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MONOGRAFIA - BITO PARA IMPRIMIR

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância
Factores que Influenciam no Consumo de Bebidas Alcoólicas nos Adolescentes e Estratégias da sua Mitigação, Caso do Bairro 25 de Junho no Município de Milange, 2018 -2021.
 Bito Ismael Capathiua
Milange, Abril de 2021
	Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância
Factores que Influenciam no Consumo de Bebidas Alcoólicas nos Adolescentes e Estratégias da sua Mitigação, Caso do Bairro 25 de Junho no Município de Milange, 2018 -2021.
Bito Ismael Capathiua - N º 708172943
	Monografia submetida ao Instituto de Educação à Distância da Universidade Católica de Moçambique como requisito parcial para a aquisição de Grau de Licenciatura em ensino de Biologia.
 Orientado por:
 dra: Maria da Cruz Gomes
 ____________________________ 
Milange, Abril de 2021
ÍNDICE
DECLARAÇÃO	iv
DEDICATÓRIA	v
AGRADECIMENTOS	vi
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS	vii
ÍNDICE DE TABELAS	viii
ÍNDICE DE GRÁFICOS	ix
RESUMO	x
ABSTRACT	xi
CAPITULO I: INTRODUÇÃO	1
1.1. Introdução	1
1.2. Problematização	2
1.3. Delimitação do Estudo	2
1.4. Significância	2
1.5. Objectivos	3
1.5.1. Objectivo Geral	3
1.5.2. Objectivos Específicos	3
1.6.Hipóteses	3
1.6.1.Hipótese Básica.	4
1.6.2.Hipóteses Secundárias.	4
1.7. Dificuldades Encontradas	4
1.8. Considerações Éticas	4
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA	6
2.1. Conceito de Factores.	6
2.2.Factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas.	6
2.2.1. Facilidades para a aquisição.	6
2.2.2. Crise de identidade.	6
2.2.3. Busca por novas experiências.	7
2.2.4. Outros factores.	7
2.3. Consequências do consumo de bebidas alcoólicas.	7
2.3.1.Consequências do consumo de bebidas alcoólicas para a saúde física.	7
2.3.2.Consequências do consumo de bebidas alcoólicas para deterioração do convívio social.	8
2.3.3.Consequências psicológicas do consumo de bebidas alcoólicas.	8
2.4. Estratégias para Mitigação do consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes.	8
CAPITULO III: METODOLOGIAS	10
3.1. Classificação da Pesquisa	10
3.1.1. Quanto a abordagem	10
3.1.2. Quanto a Natureza	10
3.1.3. Quanto aos Procedimentos Técnicos	10
3.2. Métodos de abordagem	11
3.3. Método de Procedimento	11
3.4. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados	11
3.5. Universo e Amostra	12
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS	13
4.1. Dados Recolhidos através do Inquérito	13
4.2. Apresentação e Análise Qualitativa dos Resultados da entrevista (Depoimentos do Chefe de Unidade)	16
CAPÍTULO V: DISCUSSÃO DOS RFESULTADOS	18
5.Discussão Dos Resultados.	18
6.1. Conclusão	21
6.2.Sugestões	21
APÊNDICES	xii
Apêndice I	xiii
Apêndice II	xv
ANEXO	xvii
 
DECLARAÇÃO
Eu Bito Ismael Capathiua, declaro por minha honra que a presente pesquisa é da minha inteira autoria sustentada com base nas obras por mim lidas e que constam nas citações ao longo de todo o trabalho. Declaro ainda que este tema nunca foi apresentado por algum estudante desta faculdade.
 
 Milange, Abril de 2021
________________________________________
/Bitó Ismael Capathiua/
A Supervisora
_________________________________________
/Maria da Cruz Gomes/
DEDICATÓRIA
Este trabalho dedico especialmente aos meus pais, Ismael Capathiua e Laurinda Américo, à minha esposa Antónia bem como ao tio Ramos Mujojo. 
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelas bênçãos que me proporciona desde o ventre da minha mãe até aos dias de hoje, pelo amor incondicional que me concede dia pois dia.
A minha Supervisora dra. Maria da Cruz Gomes, obrigado pela disponibilidade e paciência, pelas palavras sábias, durante o acompanhamento da Monografia.
O meu agradecimento estende-se à toda família que sempre acreditou na minha caminhada, aos Funcionários da Universidade Católica de Moçambique, pela sua contribuição para a realização do Curso de Formação de Licenciatura em ensino de Biologia. Aos meus colegas, ao grupo de estudo e amigos, que em momentos cruciais estiveram presentes para darem o seu apoio.
Aos docentes do curso pelo conhecimento adquirido até ao fim do curso.
A todos que de uma forma directa ou indirectamente, ajudaram me nesta longa caminhada, o meu muito obrigado.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
	AUR…….....
	Adolescentes da Unidade Residencial 25 de Junho no Município de Milange
	UR:…..…….
	Unidade Residencial
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Locais onde começaram a consumir álcool	11
Tabela 2. Pessoas com quem costumam a beber álcool.	12
Tabela 3. Situação emocional dos adolescentes quando bebem álcool.	13
Tabela 4. Propósito de desistir do consumo das bebidas alcoólicas pelos jovens.	13
Tabela 5. Adolescentes que já pediram ajuda para parar de beber álcool………………...…....14
Tabela 6. Depoimentos do chefe da unidade…………………………………………………..14
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Faixa etária de início do consumo de álcool	11
Gráfico 2. Razões que levam os adolescentes a beberem álcool	11
Grafico 3. Bebidas consumidas pelos AUR 25 de Junho	12
Gráfico 4. Auto-controlo após o consumo do álcool.	12
Gráfico 5. Dependência do álcool.	12
RESUMO
O consumo de álcool na faixa etária da população menor de 18 anos de idade, embora proibido em Moçambique, vem crescendo nos últimos anos.
 Portanto, a presente monografia tem como tema “Factores que Influenciam no Consumo de Bebidas Alcoólicas nos Adolescentes e Estratégias da sua Mitigação, Caso do Bairro 25 de Junho no Município de Milange, 2018 -2021” e ao levar em conta os problemas e os riscos que o hábito traz para os adolescentes, o objetivo do presente estudo é conhecer os fatores que influenciam o consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes e desenhar estratégias para a sua mitigação.
 A metodologia utilizada foi um estudo de caso e bibliográfico, de natureza aplicada, com abordagem qualitativa-quantitativa e de carácter descritiva. A colecta de dados foi realizada através de um inquérito com perguntas fechadas (adoptado de Vasconcellos & Jesus, 2013), dirigido aos adolescentes consumidores de bebidas alcoólicas, cuja seleção foi de forma aleatória e, através de uma entrevista dirigida ao Chefe de Unidade Residencial, selecionado intencionalmente. 
Os resultados indicam que 46,93% dos adolescentes começaram a beber para acompanhar o grupo de amigos e 40,81% (20) devido a problemas de vária ordem, 61,22% consome álcool pela primeira vez nas casas dos amigos e 71,42% consome álcool com os amigos, sendo a cabanga e cachaça as bebidas consumidas com maior frequência.
 A conclusão é de que o consumo de bebidas alcoólicas é influenciado pela integração nos grupos de amigos, a facilidade de acesso aliada ao aumento de vendedores, o custo baixo das bebidas alcoólicas, e a concepção do consumo de álcool como divertimento entre grupos de amigos, bem como solução para os seus problemas sociais e para a obtenção de prazer.
Palavras-chave: Consumo, bebidas alcoólicas, adolescentes, estratégias e mitigação.
ABSTRACT
 Alcohol consumption in the age group of the population under 18 years of age, although prohibited in Mozambique, has been growing in recent years. 
Therefore, the present monograph has as its theme “Factors that Influence the Consumption of Alcoholic Beverages in Adolescents and Strategies for their Mitigation, Case of Bairro 25 de Junho in the Municipality of Milange, 2018 -2021” and taking into account the problems and risks that the habit brings to adolescents, the objective of this study is to know the factorsthat influence the consumption of alcoholic beverages by adolescents and the strategies for their mitigation.
 The methodology used was a case study and bibliography, of an applied nature, with a qualitative-quantitative approach and of a descriptive character. The data collection was carried out through a survey with closed questions (adopted from Vasconcellos & Jesus, 2013), aimed at adolescents who consume alcoholic beverages, whose selection was made at random and, through an interview addressed to the Head of Residential Unit, selected intentionally.
 The results indicate that 46.93% of the adolescents started drinking to accompany the group of friends and 40.81% (20) due to problems of various kinds, 61.22% consumes alcohol for the first time at the friends' houses and 71, 42% consume alcohol with friends, with cabanga and cachaça being the drinks most frequently consumed.
 The conclusion is that the consumption of alcoholic beverages is influenced by the integration in groups of friends, the ease of access combined with the increase in salespeople, the low cost of alcoholic beverages, and the conception of alcohol consumption as entertainment among groups of friends, as well as a solution to your social problems and to obtain pleasure. 
Keywords: Consumption, alcoholic beverages, adolescents, strategies and mitigation.
iv
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
O hábito de ingerir quantidades impróprias e o uso de drogas acarretam prejuízos à saúde, tanto física quanto mental, do ser humano. Esse fenómeno traz inúmeras consequências para outros sistemas além do cardiovascular, com repercussão sobre a produtividade no trabalho e no relacionamento familiar, além de ser causa importante de acidentes de trânsito, homicídio e suicídio.
 Sabendo que no município há um grande número de adolescentes e adultos que vem utilizando drogas lícitas, como o álcool, percebeu-se a necessidade do desenvolvimento de um plano com prioridade de educar para a prevenção e conscientização da comunidade em geral. Deste modo, a presente monografia cujo tema é “Factores que Influenciam o Consumo de Bebidas Alcoólicas nos Adolescentes e Estratégias da sua Mitigação, 2018-2021”, tem como objectivo conhecer os factores que contribuem para o consumo das bebidas alcoólicas, de modo a arquitectar estratégia para a sua mitigação.
 No entanto, conhecendo as motivações do consumo das bebidas alcoólicas, acreditou-se que este seria um passo crucial para a mitigação deste vício. 
Contudo, este trabalho é composto por seis (6) capítulos sendo: o 1º é o da introdução onde se faz uma breve apresentação do problema, relevância do estudo, limitações, incluindo os objectivos, no 2º faz-se a revisão da literatura, no 3º é o das metodologias, onde são previstos os procedimentos técnicos científicos para o alcance dos objectivos, o 4o é dedicado à apresentação e análise de dados, no 5o faz-se o confronto dos resultados da pesquisa com a revisão de literatura que sustentou o quadro teórico do estudo e, o 6o e último diz respeito à conclusão e recomendações.
1.2. Problematização
Observou-se no Bairro 25 de Junho um aumento progressivo de residências fabricando e vendendo bebidas alcoólicas, especialmente a cabanga e a cachaça, culminando com o aumento de consumidores, na sua maioria adolescentes. Posto isto, notou-se nestes adolescentes, uma fuga das responsabilidades, proliferação de doenças, gravidezes indesejadas, acidentes e, em situações mais graves perda de vidas. 
Diante desta situação, colocou-se a seguinte questão norteadora:
· Quais são os factores que Influenciam no Consumo de Bebidas Alcoólicas nos Adolescentes? 
1.3. Delimitação do Estudo
A pesquisa com tema, Factores que Influenciam no Consumo de Bebidas Alcoólicas nos Adolescentes e Estratégias da sua Mitigação, Caso do Bairro 25 de Junho no Município de Milange, 2018 -2021. Realizou-se na província da Zambézia, no distrito de Milange, no bairro 25 de Junho. O período em causa, corresponde a 2 anos e 3 meses, e o tema enquadra-se na disciplina de Habilidade de Vida, Saúde Sexual e Reprodutiva, Género e HIV/SIDA como conteúdo específico da unidade temática que aborda vícios e dependências. 
1.4. Relevância
De acordo com Cervo e Bervian (2002, p.127), “Procura-se aqui demonstrar a legitimidade, a pertinência, o interesse e a capacidade do aluno em lidar com o referido tema”. 
1.4.1. Relevância profissional
A reflexão sobre os vícios e dependências, que são comuns na nossa sociedade, e que afectam a juventude faz parte dos conteúdos da disciplina de Habilidade de Vida, Saúde Sexual e Reprodutiva, Género e HIV/SIDA leccionados no curso de licenciatura em ensino de biologia e, vem ao encontro à educação voltada a inclusão social e da grande necessidade de se falar abertamente sobre os factores que influenciam o consumo de bebidas alcoólicas. 
O autor como professor de Biologia, assume um papel de suma importância na prevenção ao consumo das bebidas alcoólicas, utilizando-se de acções educativas aliadas às acções de saúde que orientem os adolescentes sobre os malefícios do vício, mesmo que o seu consumo é concebido. 
2.4.2. Relevância Social
É sabido que o consumo das bebidas alcoólicas e sua dependência são determinados por muitos factores que interagem entre si. Neste contexto, procura-se agrupar acções multisectoriais, estratégias que enfatizem a transformação da comunidade do bairro 25 de Junho no Município da vila de Milange, na melhoria das condições de vida através do abraço das suas responsabilidades sociais. É neste contexto que se justifica o presente trabalho. 
2.4.3. Relevância científica
Partindo da afirmação de que a principal função do trabalho científico é contribuir para a formação dos sujeitos críticos e actuantes, por meio de conteúdos que ampliem o entendimento de um determinado objecto de estudo, a disseminação de conhecimentos relacionados com as habilidades de vida, são neste contexto conteúdos de abordagem científica para a prevenção do consumo de bebidas alcoólicas que é prejudicial tanto à saúde quanto ao convívio familiar e social. 
1.5. Objectivos
Segundo Gil (1999) os objectivos são o parâmetro de avaliação que traduz a previsão dos resultados que se pretendem alcançar no tempo, quantificáveis e relacionados com a actividade específica desempenhada.
1.5.1. Objectivo Geral
· Conhecer os factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes as estratégias para a sua mitigação. 
1.5.2. Objectivos Específicos
· Identificar os factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes.
· Explicar os factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes
· Propor estratégias de mitigação do consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes.
1.6.Hipóteses
Marconi e Lakatos (1995) acreditam que as hipóteses são respostas possíveis e provisórias em relação às questões de pesquisa. 
Na nossa concepção, hipótese é uma suposição que se faz na tentativa de explicar o que se desconhece. Esta suposição tem por característica o facto de ser provisória, devendo, portanto, ser testada para a verificação de sua validade. 
1.6.1.Hipótese Básica.
· A Facilidade de acesso aliada ao aumento de vendedores e o baixo custo das bebidas alcoólicas associadas com a fuga das responsabilidades, Podem ser factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas nos adolescentes.
1.6.2.Hipóteses Secundárias.
· O tempo livre e padronização das atitudes entre um grupo de adolescentes e necessidade de dividir suas angústias entre eles podem fazer parte dos factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas nos adolescentes. 
· A Busca por novas experiências de novas drogas e sentimentos como tédio podem ser factores que influenciam para o consumo das bebidas alcoólicas. 
1.7. Dificuldades Encontradas
 Por causa da pandemia de Coronavírus - Covid-19, houve maior desafio na circulação para recolha de dados, comunicação e persuasão dos inquiridos, visto que foi imprescindível a observância das medidas sanitáriasdo Decreto Presidencial no sentido de estancar a propagação da pandemia e, falta de recursos financeiros para aquisição de equipamento informático com mais destaque para impressora, para reprodução física do trabalho. Como solução recorreu-se a reprografias públicas onde o trabalho estava exposto a plágios.
1.8. Considerações Éticas
Para o presente estudo, a formulação do problema foi clara, precisa, objectiva, delimitada, susceptível para a investigação e de solução. Esta investigação privilegiou o uso minucioso da técnica de codificação das respostas dadas pelos inqueridos, sendo uma boa metodologia a fim de garantir a seu anonimato. Foi no entanto, inevitável a evocação académica, isto é, a revisão da literatura foi devidamente mencionado na referência bibliográfica.
Quanto aos participantes evolvidos na materialização do trabalho pressupõe-se que foi de consentimento livre e, todos foram esclarecidos por escrito após explicação da investigação e as potenciais consequências. Os dados foram analisados com rigor, de forma cuidadosa com suporte real e transparente. No âmbito da apresentação dos resultados não foi identificado nenhum dos investigados.
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Conceito de Factores. 
Segundo a Psicologia, factores é o conjunto de elementos que contribuem ou influenciam um determinado comportamento. É, no entanto, uma motivação para uma certa manifestação do indivíduo. 
A palavra motivação (derivada do latim motivos, movere, que significa mover) indica o processo pelo qual um conjunto de razões ou motivos explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum tipo de acção ou comportamento humano. (Maximiniano, 2000).
Segundo Gil (2001, p. 202) motivação é: 
[...] a força que estimula as pessoas a agir. No passado, acreditava-se que esta força era determinada principalmente pela acção de outras pessoas, como pais, professores ou chefes. Hoje, sabe-se que a motivação tem sempre origem numa necessidade. [...] é consequência de necessidades não satisfeitas.
2.2.Factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas.
2.2.1. Facilidades para a aquisição.
 De acordo com Laranjeira (2002) e Willner et al. (2000) o baixo preço torna o álcool facilmente acessível aos adolescentes, que são também as maiores vítimas das poucas restrições à propaganda de bebidas nos meios de comunicação. 
A ampla disponibilidade do álcool nos ambientes banaliza o seu consumo. Bares operando em sistema de consumação mínima, promoções do tipo “open bar”, venda de bebidas para consumo no acto em postos de gasolina, agravam o risco de problemas relacionados ao consumo de álcool nesta faixa etária.
2.2.2. Crise de identidade.
Lepre (2008) afirma que “o grande conflito a ser solucionado na adolescência é a chamada crise de identidade” (p.12).
 É exactamente essa crise e consequente confusão de identidade que fará com que o adolescente parta em busca de identificações, buscando encontrar outros iguais no mundo dos diferentes e formando seus grupos. A necessidade de dividir suas angústias e padronizar suas atitudes e ideias faz do grupo um lugar privilegiado, pois nele há uma uniformidade de comportamentos, pensamentos e hábitos.
2.2.3. Busca por novas experiências.
Segundo o Ministério da Saúde brasileiro (1996) é “comum na adolescência, uma busca por novas experiências, curiosidade por novas sensações” (p.71).
 É nesse contexto que se inserem grandes preocupações associadas a essa fase da vida, que são os riscos relacionados ao consumo de álcool e outras drogas. Dentre todas as drogas, estudos apontam o álcool como a mais utilizada no mundo inteiro.
2.2.4. Outros factores.
Uma pesquisa realizada por Puig-Nolasco et al. em 2011, com estudantes de medicina do México, indicou que os factores que os influenciaram o consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas foram: o tempo livre; sentimentos como tédio; ter amigos ou haver cometido actos anti-sociais.
2.3. Consequências do consumo de bebidas alcoólicas.
Segundo Ferreira et al. (2007) as consequências se organizaram em torno de dois núcleos de sentidos de riscos: os riscos para o consumidor e os riscos para o outro. O primeiro, muito focado na saúde física e o segundo, na deterioração do convívio social e no comprometimento da saúde/integridade física de outrem. 
2.3.1.Consequências do consumo de bebidas alcoólicas para a saúde física.
De acordo com Stolle et al. (2009);
Os principais riscos integram o rol de danos ligados aos órgãos do corpo mais agredidos pelo álcool, como estômago e fígado, e aos sintomas frequentemente relatados por quem exagera no uso das bebidas, como as dores de cabeça e náuseas, que são amplamente difundidas na mídia e experienciadas no quotidiano, por pessoas que fazem uso nocivo. Além disso, observa-se que a questão da dependência química, (p.51).
Contudo, se a pessoa beber demais ela pode passar mal, pode ter doença e até correr risco de morrer, porque isso cria problemas no fígado e até causar cirrose e ou desenvolver câncer.
2.3.2.Consequências do consumo de bebidas alcoólicas para deterioração do convívio social.
De acordo com Stolle et al. (2009) o consumo abusivo de álcool tem sido tema de grandes discussões, pois além de danos pessoais, esta acção apresenta riscos às pessoas que convivem com aqueles que a praticam, bem como à sociedade.
No entanto, quando a pessoa convive com alguém que bebe a pessoa corre o risco de sofrer agressões, pode influenciar outras pessoas a beberem, causa acidentes na rua ou no trânsito, e isso coloca a família e outras pessoas em risco até porque esses acidentes podem causar mortes.
2.3.3.Consequências psicológicas do consumo de bebidas alcoólicas.
De acordo com Barroso et al. (2013) no que diz respeito a questões neuropsicológicas, o consumo de bebida alcoólica age como depressor do sistema nervoso central, interfere no funcionamento dos neuro-transmissores e actua como depressor do funcionamento cognitivo e motor. 
Além disso, interfere no aumento da actividade de determinadas regiões cerebrais, as quais aumentam a liberação de hormónio como a endorfina. As liberações de hormónios induzem a um estado transitório de euforia e reforçam o desejo de consumir novamente a substância.
Melo (2015) afirma que:
[...], se esses adolescentes não contarem com uma rede de apoio efectiva, ou seja, familiares, amigos ou cuidadores que os orientem e amparem, provavelmente se encontrarão em situação de risco. Poderão deixar com que conflitos inerentes a adolescência, ausência de projecto de vida e sintomas depressivos encontrem válvula de escape no consumo de bebida alcoólica. (p.56)
Quando a intoxicação pelas bebidas alcoólicas é intensa ocorre a perda da memória (amnésia) resultante da morte de algumas células nervosas. Ainda, as bebidas alcoólicas quando consumidas com frequência, também atacam neurónios de outras partes do cérebro, incluindo o córtex frontal responsável, entre outras coisas, por manter atenção. Por isso, que os bêbados não conseguem se concentrar. 
2.4. Estratégias para Mitigação do consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes.
De acordo com Ferreira et al (2007) mitigar significa prevenir, adiar e reduzir o abuso de substâncias psicoactivas geradoras de dependência crónica, progressiva e fatal. 
Entretanto, de acordo com Pechansky et al. (2004) existem diferentes abordagens em prevenir as bebidas alcoólicas:
· Aumento nos custos de bebidas alcoólicas através das taxas;
· Restringir a publicidade e ou as actividades promocionais relacionadas com as bebidas alcoólicas, em que o público-alvo são os jovens e,
· Adopção de leis que previnam mortes e acidentes de viação entre os jovens.
CAPITULO III: METODOLOGIAS
3.1. Classificação da Pesquisa 
A quanto a classificação da pesquisa, ela foi científica. Segundo Gil (1999), uma pesquisa científica aquela que adopta os procedimentos intelectuais e técnicos para se atingir o conhecimento. 
3.1.1. Quanto a abordagem 
No que diz respeito a abordagem a pesquisa foi mista (qualitativa e quantitativa). SegundoSilva e Menezes (2001), este tipo de pesquisa busca entendimento de fenómenos de natureza social e cultural, com às descrições, interpretações e comparações, considerando também os aspectos numéricos em termos de regras matemáticas e estatísticas por meio de tabelas e gráficos. 
3.1.2. Quanto a Natureza
Quanto à natureza a pesquisa foi de carácter aplicada a qual, segundo Gerhardt e Silveira (2009) objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos e, envolve verdades e interesses locais.
3.1.3. Quanto aos Procedimentos Técnicos 
Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa foi bibliográfica e estudo de caso. 
A pesquisa bibliográfica fez a fundamentação teórica desde o projecto até a fase da elaboração da presente monografia. Este método permitiu a avaliação atenta e sistemática de livros e material disponibilizado na internet (Silva e Menezes, 2001). 
De acordo com Gerhardt e Silveira (2009) o estudo de caso “consiste em estudar as informações sobre determinado indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a fim de perceber aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa” (p.76).
Entretanto, o estudo de caso consistiu em colecta e análise de dados (estudo minucioso e profundo dos factores que contribuem para o consumo das bebidas alcoólicas e as respectivas estratégias da sua mitigação).
3.1.4. Quanto aos objectivos
Relativamente aos objectivos, o estudo privilegiou-se por ser descritivo. 
Segundo Marconi e Lakatos (2005) este tipo de estudo visa apenas em observar, registar e descrever as características de um determinado fenómeno ocorrido em uma amostra ou população, sem, no entanto, intervir. Assim, um dos objectivos da pesquisa em perspectiva, foi descrever os factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes.
3.2. Métodos de abordagem
Quanto ao método de abordagem a pesquisa foi hipotética dedutiva. Este método, segundo Gil (1999), é usado quando o conhecimento é insuficiente para explicar um fenómeno. No entanto, surge o problema. Para expressar as dificuldades do problema são formuladas hipóteses; das hipóteses deduzem-se consequências a serem testadas ou falseadas (tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses); enquanto o método dedutivo procura confirmar a hipótese, o hipotético - dedutivo procura evidências empíricas para derrubá-las.
3.3. Método de Procedimento
Para a realização da pesquisa recorreu-se ao método estatístico, implicado em números e análises estatísticas dos dados recolhidos dos adolescentes consumidores de bebidas alcoolicas na UR. 
Gil (1999) enfatiza que este método se fundamenta nos conjuntos de procedimentos apoiados na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de certos aspectos da realidade social em que se pretenda medir o grau de correlação entre dois ou mais fenómenos.
3.4. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados
Segundo Lakatos e Marconi (2005), as técnicas de colecta de dados são um conjunto de regras ou processos utilizados por uma ciência.
Para recolher dados e informações foram usadas as técnicas de entrevista e inquérito, usando um guião de questionário como instrumento. 
· A entrevista - consistituiu em uma conversa directa, baseada em guião de questionário com perguntas abertas destinado ao chefe da unidade do bairro 25 Junho, município. Segundo Cervo (2002) a entrevista é uma das principais técnicas de colecta de dados e pode ser definida como conversa realizada cara a cara pelo pesquisador junto ao entrevistado. 
· O inquérito - consistituiu na produção de guiões de questionário com perguntas fechadas e de auto-preenchimento destinado aos adolescentes consumidores de bebidas alcoólicas, que serão seleccionados de forma aleatória.
 Segundo Gil (1999);
O questionário desta técnica é composto por um número mais ou menos elevado, de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas e situações vivenciadas. Entretanto, segundo o mesmo autor, os dados colhidos e resultados que podem ser obtidos são de carácter quantitativo (P.29).
3.5. Universo e Amostra 
A população ou universo é conjunto de todos os elementos que têm pelo menos uma característica comum. No entanto, na pesquisa em perspectiva, o universo foi composto por adolescentes da unidade residencial em causa que eram os elementos a serem estudados incluindo o chefe da unidade.
Entretanto, a amostra foi composta por 50 indivíduos, onde 49 foram os adolescentes consumidores de bebidas alcoólicas, selecionados de forma aleatória e o Chefe de Unidade, ambos da Unidade Residencial 25 de Junho, Município de Milange. Esta amostra corresponde a terço (1/3) duma população de 150 indivíduos. 
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
4.1. Dados Recolhidos através do Inquérito.
Gráfico 1. Faixa etária de início do consumo de álcoolOs resultados indicam que 3 adolescentes iniciaram a consumir álcool antes dos 12 anos equivalentes a 6,12%, 10 entre 12 aos 14 anos (20,40%), 29 dos 15 aos 18 anos (59,18%) e 7 depois de 18 anos (correspondente a 14,28%).
Fonte: Autor (2021).
Tabela 1. Locais onde começaram a consumir álcool
	Ordem
	Respostas
	No de inqueridos
	%
	1
	A. Em casa dos pais
	4
	8,16
	2
	B. Em casa de amigos
	30
	61,22
	3
	C. Numa festa ou evento social
	13
	26,53
	4
	D. Na escola
	2
	4,08
	Total
	------------------------
	49
	100
Fonte: Autor (2021).
Relativamente aos locais onde os adolescentes da UR 25 de Junho consumiram bebidas alcoólicas pela primeira vez, a tabela acima indica que, 4 o fizeram nas casas dos pais, 30 em casa dos amigos, 13 nos eventos sociais e 2 na escola.
Gráfico 2. Razões que levam os adolescentes a beberem álcool
O gráfico indica que 46,93% (23) dos adolescentes começaram a beber para acompanhar o grupo de amigos, 40,81% (20) porque tinha problemas, e 12,24% (6) porque estava triste e para aprovar as bebidas alcoólicas.
Fonte: Autor (2021).
Tabela 2. Pessoas com quem costumam a beber álcool.Segundo este gráfico 20,40% dos adolescentes costuma a beber sozinho, 71,42% com amigos e 8,16 com os familiares.
	Ordem
	Respostas
	No de Inqueridos
	%
	01
	A. Sozinho(a)
	10
	20,40
	02
	B. Com amigos
	35
	71,42
	03
	C. Com familiares
	4
	8,16
	Total
	------------------
	49
	100%
Fonte: Autor (2021).
Gráfico 3. Bebidas consumidas pelos AUR 25 de JunhoEste gráfico mostra que a bebida consumida com mais frequência, pelos adolescentes, é a cabanga, seguida de cachaça e por último a cerveja. A vodka não é consumida.
Fonte: Autor (2021).
Gráfico 4. Auto-controlo após o consumo do álcool.
De acordo com este gráfico a maioria dos adolescentes perde o auto-controlo quando consomem as bebidas alcoólicas, correspondendo a 53,06% e a menor parte tem o auto-controlo, sendo equivalente a 46,93.
Fonte: Autor (2021).
Concernente a sensação dos adolescentes aquando do consumo das bebidas alcoólicas, os resultados dão a entender que 10,20% não sente alterações, 40,81% sente-se alegre, 30,61% sente alterações motoras, 10,20% sonolento e 8,18% sente-se forte e agressivo.
Tabela 3. Situação emocional dos adolescentes quando bebem álcool.
	Ordem
	Respostas
	No de Inqueridos
	%
	01
	 Sem alterações
	5
	10,20%
	02
	B. Alegre
	20
	40,81%
	03
	C. Com alterações motoras
	15
	30,61%
	04
	D. Sonolento(a)
	5
	10,20%
	05
	E. Forte e agressivo
	4
	8,16%
	Total
	
	49
	100%
Fonte: Autor (2021).
No que diz respeito à dependência do álcool, os resultados indicam que 61,22% dos adolescentes são dependentes e 38,77% não são dependente, conforme o gráfico em anexo:
Gráfico 5. Dependência do álcool.
Fonte: Autor (2021).
De acordo com os dados recolhidos, compreende-se que a maior parte dos adolescentes já pensou em desistir de consumir bebidas alcoólicas, com uma percentagem de 71,42% e 28,57% ainda não pensou conforme a tabela abaixo:
Tabela 4. Propósito de desistir do consumo das bebidas alcoólicas pelos jovens.
	Ordem
	Respostas
	No de Inqueridos
	%
	01
	A. Sim
	3571,42%
	02
	B. Não 
	14
	28,57%
	Total
	------------
	49
	100%
Fonte: Autor (2021).
Tabela 5. Adolescentes que já pediram ajuda para parar de beber álcool
	Ordem
	Respostas
	No de Inqueridos
	%
	01
	A. Sim
	22
	62,85%
	02
	B. Não 
	13
	37,14%
	Total
	------------
	35
	100%
	Nesta tabela, os resultados mostram que de 71,42% dos adolescentes que já pensaram em parar de consumir álcool, 62,85% já pediu ajuda para fazê-lo e 37,14% não pediram.
4.2. Apresentação e Análise Qualitativa dos Resultados da entrevista (Depoimentos do Chefe de Unidade) 
A tabela 6 abaixo, monstra os depoimentos do Chefe de Unidade acerca do seu entender sobre o consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes, no que concerne os tipos de bebidas alcoólicas mais consumidas, as idades dos adolescentes envolvidos no tal consumo, suas motivações, e o que deve ser feito para reduzir o consumo das mesmas pelos Adolescentes.
Tabela nº 6: Depoimentos do Depoimentos do Chefe de Unidade.
	Questões colocadas
	Depoimentos Dados
	Atualmente, o número de consumidores de bebidas alcoólicas no bairro 25 de Junho tem aumentado significativamente.
1. Que tipo de bebida (s) alcoólica (s) tem-se consumido mais aqui no bairro?
	
“ As bebidas mais consumidas pelos adolescentes neste bairro são a cabanga e cachaça”.
	2. Qual faixa etária desses consumidores?
	
“ […] Esses jovens na sua maioria não tem 18 anos”.
	
3. O que lhes leva a consumir as bebidas alcoólicas?
	“Muitos consomem porque no grupo de amigos podem ser considerados de tolos, fracos e matrercos, daí eles preferem-se entregarem a esse vício.” 
 “Eles Acreditam que consumindo essas bebidas podem ter alívio de problemas, a saber: sociais, de desemprego e muitos outros”. 
 “Outra coisa é quando bebem sentem-se felizes kings do bairro [sic.] omnipotente do bairro…” 
	
4. O que deve ser feito de modo a reduzir o consumo de bebidas alcoólicas?
	“É preciso haver investimentos na educação comunitária, em matéria de saúde, porque as drogas como o álcool, num adolescente pode causar danos futuros.”
“Elaborar um plano para novos negócios para as famílias que vivem na base de fabrico e venda de bebidas alcoólicas, para poderem pelo menos mudar de negócio.” 
É preciso haver equipas afetos na área de saúde para fazerem palestras de modo a fornecer esclarecimentos necessários sobre os efeitos nocivos que o consumo de bebidas alcoólicas pode causar”
	Fonte: Autor (2021)
CAPÍTULO V: DISCUSSÃO DOS RFESULTADOS
5. Discussão Dos Resultados.
Os resultados da tabela 1 e do gráfico 1, evidenciam que muitos adolescentes iniciaram a consumir o álcool em casa dos amigos numa idade entre 15 aos 18 anos. Entretanto, segundo Lepre (2008), na adolescência observa-se grande conflito de crise de identidade, cuja consequência reflete na busca de novas identidades entre grupos de amigos e na partilha de suas angústias e padronização de suas atitudes e ideias (Tabela 6), tornando assim o grupo privilegiado, pois nele há uma uniformidade de comportamentos. 
Nesta perspectiva entende-se que a adolescência, de facto, constitui uma fase da vida que inspira grandes preocupações, principalmente, no que se refere ao consumo de substâncias psicoactivas e tem sido alvo de grandes esforços e mobilizações na produção de conhecimento a respeito desse fenómeno. 
A pressão do grupo de amigos, o sentimento de omnipotência próprio da juventude (Tabela 6) a falta de controlo na oferta, a ausência de limites sociais e a procura de alívio dos problemas do quotidiano (Gráfico 2 e Tabela 6). Colaboram para que o primeiro contacto com a bebida ocorra cada vez mais cedo. Isso acontece pelo facto de as bebidas alcoólicas serem consumidas pelos adolescentes nas festas e comemorações onde a alegria é notável (Tabela 3 e 6), evidenciando a necessidade de apelo social (Tabela 6), uma vez que a maioria dos adolescentes são dependentes do consumo álcool (Gráfico 5). 
Na óptica do autor, a influência de amigos no que tange à motivação para o consumo das bebidas alcoólicas, deve-se à necessidade do adolescente enquadrar-se em grupos, onde existem padrões pré-determinados para fazer parte do mesmo e o seu consumo é a principal diversão e a fuga das realidades do quotidiano (desemprego, stress e problemas conjugais) é palcoólicafinalidade. Assim, as expectativas em relação aos efeitos do álcool exercem influências importantes no início e manutenção do uso de álcool e na emissão de comportamentos relacionados a este uso.. Essas expectativas se desenvolvem por meio de experiências directas e indirectas com bebidas alcoólicas e exposição às propagandas, afinal antes mesmo de uma experiência directa, de facto, vão se formando expectativas a respeito do consumo de álcool.
Na perspectiva dos estudos de Pechansky, Szobot & Scivoletto (2004), 
Os prejuízos associados ao consumo de bebidas alcoólicas estendem-se ao longo da vida e os seus efeitos notam-se através de uma conturbada adaptação social e no retardamento do desenvolvimento de capacidades, já que um adolescente ainda está se estruturando em termos biológicos, sociais, pessoais e emocionais. Concordando com os autores supra citados, os principais riscos integram o rol de danos ligados aos órgãos do corpo mais agredidos pelo álcool, como estômago e fígado, podendo relatar-se sintomas de dores de cabeça e náuseas para além dependência química, que pode levar o consumidor a desenvolver cirrose e ou câncer.
Nesse sentido, o Chefe da Unidade (Tabela 6), reforça-se a necessidade de investimento em educação em matéria de saúde junto aos adolescentes principalmente consumidores, sobre os riscos do uso/abuso de bebidas alcoólicas, visto que eles estão em uma fase de grandes mudanças físicas, psicológicas e sociais.
 Portanto, o autor auxiliando-se na ideia do Chefe da Unidade, investir em estratégias de educação em matéria de saúde, nessa faixa etária pode minimizar, consideravelmente, os danos causados pelo uso de álcool através de desenvolvimento de hábitos saudáveis de vida. 
Diante desses resultados colhidos e discutidos tornou-se evidente a aprovação da primeira hipótese secundária, segundo a qual “O tempo livre e padronização das atitudes entre um grupo de adolescentes e necessidade de dividir suas angústias entre eles podem fazer parte dos factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas nos adolescentes.”
Segundo Chefe da Unidade, “É preciso haver investimentos na educação comunitária, em matéria de saúde, porque as drogas como o álcool, num adolescente pode causar danos futuros” (Tabela 6). Com estas expressões, o Chefe da Unidade reconhece que a comunidade, além de função pedagógica específica, tem função política, social, tornando-se transformadora do indivíduo, assim como um papel importantíssimo nas acções voltadas à saúde e o bem-estar comunitário, buscando práticas que auxiliem a própria comunidade à formar uma juventude saudável. 
Por outro lado, o aumento progressivo de residências fabricando e vendendo bebidas alcoólicas na UR, contradiz as principais funções de uma comunidade e faz com que o custo das bebidas alcoólicas seja acessível principalmente aos adolescentes. Deste modo, fica aprovada a hipótese básica segundo a qual “Podem ser factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas nos adolescentes, a facilidade de acesso aliada ao aumento de vendedores e o custo baixo das bebidas alcoólicas, associado com a fuga das responsabilidades.”
Ainda que segundo o Ministério da Saúde brasileiro (1996) & Puig-Nolasco et al. em (2011) afirmarem ser comum na adolescência, uma busca por novas experiências, curiosidade por novas sensações e o tempo livre; sentimentos como tédio serem principais factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas.
 nenhum relato dos inqueridos e entrevistado, na busca de novas experiencias de novas drogas e sentimentos como tédio. entretanto, ficou reprovada a hipótese segundo a qual “A Busca por novas experiências de novas drogas e sentimentos como tédio podem ser factores que influenciam para o consumodas bebidas alcoólicas.”
CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E SUGESTÕES
6.1. Conclusão
Embora seja considerada como substância lícita para consumo de pessoas adultas, o consumo de álcool pelos adolescentes tem estreita relação com os problemas de fuga de responsabilidades, violências, proliferação de doenças e gravidezes indesejadas e acidentes. porém, a padronização das atitudes entre um grupo de adolescentes, a necessidade de dividir suas angústias e a facilidade de acesso são factores que influenciam no consumo dessas bebidas. 
Portanto os adolescentes que consomem as bebidas alcoólicas não conhecem os riscos, isto é, justificam-se pelo facto de que muitas das vezes, demonstram a não entenderem que estes problemas são desencadeados em curto ou longo prazo, de modo geral, não deviam-se tornar dependentes, principalmente tão cedo quanto na adolescência. 
Num outro desenvolvimento, percebe-se que os resultados chamam a atenção para a importância de aconselhamento de adolescentes sobre o abandono da dependência do álcool, objectivando à consciencialização e fornecimento de esclarecimentos necessários sobre os efeitos nocivos que o consumo exagerado de bebidas alcoólicas pode causar.
Á luz dos resultados obtidos pode-se afirmar que a pesquisa alcançou os objectivos propostos, uma vez que explicou os factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes. Em relação à metodologia aplicada, pode-se afirmar que teve importante representatividade nesta investigação, porquanto favoreceu a interacção entre os participantes e o pesquisador. 
6.2.Sugestões
O tratamento da prevenção ao uso indevido de bebidas alcoólicas deve constituir um desafio para os líderes comunitários e para a comunidade, tendo em vista a dimensão desta e as situações diárias vivenciadas pelos adolescentes na comunidade, levando acabo a necessidade deles se absterem do consumo das bebidas alcoólicas. Esta situação demonstra a urgência de uma discussão mais crítica e politizada. Portanto, inúmeras variáveis precisam ser consideradas, dentre elas, a sociedade em que se vive, as identidades culturais dos sujeitos, a escolha dos líderes, os aspectos sociais, políticos, económicos, históricos, culturais da realidade local.
6.2.1. Sugestões para líderes comunitários ou outros representantes sociais
Defende-se que todos os representantes e ou lideres de diferentes artérias administrativas, precisam tratar das questões referentes à prevenção ao consumo indevido de bebidas alcoólicas, conforme a realidade e a necessidade da sua parte administrativa ou organização. Todavia , a intervenção que se fará e/ou as acções preventivas a serem desenvolvidas precisam partir do que está sendo vivido, pensado e realizado pela comunidade. Para tal, precisa-se considerar uma prática comunitária fundamentada num processo de socialização do conhecimento entre os representantes ou lideres e os adolescentes, e destes com o mundo. Por meio desta prática ambos podem reflectir sobre compromisso político e repensar nas suas próprias responsabilidades pessoais e sociais. 
6.2.2. Sugestões à comunidade. 
Sugere-se que comunidade deve assumir o processo preventivo através do desenvolvimento de actividades que alimentam prosperidade da própria comunidade (como a agricultura, comercio de bens colectivos), não simplesmente se basear na produção e comercialização de substâncias psicotrópicas pois estas são principais responsáveis pela destruição da mesma comunidade.
6.2.3. Sugestões ao governo.
Sugere-se a intervenção do governo como regulador. Onde deve deixar de ser mero observador das comunidades e das acções que ocorrem no espaço comunitário, tomando a iniciativa de responsabilização e licenciamento dos produtores e comerciantes. Esta prática educativa e administrativa desencadeia um trabalho de prevenção ao uso indevido de bebidas alcoólicas e aproxima esta discussão da realidade local considerando as necessidades e dificuldades da própria comunidade. 
6.2.4. Sugestões aos responsáveis pela saúde comunitária 
À entidade responsável pela saúde comunitária sugere-se que deve garantir a difusão dos perigos que advém do consumo das bebidas alcoólicas aos adolescentes e, explicar os perigos que estão por detrás. 
6.2.5. Sugestões aos consumidores de bebidas alcoólicas 
Sugere-se de igual modo que os consumidores de bebidas alcoólicas, principalmente os adolescentes, devem abster do consumo das mesmas uma vez que as consequências reflectem para o próprio consumidor e para a sociedade. 
BIBLIOGRAFIA
Barroso, T., Mendes, A. M. O. C. (2013). Programa de Prevenção do Uso/Abuso de Álcool para Adolescentes em Contexto Escolar: Parar para pensar. (3ª ed). Porto, Portugal: Escola.
Silva, C., Lazaretti, L. R., Bianchi, L. L. & França, M. T. A. (2019). Fatores Associados a Intensidade do Consumo de Álcool por Escolares no Brasil.(6ª ed). São Paulo, Brasil: 
Sousa, K. P. A. (2017). Alguns Factores que Influenciam o Consumo Precoce de Álcool. Revista Espaço Académico. (2ª ed). Lisboa, Portugal.
Cervo, A. L. & Bervian, P. A. (2002). Metodologia Científica. (5a Edição). São Paulo, Brasil: Prentice.
Ferreira, M. A., Silva, F. & Morais, E. H. (2007). Saberes de Adolescentes: Estilo de Vida e Cuidados à Saúde. Texto Inédito. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS, Rio de Janeiro, Brasil. 
Gerhardt, T. E.& Silveira, D. T. (2009). Métodos de Pesquisa (2ª Edição). Porto Alegre, Brasil: UFRGS.
Gil, A. C. (1999).Métodos e Técnicas de Pesquisa Social (5a Edição). São Paulo: Atlas.
Laranjeira, R. (2002). Evaluation of Alcohol Outlet density and its Relation with Violence (3rd ed). Curitiba.
Lepre R. M. & Martins R. A. (2008). Adolescente e a Construção da Identidade. Paidéia, Ribeirão Preto [online]. Disponível: http://www.slowmind.net/adolescenza/ lepre1.pdf.
Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (2005). Fundamentos de metodologia científica (6ª Edição). São Paulo, Brasil: Atlas. 
Maximiano, A. C. (2000). Teoria Geral da Administração: da Escola Cientifica à Competitividade na Economia Globalizada (2ª Edição). São Paulo: Atlas.
Ministério da saúde (BR) (1996). Secretaria de Programas e Projectos, Divisão de Saúde Materno-Infantil (2ª Edição). Brasília, Brasil: Bases Programáticas.
Pechansky, F., Szobot, C. M. & Scivoletto, S. (2004). Uso de Álcool entre Adolescentes: Conceitos, Características Epidemiológicas e Fatores Etiopatogênicos. Revista Brasileira de Psiquiatria.
Puig-Nolasco A. (2011). Consumo de álcool entre estudantes mexicanos de medicina. Revista Latino-Americana. Enfermagem.
Silva, E. L. & Menezes, E. M. (2001). Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação (3ª Edição). Florianópolis, Brasil: Laboratório de Ensino à Distância da UFSC.
Stolle M. & Sack, P. M. (2009). Binge Drinking in Childhood and Adolescence. Epidemiology, Consequences and Interventions. Kansas, KS: DtschArztebl.
Willner, P., Scott, A. G., Stempell, Q. & Wole, S. (2000). Alcohol Sales to Underage Adolescents: An Unobtrusive Observational Field Study and Evaluation of a Police Intervention. New Jersey, NJ: Addiction.
14
APÊNDICES
Apêndice I
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOCAMBIQUE
IED DE MILANGE
Guião de Entrevista dirigido ao Chefe de Unidade sobre os factores que contribuem para o consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes.
A presente entrevista tem como objectivo conhecer os factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes as estratégias para a sua mitigação, para efeito de colecta dados para elaboração de Monografia do curso de Licenciatura em Ensino de Biologia, cujo tema é Factores que Influenciam no Consumo de Bebidas Alcoólicas pelos Adolescentes e Estratégias da sua Mitigação, Caso do Bairro 25 de Junho no Município de Milange, 2018 -2021
Geografia.
Questionário 
Consideração Inicial: Actualmente, o número de consumidores de bebidas alcoólicas no bairro 25 de Junho tem aumentado significativamente.
1. Que tipo de bebida (s) alcoólica (s)tem-se consumido mais aqui no bairro?
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
2. Qual faixa etária desses consumidores?
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
3. O que lhes leva a consumir as bebidas alcoólicas?
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
4. O que deve ser feito de modo a reduzir o consumo de bebidas alcoólicas?
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 
(Obrigado pela colaboração)
Apêndice II
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOCAMBIQUE
IED DE MILANGE
Guião de Inquérito dirigido aos adolescentes que consomem as bebidas alcoólicas sobre os factores que contribuem para o consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes
A presente entrevista tem como objectivo conhecer os factores que influenciam no consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes as estratégias para a sua mitigação, para efeito de colecta dados para elaboração de Monografia do curso de Licenciatura em Ensino de Biologia, cujo tema é Factores que Influenciam no Consumo de Bebidas Alcoólicas pelos Adolescentes e Estratégias da sua Mitigação, Caso do Bairro 25 de Junho no Município de Milange, 2018 -2021
Geografia.
Questionário 
I – Caracterização da amostra 
1. Idade anos 
2. Com quem vive? Pais Familiares Amigos Sozinho/a 
3. Os seus pais bebem? Sim Não 
4. Qual deles bebe com muita frequência? Pai Mãe 
II – Factores que influencia o consumo de bebidas alcoólicas 
1. Com que idade começou a beber? 
A. Antes dos 12 anos B. Dos 12 anos aos 14 anos 
C. Dos 15 aos 18 anos D. Depois dos 18 anos 
2. Onde bebeu pela primeira vez? 
A. Em casa com a família B. Em casa sozinho ou com amigos 
C. Numa festa ou evento social D. Outro Qual é?______________________
3. Começou a beber, porquê? 
A. Para acompanhar o grupo B. Porque estava nervoso/a ou tinha problemas 
C. Porque estava triste D. Porque gosto do sabor das bebidas 
4. Costuma beber bebidas alcoólicas: 
A. Sozinho/a B. Com amigos C. Com familiares 
5. Das seguintes bebidas alcoólicas qual bebe com maior frequência? 
Cabanga B. Cachaça C. Cerveja 
 D. Vodka E. Outra Qual? _____________________
6. Quando bebe sente que tem autocontrolo? Sim Não 
7. Quando consome álcool, como se costuma sentir?
A. Sem alterações B. Alegre C. Com alterações motoras 
D. Sonolento/a E. Outra Qual? _____________________
8. Já alguma vez ficou inconsciente com as bebidas alcoólicas ? Sim Não 
9. Considera-se dependente do álcool ? Sim Não 
10. Já pensou em parar de beber bebidas alcoólicas? Sim Não 
11. Alguma vez pediu ajuda para parar de beber bebidas alcoólicas? Sim Não 
(Obrigado pela sua colaboração)
Anexo 
Vendas	
Antes dos 12 anos	Dos 12 aos 14 anos	Dos 15 aos 18 anos	Depois dos 18	 anos	6.1199999999999997E-2	0.20399999999999999	0.59179999999999999	0.14280000000000001	
Porque comecou a beber?
Vendas	
Para acompanhar o grupo	Porque tinha problemas	Porque estava triste	Para aprovar as bebidas alcoolicas	0.46929999999999999	0.40810000000000002	6.1199999999999997	E-2	6.1199999999999997E-2	
Vendas	
Cabanga	Cachaça	Cerveja	Vodka	Outra	0.42849999999999999	0.40810000000000002	0.10199999999999999	0	6.1199999999999997E-2	
Vendas	
Sim	Não	0.46929999999999999	0.53059999999999996	
Considera-se depenente do alcool?	
Sim	Não 	0.61219999999999997	0.38769999999999999	
xii

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