Buscar

caracterização socioinstitucional apae - estágio 1 serviço social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

13
FACULDADE ANHANGUERA DE SOROCABA
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
 
 JURANDIR ANTONIO FILHO
PROJETO DE CARACTERIZAÇÃO SOCIOINSTITUCIONAL
SOROCABA SP
2021
 JURANDIR ANTONIO FILHO 
PROJETO DE CARACTERIZAÇÃO SOCIOINSTITUCIONAL
Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da Universidade Anhanguera de Sorocaba, para a disciplina de Estágio Curricular Obrigatório I.
SOROCABA SP
2021
1Sum
ÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................ ..... ..... .... ..... ..... ... 41.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA............................................ .... ..... ..... ..... ... 4
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................4
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA INSTITUIÇÃO ............................................5
1.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL..................................................................................6
2 OBJETIVO INSTITUCIONAL...............................................................................................9
2.1 NATUREZA DOS PROGRAMAS E PROJETOS..............................................................9
2.2 POLÍTICA SOCIAL............................................................................................................ 9
2.3 RECURSOS FINANCEIROS.............................................................................................10
3 ÂMBITO INSTITUCIONAL................................................................................................11
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO........................................................................11
3.2 PROCESSO DECISÓRIO.................................................................................................11
3.3 RELAÇÃO DEMANDA/COBERTURA DO ATENDIMENTO.....................................11
3.4 SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO...........................................................................12
3.5 COTIDIANO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL............................................................12
3.6 RELAÇÃO PROFISSIONAL.............................................................................................14
3.7 DIMENSÃO ÉTICO POLÍTICA........................................................................................15
4 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 16
5 REFERÊNCIAS.......................................................................................................17
 
1. INTRODUÇÃO
 O presente trabalho, concernente à disciplina de Estágio curricular obrigatório l, tem como objetivo, elaborar um relatório contemplando a caracterização de Espaço sócio institucional. A instituição escolhida, dentre as opções foi a APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais. 
 Por ser um momento de grande expectativa, o Estágio em Serviço Social, 1 nos dá a possibilidade de integrar o aluno ás práticas da futura profissão, como é o processo de trabalho dessa instituição e o benefícios que ela fornece aos usuários e suas famílias, e para a sociedade. Na análise teremos também, informações referentes a história da instituição, estrutura organizacional, naturezas e programas, política social e usuários que utilizam os serviços. O relatório se dará por meio da pesquisa e da aproximação com arquivos oficiais, livros, pesquisa, materiais impressos etc.
 
1- DESENVOLVIMENTO
1.1 – CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA INSTITUIÇÃO
 A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), nasceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de dezembro de 1954, na ocasião, Beatrice Bemis, vinda dos Estados Unidos, era membra do corpo diplomático norte- americano, sua filha tinha síndrome de Down. No seu país, ela já havia participado da fundação de mais de duzentos e cinquenta associações de pais e amigos e ficou admirada por não existir algo assim aqui no Brasil. 
 A APAE é um Movimento em Rede que se destaca no país pelo seu pioneirismo, podendo, portanto, ser reconhecida como Rede Apae. 
Motivados por aquela senhora, um grupo, congregando pais, amigos, professores, médicos, profissionais e comunidade, envolvidos diretamente ou indiretamente com as pessoas com deficiência, e sentindo, cada vez mais, a necessidade de uma maior mobilização, foram se organizando para criar serviços de atendimento inicialmente na área de assistência social e educação. Em decorrência desse movimento, é fundada a primeira Apae no Brasil. 
Pela primeira vez no país começou a ser discutir a questão da pessoa com deficiência com um grupo de famílias que trazia para o Movimento suas experiências como pais de pessoas com deficiência e, em alguns casos, também como técnicos na área. 
A Rede Apae vem a ser constituída com a integração dos pais e amigos das pessoas com deficiência, com a parceria da sociedade ciivil em geral, do comércio, da indústria, dos profissionais liberais, das diferentes esferas de governo.Todos que percebem e valorizam a pessoa com deficiência como pessoa humana estavam envolvidos na causa. 
Com a articulação das idéias, sentiram necessidade de criar um organismo nacional. A partir daí, funda-se em 10 de novembro de 1962, a Federação Nacional das Apaes, que funcionou durante vários anos em São Paulo, posteriormente transferida para Brasília. O símbolo adotado foi a figura de uma flor ladeada por duas mãos em perfil, desniveladas, uma em posição de amparo e a outra de proteção. 
A Federação, a exemplo de uma Apae, se caracteriza por ser uma Organização da Sociedade Civil, filantrópica, de caráter cultural, assistencial, de saúde, educação, assessoramento, defesa e garantia de direitos, com duração indeterminada, congregando como filiadas as Apaes de todo o Brasil e outras entidades congêneres, tendo sede e fórum em Brasília (DF). 
 O Movimento logo se expandiu para outras capitais e depois para o interior dos estados. Hoje, decorridos mais de 60 anos, são de 2.201 Apaes e entidades filiadas, coordenadas por 24 Federações Estaduais, abrangendo todos os estados Brasileiros. A demanda atendida é de cerca de 250.000 pessoas com deficiência intelectual e múltipla diariamente. É o maior Movimento filantrópico do Brasil e do mundo na área. É um Movimento que sempre esteve na vanguarda da inclusão social, da construção de novos direitos na defesa e garantia dos direitos das pessoas com deficiência em nosso país.
 Sabendo que a Apae é uma associação que mantém serviços de diferentes políticas públicas, devemos entender que, para cada política pública no Brasil, temos legislações especificas que regulamentam e orientam o trabalho a ser desenvolvido pela Organização da Sociedade Civil . As Apaes, como qualquer outra Organização da Sociedade Civil, devem oferecer atendimento de acordo com as legislações pertinentes a cada área. 
1.2– Estrutura Organizacional 
 A APAE tem como missão Promover e articular ações de defesa de direitos e prevenções, orientações, prestação de serviços, apoio à família, direcionadas à melhoria da qualidade de vida da pessoa com Deficiência e à construção de uma sociedade justa e solidária. 
 A finalidade da instituição é prestar serviço integral com equipe multiprofissional na saúde, educação, assistência social e proteção social, além de capacitação profissional e auto-gestão .
 Na área da saúde: oferece acompanhamento à pessoa com deficiência, em todo o seu ciclo de vida, nas mais diversas especialidades, desde a prevenção a reabilitação, com atenção especializada. 
 Na educação é oferecido apoio intensivo e atendimento educacional especializado ao estudante com deficiência intelectual e múltipla incluído na escola comum nas sériesiniciais de ensino fundamental.
 Na assistência social: a APAE tem alianças estratégicas, com vários setores e segmentos sociais para a melhoria da qualidade de vida e inclusão da pessoa com deficiência.
 Na proteção social: é garantida os direitos da pessoas com deficiência nas mais diferentes instâncias, visando suas necessidades de desenvolvimento, saúde e bem-estar, e combatendo a violência e a exploração.
 A APAE também capacita, oferecendo habilitações profissionais em variados ofícios, voltadas às aptidões dos aprendizes a fim de desenvolver suas atividades sociais. Desenvolve a autogestão, autodefensoria e convivência em família da pessoa com deficiência intelectual. 
 A apae tem sede e fórum em Brasília (DF), possui filiadas, totalizando 2.201 Apaes e entidades filiadas, coordenadas por 24 federações estaduais, sendo assim , tem abrangência em todos os estados Brasileiros.
 
 Os gestores atuais da instituição são:
Presidente: José Turozi
Vice – presidente: Emanoel O' de Almeida Filho
1°. Diretor Secretário: Sérgio Prodócimo
2ª Diretora Secretária: Maria de Fátima Dalmérico de Godoy
1º Diretor Financeiro: Nilson Alves Ferreira
2º Diretor Financeiro: Delton Pedroso Bastos
Diretor Social: William Ferreira de Lima
Diretor de Patrimônio José Maria Belo
Diretora para Assuntos Internacionais Rosane Teresina Jahnk
 
 
 Baseado no que expõe o Estatuto da Federação Nacional das Apaes, podemos entender que as Apaes constituem-se conforme consta em seu art. 2º: 
Associações civis, beneficentes, com atuação nas áreas de assistência social, educação, saúde, prevenção, trabalho, profissionalização, defesa e garantia de direitos, esporte, cultura, lazer, estudo, pesquisa e outros, sem fins lucrativos ou de fins não econômicos, com duração indeterminada (FENAPAES, publicado em 2/3/2017).
 Segundo orientação da Fenapaes, o Estatuto Social das Apaes em seu artigo Art. 9º expõe que: 
São os seguintes fins e objetivos das Apaes, nos limites territoriais de seus municípios, voltados à promoção de atividades de finalidades de relevância pública e social, em especial:
 I – promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, preferencialmente intelectual e múltipla, e transtornos globais do desenvolvimento, em seus ciclos de vida: crianças, adolescentes, adultos e idosos, buscando assegurar-lhes o pleno exercício da cidadania;
 II – prestar serviço de habilitação e reabilitação ao público definido no inciso I deste artigo, e a promoção de sua integração à vida comunitária no campo da assistência social, realizando atendimento, assessoramento, defesa e garantia de direitos, de forma isolada ou cumulativa às pessoas com deficiência, preferencialmente intelectual e múltipla, e para suas famílias. 
A Fenapaes dispõe para o Estatuto das Apaes no artigo Art. 10 – I: 
Executar serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, de forma gratuita, permanente e continuada aos usuários da assistência social e a quem deles necessitar, sem qualquer discriminação, de forma planejada, diária e sistemática, não se restringindo apenas a distribuição de bens, benefícios e encaminhamentos.
 O terceiro maior empregador de Assistentes Sociais é o “Terceiro Setor”, que caracteriza-se por “organizações não governamentais (ONG’s); Associações, Cooperativas, entre outras que viabilizam a chamada responsabilidade social” (IAMAMOTO, 2009, p.5). A ação do assistente Social dentro dessa instituição faz valer suas atribuições descritas na de Lei 8.662, de 7 de junho de 1993 em seu Art. 4º que constituem competências do Assistente Social:
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares; II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; 
 III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população. Essas e outras atribuições estão contidas nessa lei, na RESOLUÇÃO CFESS Nº 533, de 29 de setembro de 2008. Que fala da importância e particularidades do estágio em serviço Social.
 
OBJETIVO INSTITUCIONAL
 2.1– Natureza dos programas e projetos
 O Brasil vem criando políticas para garantia de direitos das pessoas com deficiência, como foi o caso da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Lei n° 7.853, de 1989), que já enfatizava ser dever do Estado ou do Poder Público prestar assistência aos cidadãos com algum tipo de deficiência, de forma a lhes garantir os direitos básicos (BRASIL, 1989). 
 O avanço mais recente sobre os Direitos e Inclusão das Pessoas com Deficiência foi a aprovação de seu Estatuto, a Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que reafirma esse dever de o Estado, a sociedade e a família garantirem os meios de acesso às pessoas com deficiência, em relação à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico (BRASIL, 2015).
 
 
2.2– Política Social
 Como amparo legal o Assistente Social trabalha sob a ótica da Política de Assistência Social, conforme debates e estudos já amplamente difundidos, avança do patamar de assistencialismo para uma nova institucionalidade. Tal institucionalidade é manifesta na Constituição Federal do Brasil de 1988 (CF/88), onde a Assistência Social compõe o Tripé da Seguridade Social; e, em seguida, pela Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS, de 1993; e, por fim, pela Política Nacional de Assistência Social/PNAS de 2004 e pelas Normas Operacionais Básicas do Sistema Único da Assistência Social (NOB-SUAS, 2005; NOBRHSUAS, 2006, e recentemente NOB-SUAS, 2012), bem como a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, de 2009 .
 Especificamente, desde a Constituição de 1988 que define como um dos princípios para o ensino “a igualdade de condições de acesso e permanência na escola” (artigo 206, inciso I) e preconiza o “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência” (artigo 208). 
 Esses dispositivos foram reforçados por outros documentos como o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei 8069 de 1990, em seu artigo 53 (inciso I) e artigo 54 (inciso III), a Declaração de Salamanca de 1994.
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - 1996 – Lei Nº 9.394) em vigor tem um capítulo específico para a Educação Especial. Nele, afirma-se que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de Educação Especial”. Também afirma que “o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a integração nas classes comuns de ensino regular”. Além disso, o texto trata da formação dos professores e de currículos, métodos, técnicas e recursos para atender às necessidades das crianças com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação 
 Lei nº 8.069, ou Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabeleceu procedimentos nas áreas de saúde, educação, cultura, esporte, lazer, profissionalização, trabalho e atos infracionais, no atendimento a criançase adolescentes, inclusive os que têm deficiência.
 Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Art. 11º É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. § 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão atendimento especializado. 
 
 
 
 
2.1 Recursos Financeiros
 
 Em relação aos recursos financeiros para custear os serviços e manter a instituição , a APAE recebe repasses dos Governo Federal, Estadual e municipal, patrocínios de algumas empresas e comércios das cidades, e doações da sociedade civil. Outra fonte de recursos, atualmente, é a possibilidade de repasses do Fundeb.
 
3 ÂMBITO INSTITUCIONAL
 3.1– Caracterização da População 
 O público alvo da APAE da instituição são pessoas com deficiência intelectual ou múltipla (física e intelectual) e seus familiares: mães, pai, irmãos, avós ou até mesmo vizinhos ou amigos próximos dos familiares, que acabam se tornando cuidador desses usuários. A na faixa etária dos 0 até o final da vida, de ambos os sexos. 
 As mães tem idade entre 29 e 60 anos, que dedicam seu tempo para cuidar dos filhos com deficiência. 
 A renda da maioria das famílias é proveniente do Benefício de Prestação Continuada (BPC), algumas famílias tem renda proveniente da aposentadoria por tempo de serviço e alguns tem renda proveniente do exercício de trabalho remunerado de carteira assinada. 
Direta ou indiretamente são atendidas 2.500 pessoas por dia em todas as APAES, em todo o Brasil.
 
 3.2– Processo decisório
 As tomadas de decisões são realizadas pelos gestores, Direção e Vice-direção de cada APAE, juntamente com os profissionais atuantes diretamente com o público - alvo, que são : Médicos, Psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacional, assistentes sociais, pedagogos e professores.
Tendo em mente que cada paciente é único, e cada um tem suas características pessoais, as tomadas de decisão são tomadas em cima dos laudos médicos e respeitando a subjetividade de cada paciente. 
 3.3 – Relação demanda/cobertura do atendimento; 
 O atendimento é destinado à todos os alunos com deficiência intelectual ou múltipla, do município onde existe a APAE, os quais são avaliados pelos profissionais atuantes, com o objetivo de identificar a demanda de cada indivíduo, aplicando-se assim, o método pedagógico apropriado. Há possibilidade de encaminhamentos para outras instituições, nos casos mais complexos , onde não há o serviço especializado na unidade do território que o portador de deficiência reside. 
3.4 – Serviço Social na Instituição; 
 Em relação ao trabalho do Assistente Social, são organizados conforme a necessidades de cada instituição. A presença do assistente social, geralmente acontece diariamente de segunda á sexta-feira das 08h00min da manhã às 17h00min, período vespertino, sempre atendendo a lei 12.317, sancionada no dia 26 de agosto de 2010. Essa lei, estabeleceu a jornada de trabalho para assistentes sociais em 30 horas semanais sem redução salarial. 
 
 3.5 – Cotidiano do exercício profissional 
 O Assistente Social da APAE atua no atendimento às demandas socioassistenciais, a fim de promover os direitos das pessoas com deficiência já consagrados, como por exemplo, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), Isenção de Impostos na compra de veículos de locomoção; Isenção da Tarifa rodoviária; entre outros, mediante encaminhamento aos serviços, benefícios e demais Políticas Públicas do município. Assim, atua também nas denúncias de possíveis situações de negligência e violação de direitos das pessoas com deficiência. Desta forma, para efetivação do trabalho o Assistente Social utiliza-se de alguns instrumentais da profissão, como: a Visita Domiciliar; Visita Institucional; Entrevista aberta, semi-dirigida e dirigida; Acolhida; Observação Participante; Orientação; Encaminhamento de Referência e Contra-referência; Relatório Social; Estudo Social; Análise Socioeconômica; Parecer Social; Estudo de Caso, entre outros. O trabalho do assistentesocial, configura -se em serviços e ações de atendimento, defesa e garantia de direitos da pessoa com deficiência e seus familiares. 
 Segundo (IAMAMOTO,2009,P.5) o terceiro maior empregador de Assistentes Sociais é o “Terceiro Setor”, que caracteriza-se por “organizações não governamentais (ONG’s); Associações, Cooperativas, entre outras que viabilizam a chamada responsabilidade social” .
 A atuação do Assistente Social na APAE está voltada ao atendimento às pessoas com deficiência e suas famílias, com abordagem nas áreas da Assistência Social, Educação e Saúde; a fim de contribuir para o acesso aos programas, projetos e demais políticas públicas existentes na Rede Socioassistencial.
 A identificação das famílias com o setor do Serviço Social faz com que as mais diferentes demandas sejam resolvidas, desta forma é de suma importância a escuta qualificada e o acolhimento.
 A partir disto são realizados os encaminhamentos necessários, tanto externos quanto para os demais profissionais da equipe multidisciplinar. O assistente social tem como objetivo no trabalho na APAE estreitar as relações família-instituição cada vez mais, entendendo que o usuário não é um ser dissociado da família ou comunidade.
 A ação do Serviço Social possibilita o empoderamento das famílias e usuários através de atendimentos socioeducativos e autodefensoria. É papel fundamental de o Assistente Social conscientizar as famílias e a sociedade que a pessoa com deficiência intelectual tem direitos e deveres como todo cidadão brasileiro.
 Para um melhor desempenho das atividades das Assistentes Sociais, são desenvolvidos alguns projetos sociais .
São eles: 
1- Projeto Rompendo Barreiras 
Tem como objetivo geral desenvolver um trabalho de autonomia, higiene e de rompimento dos vínculos familiares, especificamente com o público de vulnerabilidade social e de risco, fortalecendo a convivência familiar e comunitário. As atividades desenvolvidas são:
 Tarde de postura e relaxamento; 
 Tarde da beleza (cabeleireiro, manicure e pedicure, designer de sobrancelhas e maquiagens); 
 Violação psicológica no âmbito familiar; 
 Estratégia de com enfrentar a violência psicológica; 
 Tarde de descontração (bingo, brinde, chá da tarde) 
 Palestra sobre autonomia da pessoa com deficiência; 
 Higiene doméstica; 
 Fortalecer a função protetiva da família; 
 Palestra de prevenção contra o câncer de mama e de câncer de útero; 
 Trabalhar as potencialidades existentes na família; 
 Palestra sobre responsabilidade; 
2- Projeto Fortalecimento de Vínculo 
O Objetivo Geral deste projeto é abordar as relações, levando o foco do indivíduo para a interação familiar. Sobretudo o objetivo maior consistiu em modificar a compreensão que as mães possuem, fazendo compreender que a relação junta é uma vinculação e aceitação maior se torna mais estruturada e contextualidade familiar. Atividades desenvolvidas: 
Reunião quinzenal com as famílias de vulnerabilidade, abordando a problemática levantada pelas participantes, através de dinâmicas, conversas e vídeos. 
Quando necessário, realizar visita domiciliar.
3- Projeto Defesa, Garantia e Direito da Pessoa Com Deficiência.
O objetivo geral do projeto é possibilitar a família integrar e configurar comorede de apoio na proteção social, fortalecendo a participação política do usuário e da família na defesa e garantia da pessoa com deficiência intelectual e múltipla. Atividades desenvolvidas: Palestras sobre Benefício de Prestação Continuada (BPC)
Orientações sobre BPC
Encaminhamentos;
Atendimento a família sobre os benefícios garantidos por lei.
3.6 – Relação profissional de trabalho com os demais atores institucionais
A relação do assistente social dentro da APAE se dá através da equipe multidisciplinar, esse trabalho consiste em efetuar uma avaliação dos usuários de maneira independente e executando suas ações como um complemento dos atendimentos necessários.
A maioria das intituições da APAE, possuem atendimento interdisciplinar em áreas da saúde, contando com: médico (neurologia, psiquiatria, pediatria, ortopedia), fisioterápico, fonoaudiológico, terapia ocupacional, além de outros, como assistente social e psicólogo, de acordo com a demanda e a realidade local e situacional.
 Assim, não há uma identidade de grupo nesta equipe, ou seja, a decisão acerca do tratamento fica a cargo do médico e os demais profissionais, irão adequar suas ações frente à necessidade do paciente e também frente às decisões do médico. A equipe multidisciplinar serve para construir uma relação entre os profissionais, de forma que o usuário seja percebido em sua integralidade, caracterizando um atendimento humanizado. Foca-se então nas demandas do indivíduo como um todo, percebendo seu contexto social, com o objetivo de suprir suas necessidades e objetivando sempre o bem-estar do usuário. Contudo, para que isso se efetive, faz-se necessário que se crie um vínculo entre o usuário e os profissionais. Este formato de trabalho funciona e se efetiva em espaços onde há espaços de discussão para a equipe multidisciplinar, respeitando a integralidade. 
 Relacionado ao trabalho interdisciplinar, cabe ressaltar que primeiramente é fundamental que os profissionais percebam que não atuam de maneira isolada das outras especialidades. Assim, conforme Rodrigues (1998):
 
Penso a interdisciplinaridade, inicialmente, como postura profissional que permite se pôr a transitar o “espaço da diferença” com sentido de busca, de desenvolvimento da pluralidade de ângulos que um determinado objeto investigado é capaz de proporcionar, que uma determinada realidade é capaz de gerar, que diferentes formas de abordar o real podem trazer (p. 156).
 Com a finalidade da efetivação da interdisciplinaridade é de extrema importância que todo o profissional perceba que não se encontra isolado das demais especialidades, além é claro de saber interagir com estas. Este é um elemento extremamente importante para que se efetivem as trocas de saberes, o que define a equipe interdisciplinar.
 
3.7 – Dimensão ético política: 
 O código de ética do serviço social de 1993, garantiu e ampliou as conquistas de ética anterior, dando assim, direcionamento e compromissos assumidos pelo profissional Assistente Social nas últimas décadas. Atuando na divisão sociotécnica do trabalho, o profissional deve ter uma perspectiva crítica sobre a ordem econômica social, defendendo os direitos dos trabalhadores dentro das instituições e assegurando o direito dos usuários dos serviços da APAE. 
 Vale ressaltar o código de ética do assistente social de 1993, quanto ao sigilo profissional 
Art. 15 – Constitui direito do assistente social manter o sigilo profissional; 
Art. 16 - Sigilo protegerá o usuário em tudo aquilo de que o assistente social tome conhecimento, como decorrência do exercício da atividade profissional; 
Art. 17 – É vedado ao assistente social revelar sigilo profissional; 
Art. 18 – A quebra do sigilo só é admissível quando se tratarem de situações cuja gravidade possa, envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos interesses do usuário, de terceiros e da coletividade; Parágrafo único: em 
trabalho multidisciplinar só poderão ser prestadas informações dentro do estritamente necessário.
 A produção teórica nos dá a direção dos compromissos assumidos pelo Serviço Social nas últimas décadas do seu percurso histórico: o projeto ético político hegemônico. Coloca se em contraposição com os interesses e valores prevalecentes na ordem do capital. Nesse sentido, o projeto ético- político dentro da instituição é o Reconhecimento da liberdade como valor central. Compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais. 
Devemos nos posicionar a favor da equidade e da justiça social, na perspectiva da universalização; a ampliação e consolidação da cidadania. 
 Do ponto de vista profissional: o projeto ético político implica o compromisso com a competência, cuja base é o aprimoramento profissional – preocupação com a (auto) formação permanente e uma constante postura 
investigativa. 
Com relação aos usuários, o projeto ético político dentro da APAE é projeto prioriza uma nova relação sistemática com os usuários dos serviços oferecidos – compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população, a publicização dos recursos institucionais e sobretudo, abrir as decisões institucionais à participação dos usuários. 
 
No Código de Ética do profissional de assistente social destaca-se:
Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e autoritarismo. 
Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática. 
Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento profissional (BRASIL, 1993).
Segundo (NETTO,1999,P.104-5):
tem em seu núcleo o reconhecimento da liberdade como valor ético central a liberdade concebida  historicamente,  como  possibilidade  de escolher entre 
alternativas concretas; daí um compromisso com a  autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais.  Conseqüentemente,  o  projeto profissional vinculase a um projeto societário que propõe a construção de uma nova ordem social, sem dominação e/ou exploração de classe, etnia e gênero.  
 Na prática, o assistente social no exercício da sua profissão dentro da APAE, é participar ativamente das ações elaboradas, trabalhando desenvolvimento das ações de inclusão, sem discriminar por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física.
 
 4 - CONCLUSÃO 
 
 A partir da elaboração do projeto de caracterização socioinstitucional, efetivando a experiência do estágio em Serviço Social 1, pôde-se acompanhar a prática da prestação de serviço em uma organização que pertence ao terceiro setor. 
 Tal experiência permite estabelecer um vínculo entre a teoria e a prática, e vivenciar o dia a dia de pessoas excepcionais, fragilizados e por vezes excluídos da sociedade em virtude de suas limitações tanto físicas, econômicas, quanto sociais, o que nos traz muito latente a reflexão acerca do fazer profissional e da articulação que é feita através do projeto ético político do Serviço Social.
 O processo de estágio é um período de extrema importância, pois é a partir deste período que passa a ser possível colocar em prática as teorias aprendidas no curso, e que irão nortear a ação profissional, a fim de que posteriormente possa intervir nas diferentes formas de expressão da questão social. Esta experiência possibilita que o estagiário construa uma análise crítica e atenta a todos os elementos que constituem a realidade social de cada um, com o objetivo de que o trabalho profissional se torne cada vez mais eficaz no sentido da efetivação do acesso aos direitos sociais.
 Salienta-se também o importante papel que tem o estágio em serviço social 1, , pois foram momentos de muita reflexão, análise da práticaprofissional, que serve como baliza para a práxis profissional. 
 Neste sentido cabe salientar que a teoria e prática são indissociáveis, por tanto, não é possível compreender o sujeito como um todo sem conhecer a sua realidade através do método dialético crítico. 
 Para compreender o indivíduo como um todo é necessário que o profissional de Serviço Social faça uso dos seus instrumentais técnicos que estão entre as competências e atribuições específicas do assistente social. O projeto de caracterização socioinstitucional, narradas neste trabalho, são frutos da pesquisa no site da instituição APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, uma organização sem fins lucrativos, que é amparada pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, nos evidencia o quanto ainda é bastante frágil o tema inclusão social da pessoa com deficiência, isso apenas vem a corroborar com o fato de termos de manter o enfrentamento do desmonte das políticas sociais públicas, além é claro de combater a (des)responsabilização por parte do Estado que diariamente se faz menos presente em nossa sociedade através do neoliberalismo. 
 Podemos perceber que, característica latente da população em vulnerabilidade social é a falta de percepção de que o serviço que estão acessando nada mais é do que um direito, assegurado pela Constituição Federal, que a APAE é uma organização que se mantém através de doações voluntárias e que tem a obrigação de possibilitar o acesso aos atendimentos para todos que dela necessitarem. 
 .Salientamos a importância desta instituição dar continuidade a este campo de estágio, pois, a atuação do profissional assistente social, frente à articulação entre a inclusão, fortalecimento dos vínculos familiares e principalmente viabilizando a garantia de direitos é fundamental para a efetivação da inclusão. 
5- REFERÊNCIAS :
 
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8069, 1990.
CRESS – CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL. A profissão de serviço social. Disponível em: <http://www.cress-sc.org.br/servicosocial/profissao.php>. Acesso em: out. 2015 
Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial, 1998.
Código de Ética Profissional de Serviço Social. Brasília, Atlas 1993.
IAMAMOTO, M. V. O trabalho do assistente social frente às mudanças do padrão de acumulação e de regulação social. In: Capacitação em Serviço Social e Política Social. Módulo 1: Crise contemporânea, questão social e Serviço Social. Brasília: CEAD,1999 
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5º ed. São Paulo: Atlas, 2008 
 Lei de Diretrizes e Base de 1961 - Lei 4024 de 20 de dezembro de 1961. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4024.htm. Acesso: 28 mai. 2017. 
.LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. Lei n° 8742 de 07 de dezembro de 1993. CFESS (Conselho Federal de Serviço Social) – Resolução CFESS nº 273, de 13 de março de 1993, Código de Ética do Assistente Social). 
LUNA, Maria Aline Ladim. As contribuições do serviço social para a pessoas com deficiência no contexto escolar. Revista Interfaces: Vol. 3(11), pp. 87-94. Julho, 2016.
O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2000. 
 Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social. Série: Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais. Brasília, 2011.
.
.