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Hipertensão arterial- Aspectos clínicos e terapeuticos

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Hipertensão arterial : Aspectos clínicos e terapêuticos 
 
1- Hipertensão arterial é uma condição crônica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos, sendo a sistólica ≥ 140 mmHg e/ou a diastólica ≥ 90 mmHg. Idade: enrijecimento progressivo e da perda de complacência das grandes artérias.
 Sexo: HA em Homens jovens é maior. Com a década aumenta os níveis pressóricos na Mulher. Por volta dos 60 anos maior incidência de HA em mulheres.
Sobrepeso/Obesidade: ganho de peso está associado ao aumento de insulina plasmática: hormônio que favorece a absorção de sódio pelos rins, o aumento do volume sanguíneo circulante e a atividade vascular: estimula o aumento da ativação do sistema nervoso simpático a liberação de noradrenalina da pressão sanguínea.
 Ingestão de Sódio e Potássio: dietas restritas em Na+ e ricas em K+ para hipertensos. O K+ aumenta a captação de NA nos terminais do nervo simpático promovendo o relaxamento do músculo liso vascular e aumenta o fluxo sanguíneo: DIMINUINDO A PRESSAO SANGUINEO NO SENTINDO DE EQUILIBRIO.
Sedentarismo: aumento os triglicérides e diminui o colesterol bom(HDL): AJUDANDO A FORMAR AS PLACAS DE ATEROMA: Predisposição aumento de PA e aparecimento de DCV. 
ATENÇÃO: ATIVIDADE FISICA: exercícios físicos auxiliam na eliminação do calor e energia por meio da vasodilatação e suor, fatores essenciais para reduzir os níveis de pressão alta.
Quanto mais o coração se contrai, maior é a pressão sistólica.
Esvaziamento da arvore da aorta para a rede de capilares : Relaxamento do coração: momento da diástole.
- Constitui um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares(DCV): infarto, a insuficiência renal crônica e o acidente vascular cerebral (AVC) 
DCV são a principal causa de mortes, hospitalizaçães e atendimentos ambulatórias no mundo, inclusive no Brasil.
Sintomas
 A maioria não apresenta sintomas; 
 Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão está muito alta: dores no peito, palpitação, falta de ar, inchaço, perda de memória e de equilíbrio, palidez, problemas urinários, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.
Fatores de risco 
 
1- Genéticos: alterações gênicas envolvidas na gênese da hipertensão: SINDROMES: aumento da atividade simpática, a participação do sistema renina-angiotensina e um defeito na excreção renal do sódio.
Síndrome de Liddle: transmissão genética relacionada com a regulação, via aldosterona e do canal epitelial de sódio situado no néfron distal. SINAIS: hipertensão arterial, hipocalemia, alcalose metabólica e retardo no crescimento.
Conduta terapêutica: inibidores específicos do canal epitelial(CENa) de sódio e dieta com restrição salina.
Hipertensão exacerbada pela gravidez: mutação genética exacerbada na gestação com o aumento da progesterona(100x).
Conduta terapêutica: restrição da ingestão de sódio associada ao uso de diuréticos ou antagonistas do CENa. 
Álcool: enrijecimento das artérias, prejudicando o bombeamento de sangue pelo corpo. Inibe a produção do ADH liberado pela neurohipofise diminuindo a reabsorção de agua promovendo desequilíbrio renal e aumento da pressão arterial.
ATENÇÃO: HIPERTENSOS: INGESTAO DE ALCOOL: HOMEM: não ultrapasse 30 ml de etanol/dia, OU SEJA, 60 ml de bebidas destiladas (uísque, vodca, aguardente, etc.), 240 ml de vinho, ou 720 ml de cerveja. MULHERES e indivíduos de baixo peso, não deve ultrapassar 15 ml de etanol/dia. Aos pacientes que não conseguem se enquadrar nesses limites de consumo, sugere-se o abandono do consumo de bebidas alcoólicas.
 
Como prevenir a hipertensão
Espiritualidade: relação entre a E/R Conjunto de valores morais, emocionais, de comportamento e atitudes com relação ao mundo.
 “... O estudo de coorte Black Women’s Health Study mostrou que as mulheres que lidavam com as situações de estresse ....usando a espiritualidade e a religiosidade, tinham um risco menor de desenvolver HA...” 
A RELAÇÃO E/R contribuem com uma modulação mais suave de situações da vida cotidiana e trazem benefícios no controle da PA. 
 
 
Diagnóstico
Pessoas saudáveis com uma PA ótima no consultório (< 120/80 mmHg) ou com PA normal (120-129/80-84 mmHg) devem ter a PA medida novamente pelo menos anualmente e nas consultas médicas;
Pacientes com pré-hipertensão (130-139/85-89 mmHg) devem ter a PA medida anualmente;
 Nos casos suspeitos de HM(pacientes com medicamentos anti-hipertensivos que apresentam variação de pressão dentro e fora do consultório) o MAPA;
 Só usamos a medida da PA para diagnostico da HÁ? NÃO. Exceto: HA estágio 3 ou haja diagnóstico estabelecido uma lesão em algum órgão ou DCV.
Tratamento medicamentoso
1-Diuréticos (DIU) 
2- Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC);
 3- Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA); 
4-Bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA);
 5-betabloqueadores (BB) Os BB são úteis quando há certas condições clínicas específicas: pós-infarto agudo do miocárdio (IAM) e angina do peito, IC para o controle da frequência cardíaca (FC) e em mulheres com potencial de engravidar; 
 Alfabloqueadores, os simpatolíticos de ação central e os vasodilatadores diretos: usadas quando não há controle da PA em uso de combinações utilizando-se as principais classes de fármacos já mencionadas.
Anti-hipertensivos
Diuréticos
 Previne: AVC, Infarto do miocárdio, Insuficiência Cardíaca Congestiva. 
 Eficácia: Associação com betabloqueadores e IECA. Obs: São superiores aos βbloqueadores em idosos.
 Efeitos adversos: são fraqueza, cãibras, hipovolemia e disfunção erétil. 
 Ex.: Furosemida, Clortalidona, Hidroclorotiazida, Espironolactona.
β-Bloqueadores: 
 Efeitos adversos: fadiga, letargia, insônia, alucinações, diminui o libido, causa impotência sexual, altera metabolismo das lipoproteinas(aumenta o HDL),bradicardia,hipotensão . 
 Ex.:Atenolol,Labetalol,Propr anolol, Timolol, Metoprolol.
Inibidores da ECA(IECA):aumenta as taxas de bradicinina: MECANISMO DE AÇÃO
Resultado da diminuição dos níveis de angiotensina II e do aumento dos níveis de bradicinina no sangue.
 Efeitos adversos: tosse seca, vermelhidão cutânea, febre, alteração do paladar, hipercalemia. 
 Ex.: Captopril, Enalapril, Ramipril, Lisinopril.Combinação de medicamentos 
Antagonista da Angiotensina II: Mecanismo de ação: Bloqueador do receptor da Angiontensina II. 
Provoca vasodilatação das artérias e bloqueio da secreção da aldosterona. 
Ex.: Losartan,Valsartan
Bloqueadores do canal de cálcio: agem como antagonista, impedindo a passagem de Ca++ para dentro das células musculares se ligando aos canais de Ca++ que ficam no coração e na musculatura lisa das artérias coronarianas. 
Resultado: Relaxamento da musculatura lisa dos vasos, dilatando as arteríolas. 
Obs: A passagem normal de Ca++ para o interior da célula favorece a contração da musculatura lisa do miocárdio e aumento da pressão sanguínea.
Efeitos Adversos: tontura, cefaleia, sensação de fadiga provocada pela diminuição da pressão sanguínea. Ex.:Amlodipina,Diltiazem,Felodipina,Nifedipina,Verapamil 
 Agentes Bloqueadores α-Adrenérgico: antagonistas αAdrenérgico. 
 Mecanismo de ação: bloqueiam de forma competitiva os receptores α1 - Adrenérgico promovendo o relaxamento da musculatura lisa das artérias e das veias. 
 Resultado: Diminuição da pressão arterial. 
 Ex.: Prazosin, Terazocin.
Adrenérgico de ação central: diminui o estimulo a α2 -receptores, são drogas agonistas. Ex.:Clonidina e alfa-metildopa. 
Obs: Trata hipertensão moderada em pacientes que não respondem ao diuréticos. 
Efeitos adversos: Secura da mucosa nasal e sedação. Vasodilatadores: relaxam a musculatura lisa dos vasos sanguíneos (vasodilatação direta). 
Ex.: Hidralazina, Minoxidil. Adm. com βBloqueadores e diuréticos. 
Efeitos adversos: aumento da contratibilidade do miocárdio, freqüência cardíaca resultando em Infarto do Miocárdio,Insuficiência cardíaca em indivíduos predispostos.
A combinação de fármacos é a estratégia terapêutica preferencial para a maioria dos hipertensos, independentemente do estágio da HA e do risco CV associado. O início do tratamento deve ser feito com combinação dupla de medicamentos que tenham mecanismos de ação distintos, exceção a essa regra a associação de DIU tiazídicos com poupadores de potássio.