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Imunologia da Reprodução - Tolerância da mãe ao feto

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CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO 
 
 
IMUNOLOGIA DA REPRODUÇÃO: por que o concepto não é rejeitado pela mãe? 
• Feto é considerado um semialoenxerto → tecido transplantado entre mesma espécie → apresenta genes 
maternos e paternos → dispara resposta imune no hospedeiro (mãe), resultando na rejeição 
• Organismo materno precisa se adaptar a fim de evitar respostas ao feto e placenta → redução da resposta 
imune adaptativa citotóxica + aumento da resposta imune adaptativa regulatória 
• Desregulação dessa adaptação pode levar a falhas na implantação, partos prematuros, abortos 
• Processo pouco compreendido ainda → hipóteses 
• Durante a gravidez, a imunidade inata sofre modificações, mas permanece capaz de garantir defesa do 
hospedeiro contra infecções 
 
Peter Medawar: brasileiro que ganhou prêmio Nobel de Medicina 
• Propôs 3 mecanismos para explicar o fenômeno de tolerância imunológica que ocorre entre mãe e feto 
• Separação anatômica entre o feto e a mãe 
• Imaturidade do feto 
• Inexistência de resposta imunológica por parte da mãe 
 
Interface materno-fetal: 
→ Trofoblasto e a expressão de MHC: características imunológicas especificas das células do trofoblasto 
• MHC: conjunto de genes que desempenham funções no reconhecimento intercelular 
• Trofoblasto não expressa as moléculas clássicas de MHC → expressam o MHC-C, MHC-G e MHC-E 
• As moléculas de MHC-G têm um papel na proteção a lise mediada por células NK → MHC-G se liga a 
receptores inibitórios das células NK → células NK não libera os mediadores citotóxicos 
 
→ Componentes celulares → NK, macrófagos, linfócitos T, sistema complemento 
• Existência de muitas células T e B, macrófagos, mastócitos e eosinófilos no útero humano 
• Após a implantação → desaparecimento das células T e B, diminuição dos eosinófilos e mastócitos e 
predominância das células NK e de macrófagos 
• Linfócitos T contribuem para a tolerância imunológica → expressão de citoquinas → citoquinas Th2 (IL-4, IL-
10) podem diminuir as respostas Th1 (IL-2 e IFN-g) → ambiente imunossupressor no útero 
• Endométrio apresenta grande concentração de macrófagos → hormônios ovarianos estimulam fatores de 
crescimento uterino → atraem os macrófagos a decídua 
• Macrófagos útero-placentários produzem IL-1 e TNF-a e fatores imunossupressores como a progesterona 
 
→ Progesterona 
• Influencia a resposta imunológica → induz a ativação preferencial de células Th2 
• Na presença desse hormônio → linfócitos periféricos de gestante saudáveis produzem uma proteína 
mediadora → fator bloqueador induzido pela progesterona (PIBF) → funções imunomodulatórias + induz 
secreção de citocinas Th2 (IL-3, IL-4 e IL-10) + inibe as citocinas Th1 (interferon IFN) 
 
 
Complicações na gravidez relacionadas a aspectos imunológicos: 
→ Anormalidades na implantação e abortamento espontâneo recorrente: 
• Descanta-se todas as outras causas de aborto → investiga causa exclusivamente imunológica 
• Aumento da expressão de proteínas reguladoras do MHC 
• Predomínio de mediadores inflamatórios 
• Difícil diagnóstico 
 
→ Perda gestacional recorrente 
• Método terapêutico → imunização materna com leucócitos paternos → pesquisas não demonstraram 
efetividade e segurança dessa técnica 
• Possibilidades terapêuticas → anticoagulantes, hormônios (progesterona) e outros imunomoduladores 
 
→ Pré-eclâmpsia → hipertensão, proteinúria significativa e excessiva resposta inflamatória sistêmica materna 
• Estudos mostraram que as mudanças no número ou função das células imunes dos sistemas adaptativos e 
inatos contribuem para o desenvolvimento e patogênese da pré-eclâmpsia

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