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A importancia da Lingua Brasileira de Sinais - Comunicação Alternativa

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A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA)
Aline Bárbara Pereira da Silva
Libras é a Língua Brasileira de Sinais e não é uma língua considerada universal, uma vez que, cada país possui uma língua de sinais diferente. Dessa forma, Libras é a sigla de Língua Brasileira de Sinais, um conjunto de formas gestuais utilizadas por deficientes auditivos para a comunicação entre as pessoas, sejam elas surdas ou ouvintes.
É uma língua de modalidade visual, que se exprime através da combinação de sinais e expressões faciais, chamadas expressões não manuais e esses sinais utilizados podem substituir as palavras de uma língua de modalidade oral-auditiva.
É organizado em níveis fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos. A Língua Brasileira de Sinais surgiu a partir da língua de sinais francesa. No Brasil a primeira escola de surdos teve seu início em 1o de janeiro de 1856, com a iniciativa do professor de surdos francês. O grande nome no desenvolvimento da língua de surdos foi o professor francês Charles Michel de L'Épée. Ele era um abade francês que se dedicou à educação dos surdos com o objetivo de propiciar a eles uma educação de acordo com os princípios do cristianismo.
No Brasil o pioneiro na educação de surdos foi o professor francês Ernest Huet, que se mudou para o Brasil em 1855, convidado pelo imperador D. Pedro II e esteve à frente da criação da primeira escola direcionada para a educação de surdos, que recebeu o nome de Imperial Instituto de Surdos-Mudos.
Fernandes (1998) destaca que a língua de sinais é uma língua natural que possui organização em todos os níveis gramaticais, sua produção é realizada através de recursos gestuais e espaciais, sendo que a sua percepção é realizada através da visão, por tal fato é denominada uma língua de modalidade gestual-visual-espacial.
É fundamental destacar que a linguagem é parte integrante no desenvolvimento do ser humano, e quando não ocorre pode gerar graves conseqüências nos aspectos intelectuais, sociais e, sobretudo, emocionais.
As línguas de sinais baseadas na língua falada normalmente são mais fáceis de serem aprendidas pelos ouvintes e pelas pessoas que ficaram surdas e às vezes usa-se a primeira letra - a soletração com dedos, de uma palavra como parte do sinal. Já na daclitologia, ou soletração com dedos, cada palavra é soletrada completamente usando os sinais dos dedos que representam as letras do alfabeto. Esse é o método de escrever no ar sendo mais fácil de ser aprendido.
Muitas pessoas surdas combinam esses três sistemas. Outras usam principalmente o primeiro, como alguns ouvintes e/ou intérpretes (pessoa ouvinte que interpreta a língua oral utilizando a língua de sinais) usam mais o segundo sistema e soletram com dedos as palavras difíceis.
A Língua Brasileira de Sinais é a primeira língua, isso significa língua materna dos surdos brasileiros, sendo composta por 64 configurações de mãos.
Brito (1995) destaca que a diferença básica entre as duas modalidades da língua não está no uso do aparelho formador ou no uso das mãos no espaço e nas características da organização fonológica em que todos os sinais que se incorporam utilizam parâmetros considerados gramaticais e aceitos na língua, isso constitui um dos aspectos que apontam que a Libras pode ser considerada um sistema lingüístico construído a partir de regras, que distancia dos gestos naturais e das mímicas que não possuem restrição para sua articulação.
A luta pela oficialização da Libras como língua teve início na década de 80, com a criação de um movimento pela comunidade surda e o projeto de lei para a legalização e regulamentação da Libras através da lei no 10.436 de 24 de abril de 2002 e no ano de 2005 surge o decreto no 5.626 de 22 de dezembro, a Libras é incluída como uma disciplina curricular, ensino da língua portuguesa a comunidade surda.
Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um determinado formato CM (Configuração de Mãos) e um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser comparadas aos fonemas e às vezes aos morfemas, são chamadas de parâmetros, portanto, nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros.
Os parâmetros formativos da Libras são a Configuração de mão, Ponto ou local de articulação, o Movimento, a Orientação/direcionalidade e Expressão facial e/ou corporal. Sendo que, a configuração da mão tem como resultado a posição dos dedos e cada configuração pode ser feita pela mão dominante. O ponto ou local de articulação indica onde o sinal pode ser realizado, sendo delimitado pela extensão máxima dos braços e ocorre quando é tocado em alguma parte do corpo. O movimento são sinais estáticos em um local onde alguns possibilitam algum movimento. A orientação e direcionalidade são consideradas um plano em direção ao qual a palma da mão é orientada, sendo que, alguns sinais possuem a mesma configuração e o mesmo ponto de articulação e movimento, sendo diferente apenas na orientação da mão. A expressão facial ou corporal são também chamadas de componentes não manuais, incluindo o uso de expressões faciais, linguagem corporal, movimentos de cabeça, olhares e outros mais.
Na Língua Brasileira de Sinais há 64 configurações e tais configurações podem ser feitas tanto pela mão dominante como as duas mãos, dependendo do sinal. O alfabeto manual é a comunicação em língua de sinais e ocorre por meio de sinais e não apenas por meio do alfabeto manual e para a maioria das palavras existe um sinal específico em Libras e isso implica que não é necessário fazer uso do alfabeto manual para realizar a soletração de todas as palavras, o alfabeto manual é um recurso utilizado para escrever palavras que não tenham um sinal específico em Libras. A principal função do alfabeto manual é colaborar na comunicação entre duas línguas diferentes, a oral e a de sinais, com o objetivo de superar a barreira na comunicação e, dessa forma, pode ser considerado um recurso fundamental no aprendizado da língua de sinais.
São diferentes situações onde se pode fazer uso do alfabeto manual, como para perguntar ou responder, sinalizar uma palavra da língua portuguesa e, assim como os números, as letras também podem ser representadas manualmente.
Embora cada Língua de Sinais tenha sua própria estrutura gramatical, surdos de países com Língua de Sinais diferentes comunicam-se com mais facilidade uns com os outros, isso se deve à capacidade que as pessoas surdas têm em desenvolver e compreender gestos e pantomimas e estarem atentos aos movimentos e expressões faciais e corporais das pessoas, bem como ao fato dessas línguas assemelharem seus sinais às coisas representadas.
Algumas convenções da Libras podem ser destacadas em relação à estrutura gramatical, como a grafia, onde os sinais em Libras para simplificação serão representados na língua portuguesa, a datilologia (alfabeto manual) é utilizada para que se possa expressar os nomes das pessoas, lugares e palavras que não possuem sinal, os verbos são apresentados no infinitivo, as frases devem obedecer a estrutura de Libras e os pronomes pessoais que são representados pelo sistema cultural e gramaticalmente aceitos.
A Língua Brasileira de Sinais - Libras não é somente um conjunto de gestos e movimentos que interpretam as línguas orais, essa língua pode ser comparada como uma complexidade e expressividade com ênfase no pensamento complexo, facilitando a comunidade surda uma forma de comunicação para facilitar a interação, socialização e aprendizagem, além de aumentar o vocabulário de acordo com aquilo que se pretende transmitir aos outros. Dessa forma, é correto afirmar que a Língua Brasileira de Sinais - Libras é uma língua completa que possui estrutura independente da Língua Portuguesa e possibilita o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, favorecendo seu acesso a outros conhecimentos que sem a utilização da Libras seria impossível acontecer.
Perlin (2003) reforça que, pode-se afirmarque a identidade do surdo inicia pelo direito de ser surdo, com suas diversificações e implicações em construção, sendo que, pode ser transformado com freqüência ou estar em movimento constantemente, o que impulsiona uma amplitude que visa o acesso a um conhecimento e uma forma importante de se comunicar, expressar os sentimentos.
Nesse sentido, entende-se que a Língua Brasileira de Sinais tem um importante papel social e cultural na inclusão de pessoas com deficiência auditiva, seja ela parcial ou completa. Ainda auxilia no desenvolvimento dos aspectos cognitivos, sociais e emocionais, não somente para a pessoa que é surda, mas para todos que convivem com ela.
Existem alguns pontos e características que são próprias da Língua Brasileira de Sinais, como, a Libras é uma língua e não uma linguagem, é um idioma oficial no nosso país, possuindo estrutura e regras próprias e a Libras é a língua de sinais brasileira, o que significa que não é universal.
A Libras é um modo de comunicação rico em sua história e significados, que propiciam características que vem despertando cada vez mais o interesse pela aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais, o que propicia uma expansão de conhecimentos.
Ter conhecimento de Libras é de suma importância no sentido de favorecer para a inclusão, integração e socialização de todos no ambiente escolar e na sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRITO, J. L. M. Deficiência auditiva. São Paulo: Papirus, 1995;
EDITORA PROMINAS E ORGANIZADORES. Curso de Educação Especial. Comunicação Alternativa, p. 10;
FERNANDES, Teresa Mendes. Políticas e práticas da educação inclusiva. Porto Alegre: Artmed, 1998;
PERLIN, Gladis. Educação Bilíngüe para surdos: identidades, diferenças, contradições e mistérios. Tese de Doutorado, Curitiba: UFSC, 2003.

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