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FUNDAÇÃO PEDRO LEOPOLDO FACULDADE DE CIENCIAS EXATAS E GERENCIAIS – FACEG ADMINISTRAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE PORTIFÓLIO PARA O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS NA EMPRESA BRASILEIRA DE BEBIDAS E ALIMENTOS (EBBA) GLEIDSON DE SOUZA Pedro Leopoldo / MG 2013 GLEIDSON DE SOUZA A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE PORTIFÓLIO PARA O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS NA EMPRESA BRASILEIRA DE BEBIDAS E ALIMENTOS (EBBA) Pedro Leopoldo / MG 2013 Trabalho apresentado ao Curso de Administração de Empresas, como requisito parcial para obtenção de título Bacharel em Administração de Empresas. Orientador: Prof. Wilken Geraldo Moreira. SUMÁRIO PÁGINA 1- Introdução....................................................................................................7 2 – Diagnóstico................................................................................................8 2.1- Introdução do diagnóstico..........................................................................8 2.1.1- Apresentação da Empresa......................................................................8 2.1.2 - Dados Gerais da Empresa.....................................................................8 2.1.3 - Histórico da Empresa.............................................................................9 2.1.4 - Organograma........................................................................................11 2.1.5 - Descrição dos Produtos/ Serviços........................................................11 2.1.6 – Principais Concorrentes.......................................................................15 2.1.7 - Principais Fornecedores.......................................................................15 2.1.8 - Pontos Fortes e Fracos da Empresa....................................................15 2.1.8.1- Pontos Fortes......................................................................................15 2.1.8.2- Pontos Fracos.....................................................................................16 2.2 - Áreas Estudadas....................................................................................16 2.2.1 – Recursos Humanos..............................................................................16 2.2.2 – Comercial e Vendas.............................................................................17 2.2.3 – Produção e Indústria............................................................................22 2.3 – Conclusão do Diagnóstico...................................................................24 3- Introdução do Estudo Temático...............................................................25 3.1- Gestão de Portfólio...................................................................................25 3.1.1 – Conceito...............................................................................................25 3.1.2 – Benefícios da Gestão de Portfólio........................................................28 3.1.3 – Estabelecimento da Estratégia.............................................................29 3.1.4 – Estratégias do Portfólio........................................................................30 3.1.5 – Análise do Portfólio..............................................................................30 3.1.6 – As Unidades Estratégicas de Negócio (UEN’s)...................................31 3.1.7 – Estratégia e Motivos para Inovar.........................................................32 3.1.8 – Adequação dos objetivos estratégicos ao processo de inovação........34 3.2 – Gestão de Produto..................................................................................36 3.2.1 – Ciclo de Vida de Produto.....................................................................38 3.2.2 – A Fase de Testes.................................................................................38 3.2.3 – Lançamento.........................................................................................39 3.2.4 – Processos de Desenvolvimento de Novos Produtos...........................41 3.2.5 – Análise SWOT.....................................................................................42 3.2.6 – Análise Interna.....................................................................................47 3.2.7 – Análise Externa....................................................................................48 3.2.8 – Implementação e Controle...................................................................48 3.3 – Conclusão do Estudo Temático..........................................................52 4 – Considerações Finais..............................................................................53 4 .1 – Conclusão.............................................................................................53 4.2 – Proposta de Melhorias..........................................................................54 Referências Bibliográficas............................................................................55 Gleidson de Souza AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a DEUS, é ele que nos da força para buscar nossos objetivos. Agradeço intensamente a cada um dos meus familiares, minha noiva Ruth, e aos professores pela contribuição, dentro de suas áreas, para o desenvolvimento desta monografia, e, mesmo sabendo dos desafios diante da minha dedicação e empenho durante as atividades. "Onde há uma empresa de sucesso, alguém tomou alguma vez uma decisão valente.” Peter Drucker 7 1 - INTRODUÇÃO Atualmente, para as empresas que têm o desenvolvimento de novos produtos como estratégia, é imperativo que estas tenham condições de colocar seus produtos no mercado com maior rapidez, qualidade e custos. As empresas geralmente possuem um processo para desenvolver seus produtos, mesmo que este não seja claramente explicitado. Mesmo assim, alguns autores (CLARK; WHEELWRIGHT, 1993; COOPER, 1993) enfatizam a necessidade das empresas melhorarem o processo de desenvolvimento, seja gerenciando sua carteira de desenvolvimento, alterando sua estrutura de trabalho, ou utilizando métodos e técnicas que facilitem o desenvolvimento de um novo produto. Isto possibilita que as empresas desenvolvam melhores produtos,de forma mais eficaz e eficiente, ou seja, de modo mais competitivo. Desta maneira, como proposta deste estudo foi escolhida a Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (EBBA), atuantes no segmento de sucos prontos para beber, concentrados e produtos semi elaborados. A área foco foi a de desenvolvimento de novos negócio. Pode-se dizer que o sucesso de uma empresa se relaciona diretamente com a capacidade de satisfazer ou superar as expectativas dos clientes; o que faz com que o projeto de seus produtos, seja um bem tangível ou um serviço; adquira extrema importância. O grau de incerteza no início do processo de desenvolvimento de produto é elevado e é justamente nesta etapa que se seleciona a maior quantidade de soluções construtivas. Mediante o diagnóstico realizado na Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (EBBA) percebe-se que é necessário criar estratégias da gestão de portfólio para o desenvolvimento de novos negócios além dos produtos que já fazem parte do mix da empresa. Sendo assim, espera-se que o presente trabalho contribua com a importância da gestão de portfólio para o desenvolvimento de novos produtos. 8 2 - DIAGNÓSTICO 2.1 – Introdução do Diagnóstico Este Diagnóstico Organizacional abordará a importância da gestão de portfólio para o desenvolvimento de novos produtos na Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (EBBA), com sede no Recife, Pernambuco, a empresa atua em todo o Brasil, contando com uma equipe de vendas multidisciplinar que garante a presença das marcas Dafruta e Maguary em toda a cadeia de distribuição. 2.1.1 - Apresentação da Empresa No Brasil desde 1950, a Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos com a marca Maguary é líder em sucos concentrados e top of mind entre os consumidores do segmento. Desde 2009 abriga a marca Dafruta. Juntas produzem mais de 350 milhões de litros de sucos por ano, direcionados para exportação, terceirização de outras marcas e fabricação de mais de 60 produtos das marcas Maguary e Dafruta. Os principais negócios da empresa incluem a industrialização e distribuição do maior mix de sabores de sucos prontos para beber, concentrados e produtos semi elaborados. 2.1.2 – Dados Gerais da Empresa Nome da Empresa: Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos S/A. Data da Fundação: Fundada em 2009. Forma Jurídica: Sociedade Anônima. Área de Atuação: Ramo de atividade sucos prontos para beber, concentrados e produtos semi elaborados. Número de Funcionários: 9 Dados totais não informados pela empresa. Relação de Faturamento Bruto: Dados não informados pela empresa. Valor Mensal das Vendas: Dados não informados pela empresa. Capital Social: Dados não informados pela empresa. Capital Social Atual: Dados não informados pela empresa. 2.1.3 - Histórico da Empresa A Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos foi constituída em março de 2009 com objetivo de abrigar as marcas Maguary e Dafruta atuantes no mercado de bebidas saudáveis. A corporação está sediada na cidade Pernambucana e é fruto da sociedade de membros da família Tavares de Melo, que fundaram as duas marcas no passado e, portanto detêm a expertise do negócio. Maguary foi lançada na década de 50, líder em sucos concentrados e “top of mind” entre os consumidores do segmento. Inovou com o lançamento de embalagens com tampas plásticas de rosca e embalagens PET e com a introdução de vários sabores no mercado, levando o gosto natural da fruta e muito mais praticidade para a mesa do consumidor. Já a marca Dafruta está no mercado há 25 anos também faz parte da história de sucos no Brasil. É uma empresa que prima não só pela qualidade, mas também pela inovação, lançando o primeiro suco concentrado com soja e o primeiro concentrado açaí com guaraná, além de se encontrar em posição de destaque nos sucos prontos para beber. Conta com modernas unidades industriais no Brasil. Com duas unidades em Aracati, Ceará, e outras duas em Araguari, Minas Gerais. Essas unidades industriais estão estrategicamente localizadas, permitindo uma logística eficiente, com acesso 10 rápido aos polos produtores de frutas e aos principais mercados consumidores do país. Atua fortemente no mercado internacional com sua linha de sucos prontos para beber, concentrados e produtos semi elaborados, usados como matéria-prima pelas maiores empresas de alimentos e bebidas do mundo. Seguindo as normas internacionais de fabricação, armazenamento e transporte, a empresa exporta para 16 países, sendo periodicamente auditada pelo FDA e SGF. A empresa com todo o know-how das empresas Dafruta e Maguary também atua no mercado internacional com suas linhas de sucos prontos para beber, concentrados e produtos semi elaborados, usados como matéria-prima pelas empresas de alimentos e bebidas do mundo. Seguindo as normas internacionais de fabricação, armazenamento e transporte, a empresa exporta para EUA, Canadá, Alemanha, Espanha, Portugal, Japão, Holanda, Argentina, Aruba e Angola, sendo periodicamente auditada pelo FDA e SGF. Em 2010, a expectativa da empresa foi de faturar R$ 30 milhões com exportação. O proprietário explicou que, no exercício passado, houve queda nas vendas para o exterior de 13,15%, comparado a 2008, devido à queda do dólar e à crise financeira internacional, que "diminuiu o apetite dos clientes". "Em 2009, as exportações somaram R$ 33 milhões, face R$ 38 milhões em 2008". A empresa exporta sua produção em forma de produtos semi elaborados com marcas próprias e principalmente produtos acabados com marca de terceiros. "Estamos tentando compensar as perdas das vendas do suco semi elaborado, principal produto exportado, agregando valores", ressaltou o diretor, Fábio Levalessi. As exportações estão concentradas na indústria do Ceará. "A região produz as frutas mais demandadas pelo mercado externo, como o açaí." A expectativa atual de exportação ultrapassa 40 milhões em faturamento. Para atingir esse objetivo a empresa investe em tecnologias que otimizam e garantem os custos que competem nesse mercado, além de agilizar os processos de produção e transporte. 11 2.1.4 - Organograma Direção Geral O organograma da Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos apresentado é bem definido. Percebe-se que os setores são divididos e que ocorre uma delegação de responsabilidades por parte do Presidente alinhada a cinco diretorias, sendo elas: Diretoria de Desenvolvimento de Novos Negócios, Diretoria Comercial, Diretoria Financeira, Diretoria de Recursos Logísticos e Diretoria Operacional. 2.1.5 - Descrição dos Produtos/ Serviços A Empresa Brasileira de Bebidas e Aliementos, busca soluções em sucos prontos para beber, concentrados e também com produtos semi elaborados para seus clientes, por meio de sua diferenciação tecnológica e disponibiliza vários tipos de produtos em seu portfólio. Os produtos e serviços são oferecidos para satisfazer as mais diversas necessidades. Linha Maguary: Suco concentrado: Capacidade de 500 ml, distribuído em garrafas pet 12 x 500 ml, sendo que a embalagem de embarque tem as dimensões 240 x 180 x 210 mm. São dez sabores: abacaxi, caju, goiaba, laranja, maça, manga, maracujá, pêssego, tangerina e uva. Figura 1. Sabor suco concentrado. 12 Suco pronto para beber: Conteúdo de 1L, distribuído em material cartonado de 12 x 1000 ml, sendo que a embalagem de embarque segue as dimensões de 289 x 231 x 217 mm da Tetra Pak e 222 x 288 x 215 mm da SIG. São onze sabores: caju, goiaba, laranja, manga, maracujá, pêssego, uva, tangerina, maça, abacaxi e misto morango. Figura 2. Pronto para beber 1L sabores. Linha light: Com a super frutas seguem os mesmos conteúdo e dimensões com os seguintes sabores: caju,goiaba, laranja, manga, maracujá, pêssego, uva, tangerina e maça, a primeira e açaí, cramberry, framboesa e tomate, a segunda. Figura 3. Pronto para beber 1L sabores. Figura 4. Pronto para beber 1L Super Frutas. Suco pronto para beber 200 ml: Conteúdo de 200 ml é distribuído em material cartonado de 15 x 200 ml, sendo as dimensões da caixa de embarque: 205 x 150 x 122 mm (Tetra Pak) e 159 x 195 x 111 mm (SIG) nos seguintes sabores: laranja, maracujá, pêssego, uva, maça, tangerina, laranja ligth, pêssego ligth e uva ligth. Figura 5. Pronto para beber 200 ml. Linha Néctar Vitakids: São as mesmas características do produto acima, pronto para beber 200 ml, nos seguintes sabores: laranja, maracujá, morango, pêssego, uva. 13 Figura 6. Linha Néctar Vitakids Princesas e Carros. Linha Água de Coco Puro Coco: Conteúdo 1L, distribuído em material cartonado de 12 x 1000 ml, com dimensões 296 x 235 x 205 mm; e com conteúdo de 200 ml, também em material cartonado de 27 x 200 ml, com dimensões de embalagem para embarque 396 x 195 x 98 mm. Figura 7. Água de Coco Puro Coco. Linha Limonada pronto para beber 1L: Distribuído em material cartonado de 12 x 1000 ml, com dimensões para embarque 289x231x217 mm (Tetra Pak) e 222x298x222 mm (SIG). É o mais recente lançamento da empresa. Uma embalagem diferenciada que agrega valor do produto. Figura 8. Limonada Maguary 1L. Linha Dafruta: Suco concentrado: Capacidade de 500 ml, distribuído em garrafas pet 12 x 500 ml, com a embalagem de embarque de dimensões 250 x 185 x 205 mm. São ao 14 todo onze sabores: abacaxi, acerola, caju, cupuaçu, goiaba, laranja, manga, maracujá, pêssego, tamarindo e uva. Figura 9. Suco concentrado Dafruta sabores. Suco concentrado 1L: Capacidade de 1L distribuído em embalagem pet 6 x 1000 ml, embalagem de embarque nas dimensões 236 x 155 x 279 mm, nos sabores: caju, goiaba, manga, maracujá e uva. Figura 10. Suco concentrado Dafruta 1L. Suco pronto para beber Premium 1L: Distribuído em embalagem cartonada de 12 x 1000 ml, nas dimensões 289x231x217 mm (Tetra Pak) e 222x288x215 mm (SIG). Os sabores são: caju, goiaba, misto goiaba, laranja, misto laranja, manga, misto manga, maracujá, pêssego, misto pêssego, uva e misto uva. Figura 11. Dafruta Premium, Premium ligth e Premium mix. Linha bebida mista: Conteúdo 200 ml em material cartonado 21 x 200 ml e dimensões da embalagem para embarque 376x150x120 mm (Tetra Pak) e 15 159x351x111 mm (SIG). São lançados nos modelos Barbie e Hot Wheels, sabores morango, uva, cítricas e abacaxi. Figura 12. Bebida mista 200 ml Barbie e Hot Wheels. 2.1.6 - Principais Concorrentes Os principais concorrentes dos sucos concentrados e integrais são: Jandaia, uma empresa originalmente nordestina, com setenta anos de mercado; e o suco Bela Ischia, uma empresa fundada em 1967 pelo italiano Giuseppe Lorio com estrutura industrial em Astolfo Dutra, Minas Gerais. Dentre as marcas regionais de sucos concentrados cita-se Serigy, Palmeron, Imbiara, etc. O principal concorrente da linha pronta para beber é a Del Valle, um produto The Coca-cola company, líder neste segmento. Dentre outros concorrentes podemos citar Sufresh e La frut. Além destes, existem empresas regionais que tem pequena participação no mercado nacional de sucos prontos para beber, mas, obtém boa participação no mercado regional. Podemos citar Tial, Disfruit e Palmeron. 2.1.7 - Principais Fornecedores Dados não informados pela empresa. 2.1.8 - Pontos Fortes e Fracos da Empresa 2.1.8.1 - Pontos fortes: Empresa competitiva e estável; A Solidez no mercado no ramo de produção e venda de bebidas; Amplo conhecimento nas áreas em que atua; 16 Equipe de vendas capacitada e experiente no mercado; Bom relacionamento com seus distribuidores e respectiva carteira de clientes; Qualidade, preço e tradição no mercado interno; Líder entre as principais empresas de sucos e bebidas do país; As exportações de matéria-prima e produtos semi elaborados contribuem tanto para o fluxo de caixa quanto para agregar valor à marca, divulgando em mais pontos de vendas pelo mundo. 2.1.8.2 - Pontos fracos: Baixa participação no mercado internacional; Participação relativamente baixa nos mercados do norte e nordeste comparado ao sudeste do Brasil; Baixo aproveitamento da capacidade industrial de produção; Necessidade de inovação para estar sempre à frente das concorrentes; Falta de desenvolvimento e ou criação de novos produtos diferente de sucos prontos para beber, concentrados e produtos semi elaborados. Falhas no investimento focando na manutenção de produtos tradicionais e busca de novos produtos; A empresa é forte na exportação de matéria-prima e produtos semi elaborados, porém fracas nas exportações do produto final, que tem maior valor agregado. 2.2 - Áreas Estudadas 2.2.1 - Recursos Humanos Funciona na sede comercial em Recife, na qual fazem todo o serviço de apoio aos funcionários. Estrutura organizacional, seleção de pessoas, promoção, desligamento, pagamento de salários, comunicação interna, feedback, liderança, reestruturações, gestão de processos e metas, gestão de projetos, etc. O setor de RH da empresa é composto por 13 funcionários. Pontos fortes: Equipe capacitada, com ideias inovadoras para motivação de todos os colaboradores; 17 Criação frequente de projetos que visam à melhoria contínua da qualidade de vida de todos os funcionários; Implantação de projetos com benefícios que sejam relevantes para valorizar e manter talentos na empresa. Pontos fracos: Por estar localizada em Recife, a equipe dos Recursos Humanos encontra dificuldade de identificar e entender as reais necessidades de determinadas áreas e colaboradores que estão espalhados pelo país. 2.2.2 - Comercial e Vendas Na empresa a equipe de vendas direta é dividida por regiões, sendo uma equipe por cada regional geográfica, norte, nordeste, centro-oeste, sul e somente o sudeste dividido em duas equipes: a equipe que abrange os estados de Minas Gerais e Espírito Santo e uma outra equipe que abrange somente o estado de São Paulo. A equipe de vendas direta do Norte conta com 10 vendedores, a equipe do Nordeste tem 15 vendedores, a equipe Centro-oeste são 11, no Sul somam 18, MG e ES contam com uma equipe de 17 vendedores e por último São Paulo com 34 vendedores. Além da equipe de vendas direta, a empresa conta com uma parceria com as grandes distribuidoras que ampliam a distribuição abrangendo todos os canais disponíveis, sendo eles: o canal tradicional (conveniências, lanchonetes, bares e restaurantes) supermercados que tem de um a quatro check-outs, de cinco a nove check-outs e supermecados maiores que possuem dez ou mais check-outs. As principais distribuidoras e atacadistas que fazem a distribuição de produtos Maguary e Dafruta são: Radial, Megafort, Época, Minasfort, Upside, Legacy, JC, etc. Dos principais supermercados e hipermercados cita-se o Carrefour, Wall Mart, Grupo Pão de Açúcar, DMA, Cencosud, dentre outros. 18 A união das marcas Maguary e Dafruta veio fortalecer o mercado e colocar em evidência o mercado de sucos prontos. Apenas seis meses depois de assumir a operação das fábricas da Maguary, a empresa dobrou sua participação no segmento de sucos prontos para beber com suas duas marcas. Com isso, ascendeu do quarto para o segundo lugar em vendas nacionais, com 10,7% de participação em um mercado que fatura quase R$ 2 bilhões por ano. Atualmente, a empresa detém 42% do mercado de sucos concentrados nopaís, com destaque para a marca Maguary. Sendo a maior demanda pelos sucos de caju e maracujá. Uma pesquisa realizada pela GFK Indicator revelou que a Maguary é Top of Mind, ou seja, o primeiro nome que vem à cabeça dos brasileiros quando o assunto é suco. Já a Dafruta ocupa a segunda posição em venda de sucos concentrados no mercado brasileiro, com 18% de market share, perdendo apenas para a Maguary. A empresa é líder no segmento de sucos concentrados, com mais de 42% de market share. De acordo com o que foi dito antes a empresa já tem o know how do novo negócio (chás) desde o início ao fim da operação, mesmo sem ainda ter colocado em prática o mesmo, devido a suas semelhanças com o negócio original (sucos). por exemplo: Existe a fomentação de cultivos das frutas o que lhe proporciona a possiblidade de comprar melhor e com qualidade o fruto, além de um controle e segurança em relação as safras. Há espaço na planta Industrial e as máquinas atuais não operam em sua em capacidade máxima, proporcionando espaço produzir o novo produto produto sem prejudicar o atual otimizando os espaços e a produtividade da planta fábril. Além disso, a logística, os parceiros comerciais, os distribuidores, o fato de as marcas já estarem inseridas nas principais redes varejistas do país, a credibilidade das marcas no mercado e principalmente com os consumidores. Esses são fatores 19 que influenciam, facilitam e justificam o investimento, pois o novo produto além de ter boa aceitação de mercado, tem um valor agregado alto, além de proporcionar diversos fatores positivos tanto para a empresa EBBA quanto para as marcas Dafruta e Maguary como ampliar o mix de produtos, reforçar o conceito de qualidade e tradição da marca, estender o portifólio, trazer modernidade a marca e nova categoria e ainda atender a necessecidade dos consumidores por consumir produtos saudáveis prático e fácil de se consumir. Abaixo gráficos referentes ao cenário atual de participação no mercado de sucos concentrados a nível Brasil: Share - TT Brasil - Concentrado Retail Index – DJ – Concentrado – INA +INB – TT Brasil – Share Volume e Share Valor 24,4 25,8 25,3 23,9 21,1 20,0 19,4 18,4 17,8 17,4 16,5 17,3 17,3 18,0 18,7 18,8 27,1 27,5 28,5 27,7 25,6 25,7 25,5 25,1 25,2 26,2 25,1 24,9 24,4 24,1 23,7 24,2 51,5 53,3 53,8 51,6 46,7 45,7 44,9 43,6 43,0 43,6 41,7 42,2 41,7 42,1 42,4 42,9 13,1 12,8 13,1 14,3 15,5 15,8 16,0 16,4 16,6 16,5 17,2 17,3 17,6 17,0 17,2 16,9 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 JUN/JUL 2010 AGO/SET 2010 OUT/NOV 2010 DEZ/JAN 2011 FEV/MAR 2011 ABR/MAI 2011 JUN/JUL 2011 AGO/SET 2011 OUT/NOV 2011 DEZ/JAN 2012 FEV/MAR 2012 ABR/MAI 2012 JUN/JUL 2012 AGO/SET 2012 OUT/NOV 2012 DEZ/JAN 2013 Volume EBBA MAGUARY DA FRUTA BELA ISCHIA OUTRAS MARCAS IMBIARA JANDAIA MARCA PROPRIA SERIGY PALMEIRON 55,0 56,2 56,6 55,3 52,3 52,0 51,1 50,1 49,4 49,9 48,8 48,7 48,1 48,2 48,1 49,1 34,1 34,4 35,4 35,1 33,2 33,6 33,3 33,0 33,0 34,0 33,1 32,8 32,0 31,7 31,1 31,9 21,0 21,8 21,3 20,2 19,1 18,3 17,8 17,1 16,5 15,9 15,8 15,9 16,1 16,5 17,0 17,2 11,8 11,5 11,9 12,8 13,5 13,5 13,8 14,3 14,5 14,2 15,2 15,3 15,5 15,3 15,7 15,1 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 JUN/JUL 2010 AGO/SET 2010 OUT/NOV 2010 DEZ/JAN 2011 FEV/MAR 2011 ABR/MAI 2011 JUN/JUL 2011 AGO/SET 2011 OUT/NOV 2011 DEZ/JAN 2012 FEV/MAR 2012 ABR/MAI 2012 JUN/JUL 2012 AGO/SET 2012 OUT/NOV 2012 DEZ/JAN 2013 Valor EBBA MAGUARY DA FRUTA BELA ISCHIA OUTRAS MARCAS IMBIARA JANDAIA MARCA PROPRIA SERIGY PALMEIRON Gráfico 1 - Participação no mercado – Concentrado I 20 SHARE VOLUME - T.BRASIL - INA+BAR SEM EXP GEO SHARE VALOR - T.BRASIL - INA+BAR SEM EXP GEO Volume Valor Share - TT Brasil - Concentrado Retail Index – DJ – Concentrado – INA +INB – TT Brasil – Share Volume e Share Valor Gráfico 2 - Participação no mercado – Concentrado II. SHARE VOLUME - T.BRASIL - INA+BAR SEM EXP GEO Volume Valor Share - TT Brasil - Pronto Para Beber SHARE VALOR - T.BRASIL - INA+BAR SEM EXP GEO Retail Index – DJ – PPB - Cartonado – Néctar - 801ml a 1000ml – INA +INB – TT Brasil – Share Volume e Share Valor Gráfico 3 - Participação no mercado – Pronto para Beber I. 21 Share – T.Brasil – PPB Litro Retail Index – DJ – PPB - Cartonado – Néctar - 801ml a 1000ml – INA +INB – TT Brasil – Share Volume e Share Valor Gráfico 4 - Participação no mercado – Pronto para Beber II. Pontos fortes: Equipe capacitada e experiente de vendedores no mercado; Bom relacionamento com os distribuidores, atacadistas, hipermercados e supermercados; Eficiência na distribuição dos produtos; Possui uma boa atuação no mercado; Seus produtos são distribuídos e experimentados; Mix de produtos de sucos prontos para beber, concentrados e também com produtos semi elaborados em seu portfólio que atende tanto os consumidores antigos e tradicionais, quanto aos novos consumidores que buscam o produto pela curiosidade e experimentação; Vêm conquistando novos clientes. Pontos fracos: Foco de vendas na região sudeste; Necessidade de exploração nas regiões mais estratégicas do país; Necessidade de foco, atenção e investimentos; 22 Divulgação dos produtos no mercado; Necessidade de gerar maiores crescimentos tanto em vendas quanto nos lucros da empresa; Estratégia para a criação de novos produtos além dos sucos prontos para beber, concentrados e também com produtos semi elaborados, para enfrentar a concorrência. 2.2.3 - Produção e Indústria A empresa conta com modernas unidades industriais no Brasil. São duas unidades em Aracati, Ceará, e outras duas em Araguari, Minas Gerais, produz mais de 350 milhões de litros de sucos por ano. Essas unidades industriais estão estrategicamente localizadas, permitindo uma logística eficiente, com acesso rápido aos polos produtores de frutas e aos principais mercados consumidores do país. Uma das plantas da empresa em Minas Gerais processa a marca Maguary. A fábrica, com 9,4 mil metros quadrados de área construída, opera em três turnos e conta com 208 colaboradores. É processada uma linha por dia, 26 mil garrafas por hora, durante 20 horas, o restante do tempo é destinado à limpeza das máquinas. Ao todo, são processados 98 milhões de litros por ano, entre sucos prontos para beber e integral. Próxima à fábrica da Maguary, funciona uma linha de produção da Dafruta, com 6,4 mil metros quadrados de área construída. Essa unidade tem capacidade para produzir 37 milhões de litros por ano. Juntas, as quatro fábricas processam mais de 190 milhões de litros de sucos por ano (concentrados, semi elaborados e prontos para beber), nas versões regular e light. Ao todo, são mais de 14 sabores de sucos. Pontos fortes: As indústrias de Aracati e Araguari contam com um maquinário moderno, uma tecnologia de ponta e uma linha de produção bem estruturada; As indústrias estão estrategicamente localizadas próximo aos principais produtores de frutas, o que reduz o custo logístico e estreita o relacionamento com seus 23 fornecedores, possibilitando a interferência e consultoria desde o plantio até a colheita, o que garante a melhor matéria prima. Pontos fracos: As indústrias não são totalmente exploradas em sua capacidade; Ociosidade no espaço físico, havendo a possibilidade de ampliação da linha de produção. 24 2.3 - Conclusão do Diagnóstico Este diagnóstico teve como objetivo conhecer as áreas de Recursos Humanos, Comercial e Vendas e Produtos e Indústria da Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (EBBA). Percebeu-se a necessidade da área de desenvolvimento de novos negócios identificarem às deficiências existentes no seu atual portfólio deprodutos, procurando assim ampliar seu mix no mesmo segmento de Bebidas e Alimentos, porém outras alternativas de concentrados. O cenário de negócios apresenta hoje muitas oportunidades, mas também muitos desafios para as empresas que buscam prosperar. Os clientes externos e internos passaram a exigir e a forçar uma melhoria nos negócios. A sobrevivência, a busca da excelência e estratégias no desenvolvimento de negócios se tornou as grandes preocupações das empresas. Para alcançar o objetivo proposto, foi feito um estudo geral procurando identificar às deficiências existentes. Os dados foram obtidos por meio de observação dos processos, entrevistas e avaliação dos procedimentos operacionais. Todas as mudanças influenciam diretamente o mercado, que exige cada vez mais inovação e competitividade. Estes estão buscando com a inovação, um destaque especial no mercado. Para isto, é preciso adotar novas estratégias de atuação, novos modelos de negócio alinhado ao mix de produtos. Com a realização deste estudo, foi possível perceber o porquê diversas empresas não obtêm sucesso na implantação e desenvolvimento de negócios, na maior parte não investe na inovação e ou evolução da gestão do seu portfólio de produtos. 25 3 - INTRODUÇÃO DO ESTUDO TEMÁTICO Após um diagnóstico relacionado é necessário à elaboração de um estudo temático que sustente as propostas de melhorias a serem implantadas e que realmente forneçam relevância na solução e criação de novos produtos além dos sucos prontos para beber, concentrados e produtos semi elaborados. Como o tema escolhido para compor o trabalho de Conclusão de Curso foi a importância da gestão de portfólio para o desenvolvimento de novos produtos na Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (EBBA), dividiremos o Estudo Temático em duas partes. Uma conceituando os principais conhecimentos da Gestão de Portfólio e outra tratando de forma especifica a importância da criação de novos produtos. O estudo temático tem como finalidade se fundamentar em teorias registradas em livros, artigos e internet para se desenvolver a aplicabilidade das mesmas ou correlacioná-las aos problemas pertinentes às empresas, uma vez que este estudo se baseie em mídias recentes e atualizadas. A partir da teoria de vários autores, é possível realizar uma analogia entre a situação atual da empresa e suas possíveis mudanças na área de Desenvolvimento de Novos Negócios. 3.1 - Gestão de Portfólio 3.1.1 - Conceito Segundo o Dicionário Houaiss (2007), “Portfolio” origina-se da palavra italiana “portafoglio”, criada no século XVIII, por meio da junção de “portare” – que significa portar, carregar, com o termo “foglio”, que significa folha – com objetivo de fazer menção a um artefato que possibilitava o armazenamento conjunto de diversos desenhos e pinturas. Segundo Silveira (2006) Portfólio é um termo muito usado em finanças e o seu conceito remete a aplicação de recursos de forma a maximizar seu retorno e 26 minimizar seu risco onde é necessário avaliar diferentes opções de investimento e escolher àquelas que melhor atendam os objetivos do investidor. Um dos aspectos importantes nesse sentido é o que se entende como gestão de portfólio, que consiste no gerenciamento do conjunto de projetos associados aos objetivos estratégicos da empresa de forma compatível com os recursos disponíveis para sua realização. Uma empresa tem geralmente diversas possibilidades de desenvolvimento de novos produtos, direcionados para vários mercados, e tem que decidir quais produtos será desenvolvido em determinado período. A Figura 1 ilustra diversos mercados que se deseja atingir (A, B, C e D) para os quais se define um conjunto de produtos, ilustrados pelos projetos C1 a C6, que se encontra em diferentes estágios de desenvolvimento. Figura 1: Ilustração de um Portfólio de Produtos e Projetos. Fonte: Rozenfeld et al., 2006. Nas últimas décadas, a literatura sugere uma série de termos gerais como “gestão de portfólio” (de novos produtos), termo que, em estudos mais antigos, é denominado de “seleção de projetos” (DANILA, 1989). Mais tarde, o termo gestão de portfólio surgiu como sendo “priorização do desenvolvimento de produto” 27 (TATIKONDA, 1999; COOPER et al., 2000) e, mais recentemente, como “gestão de múltiplos projetos” (DOOLEY et al., 2005). Na verdade, os últimos anos têm demonstrado um grande interesse no estudo desse tema e estudos comparativos têm apontado a gestão de portfólio como uma das áreas mais limitadas no desenvolvimento de novos produtos. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é demonstrar uma implantação da gestão de portfólio para desenvolvimento de novos produtos na Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (EBBA), sua relação com o processo de desenvolvimento de novos produtos. Um portfólio para desenvolver novos produtos é associado a uma perspectiva de natureza estratégica nas organizações no âmbito da gestão de desenvolvimento de produtos. A perspectiva estratégica compreende o alinhamento das metas e objetivos da empresa, considerando as particularidades do seu negócio, com o conjunto de projetos em desenvolvimento, relacionando esse conjunto com a capacidade da organização em desenvolver novos produtos. Além disso, é também uma tentativa constante de articular as necessidades do mercado com as competências tecnológicas e organizacionais, permitindo continuidade no negócio da empresa (CHENG, 2000). Nesse caso, o termo que é geralmente empregado na literatura é “gestão de portfólio” (MEYER, 1997), pois existe uma preocupação nas empresas em estabelecer o conjunto de projetos que deve ser desenvolvido. De acordo com Cooper (1998), a gestão do portfolio é um processo de decisão dinâmico, pelo qual um conjunto de projetos de novos produtos são constantemente atualizados e revisados. Nesse processo, novos projetos são avaliados, selecionados e priorizados. São verificados aqueles projetos que estrategicamente são vitais para serem executados, seja pela vertente tecnológica ou mercadológica. O processo de decisão de portfólio engloba uma série de outros processos de tomada de decisão. Inclui revisões periódicas do portfólio de todos os projetos, ou seja, visualiza-se todo o conjunto de projetos, comparando os projetos entre si. 28 Também se tomam decisões do tipo siga/interrompa projetos individuais, além de desenvolver uma nova estratégia de produtos para o negócio, completados pela decisão de alocação estratégica dos recursos disponíveis (COOPER, 1998). Os projetos de desenvolvimento devem ser escolhidos de acordo com as estratégias de desenvolvimento de novos produtos da organização e pela disponibilidade de recursos que a empresa possui (MARSON, 2003). Assim, é importante classificar o tipo de projeto (por exemplo, plataforma ou derivativo) e analisar, estrategicamente, o quanto o desenvolvimento proposto é novo para a empresa. 3.1.2 - Benefícios da Gestão de Portfólio Conforme Silveira (2006), entre os diversos benefícios da administração do portfólio de projetos podemos citar: • Mudança do foco de custos para o foco em investimentos – decisões tomadas em função do valor trazido pelo projeto; • Melhoria da alocação de recursos – aloca os recursos aos projetos prioritários; • Melhoria no alinhamento em relação à estratégia – decisões tomadas em um contexto amplo de metas e objetivos da empresa; • Melhoria no equilíbrio de trabalho – depois de categorizar seu Portfólio a empresa pode equilibrar melhor seus investimentos por tipo de projeto (ex. redução de custos e aumento de participação de mercado); • Aumento de colaboração – se a Gestão de Portfólio de projetos for aplicada em toda a empresa, os departamentosnecessitarão operar mais coesos, uma vez que os objetivos são comuns. Ainda avaliando os benefícios Cooper (2006) evidencia que o Gerenciamento de Portfólio está prestes a tornar-se comum em todas as organizações. A formulação 29 de políticas de gestão adequadas produz como resultados uma invejável carteira de elevado valor de projetos e os benefícios do gerenciamento de Portfólio. Quando aplicado corretamente e conduzido de forma regular, o gerenciamento de Portfólio gera um grande impacto, elevando o valor das atividades: • Maximiza o retorno do investimento sobre a inovação de produto; • Mantém a sua posição competitiva; • Atinge eficiência e eficácia de recursos escassos; • Favorece uma ligação entre seleção de projetos e estratégia empresarial; • Consegue concentrar; • Comunica prioridades; • Consegue equilibrar; • Permite objetividade de seleção de projetos. Empresas com baixo desempenho em gestão de portfólio de novos produtos e na seleção de projetos enfrentam caminhos perigosos. Muitos dos problemas estão diretamente ligados à gestão ineficaz da carteira. 3.1.3 - Estabelecimento da Estratégia “Os objetivos determinam o quê a empresa espera atingir como resultado da implementação da sua estratégia de marketing. Os objetivos estratégicos são relativamente de longo-prazo, decididos pela alta-gerência, e têm implicações consideráveis nos recursos da empresa”. (BRENNAN et al., 2003, p.90). 30 Para estabelecer os objetivos estratégicos, é necessário realizar uma análise detalhada tanto dos recursos da empresa, seus pontos fortes e fracos (análise interna), quanto do mercado em que ela atua ou quer atuar e seu posicionamento competitivo frente a ele (análise externa). Tudo isto focando nos objetivos estratégicos gerais da empresa e sua missão. 3.1.4 - Estratégias de Portfólio Qualquer empresa diversificada precisa encontrar métodos para alcançar o equilíbrio em seu portfólio de negócios e para ajudar na alocação de recursos dentro deste portfólio. A análise de portfólio é fundamental na definição dos direcionamentos estratégicos e de investimento. (HOOLEY et al. 2004). 3.1.5 - Análise de Portfólio O uso da informação acerca da participação no mercado e do crescimento de mercado faz parte da chamada análise de portfólio e permite definir linhas estratégicas importantes. Um número grande de modelos foi desenvolvido ao longo dos anos para facilitar este processo. “Comum a todos os modelos, é o reconhecimento de que um market share competitivo depende da estrutura de competição e do estágio do produto em sua curva de ciclo de vida”. (ROTHBERG, 1976, p.177). Estes modelos também partilham alguns objetivos chaves (HOOLEY et al., 2004, p. 62). 1. Desenvolvimento da estratégia de negócio e alocação dos recursos. Através da identificação da posição do negócio na indústria, juntamente com as previsões para aquela indústria nos médios e longos prazos, investimentos podem ser priorizados para atender a negócios individualmente. 2. Análise do equilíbrio do portfólio. Em adição ao surgimento de estratégias para negócios individuais, esses modelos ajudam na identificação do equilíbrio geral do portfólio em termos de fluxo de caixa, prospecções futuras e riscos. Um elemento 31 crucial no planejamento de portfólio é a analisar as prospecções futuras do portfólio como um todo. Uma dependência muito grande do portfólio em produtos já maduros pode indicar um fluxo de caixa consistente, mas quanto menos se investir em novos produtos, o futuro a longo-prazo pode ser posto em risco. 3. Logo, o sucesso do planejamento de portfólio está na habilidade dos gestores em equilibrar esta balança. Equilíbrio do Portfólio de Negócios Fonte: HOOLEY; SAUNDERS; PIERCY, 2004, P.63. 3.1.6 - As Unidades Estratégicas de Negócio (UEN’s) As Unidades Estratégicas de Negócio (UEN’s) são uma forma de se organizar uma empresa diversificada de maneira que as partes individuais remetem a novas empresas independentes. É uma maneira de organizar os negócios de maneira que cada unidade vende uma variedade de produtos identificáveis para uma variedade de consumidores identificáveis em competição com concorrentes identificáveis. As UEN’s são administradas independentemente e têm seus objetivos próprios. Recursos, custos e lucros são atribuídos a cada unidade separadamente. (SCHNAARS, 1992, p. 41). 32 3.1.7 - Estratégia e Motivos para Inovar Executivos de marketing assumem que novos produtos são essenciais para o crescimento da empresa e para manter-se competitivo no mercado, ainda que a necessidade por novos produtos possa variar de organização para organização. Isto porque normalmente existem razões convincentes para se estabelecer um fluxo permanente de novos produtos. (PATRICK, 1997). Existem vários fatores que levam uma empresa a inovar, que incluem pressões internas para explorar novas e existentes tecnologias ao máximo, junto com o desejo de tirar um maior proveito dos recursos da empresa, seus ativos e capacidades, o mais eficazmente possível. Externamente, incluem a pressão da competição, consumidores cada vez mais exigentes e o encolhimento do ciclo de vida dos produtos (HOOLEY et al, 2004). Patrick (1997) lista mais detalhadamente alguns dos motivos que levam as empresas a inovarem: Ajudar a assegurar a projeção de crescimento de vendas. Uma vez que o market share de uma determinada companhia atinge um nível estável, ou mesmo começa a declinar, executivos procuram maneiras de gerar crescimento adicional. Uma vez que a categoria encontra-se saturada, é nesta hora que novos produtos deveriam ser rapidamente desenvolvidos e lançados para sustentar o plano de crescimento. Manter a empresa competitiva. À medida que as necessidades dos consumidores mudam, novas tecnologias são desenvolvidas e oportunidades para novos produtos são geradas. Se uma empresa não capitalizar rapidamente essas oportunidades, uma outra provavelmente o fará. Para diluir o risco de mercado. As empresas preferem focar em produtos novos para desconcentrar o risco de marketing entre mais marcas. Um axioma 33 usado por muitas empresas é nunca deixar uma marca com mais de 40% da receita. É importante sempre desenvolver produtos para evitar vulnerabilidade. Para levar a esforços de diversificação. Muitas empresas estabelecem programas especificamente desenhados para entrar em novos segmentos de mercado que atualmente elas não têm produtos atuando. Ao desenvolver ou adquirir novos produtos em outras arenas de marketing, elas podem gozar novo potencial de crescimento e mais, diluir o risco de perder a marca dominante em uma batalha competitiva. As empresas que adotam este tipo de estratégia com sucesso não precisam diversificar fora de seus canais de distribuição, mas podem flexibilizar seu esforço de marketing para as diferentes categorias utilizando os mesmos canais de distribuição. Para reconhecer e capitalizar as diferenças entre consumidores. É imperativo entender que as empresas não conseguem e não vão vender seus produtos para todo mundo. E é aqui que está a maior oportunidade para o desenvolvimento de novos produtos. Se pudermos reconhecer as diferenças entre os grupos de consumo, e efetivamente identificar suas necessidades não preenchidas, isto pode levar a um programa de produto de sucesso. Apesar da inovação ser importante, ela produz riscos: o que se observa é que muitas empresas, pelo fato de não pretenderem correr riscos, não inovam. Muitas apenas adaptam e outras apenas reagem quando pressionadas à ação do meio ambiente [...] Investir em desenvolvimento de novos produtos significa investir largamente em incertezas. (COBRA, 1997, p.185). Emboraas empresas já conheçam os processos planejados de desenvolvimento de novos produtos, a taxa de insucesso continua alta. De todos os produtos lançados no mercado, 90% não sobrevive. De maneira resumida, de acordo com Patrick (1997), as razões podem ser muitas: cultura organizacional (excesso de confiança por parte da gerência), recursos financeiros inadequados (mau planejamento financeiro e alocação de recursos para o projeto) etc. No entanto, segundo o autor, a maior parte dos insucessos pode ser relacionada a gerências de marketing aceitando resultados de 34 pesquisas de mercado que não identificaram reais necessidades e desejos dos consumidores. 3.1.8 - Adequações dos objetivos estratégicos ao processo de inovação Normalmente, novos produtos podem ser classificados de acordo com o grau de “novidade” para a empresa e para os consumidores. A importância da estratégia de portfólio e suas implicações para a estratégia de inovação é abordada aqui. Abaixo, apresenta-se o modelo de crescimento de Ansoff. Matriz de Estratégia de Mercado Fonte: ASOFF (1977) APUD cobra, 1997, P. 165. Segundo Cobra (1997), a matriz de crescimento Ansoff é uma ferramenta que ajuda as empresas a definirem suas estratégias de produto e mercado e é um modelo utilizado para determinar oportunidades de crescimento de unidades de negócio. Esta matriz sugere que as estratégias de crescimento de um negócio dependem da comercialização de produtos novos ou já existentes em mercados novos ou já existentes. O resultado da análise da matriz é uma série de direcionamentos estratégicos sugeridos para o crescimento dos negócios de uma empresa. 35 Penetração de Mercado é o nome dado para uma estratégia de crescimento focada em vender produtos existentes em mercados existentes. Os objetivos principais desta estratégia são manter ou aumentar a participação de mercado dos produtos atuais, através reduções de custo: oferecer desempenho similar, porém a um preço mais baixo. (COBRA, 1997). Desenvolvimento de Mercado é o nome dado para uma estratégia de crescimento que visa vender produtos existentes em novos mercados. Normalmente, isto é feito através de reposicionamentos, produtos que são focados em novos segmentos de mercado, ou que conceito ou marca ou proposta são redefinidos para o público. Patrick (1997) lista alguns tipos de reposicionamento: • Reposicionamento por atributo: muitos produtos são extensões de linha, porém podem ser reposicionados através da inserção de um novo atributo. • Reposicionamento por Preço/ Qualidade: produtos que têm aumento ou diminuição de sua qualidade, normalmente suportados por um ajuste de preço. • Reposicionamento por Uso ou Aplicação: são produtos que foram reposicionados através da identificação de novos usos ou aplicações para os mesmos. • Reposicionamento por Usuário: são produtos que começaram a ser “marketados” para mais de um segmento específico. • Reposicionamento por Classe de Produto: um produto tem a oportunidade de ser reposicionado ao deixar de pertencer a sua classe de produtos e inaugurar uma nova categoria. Desenvolvimento de Produto é o nome dado para uma estratégia de crescimento que tem como foco principal introduzir novos produtos em mercados existentes. Esta estratégia requer que a empresa desenvolva ou modifique produtos de forma a gerar valor para o mercado-alvo. (PATRICK 1997). 36 Isto pode ser feito através de melhorias, que são processos que melhoram o desempenho ou valor percebido de produtos existentes; extensões de linha, que são adições de produto para complementar/ incrementar as linhas já existentes ou até mesmo através de novas linhas que permitem à empresa entrar em um mercado já estabelecido com uma gama de produtos que levam sua marca. É talvez o jeito mais seguro de introduzir novos produtos, porque tem o suporte da popularidade e aceitação uma marca já existente, apenas aumentando a gama de escolha do consumidor. (PATRICK, 1997). Diversificação é a estratégia de crescimento que oferece novos produtos a novos mercados. É uma estratégia arriscada, pois a empresa move-se para mercados nos quais não tem experiência. Dependendo dos objetivos de vendas, de market share e financeiros estabelecidos por uma empresa, e a força geral de seus produtos e linhas de produtos atuais, a empresa deve selecionar os tipos ou combinação de tipos de novos produtos para desenvolver. Usualmente, a empresa investe em vários tipos de desenvolvimento de novos produtos para manter seu portfólio equilibrado. Seus ativos e competências devem ser levados em consideração ao decidir a direção estratégica. (HOOLEY et al., 2004). 3.2 - Gestão de Produto Segundo Kotler (2006), a gestão de produtos será exercida pelo gerente de produtos que será responsável por: Desenvolver uma estratégia competitiva de longo prazo para os produtos; Preparar planos anuais de marketing e previsões anuais de vendas; Trabalhar com agências de propaganda para desenvolver textos, programas e campanhas; 37 Estimular o apoio aos produtos entre a força de vendas e os distribuidores; Reunir continuamente informações sobre o desempenho dos produtos, sobre o comportamento dos consumidores e dos intermediários e sobre novos problemas e oportunidades; Propor o aperfeiçoamento dos produtos para atender às novas necessidades do mercado; Estabelecer direcionamento estratégico com base nas necessidades dos consumidores e nos objetivos de negócios; Transformar objetivos estratégicos em metas operacionais para seus produtos; Desenvolver e implementar, administrativa e operacionalmente, ações visando o atingimento de objetivos e metas para seus produtos; Servir como um representante de clientes e consumidores perante as demais áreas da empresa. Gestão de produtos é uma área da administração que lida assuntos como: Que produtos produzir e vender; Que novos produtos acrescentar; Que produtos existentes deverão ser abandonados; De quanto tempo é que um produto necessita para penetrar o mercado; Quantos produtos ter na linha de produtos; Como equilibrar um portfólio de produtos; Deve-se usar uma estratégia de diferenciação ou não; Qual o melhor posicionamento do produto; 38 Que marca usar; Se usar uma marca individual ou uma marca genérica de família de produtos; Se construir pacotes (bundles) ou linhas de produto; Que logotipo usar; Considerações do Ciclo de Vida do Produto; Considerações da obsolescência planejada. 3.2.1 - Ciclo de Vida de Produto De acordo com Rothberg (1981), o tamanho e a rentabilidade de qualquer negócio dependem do ciclo de vida dos produtos que o compõe. Enquanto as empresas crescem em vendas e lucros, nenhum produto escapa de eventuais amadurecimentos e declínios. O conceito de ciclo de vida do produto é bem utilizado para interpretar as dinâmicas de produto e mercado. Auxilia a gerência de marketing a caracterizar os principais desafios de marketing em cada estágio da vida de um produto. Se expandido para o mercado, o modelo pode auxiliar evoluções de necessidades, concorrentes, tecnologias, canais e novos acontecimentos. (KOTLER, 2000). A curva do ciclo de vida pode ser aplicada tanto para um setor, uma empresa ou para seus produtos. Esta é uma analogia feita com o principio básico dos seres biológicos onde eles têm um começo, meio e um fim. 3.2.2 - A Fase de Testes Testar um produto significa submetê-lo a um certo número de técnicas de pesquisa de mercado para simular compra do produto com consumidores selecionados em regiões selecionadas. (HOOLEY et al. 2004). 39 Lambin (2001) afirma que deve-se fazer, como primeiro investimento, um teste de conceito.Este teste trata-se de submeter à descrição do conceito a um grupo de consumidores potenciais para que seja medido o grau de aceitabilidade. Abaixo, exemplos de perguntas que podem ser feitas: • O conceito é fácil de entender? • Você encontra vantagens particulares deste produto relativamente aos produtos concorrentes? • Acredita nestas vantagens? • Este produto corresponde a uma necessidade real? • Você compraria este produto? Com que frequência? Lambin (p.481) chama a atenção para uma prudente interpretação dos resultados dos testes de conceito, sobretudo quando este for muito novo, vanguardista. Isto porque os consumidores são às vezes incapazes de prever aquilo se gostarão ou não de algo que ainda não conhecem. Testes de mercado também podem ser feitos. Segundo Cobra (1997), esses testes visam avaliar a aceitação do produto pelo público-alvo, da embalagem, do preço, dos canais de distribuição, da campanha de lançamento etc. Inúmeras técnicas e combinações de técnicas de pesquisa podem ser utilizadas. Tudo vai depender dos objetivos de cada lançamento e de cada organização. 3.2.3 - Lançamento O lançamento completa os planos finais para o desenvolvimento do produto. Para Hooley et al (2004), gerentes que são impacientes para levar o produto para o mercado falham em alocar tempo e recursos para desenvolver uma campanha de lançamento eficiente. Muitos produtos são um insucesso não por problemas inerentes a eles, mas porque a estratégia de lançamento é pobre ou mal executada. 40 Patrick (1997) chama a atenção para o fato que consumidores querem comprar os novos produtos porque eles os ajudam a satisfazer suas necessidades e desejos. Todavia, em 90% das novas introduções de produtos, os gerentes de marketing comunicam inapropriadamente os benefícios de seus novos produtos, e, portanto, não satisfazem as necessidades dos consumidores. Isso remete ao conceito de posicionamento. Um bom posicionamento de produto em seu lançamento ajuda os consumidores a encontrar benefícios e valor no novo conceito apresentado. Com isso, ajuda-os a justificar ou racionalizar a decisão de compra através de benefícios que podem não fazer parte das características físicas da oferta. Alguns fatores que devem ser levados em consideração para criar estratégias de lançamento de sucesso, de acordo com Patrick (1997), são a simplicidade, a especificidade, a durabilidade e a comunicabilidade. A simplicidade diz respeito a tornar a inovação inteligível para os consumidores. A especificidade transmite de maneira direta a relação entre o produto e as necessidades dos consumidores. Em outras palavras, comunica os benefícios do produto e a maneira como ele irá ajudar os consumidores a satisfazer suas necessidades. A durabilidade consiste em desenvolver uma estratégia de lançamento terá continuidade, isto é, que manterá um bom nível de lembrança na cabeça dos consumidores. A comunicabilidade, finalmente, é a execução da campanha em várias frentes importantes para transmitir a mensagem. A harmonia entre as frentes, como televisão, revistas, mídia exterior e ponto de venda, por exemplo, deve ser levada em conta. 41 3.2.4 - Processos de Desenvolvimento de Novos Produtos O funil de desenvolvimento (Development Funnel) trata de modo integrado das atividades básicas do desenvolvimento de produto (FONSECA, 2001), permitindo gerar e revisar alternativas, observar a sequencia de decisões críticas e avaliar a natureza da tomada de decisões (CLARK, 1993). Fonte: PMI. THE STANDARD FOR PORTFOLIO MANAGEMENT. Newton Square: Project Management Institute, 2006. A forma de funil ocorre justamente porque existe um processo de tomada de decisões que reduz o número de opções disponíveis na atividade de projeto ao longo do tempo (FONSECA, 2001). Este processo de desenvolvimento consiste de quatro estágios compreendidos por (CLARK, 1993): conceito e desenvolvimento, planejamento do produto, engenharia do processo e produto, e produção piloto e aumento de produção (ramp- up). As ideias estão localizadas na boca do funil e, na medida em que são selecionadas, avançam para o desenvolvimento, após a tomada de decisão que devem ser desenvolvidas. Na realidade, o surgimento das ideias e avanço em direção ao funil de desenvolvimento são geralmente impulsionados pelo mercado e pela tecnologia. 42 Do lado do mercado, as ideias são puxadas pelas demandas de atendimento a um determinado segmento de mercado ou pela necessidade gerada pelos competidores, enquanto a tecnologia também pode impulsionar as ideias em função da sua disponibilidade e viabilidade sob o ponto de vista comercial. Estas ideias tornam-se projetos para serem desenvolvidos e vão então avançando na medida em que se executam atividades relacionadas ao desenvolvimento do novo produto, considerando os dados técnicos e mercadológicos, a partir das três dimensões de custo do produto, tempo para desenvolver o produto e desempenho do produto (ROSENAU apud PHILLIPS et al., 1999). 3.2.5 - Análise SWOT A Análise SWOT auxilia no estudo do mercado, pois permite sistematizar informações disponíveis e obter uma leitura transparente e objetiva do mercado e os concorrentes, podendo assim, o empresário tomar decisões balanceadas e com fundamentos. A figura abaixo mostra a matriz da análise SWOT. Análise de SWOT Fonte: HOOLEY; SAUNDERS; PIERCY, 2004, p.43. 43 O objetivo desta análise é duplo: primeiramente procura identificar fatores-chave internos e externos que afetam a organização e seus mercados. Além disso, possibilita identificar problemas/ vantagens estratégicas. Segundo, através da comparação de forças e fraquezas e oportunidades e ameaças, ajuda na formulação da estratégia. Com ela, é possível analisar o ambiente interno e externo da organização. O modelo trata das forças e das fraquezas em dimensões chaves como desempenho e recursos financeiros, recursos humanos, instalações e capacidade de produção, participação de mercado, percepções do consumidor sobre a qualidade, preço e disponibilidade do produto, e comunicação organizacional. Conforme Ferrell (2000), entre os benefícios da análise SWOT estão a simplicidade, flexibilidade, integração e sintetização de informações e colaboração. Simplicidade, pois não exige treinamento extensivo ou determinada habilidade técnica para ser usada com sucesso. Porém exige um entendimento da empresa e dos seus setores. Diretamente ligada à simplicidade da análise SWOT está a flexibilidade. Este tipo de análise pode melhorar a qualidade do planejamento estratégico de uma empresa, mesmo sem sistemas de informações de marketing (SIM) extensivos. O autor coloca ainda, que este tipo de análise, permite também o seu planejador integrar e sintetizar as informações que recebe, mesmo elas sendo diversificadas de natureza quantitativa e qualitativa. Auxilia na organização de informações amplamente conhecidas, bem como aquelas recentemente coletadas. Ajuda também no sentido de fazer a equipe de planejamento chegar a acordos, à medida que revela e estimula debates para a solução de desentendimentos potencialmente prejudiciais. A análise SWOT ajuda a transformar esta diversidade de informações coletadas, o que pode enfraquecer o processo de planejamento, em uma de suas principais forças. 44 Por fim, para Ferrell (2000), o benefício final é estimular a colaboração entre os gerentes de áreas funcionais diferentes. Ao aprender o que seus colegas fazem, sabem, pensam e sente, o gerente de marketing pode resolver problemas e preencher vazios, na análise, antes de finalizar o plano de marketing ou planejamento estratégico. Para Brito (2006, p.23),“o estudo de mercado do projeto envolve duas grandes áreas: a do programa de produção e a dos regimes de mercado”. Quantidade demandada, preço de venda, canais de distribuição (e a formação de estoques nestes canais), descontos etc., fazem da análise de mercado um dos primeiros aspectos a serem considerados no projeto. Buarque (1984) explica que, salvo as características básicas do projeto e os objetivos gerais, pode-se definir uma metodologia geral para o estudo de mercado, a qual pode ser adaptada e ajustada de acordo com as particularidades de cada caso. Assim um estudo de mercado implica em: - Analisar o histórico, ou seja, dados passados. Observando o comportamento do consumidor nos dias atuais e projetar essa tendência, para determinar a quantidade a ser vendida no futuro. - É fundamental que haja procura por esses bens/ serviços a serem vendidos. - Além disto, é preciso que exista uma procura superior à oferta que os demais produtores deste produto/serviço apresentam. - A diferença entre procura menos oferta é chamada procura insatisfeita, determinando isso, tem-se o objetivo central do estudo de mercado. Segundo Buarque (1984), após definir qualitativamente o produto e o consumidor, a próxima etapa é buscar informações quantitativas, as quais definem a procura. Para isso, é necessário coletar informações sobre: 45 a) O consumo histórico (anterior e atual) do produto. b) A capacidade de produção nacional do produto c) A “população consumidora”. d) As preferências dos consumidores e) O nível do consumo em função do preço f) A estrutura do consumo em função do nível de renda g) O mercado internacional deste produto h) A contabilidade nacional, renda nacional, renda per capita etc. i) A política econômica do governo e as tendências das políticas de governo externo que possa vir a se relacionar com o consumo do produto. “O estudo de mercado determina a capacidade que a economia tem para absorver o produto em estudo, e estima a evolução futura dessa capacidade de absorção durante a vida útil do projeto.” (WOILER; MATHIAS, 1984, p. 61). Na medida em que se considera o projeto nada mais que a justificativa de um programa de produção, torna-se evidente que o dimensionamento do mercado representa necessariamente uma primeira aproximação para que se estabeleçam limites adequados ou as condições ótimas desse programa. (HOLANDA, 1977, p.113). O autor coloca ainda que, mesmo sendo relativamente simples na prática, a organização do roteiro teórico a ser seguido, o qual irá orientar o projeto, é uma atividade muito complexa e difícil, devido à variedade e multiplicidade de casos que podem surgir. É de suma importância tentar conhecer a magnitude da procura total. Holanda (1977, p. 116), “A procura, ou função – procura é, assim, a relação entre preços e quantidades procuradas. De forma semelhante, a função – oferta é a relação entre preços e quantidades ofertadas”. O autor diz também que, existem diferentes maneiras de definir mercado, tanto em termos de área geográfica que abrange, quanto em grau de competição que nele prevalece ou das funções econômicas que o mesmo exerce. 46 Contudo, determinar a quantidade de bens e serviços originários de uma nova unidade produtora que, numa determinada área geográfica e sob certas condições de venda, que uma comunidade poderá adquirir, é o principal objetivo do estudo de mercado. (HOLANDA, 1977). O estudo de mercado engloba muitos aspectos, um deles é a comercialização, a qual estuda o movimento dos bens entre os produtores e consumidores. Estudos deste tipo são muito importantes quando há muita competitividade no mercado, pois não existe propriamente uma procura insatisfeita e as empresas estão num patamar de elevada eficiência operacional. (HOLANDA, 1977). Segundo Brennan et al (2003), a análise SWOT é o ponto de partida para o desenvolvimento das opções de estratégias de marketing. Em alguns casos, “essas opções estratégicas podem ser tão óbvias, que “saltam da matriz”. No entanto, pode ser uma boa ideia analisá-la de uma maneira sistemática”. As questões sugeridas pelos autores são: - Como podemos explorar as forças? - Como podemos corrigir ou melhorar as fraquezas? - Como podemos explorar as oportunidades? - Como podemos evitar ou minimizar os efeitos das ameaças? Além disso, é extremamente importante que se explore interações entre os fatores que compõe a análise SWOT. 1. Forças/ Oportunidades: esta interação compara cada força com cada oportunidade. De maneira geral, responde de que maneira a(s) força(s) facilitam os esforços que a organização faz para explorar a(s) oportunidade(s). 2. Forças/Ameaças: esta interação compara cada força com cada ameaça. Responde de que maneira a(s) força(s) ajudam a empresa a minimizar as ameaças. 47 3. Fraquezas/ Oportunidades: esta interação compara cada fraqueza com cada oportunidade. Estas fraquezas impedem que a organização persiga as oportunidades? 4. Fraquezas/ Ameaças: esta interação compara cada fraqueza com cada ameaça. As fraquezas impedem que a organização minimize as ameaças? 3.2.6 - Análise Interna A análise interna tem como objetivo principal proporcionar uma compreensão detalhada dos aspectos estrategicamente importantes para a organização. Inclui a análise de desempenho e um exame dos determinantes-chaves da estratégia, tais como as forças, as fraquezas, e os problemas estratégicos. (AAKER, 2003). Por se comprometer a compreender o negócio em profundidade, a análise interna tem um foco mais aberto para a determinação do desempenho. É baseada em informações atualizadas e específicas sobre vendas, lucros, custos, distribuição, estrutura organizacional, estilo de gestão etc. (AAKER, 2003, p.119). A esses indicadores, podemos adicionar também satisfação de clientes/ fidelidade à marca, qualidade do produto, associações à marca/ empresa, entre outros. (AAKER, 2003). Hooley et al. (2004) afirmam, no entanto, que o que é importante sob a perspectiva do desenvolvimento de uma estratégia de marketing é a maneira como o resultado desta análise, ou seja, o estabelecimento das forças e fraquezas da empresa pode ser utilizado junto ao mercado na tentativa de gerar valor superior aos clientes. Em outras palavras, forças e fraquezas somente podem ser efetivamente determinadas através de uma comparação sistemática desses fatores à concorrência. As forças podem ser definidas como trunfos e qualidades distintivas consideradas importantes para o consumidor e que, desde logo, podem ser 48 valorizados na estratégia de posicionamento e de comunicação. Já as fraquezas são vulnerabilidades da empresa, fatores que demandam correção. 3.2.7 - Análise Externa “A análise externa envolve um exame dos elementos relevantes exteriores a uma organização. Essa análise deveria ter um propósito fixo, concentrando se na identificação de oportunidades, ameaças, tendências, incertezas estratégicas e escolhas estratégicas.” (AAKER, 2003, p.30). Essas oportunidades e ameaças, provocadas por fatores que estão fora do controle da empresa, podem resultar de aspectos muito diferentes. Para se detectá- las de maneira mais abrangente, devem ser estudados as tendências de mercado, o comportamento dos consumidores, a evolução da distribuição dos produtos, o ambiente concorrencial, as variações nos ambientes social e econômico, o contexto internacional, entre outros. (LAMBIN, 2000). De maneira geral, Aaker esclarece que: O produto final da análise externa é a identificação e compreensão das oportunidades e ameaças, tanto existentes, quanto potenciais com que a organização se defronta. Uma oportunidade é uma tendência ou ocorrência que pode conduzir a uma significativa mudança ascendente de vendas e lucros – contanto quese apresente uma resposta estratégica adequada. Uma ameaça é uma tendência ou ocorrência que, na ausência de uma contrapartida estratégica, resultará em um período de retração das vendas atuais e dos padrões de lucro. (2003, p.31). Hooley et al. (2004) alertam, ainda, que um mundo em constante movimentação demanda um sistema de inteligência refinado. Isto é fundamental para se fizer uma correta análise do ambiente externo. 3.2.8 Implementação e Controle Uma vez que a estratégia de marketing e o posicionamento competitivo foram escolhidos, o próximo passo é implementar estas decisões através dos esforços de marketing: o mix de marketing e o controle. 49 A implementação da estratégia de marketing e seu controle é vital. Estas ações garantem um contínuo processo de planejamento, implementação, avaliação e ajuste da estratégia de marketing. (CRAVENS, 1994). O composto de marketing ou mix de marketing é formado por um conjunto de variáveis controláveis que influenciam a maneira com que os consumidores respondem às ofertas do mercado. É um sistema que define o inter-relacionamento dos elementos de marketing dos elementos de marketing com o meio ambiente. É divido em quatro grupos, os “4 P’s” (produto, preço, promoção e praça ou ponto de venda) e deve ser arquitetado de forma coerente com o posicionamento do produto. O quadro abaixo apresenta as definições de cada elemento do composto de marketing, assim como as principais funções ligadas a cada um. Composto de Marketing Fonte: GOBE, Antonio Carlos et all. Administração de Vendas. São Paulo: Saraiva, 2004, p 32. Estes elementos, em conjunto, traduzem a estratégia da empresa de sentença para esforços no mercado e devem ser definidos para garantir o posicionamento desejado. (HOOLEY et al, 2004). 50 A gestão de produto lida com especificações e características do bem em questão e as formas como ele se relaciona com as necessidades que o usuário tem. De maneira geral, envolve decisões de embalagem do produto, qualidade, design, marca, tamanho, garantias e serviços relacionados. A fixação de preços é uma tarefa complexa e dinâmica. Na maior parte das vezes, preços são determinados a partir dos custos dos produtos e das margens dos setores em que se inserem estes produtos. No entanto, o autor revela que as empresas que utilizam o preço como ferramenta estratégica lucrarão mais do que as que ainda utilizam a abordagem tradicional. Isto porque os preços refletem a quantidade monetária que o consumidor está disposto a pagar e a quantidade monetária necessária à obtenção de lucro para a empresa. (KOTLER, 2000). De acordo com Etzel et al (2001) a promoção, sob qualquer forma, tem como objetivo exercer influência. Mais precisamente, a promoção “é o elemento do mix de marketing de uma empresa que serve para informar, persuadir e lembrar o mercado de um produto e/ ou da organização que o vende, tendo em vista o aumento do volume de vendas”. Há cinco formas de promoção: a venda pessoal, a propaganda, a promoção de vendas, as relações públicas e a publicidade. Praça ou Ponto de venda é o elemento do composto que lida com a distribuição e implica na chegada do produto ao público. Refere-se à distribuição física dos produtos até os clientes e aos canais de marketing. Cobra (1997, p. 250) define os canais de marketing como o composto de um “número de organizações ou de indivíduos que se encarregam de levar o produto/serviço ao local onde o comprador potencial se encontra, em tempo e momento convenientes a esses compradores e em condições de transferir a posse”. 51 A gestão desse elemento do mix é importante e estratégica, pois garante que o produto possa chegar no tempo certo e da melhor maneira possível para o cliente. Canais podem ser utilizados como estratégias de diferenciação e disposição do produto no tempo correto ao cliente garante possibilidade de compra. Enquanto a estratégia de marketing está sendo executada, um papel importante da gerência de marketing é monitorar e controlar os esforços. Desempenho, segundo Hooley et al (2004), pode ser monitorado de duas maneiras: baseado no desempenho de mercado ou no desempenho financeiro. O primeiro mede indicadores como vendas, participação de mercado, atitudes do consumidor perante a marca etc. Esses indicadores podem ser medidos com o passar do tempo e suas variações podem ser avaliadas à luz dos objetivos e estratégias de marketing adotadas previamente. Desempenho financeiro pode ser monitorado através do índice “contribuição financeira contra recursos empregados para atingi-la”. Desta maneira, podem surgir conflitos entre marketing e finanças, já que o primeiro tem objetivos de longo prazo em dominar o mercado, e, portanto, o segundo pode “sofrer” até que este objetivo seja atingido. 52 3.3 - Conclusão do Estudo Temático Ao final deste estudo, é importante dizer o quanto a teoria e experiências dos autores são altamente relevantes para a construção das propostas à empresa. Neste sentido o uso da gestão de portfólios juntamente com as teorias abordadas, se aplicadas na empresa serão essenciais para a elaboração de novos produtos, viabilizando e otimizando todo o processo já desenvolvido pela Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (EBBA). 53 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 4.1 - Conclusão Este Relatório de Estágio teve como objetivo demonstrar a importância da gestão de portfólio para o desenvolvimento de novos produtos na Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (EBBA), envolvendo a área de Desenvolvimento de Novos Negócios. o trabalho apresenta informações das áreas de Recursos Humanos, Vendas e Comercial e Indústria e Produtos bem como mensura os pontos fortes e fracos de cada uma delas. Para alcançar o objetivo proposto, foi feito um estudo geral envolvendo informações das áreas de Recursos Humanos, Vendas e Comercial e Indústria e Produtos, bem como mensurar os pontos fortes e fracos de cada uma das áreas, procurando identificar às deficiências existentes. Alinhamento estratégico do portfólio seja composto por projetos tradicionais, inovadores ou novos produtos exigem a participação dos gestores estratégicos entre as áreas e comprometimento de toda a organização. Este envolvimento e ou participação é alavancado quando a organização aplica essa expertise para projetos de inovação ou criação de novos produtos. Porém, para todas as abordagens demonstradas é necessário que exista um esforço por parte do gestor da área de Desenvolvimento de Novos Negócios para garantir o alinhamento dos projetos com a estratégia da empresa. A manutenção deste alinhamento não representa uma tarefa trivial tendo em vista que muitas empresas não possuem um planejamento bem definido e consolidado entre as áreas e os departamentos. Para que a abordagem utilizada no gerenciamento de portfólio seja eficiente a mesma deve obedecer a dois critérios: ser ágil e flexível. 54 4.2 - Propostas de melhorias Com base no diagnóstico da Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (EBBA) no que se refere aos problemas, sugerimos as seguintes propostas de melhorias embasadas no estudo temático: 1. Criar estratégias em busca da participação eficaz no mercado internacional; 2. Viabilizar estudos referente aos mercados nas regiões periféricas (norte e nordeste), procurando redesenhar as estratégias e expandir a equipe de vendas para os nichos de mercado; 3. Organizar o setor industrial e de produção, adequando os espaços físico e estruturais para o melhor aproveitamento da capacidade industrial de produção, inclusive com foco na criação de novos