tivemos uma ampla compreensão sobre os diversos pontos que até o momento não tínhamos conhecimentos, nos aprofundamos em diversas questões que até então, só tínhamos um conhecimento superficial. Destacamos um ponto negativo do artigo, no tocante ao recorte de alguns períodos, por conta do objetivo do trabalho e a falta de informações sobre onde e como o profissional pode atuar no contexto atual. 5 A PSICOLOGIA SOCIAL E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA Intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas ou a quem não segue nenhuma religião. Trata-se de um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana. O ato de intolerância religiosa consiste em agredir verbal e/ou fisicamente e tem a finalidade de ofender e destruir outras formas de expressões religiosas, étnicos e culturais, usando de violência para desmoralizar seus deuses, elementos e hábitos. A repulsa, ódio e antipatia direcionada aos ateus também é compreendido como intolerância religiosa. A esse respeito, Mário Sérgio Cortella define a intolerância: “No campo da religião, eu chamo o outro que não tem a mesma religião que eu de infiel, isto é, aquele que não crê na minha verdade. (...) A intolerância é a recusa a outros modos de ser.” (Cortella, 2016) A intolerância religiosa repercute nos aspectos psicológicos das pessoas. O interesse da psicologia nesse âmbito é recente, observa-se, tal intolerância está aliado ao preconceito racial. Sendo que ocorrem principalmente nas religiões de tradições africanas, nesse caso há a tentativa de aniquilamento cultural. Observando que após sofrerem atos de intolerância religiosa, ocorrem mudanças psicológicas, dentre elas; sentimento de impotência, tristeza, baixa autoestima, e estados depressivos. Interfere também nos aspectos físicos podendo ocorrer alterações de sono, pressão arterial e falha na concentração. O psicólogo tem como dever seguir uma Laicidade perante suas abordagens e também de acordo com o seu Código de Ética profissional,é proibido ao psicólogo: Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais. O papel do psicólogo será, então, entender a relação que o sujeito tem com a religião e como esta relação interfere no seu sintomas apresentados em intervenção. Um exemplo, a Psicologia e a Psicanálise fazem parte das Ciências Humanas e, enquanto ciência, possuem métodos e técnicas de investigação do psiquismo, no intuito de entender como o sujeito funciona, neste exemplo, através de como a religião (onde a religião dentro da psicologia se entende como a espiritualidade de uma pessoa) influenciam na sua vida e comportamento, para lhe propor maior autoconhecimento e compreensão de si. O psicólogo tem como ferramentas um mecanismo teórico da psicologia a fim de estudar o ser humano em sua relação com a religião, isso o ajuda a entender os aspectos em que a vítima se encontra diante da intolerância, e o ajuda a tomar certas medidas para solução e amparo do problema tratado em terapia. Para o terapeuta, é fundamental a disposição na ampliação e compreensão dos paradoxos da existência humana, tendo a responsabilidade pelo juízo de verdade psicológica do comportamento religioso de seu cliente, não somente em função do processo entendido como transferência e contratransferência, mas também como assunto de importância pessoal. A descrição dos estágios da fé do paciente, auxilia o psicólogo a entender a dificuldade cognitiva e suas repercussões afetivas e o ajuda a reconstituir nos moldes adequados ao seu desenvolvimento com informações e sugestões relacionadas à atitude religiosa. É de fundamental importância a não desvinculação da dimensão cognitiva com a afetiva e também da social, pois tais dimensões costumam vir entrelaçadas, condicionando-se mutuamente; essa abrangência é o que possibilitará a resiliência em um tempo que “experiência religiosa” vem sendo entendida, como emoções e sentimentos e sua significação ou ressignificação. 6 BIOGRAFIA DO PSICÓLOGO ENTREVISTADO O Psicólogo Marcelo José Cipriano de Oliveira, se ofereceu para nos auxiliar nessa parte da entrevista ao profissional da área de psicologia social, o mesmo se formou na instituição Nove de Julho, no campus do Memorial no ano de 2017. Especializou-se na área da psicologia hospitalar e da saúde, mas atua na área de psicologia social e pretende cursar essa especificação no ano que vem. Ele afirma que as abordagens utilizadas em suas consultas e a Analítica de Jung e Teoria cognitiva comportamental (TCC). 7 DESCRIÇÃO DO AMBIENTE DA ENTREVISTA Essa entrevista ocorreu no local de trabalho do entrevistado, uma casa de acolhimento a moradores de rua, localizado na rua José Soares de Azevedo, 199 - Vila Santa Luzia, Taboão da Serra-SP. A entrevista ocorreu no segundo andar, na sala do psicólogo. O ambiente era composto por duas mesas uma em cada canto da sala, sendo a mesa ao lado da porta a do psicólogo entrevistado, e a outra pertence a uma assistente social que não estava presente no momento. Na sala de frente para a mesa e encostada a parede oposta a onde está encostada a cadeira do psicólogo fica um sofá de três lugares, no lado esquerdo fica um armário cinza. Ao lado da porta tinha uma janela de vidro, pequena, mas onde se podia ver uma tv e onde um dos moradores do local aparecia ocasionalmente para saber o que estava ocorrendo dentro da sala, já que estávamos de porta fechada. Tirando o barulho da TV do lado de fora, não dava para ouvir nenhum outro ruído e tínhamos privacidade porque a porta estava fechada, mas fomos observadas algumas vezes como já citado. 8 DESCRIÇÃO DA ENTREVISTA 8.1. Conte-nos um pouco da sua experiência como psicólogo. Por que você escolheu essa área de atuação? Quais eram suas expectativas? Psicologia é um amor antigo. Eu já sou formado há 30 anos atrás em administração, trabalhei com RH, mas nunca me senti totalmente dentro daquilo que eu gostaria de fazer, ou seja, trabalhar com aquilo que meus olhos brilhassem e a psicologia me deu essa possibilidade. É muito gostoso interagir com pessoas tendo as ferramentas adequadas e você vê que você consegue, de certa maneira, ajudá-las, seja de maneira comportamental ou seja de maneira muito prática, a forma de pensamento mesmo. Eu não tinha expectativas. Quando me formei e é uma sensação, um sentimento de todo recém formado de psicologia que a gente vai pra campo sem saber nada, porque nós ficamos viciados. Logo, logo vocês vão passar no estágio e é tudo muito tutelado, porque você vai na clínica da vergueiro e faz o estágio, você tem a supervisão depois, você comenta então ali é tudo organizado, então se você tem algum erro automaticamente seus supervisores irão falar “não faz assim, faz dessa forma” e quando você se forma não tem mais isso, é tipo: você nasceu e cortaram seu cordão umbilical, então a gente fica meio que perdido mesmo. Você acha que não sabe nada e que não vai dar conta, até que você começa e percebe que os conteúdos realmente estão ali, e para além desses conteúdos é importante, e é por isso que eu gosto de Jung porque ele tem aquela frase não é “Na frente de um humano você não precisa ser um super, mega profissional, precisa ser outro humano” e isso dá muito certo. 8.2. Há quanto tempo você atua nessa área? Desde janeiro de 2018 como psicólogo. 8.3. Como se deu sua inserção no mercado de trabalho? Quais foram as barreiras para seu ingresso? Foi muito fácil, muito fácil porque assim que eu me formei vieram dois alunos do campus Santo Amaro e se tornaram meus primeiros pacientes e que indicaram outros amigos, familiares e eu nunca mais parei, então todo mês eu não tenho menos do que cinco pacientes para atender, e detalhe, eu tenho uma meta de não atender mais que dez, porque eu acho que temos que dar um bom atendimento e um bom suporte para os pacientes. Não adianta ter trinta, quarenta paciente e não conseguir dar conta dessa demanda, até porque o atendimento de 50 minutos a 1 hora acaba, mas depois tem relatório, você precisa pensar na próxima sessão, se preparar, então demanda muito mais tempo para nós profissionais. Eu não tive barreiras e vou explicar para vocês o porquê disso; como eu já era administrador eu já trabalhava em um projeto, numa outra OSC (Organização da Sociedade Civil) em São Paulo, no Campo Limpo e nós tínhamos um convênio com a secretaria municipal de saúde por intermédio do programa municipal de assistências sociais e esse projeto visava fazer oficinas com adolescentes com a temática de ética, de cidadania, de prevenções, violência doméstica, violência por relação sexual, de empoderá-los literalmente. Como eu era coordenador do projeto, eu fazia oficina e as vezes eu fazia interação de atividade com eles, então observava alguns aspectos pessoais de cada um deles sabendo da nossa formação muitas vezes vinham pedir para conversar, então a gente fazia algum tipo de intervenção nesse sentido, então foram se abrindo cada vez mais portas. Nesse projeto eu fiquei de 2010, 2011 a 2019, agora eu vim para cá no começo de agosto, por opção, queria testar novos campos, novo público, novos desafios. 8.4. Conte-nos sobre seu trabalho Aqui é um Centro de Acolhida, na sua grande maioria são pessoas que estão em situação de rua, egressos do sistema penitenciário, pessoas com problemas com álcool e outras substâncias, temos quatro casos hoje de pessoas com problemas neuropsicológicos; temos uma esquizofrenia leve, temos um senhor que parece ter sofrido um AVC, mas não temos esse diagnóstico confirmado, temos outro senhor que após um traumatismo crânio encefálico também apresentou déficit cognitivo e está institucionalizado já há cinco anos e tem uma senhora que veio para cá em fevereiro sem documentação nenhuma e que está começando a apresentar confusão mental, tirando esses quatro que tem essas deficiências e que necessitamde maior atenção, a gente trabalha com o restante todo a autonomia para a reinserção social. Então, como que é o equipamento? Conveniado com a prefeitura, pois é ela que nos paga para atender esse público, nós temos todo um trabalho que eles fazem, atividades no centro de referência para situação de rua, tratamento via CAPS II (Álcool e drogas), e também na secretaria de desenvolvimento, é um trabalho em rede, porque a gente arruma emprego para eles na frente de trabalho, eles trabalham 5h de segunda a sexta e no contra período de trabalho durante o dia ainda tem cursos, alguns vão para a alfabetização, outros para cursos de construção civil, outro vai ser barbeiro, manicure, justamente para criar-se uma condição da pessoa prover seu próprio sustento e voltar para a sociedade, porque principalmente para egressos é muito complicado o retorno ao mercado de trabalho. 8.5. Quais desafios e limitações você encontra para realizar seu trabalho? Um monte. Por exemplo, essa mulher que eu disse estar apresentando confusão mental, ela chegou para nós aqui em fevereiro, foi localizado pela equipe da CCR andando na rodovia castelo branco, foi acolhida em Barueri e do acolhimento ela saiu de Barueri e não sabemos para onde andou que foi parar em Taboão da Serra, aqui o nosso CREAS acolheu, que passou ela pra gente para conviver aqui conosco. Ela não possui nenhum documento, nós já estivemos no primeiro e segundo distrito de Taboão da Serra tentando fazer uma busca, além disso eu enviei ofício para o Instituto de Identificação de São Paulo para ver se localizam, fazendo a coleta das digitais dela para fazer uma busca, e depois ainda vou ter que fazer outros dois ofícios para o instituto da Bahia e do Paraná, pois são os dois lugares que diz que nasceu e tem familiares para ver se a gente faz um levantamento se há algum documento dela para identificação e tentarmos um benefício e, de repente, uma comunidade terapêutica. O poder público em alguns casos funciona, ele tem muitas políticas públicas para crianças e adolescentes, para idosos, mas para a população em situação de rua nós somos totalmente carentes. 8.6. Qual a sua opinião quanto a relação do psicólogo com os recursos tecnológicos? O psicólogo deve ter uma excelente relação com esses recursos, não dá para a gente ficar a parte da tecnologia, ainda mais porque nosso conselho ele vem cada vez mais se atualizando, porque que nós ficaremos a parte? Sempre precisamos nos atualizar e a tecnologia só visa nos ajudar. Hoje nos é autorizado o atendimento online, eu tenho uma paciente que era de São Paulo e agora o atendimento é online porque ela se mudou para Feira de Santana na Bahia e funciona perfeitamente, sou 100% a favor. 8.7. Como você percebe o papel do compromisso social da psicologia? Depende. Se a gente pensar que a nossa profissão até alguns anos atrás era considerado uma profissão elitista, só quem tinha dinheiro podia ter acesso. Há pouco tempo que a psicologia se torna social e, em grande parte, foi facilitado com políticas públicas de acessibilidade ao ensino superior nos últimos dez anos, que trouxe mais pessoas à essa profissão, como à outras e popularizou. Então hoje nós estamos muito inseridos no grupo social, porém, todavia, às vezes não conseguimos nos reconhecer nesse campo de atuação. O que é o psicólogo social? Será que ele é um assistente social melhorado ou piorado? A gente não sabe. A gente vai, com ferramenta aqui, ferramenta ali, erros e acertos tentando descobrir e nos inserindo dentro dessa área de atuação. 8.8. Quais as contribuições para a sociedade que seu trabalho tem oferecido? Muitas, a gente melhora a qualidade de vida das pessoas atendidas por nós, seja nossos pacientes de consultório, seja nossos atendidos aqui no centro de acolhida, ou os adolescentes no projeto da periferia. A gente consegue melhorar a autoestima, empoderá-los para conseguir uma qualidade de vida muito melhor. 8.9. O que significa a intolerância religiosa e ateísmo do ponto de vista da psicologia e como o psicólogo pode fazer intervenções sobre os casos intolerância religiosa enquanto psicólogo social? Significa uma tremenda besteira, uma ignorância. A psicologia é uma ciência e independente da religião que eu professe ter eu devo respeitar todas, principalmente meus pacientes. Nós podemos ajudá-las (pessoas vítimas de intolerância religiosa) que elas consigam sobreviver sem os dogmas das religiões, independente de qual for. Então, por exemplo, têm determinado segmento de religião que uma mulher não pode usar calça, e as vezes pode causar um sofrimento psíquico, então temos que ajudar essa pessoa a se libertar desse dogma, mostrando para ela que a religião é importante, que vai ajudá-la, mas que ela consegue viver também usando o que ela quiser sem estar cometendo nenhum pecado de morte eterna. Então nós temos que tirar essa concepção da mente das pessoas. Não é porque é diferente que está errado, é um direito do outro pensar e agir da forma que ele quiser desde que ele não cause risco a vida própria nem aos outros que estão ao redor no seu círculo. 8.10. Você já pensou em desistir de sua carreira? Por que? E o que te estimula a continuar? Nunca, jamais. É uma paixão, porque eu gosto do que eu faço e tudo que a gente faz com amor, com verdade você não desiste, você quer sempre fazer mais. O que me estimula é o outro, ver a melhora do outro, conseguir fazer com que o outro perceba que as soluções para seu problema estão dentro de si mesmo, porque nós não somos remédios, não somos as pessoas que resolverão os problemas dos outros, nós somos só aquele que vai falar “ó, seu caminho está ali, segue por ele e vê o que vai acontecer”. Porque a solução do seu problema está com você, você só não está conseguindo ver. 8.11. O que você tem a nos dizer como estudantes de psicologia? Mantenha o foco, não percam a fé e quando eu falo em fé estou falando algo amplo; fé não quer dizer que seja um Deus, você pode ter fé que sua blusa é de couro. Então fé em algo que você ainda não tem, mas que está lutando para ter. A cervejinha na sexta-feira na saída da faculdade é legal, mas se ela for no começo pode te tirar da aula, de alguma coisa que vai expandir sua mente, ela (a cerveja) deixa de ser legal. E não que eu seja ‘CDF’ ou que eu tenha sido ‘CDF’, mas para vocês terem uma ideia eu vim entrar num barzinho da faculdade no oitavo ou nono semestre, dia de prova que a gente saía cedo, tomava uma para relaxar e ia embora para casa. Enquanto muitos colegas que começaram comigo, eram quase 80 alunos na época, e logo de primeiro e segundo semestre perdemos ¼ dessa turma pra ir pro bar e aí eu ficava pensando assim “caramba, pagar R$600, R$ 700 para ficar no bar? Não é mais fácil trancar e gastar R$ 600 então no bar sem dor na consciência?”. Então eu falo para vocês; estudem, não fiquem com dúvida, o que tiver com dúvida pergunte aos professores, vai ter 30 literaturas e você não vai conseguir ler as 30 mas pelo menos se aproprie do resumo, do que cada uma quer dizer para você entender na hora da disciplina do que está sendo falado, isso ajuda muito, inclusive ajuda na hora da avaliação. É bom ver novos profissionais chegando, um outro aspecto que minha turma tem que a gente formou está até hoje nosso grupo de sala se mantém até hoje com 70 pessoas, e a gente tem muito isso de um indicar paciente para o outro, então às vezes alguém me chama “Marcelo eu tenho uma amiga minha que precisava passar num psicólogo mas ela é do zona leste” eu não vou sair da zona sul para ir até a zona leste, eu tenho amigos e amigas lá que a indico e é sempre essa troca. As amizades um ajuda o outro e isso fortalece a disseminar o conhecimento, você não está gerando concorrência, você está enriquecendo a sua mente, isso é muito legal. 9 ANÁLISE DA ENTREVISTA Localizar alguém para entrevista foi fácil, com uma publicação no grupo de alunos da Uninove pedindo ajuda para localizar um psicólogoda área e o Marcelo se prontificou, já formado e atuando na área. Infelizmente por questões relacionadas a horários não foi possível que todos estivessem presente no dia da entrevista, apenas duas integrantes do grupo puderam comparecer ao local, no dia e hora marcada. Por sua vez esse local ficava longe, em outro município, e foi uma grande aventura cheia de contratempos. Sendo um desses contratempos o que mais no apavorou no momento, que foi durante a entrevista, quando perguntamos sobre sua especialização e ele nos contou que tinha se especializado na área hospitalar e da saúde e não na área de psicologia social que necessitamos. Porém, apesar dos sustos e contratempos, tivemos o prazer de conhecer um profissional muito receptivo e simpático, que além de ceder seu tempo para essa entrevista, também teve a disponibilidade de nós mostrar as instalações do local onde trabalha, nos contando a cada cômodo um pouco mais do que era feito naquele local de acolhimento. Admitimos que talvez mesmo sem perceber nutrimos algumas expectativas para essa entrevista, mais especificamente sobre as respostas oferecidas, principalmente sobre a questão de número 11, onde o mesmo deveria nos dar um conselho,e ele ofereceu um conselho muito bom, mas um conselho que escutamos desde o momento que entramos na faculdade, não que não achamos seu conselho válido ou importante, nós apenas esperamos mais. Apesar dessas questões pontuais ou do susto inicial de ele não ser da área que procuramos, foi uma experiência enriquecedora e aprendemos muito sobre a atuação do psicólogo social e seu trabalho em campo. 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como finalidade apresentar a carreira de psicologia, mais especificamente a área da psicologia social. Tivemos dificuldades em conciliar os horários ao longo do desenvolvimento do projeto, pois além de haver poucos profissionais nessa área o local da entrevista era distante. Por outro lado nos deu a oportunidade de aprofundar nosso conhecimento sobre a área e sobre o tema, participando de grupos de estudo sobre o tema e eventos sobre a psicologia social, além disso, foi possível ter noção da atuação do psicólogo social, o seu ambiente de trabalho, recursos e desafios enfrentados. No que tange os desafios encontrados, destaca-se a escassez de recursos que esses profissionais possuem e as poucas oportunidades de trabalho que essa área possui. 11 REFERÊNCIAS MUNDO, Diário Centro do. A intolerância e os intolerantes segundo Mário Sérgio Cortella. 2016. (1m11s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?time_continue=63&v=NURJ47Rx5cQ>. Acesso em: 21 set. 2019. RIBEIRO, Wesley dos Santos. INTOLERÂNCIA RELIGIOSA E VIOLÊNCIA, FRENTE ÀS PRÁTICAS RELIGIOSAS NO BRASIL, NO SÉCULO XXI. 2017. 194 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Ciências da Religião, Escola de Formação de Professores e Humanidades, PontifÍcia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2017. Disponível em: <http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/bitstream/tede/3656/2/WESLEY%20DOS%20SA NTOS%20RIBEIRO.pdf>. Acesso em: 20 set. 2019. INTOLERÂNCIA RELIGIOSA AINDA É DESAFIO À CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA FONTE: AGÊNCIA SENADO. São Paulo, 16 abr. 2013. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2013/04/16/intolerancia-religiosa-e-a inda-e-desafio-a-convivencia-democratica>. Acesso em: 20 set. 2019. JOSÉ HENRIQUE LOBATO VIANNA. Psicologia e Religião: Um encontro Marcado com a Ética. In: RIO DE JANEIRO. CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA. (Org.). Ética e Psicologia: Reflexões do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Conselho Regional de Psicologia, 2014. p. 57-73. Disponível em: <http://www.crprj.org.br/site/wp-content/uploads/2016/02/livro_etica-1.pdf#page=57> . Acesso em: 10 set. 2019. SÃO PAULO. CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA SP. . LAICIDADE E PSICOLOGIA: Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questão da psicologia, religião e espiritualidade. 2014. Disponível em: <http://www.crpsp.org.br/portal/midia/fiquedeolho_ver.aspx?id=758>. Acesso em: 15 set. 2019. BARBOSA, Audrey Vanessa. Psicologia e Religião. 2016. 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