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Unidade 2 - Aspectos da Filosofia Antiga e Medieval

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Prévia do material em texto

Filosofia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Andrea Borelli
Revisão Técnica:
Prof. Ms. Edson Alencar Silva
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Aspectos da Filosofia Antiga e Medieval
• Introdução
• A Filosofia Grega
• A Filosofia de Sócrates
• A Filosofia de Platão
• A Filosofia de Aristóteles
• A Filosofia Medieval
• A Patrística
• A Escolástica
 · Discutir alguns aspectos da Filosofia no mundo Antigo, especialmente 
entre os gregos;
 · Conhecer alguns aspectos da Filosofia Medieval.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Aspectos da Filosofi a Antiga e Medieval
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Aspectos da Filosofia Antiga e Medieval
Introdução
Olá!
Você conhece o quadro a seguir?
Trata-se de afresco de Rafael Sanzio, no qual são representados diversos Filósofos 
gregos e a escolha desse tema, por uma pessoa da influência de Rafael e do Papa 
Júlio II, reforça a importância do estudo da Filosofia Antiga e de sua presença na 
sociedade medieval e moderna.
Observe o quadro e você vai reconhecer dois dos pensadores que vamos estudar!
Platão Aristóteles
Figura 1
Fonte: Adaptado de iStock/Getty images
A Imagem
A Escola de Atenas é um afresco de Rafael Sanzio, pintado entre 1509-1510. 
Ele faz parte da decoração de um conjunto de quatro quartos que o Papa Julio II 
encomendou ao artista.
O afresco está localizado no Museu do Vaticano, no quarto conhecido como Room of the 
Segnatura. Você pode visitá-lo virtualmente no link a seguir: https://goo.gl/jgMSToEx
pl
or
8
9
A Filosofi a Grega
Figura 2
Fonte: Istock/Getty images
A Civilização grega foi uma das civilizações mais marcantes da tradição ocidental.
Seu legado pode ser rastreado em muitos aspectos da nossa cultura já que 
utilizamos prefixos e sufixos gregos para formar palavras; o conceito de democracia 
para definir a participação política de um povo no governo; os conceitos 
desenvolvidos por Tales de Mileto e por Pitágoras na Matemática e, finalmente, 
estudamos Filosofia.
Afinal, que preocupações eram centrais para os Filósofos gregos? Quem são os 
maiores representantes da Filosofia desse povo brilhante?
Antes de iniciarmos a discussão da Filosofia grega, é necessário observarmos 
alguns elementos importantes do processo histórico grego. O nascimento da 
Filosofia que representa a transição do pensamento mítico para o pensamento 
racional, típico dessa Disciplina, está ligado ao surgimento da pólis, ou seja, da 
cidade-estado.
O historiador Jean Pierre Vernant1 considera que a pólis é o marco inicial da 
invenção da cultura grega. A cidade–estado grega era marcada pela existência de 
uma praça central, a Ágora, onde se debatiam os assuntos de interesse comum, ou 
seja, os assuntos públicos, e onde a figura central era o cidadão.
O cidadão é um participante dos destinos da cidade e goza de isonomia, ou seja, 
ele tem os mesmos direitos que qualquer outro cidadão e sua riqueza ou posição 
social não trazem nenhum privilégio perante a Lei. Deve-se observar, contudo, 
que a cidadania era privilégio de poucos indivíduos, já que camadas importantes 
da sociedade, como os estrangeiros, as mulheres e os escravos não gozavam de 
nenhum direito.
1 VERNANT, Jean Pierre. As origens do pensamento grego. São Paulo: Diefel, 2002.
9
UNIDADE Aspectos da Filosofia Antiga e Medieval
Figura 3
Fonte: iStock/ Getty images
A cidade de Atenas no seu apogeu, século V a.C., tinha cerca de meio milhão 
de habitantes; contudo, somente 10% deles eram considerados capazes de exercer 
a cidadania e decidiam os rumos da cidade em nome de todos.
E a Filosofia?
O nascimento da Filosofia grega é marcado pela transição da cosmogonia para 
a noção de cosmologia.
A cosmogonia está ligada à explicação mítica e identificada com deuses e forças 
da natureza.
Importante!
É importante assinalar, desde já, que a cosmogonia é também em si uma forma de 
pensar o mundo e os seus problemas. Ela se apresenta como uma maneira válida de 
se buscar explicações sobre as coisas que nos cercam. Contudo, se limita-se apenas àas 
explicações de cunho mítico e religioso. É precedente, portanto, da observação filosófica. 
Assim perguntas como estas: pPor que nascemos e morremos? Por que existe a noite e o 
dia? São explicadas a partir da intervenção de algum herói ou deus.
Importante!
No caso da cosmologia, a questão é diferente.
Observe o gráfico:
Cosmologia 
Arché = princípio fundamental de todas as coisas
Figura 4
Fonte: Adaptado de iStock/Getty images
A procura do princípio fundamental das coisas vai marcar o pensamento da 
maioria dos filósofos conhecidos como pré-socráticos; entre eles destacam-se 
dois: Heráclito e Parmênides.
“Para os que entram nos mesmos rios, correm outras e novas águas. Não 
se pode entrar duas vezes no mesmo rio.” (Heráclito)
10
11
Heráclito (544-484 a.C.) nasceu em Éfeso, na Jônia, onde hoje fica a Turquia. Sua 
maior questão era entender a multiplicidade do mundo real e, ao contrário de seus 
contemporâneos, não via contradição nas mudanças constantes que atingem todos.
Segundo Heráclito, o que vemos é um dado momento na trajetória de algo 
e esse momento não é igual ao anterior e o próximo será diferente do atual. O 
mundo é marcado pela instabilidade e pelo dinamismo.
Para Heráclito, o ser é múltiplo e composto de uma série de contradições internas 
que marcam o seu desenvolvimento; nesse sentido, a harmonia atingida pelo ser é a 
síntese dos contrários que compõem o ser. O pensamento de Heráclito influenciou o 
desenvolvimento da lógica dialética que marca o pensamento de Karl Marx.
“O que está fora do Ser não é Ser; o Não-Ser é nada; o Ser, portanto, 
é Um.” (Parmênides)
Parmênides (530-460 a.C.) viveu em Eléia, na Magna Grécia, onde hoje é a Itália. 
Ele ocupou-se longamente em criticar as teorias de Heráclito, pois considerava 
inaceitável a noção da contradição e propunha a ideia de que um “ser é” ou um 
“ser não é”. Considerandoessa noção, ele conclui que o ser é único, imutável, 
infinito e imóvel; portanto, a noção percepção de mudança e movimento é uma 
ilusão que só existe no mundo sensível.
Sofi sta = sábio. “Professor de Sabedoria”.
Ex
pl
or
O que é realmente verdadeiro só existe no mundo inteligível, pois submetido ao 
crivo da razão e ao que vamos chamar posteriormente de princípio de identidade 
(algo é ou não é). Uma das consequências desse pensamento será a noção da 
identidade entre o ser e o pensar, ou seja, as coisas são idênticas ao meu pensamento.
Protágoras
“O Homem é a medida de todas as coisas.”
O conhecimento não é divino. 
O conhecimento é um exercício da 
razão humana.
O conhecimento é fruto da razão humana.
Figura 5
Fonte: Adaptado de iStock/Getty images
11
UNIDADE Aspectos da Filosofia Antiga e Medieval
A Filosofia pré-socrática é marcada pela presença de diversos pensadores que 
ficaram conhecidos como sofistas. Os sofistas viveram o período áureo da cultura 
grega, o século V a.C., e sua maior contribuição foi a sistematização do ensino nas 
cidades gregas.
Foram os sofistas que formaram um currículo de estudos, em que se destacava 
o ensino da Gramática, da Retórica, da Dialética, além de Matemática, Geometria, 
Astronomia e Música. 
Os sofistas mais importantes foram Protágoras, Górgias e Hipias, entre outros. 
Os sofistas são contemporâneos de Sócrates, que os combatia ferozmente, aliás, foi 
por causa dessa oposição que os sofistas ficaram conhecidos como enganadores. 
Deve-se destacar que essa opinião foi difundida por seus opositores e muitos deles 
eram filósofos excelentes, como Protágoras.
A Filosofia de Sócrates
“Só sei que nada sei!” (Sócrates)
Sócrates (470-399 a.C.) é considerado um dos maiores 
filósofos da antiga Grécia. Ele não deixou nenhum 
escrito e suas ideias foram divulgadas por seus discípulos, 
especialmente Platão. Sócrates foi obrigado a cometer 
suicídio, pois se indispôs com pessoas muito poderosas 
e foi acusado de traição, de corromper a juventude 
ateniense e de não acreditar nos deuses da cidade.
Ele parte do pressuposto de que o ponto inicial da 
construção do conhecimento é reconhecer a própria 
ignorância e só depois desse passo é que é possível iniciar 
a procura pelo saber. Ele ficou famoso por seu método de 
construção do conhecimento.
Figura 6
Fonte: Wikimedia/Commons
Método Socrático
Ironia = pergunta
Reconhecer a ignorância
Maiêutica = parto
Construção do novo conhecimento
Desmontar o conhecimento anterior
Figura 7
Fonte: Adaptado de Istock/Getty images
12
13
Sócrates viveu um momento em que a Filosofia estava criando seus métodos e 
vocabulário próprios e, em seus ensinamentos, utilizava palavras comuns, atribuindo 
a elas um novo sentido. Um exemplo dessa ressignificação é o que acontece com 
a palavra logos. Em grego, logos significa “conversa”, contudo, ele a utiliza no 
sentido de conceito.
Quando Sócrates perguntava qual era o logos de algo, ele desejava conhecer o 
conceito, ou seja, a definição de algo.
A Filosofi a de Platão
Importante!
O Filósofo se livrou das correntes da doxa (opinião) e passou a se orientar pela episteme 
(Ciência). Pensamento de Platão.
Trocando ideias...
Platão (428-347 a.C.) viveu em Atenas e, além de ser o discípulo mais famoso 
de Sócrates, foi o fundador de uma importante escola, a Academia.
Seu pensamento pode ser ilustrado pelo famoso “Mito da Caverna”, que se 
encontra no Livro VII de A República, que é uma de suas mais importantes obras. 
Platão imagina uma caverna onde todos os seres humanos estão acorrentados e 
voltados para o fundo; nessa posição, eles só enxergam um reflexo das coisas que 
existem no mundo fora dela. Aquele homem que conseguisse fugir de suas amarras 
poderia ver os objetos reais que estão fora da caverna.
Para Platão, essa noção pode ser utilizada para explicar dois pontos de vista 
importantes de seu pensamento: o epistemológico e o político. No que diz respeito 
à epistemologia, o mito da caverna aponta para a característica do conhecimento, 
ou seja, a sua teoria das ideias.
Teoria das Ideias
Mundo Inteligível
É o mundo das Ideias. É o mundo real. 
Refere-se à intuição intelectual.
As ideias são unas, imutáveis e 
hierarquizadas. O Bem é a mais 
importante e mais geral de todas. 
Teoria da Reminiscência: os 
sentidos despertam lembranças. 
Conhecer é lembrar. 
Mundo Sensível
Acessível pelos sentidos. É o mundo 
do movimento, da multiplicidade.
Mundo Ilusório. Os objetos são 
“sombras” dos objetos reais.
Teoria da Participação: O 
Fenômeno só existe por fazer 
parte da ideia, da qual é “sombra”
Figura 8
Fonte: Adaptado de Istock/Getty images
13
UNIDADE Aspectos da Filosofi a Antiga e Medieval
Como é possível observar, Platão privilegia o mundo das ideias e confere a ele 
uma existência real, pois para cada “sombra” que existe no mundo sensível, há 
uma essência imutável no mundo das ideias.
A Filosofi a de Aristóteles
Aristóteles (384-322 a.C.) nasceu em Calcídica, 
uma região dependente da Macedônia. Seu pai era 
médico na corte de Felipe II e gozava de grande 
influência, o que garantiu que Aristóteles fosse 
mandado a Atenas para estudar.
Aristóteles traz as ideias 
do céu para a terra.
Na Academia de Platão, ele se destacou como um dos alunos mais brilhantes do 
mestre e, depois de sua morte, Aristóteles retornou a Macedônia e passou a educar 
o futuro rei: Alexandre Magno.
Em 340 a.C., Aristóteles retornou a Atenas onde fundou o Liceu, sua própria 
escola, que tinha esse nome por ser próxima ao templo de Apolo Lício.
Ao retomar a problemática do conhecimento, procura definir a Ciência como o 
conhecimento verdadeiro, pois procura conhecer as causas e superar os enganos 
da opinião e compreender a natureza do devir.
Sua Filosofia se baseia em três distinções fundamentais:
• Substância, essência, acidente;
• Ato, potência;
• Matéria, forma.
Aristóteles rejeita o mundo das ideias de Platão, fundindo o mundo sensível e o 
inteligível ao conceito de substância. A substância é aquilo que é em si mesmo, ou 
seja, o suporte dos atributos.
Substância:
 aquilo que é 
em si mesmo
Essência
Os atributos essências 
da substância. “Sem 
eles a substância não 
seria o que é”
Acidente
Os atributos que a 
substância pode ou não 
ter sem deixar de ser o 
que é
Figura 9
Fonte: Adaptado de Istock/Getty images
14
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Contudo, esses conceitos não explicam as transformações que os seres/coisas 
podem sofrer e, por isso, Aristóteles recorre às noções de forma e matéria.
• Matéria é o princípio indeterminado de que o mundo físico é composto.
• É caracterizada pela indeterminação.
• É pura passividade, contendo forma em potência.
• Forma é aquilo que faz com que uma coisa seja o que é.
• É um principio inelegível.
• É a essência comum aos indivíduos de uma mesma espécie.
Todo o ser tende a tornar atual a forma que tem em si como potência e, nesse 
momento, Aristóteles faz uso dos conceitos de ato e potência.
• Potência é a ausência de perfeição.
• Potência é a capacidade de tornar-se algo e, para isso, precisa da ação de um ser 
já em ato.
• O movimento é a passagem da potência em ato.
• O movimento é o ato de um ser em potência enquanto tal, é a potência 
se atualizando.
Ao utilizar esses conceitos, Aristóteles supera pensadores como Platão e 
Parmênides, pois aponta que, se pensar é lidar com conceitos universais, é também 
pensar a coisa individual e suas transformações.
Outra questão da filosofia aristotélica que merece destaque é a ideia do Ato 
Puro ou da Causa Primeira. Ao analisar a relação entre as coisas, ele observa que 
em um determinado momento a razão de existência de algo não pode ser encon-
trada em si mesma. Isso acontece porque as coisas são contingentes e todo oser 
contingente precisa ser produzido por outro ser. O ser que inicia tudo é considera-
do imóvel, pois não pode ser movido por nada é puro ato, por não ser potência.
A Filosofi a Medieval
A Idade Média é marcada por dois processos históricos relacionados ao império 
Romano. Foi convencionado que seu início seria o ano de 476, quando Roma foi 
tomada pelos germanos: trata-se da derrubada do Império Romano do Ocidente.
Já o fim da era medieval foi marcado pela queda da capital do Império Romano 
do Oriente, a cidade de Constantinopla, tomada pelos turcos em 1453.
Por questões didáticas, costuma usar-se uma subdivisão temporal entre Alta e 
Baixa Idade Média. A Alta Idade Média é o primeiro momento, entre os séculos V 
e X e se trata do período em que se formaram os feudos, criaram-se as relações de 
suserania e vassalagem, e o poder da Igreja floresceu. Já o período da Baixa Idade 
Média, entende-se do século X ao século XV. A partir dessa época, novas ideias e 
novas práticas levaram à decadência das instituições feudais.
15
UNIDADE Aspectos da Filosofia Antiga e Medieval
Durante muito tempo, a ideia de Idade Média foi associada a atraso, a uma 
época de “trevas” em que circulação de ideias era restrita e o pensamento artístico 
e filosófico era inexistente.
Embora a cultura medieval fosse impregnada pela mentalidade religiosa, ela 
floresceu, como se pode observar na arquitetura das grandes catedrais.
Da mesma maneira, diversos pensadores, ligados à Igreja, se esforçaram para 
conciliar a religião cristã com a filosofia grega, em especial a de Aristóteles.
A Patrística
A Filosofia Patrística foi marcada pelos esforços de defesa da fé, por meio da 
elaboração de textos que destacassem as relações entre a Fé e a Razão, que passa 
a ser vista como uma auxiliar da Fé.
A razão está subordinada à Fé e sua função é criar mecanismos que provem as 
relações com o divino e permitam a percepção da existência de DEUS.
O principal filósofo dessa corrente era Santo Agostinho, que foi Bispo de Hipona.
Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, província romana do norte de África, no 
ano de 354, e somente se converteu ao Cristianismo em 386, por influência da 
sua mãe e de Ambrósio, o bispo de Milão. Em 391, foi ordenado sacerdote e em 
quatro anos tornou-se Bispo de Hipona. Faleceu em 430, durante a tomada de 
Hipona pelos vândalos.
Seu pensamento é bastante influenciado pela filosofia Platônica.
“Creio para poder entender.” (Santo Agostinho)
Ele retomou a dicotomia que Platão 
apresenta no que se refere ao mundo 
sensível e ao mundo das ideias. Contudo, 
ele substituiu o conceito de mundo das ideias 
pelo conceito de ideias divinas.
As ideias divinas seriam apresentadas ao 
homem por Deus e por isso seriam eternas e 
verdadeiras. Ele criou a teoria da Iluminação.
Segundo essa noção, Deus ilumina a 
razão e permite ao homem pensar de 
maneira correta. Deve-se observar que a 
Fé era muito importante e a verdade era 
um atributo advindo dela, como você pode 
observar na declaração de Agostinho.
Figura 10 – Aula em uma universidade 
medieval – Iluminura – Século. XII
Fonte: Wikimedia/commons
“Aquilo que a verdade descobrir não pode contrariar aos livros sagrados, 
quer do Antigo quer do Novo Testamento.” (Agostinho, Bispo de Hipona)
16
17
A Escolástica
A Escolástica foi a filosofia cristã que dominou o mundo medieval desde o final 
do século IX, teve seu apogeu no século XVIII e entrou em decadência dois séculos 
depois. Os pensadores dessa corrente continuam a considerar central a aliança 
entre a fé e a razão; contudo, a razão mantém sua condição de “serva” da fé.
Durante muito tempo, o pensamento medieval foi marcado pelo pensamento de 
Platão e a introdução da filosofia aristotélica foi lenta e marcada pela desconfiança, 
pois a maior parte dos trabalhos de Aristóteles chegou aos sábios medievais por 
traduções árabes.
No século XII, surge o trabalho de São 
Tomás de Aquino que, trabalhando com 
traduções gregas dos trabalhos de Aristó-
teles, realizou uma das sínteses mais inte-
ressantes do pensamento cristão com os 
trabalhos desse autor: a filosofia aristoté-
lico-tomista.
Tomás de Aquino nasceu em Roccasecca, 
no sul da Itália, de uma família nobre: os 
condes de Aquino. Iniciou a sua educação 
na abadia de Montecassino e, em 1243, 
ingressou para a ordem dos dominicanos. 
Estudou em Colônia e Paris, retornando 
à Itália alguns anos depois. Em 1265, foi 
encarregado de organizar os estudos da 
Ordem dos Dominicanos em Roma. Em 
1269, foi para Paris, ocupando a cátedra 
de mestre de teologia e, em 1272, volta-
ria à Itália para ensinar na Universidade de 
Nápoles. Morreu em 1274, quando se diri-
gia ao Concílio de Leão.
Figura 11 – Escola da Catedral –
 Iluminura Italiana
Fonte: Wikimedia/commons
Ele procurou mostrar que a razão humana e a fé são compatíveis e não 
excludentes, já que a Filosofia é um dos mais poderosos instrumentos da Teologia.
É um fato que esses princípios naturalmente inatos à razão humana são 
absolutamente verdadeiros; são tão verdadeiros, que chega a ser impossível 
pensar que possam ser falsos. Tampouco é permitido considerar falso 
aquilo que cremos pela fé, e que Deus confirmou de maneira tão evidente. 
Já que só o falso constitui o contrário do verdadeiro, como se conclui 
claramente da definição dos dois conceitos, é impossível que a verdade da 
fé seja contrária aos princípios que a razão humana conhece em virtude 
das suas forças naturais. (São Tomás de Aquino - Súmula contra os gentios)
17
UNIDADE Aspectos da Filosofia Antiga e Medieval
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Filosofia Grega
Procure o link a seguir, no qual você encontrará as seguintes obras: Platão: A apologia 
de Sócrates, O Banquete, Criton (o dever), Filebo, Fedon, Gorgias e o Sofista; 
Aristóteles: Tópicos.
https://goo.gl/iGVllZ
Filosofia Medieval
Procure no link a seguir a seguinte dissertação e tese: Renata Vanessa Silva. A relação 
entre verdade e conhecimento nas confissões de Santo Agostinho.
https://goo.gl/KNK1eA
Dia a Dia Educação
No site Dia a Dia Educação, do governo do Estado do Paraná, você encontrará sobre 
São Tomás de Aquino.
https://goo.gl/8Vpkkp
Acropolis Virtual Tour
Você pode conhecer a Acrópole de Atenas, acompanhando o material disponibilizado 
pelo Museu da Acrópole (em inglês).
http://acropolis-virtualtour.gr
Pathernon
Você pode, também, conhecer as obras do Pathernon, na apresentação produzida 
pelo governo grego (em inglês).
https://goo.gl/yByF6R
Cultura e Civilização Medieval
Para conhecer um pouco mais sobre o mundo medieval, você pode acessar o acervo 
online do Museu Britânico e do Metropolitan Museum de New York.
https://goo.gl/28YgB1
 Leitura
Política de Aristóteles
https://goo.gl/sv6TiR
A Felicidade pelo Conhecimento em Agostinho
RUSSO, Alexandre Toler.
https://goo.gl/YuIOZL
Cultura e Civilização Grega
Para conhecer um pouco mais sobre a Mitologia Grega, você poderá ver uma 
apresentação da Exposição Os Deuses Gregos – MAB/FAAP.
https://goo.gl/lT6KU8
18
19
Referências
ARANHA, Maria Lucia. Filosofando, Introdução à Filosofia. São Paulo: 
Moderna, 1993.
CHAUI, Marilena. A Filosofia como vocação para a liberdade. Estudos Avançados 
17 (49), São Paulo, 2003.
________. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 2000.
VERNANT, Jean Pierre. As origens do pensamento grego. São Paulo, 
Diefel, 2002.
19

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