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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO V JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL – RJ 
 
 
 
Processo n: 220098-38.2021.9.19.0001 
 
 
 
 CONDOMÍNIO EDIFÍCIO UBATIBA pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ: 73.450.124/0001-42, com endereço para citação na Praça Edmundo Bittencourt, 16, Bairro Peixoto / Copacabana – Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22041-050, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu procurador, que esta subscreve, nos autos do processo em epígrafe, tempestivamente apresentar CONTESTAÇÃO, nos autos da ação que lhe move ANDRÉ FABIANO DA COSTA, nos seguintes termos: 
 
1. DOS FATOS ALEGADOS NA INICIAL 
 A parte autora alega que em 23/02/2021, teve seu automóvel, Chevrolet Montana, de cor branca, aberto, e sua bicicleta modelo:Montain Bike, aro 26, 21v., pneus 4.0 -rodas de balão, cor amarela, com acessórios em vermelho, furtada na garagem do condomínio onde habita por motivos como: falta de segurança do edificio sem cameras, ausencia de porteiro, estado de conservaçao deteriorado do portao da garagem. Dessa forma, responsabilizando, o réu pelo fato ocorrido. 
2. PRELIMINARMENTE 
 O Réu solicita que o processo seja julgado extinto sem resolução de mérito nos termos do art.337, inciso XI pelas seguintes razões: a parte autora da ação pleiteia danos materiais e morais sob a alegação de furto de bicicleta de sua propriedade em area comum do edificio não propícia para para guardar a bicicleta.
 Entretanto, o autor não junta aos autos document fiscal comprobatório da aquisição da bicicleta em questão, e nem o estado que se encontrava o modelo da bicicleta furtada, além do valor da compra e venda de um item como este de segunda mão. Dessa forma, não é comprovado, a legitimidade do autor para demander danos materiais pelo furto da bicicleta. 
 
 
3. DA VERDADE DOS FATOS 
 É importante destacar que o autor da ação, como proprietário de um imóvel, tem a obrigação de conhecer as regras internas do condomínio onde reside. O que consta da convenção do condomínio, no Regulamento da Garagem, em seu artigo 10º:
“O condomínio não poderá ser responsabilizado por quaisquer danos, furtos ou roubos que venham a ocorrer nas dependências da garagem”.
 Considerando ser uma norma contida na Convenção do Condomínio, votada e aprovada pelos condôminos, fica clara a isenção de responsabilidade do réu perante ao pleito do autor da ação. 
 A jurisprudência se alinha e vem se pronunciando com o entendimento de que o condomínio só tem responsabilidade por furtos e roubos nas áreas comuns, se estiver expresso tal responsabilidade na respectiva convenção. 
 Por fim, a parte autora sabia que em caso de furto dentro da garagem do condomínio, o réu estaria isento de responsabilidade, sendo incabível a inserção de culpa para com o réu pelo furto da bicicleta. 
 
4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS PARA REJEIÇÃO DOS PEDIDOS AUTORAIS 
 A parte autora requer indenização por danos materiais e morais em razão do furto da bicicleta na garagem do condomínio que reside. 
 É fundamental que a ação seja julgada improcedente, uma vez que não consta da convenção do condomínio responsabilidade por parte do réu da obrigação de efetuar indenizações por furtos ocorridos nas dependências da garagem, além de constar no Regulamento Interno, art. 10º a não responsabilidade por furtos ocorridos na garagem do condomínio. A jurisprudência vem se posicionando desta forma com casos semelhantes conforme descrito pelo exemplo a seguir: 
CIVIL. RESPONSABILIDADE DO CONDOMÍNIO POR FURTO DE BICICLETA OCORRIDO EM SUA GARAGEM. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NO REGIMENTO INTERNO CONDOMINIAL PARA ESSE FIM. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO CONDOMÍNIO. 1 - A VIDA EM CONDOMÍNIO É DISCIPLINADA, NOTADAMENTE, PELA SUA CONVENÇÃO. 2 - A RESPONSABILIDADE DO CONDOMÍNIO POR PREJUÍZOS EXPERIMENTADOS POR SEUS MORADORES DECORRENTES DE ATOS ILÍCITOS PRATICADOS NAS SUAS DEPENDÊNCIAS SOMENTE É EXIGÍVEL EM HAVENDO CLÁUSULA EXPRESSA EM SUA CONVENÇÃO NESSE SENTIDO. 3 - CONSIDERANDO A AUSÊNCIA DE CLÁUSULA NA CONVENÇÃO DO CONDOMÍNIO PELA QUAL O MESMO TENHA ASSUMIDO A RESPONSABILIDADE PELO DANO NARRADO PELO APELANTE, IMPÕE-SE O JULGAMENTO DE IMPROCEDÊNCIA DO PLEITO AUTORAL. 5 - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO
(TJ-DF - ACJ: 20040110370830 DF, Relator: LEILA ARLANCH, Data de Julgamento: 31/05/2005, Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do D.F., Data de Publicação: DJU 01/08/2005 Pág. : 76)
 Desta maneira, é evidente a ausência de responsabilidade do réu perante as demandas requeridas pelo autor, seja a de danos materiais em virtude da não previsão em convenção, seja a de danos morais, uma vez que ficou caracterizado mero aborrecimento e contratempo inerente a vida cotidiana em sociedade. 
5. CONCLUSÃO 
 Por fim, através do exposto dos autos que consta, requer a Vossa Excelência, julgue improcedente a ação, pelos motivos fáticos e jurídicos expostos anteriormente, impondo-se assim a condenação dos Autores nas custas e despesas processuais. 
 Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, sob pena de confesso, bem como pela juntada de novos documentos.
Nestes termos,
 pede deferimento.
Rio de Janeiro, … de abril de 2021
________________________________________________
Advogado
OAB/RJ …