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1 MÉTODOS PARA FORMAÇÃO DE PREÇO Daniele Schuhardt Dawanna Larissa Araújo Debora Maria Couto Goldacker Rafael Bertola Professora Cleide Nunes Tirana Possamai Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Bacharelado em Ciências Contábeis (CTB0236) – Seminário Interdisciplinar V 25/08/16 RESUMO O impacto dos custos e formação de preços é um assunto com elevado grau de importância, pois as empresas necessitam de lucro para sua sobrevivência e precisam seguir o mercado para não “ficar de fora” com um preço abusivo e para isso é necessário acompanhar vários acontecimentos tanto externos como internos da empresa para compor seu custo. Optamos por um trabalho voltado para demonstrar os métodos utilizados na formação de preço no seguimento industrial, evidenciando as os vários processos para formação dos preços de vendas, com intuito de apresentar a melhor opção para empresa sanar suas despesas e obter o lucro desejado. Palavras-chave: Custo. Método de Custeio. Preço de Venda. Mark-Up. Indústria. 1 INTRODUÇÃO Este trabalho abordará o controle dos custos e sua utilização para a formação do preço de venda comparando as empresas dos ramos da indústria e do comércio. As empresas que fixam seus preços de venda ou que utilizam apenas o custo de produção, no caso do comércio o custo apenas do produto, podem ter problemas. As empresas precisam estar sempre conectadas com o que acontece ao seu redor para que seu produto não seja considerado com preço abusivo, sempre deve-se sintonizar com os concorrentes, consumidores e fornecedores. Uma pesquisa de mercado é uma das opções para se conectar e seu grande aliado é o controle dos custos. Muitas empresas também fazem seu cálculo incorretamente, apenas somando os custos e jogando um percentual em cima, este cálculo poderá apresentar problemas futuros, pois apenas está sendo acrescido seu lucro. 2 2 CUSTOS Os custos surgiram da contabilidade geral, justamente pela necessidade de um controle maior sobre os valores a serem atribuídos aos estoques de produtos e também pela necessidade de tomar decisões quanto ao que, como e quando produzir. No século XX a Contabilidade de Custos está tornando-se cada vez mais importante na área gerencial da empresa, passando a ser utilizado no planejamento, controle de custos e tomada de decisões. Um sistema de custeio é bastante útil para ajudar a controlar a administração financeira de uma empresa, uma vez que as instituições possuem diversos gastos e consumos, como matéria- prima, folha de pagamento, gastos financeiros entre outros. As decisões administrativas e produtivas de uma empresa geram quase que automaticamente uma contrapartida de custo, e isso deve ser levado em consideração na tomada de decisão. 2.1 CONCEITUAÇÃO A palavra custo é atribuída aos gastos de uma forma geral, sem diferenciar a sua origem e o motivo de utilização dos recursos, mas para que a possam ser identificadas a origem funcional e gerencial do gasto há uma separação em categorias: • Custos – São aqueles voltados diretamente para elaboração de produtos ou serviços, que se constituam no objeto social da empresa e que devem gerar receitas. Aqui se enquadram os insumos em gerias (inclusive as matérias-primas básicas), mão-de-obra, alugueis, seguro etc. Segundo Bruni e Famá (2004, p.25) “os custos representam os gastos relativos a bens e serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços”. • Despesas – São aqueles os gastos compulsórios das empresas, aqueles que as empresas fazem de maneira compulsória e não podem estar relacionados diretamente com a elaboração de produtos ou serviços, como os materiais de escritório e salários da administração. Segundo Bruni e Famá (2004, p.25) “as despesas correspondem à bem ou serviço, consumido direta ou indiretamente para obtenção de receitas”. • Investimentos – São os valores utilizados para a formação ou ampliação do ativo imobilizado da empresa, com a aquisição de terrenos, com a aquisição e construção de prédios ou com a aquisição ou fabricação de maquinas, equipamentos e outros instrumentos de trabalho. Segundo Bruni e Famá (2004, p.25) “os investimentos representam gastos ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos”. • Depreciação – “Segundo Valdecir Knuth, (2015, p. 91)”, são os gastos com o uso do bem. Se a empresa utilizar um bem, ele acaba gastando seu potencial tecnológico e perdendo valor ao longo de um determinado tempo. 3 Existe na contabilidade uma forma de ajudar a direcionar os gastos efetuados, identificando o centro de custos, que são as unidades nas quais são realizadas as acumulações de custos. Normalmente a acumulação é feita por um departamento, mas, pode haver tantas subdivisões quantas sejam necessárias. Assim pode haver custeio por uma seção ou até por uma máquina, guardando-se sempre a noção de relevância dos valores que estas unidades representam, em dos valores envolvidos ou da importância da informação gerencial evidenciada. Figura 1: 3 TIPOS DE CUSTEIO Dentro da organização é de grande importância que os sejam divididos de acordocom a sua origem, pois existem custos facilmente identificáveis e outros que pertencem ao negócio como um todo. Para que os custos possam ser relacionados quanto a sua origem, devem ser classificados entre custos diretos e custos indiretos. 3.1 CUSTOS DIRETOS “Segundo Valdecir Knuth, (2015, p. 102)”, são aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos bastando existir uma medida de consumo (quilogramas de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão de obra, e ate mesmo, a quantidade de energia elétrica consumida). São aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos como, por exemplo, matérias- primas usadas na fabricação do produto, e serviços aplicados diretamente nos produtos ou serviços. 4 Um mero ato de medição é necessário para determinar estes custos. Segundo Crepaldi (2002, p. 49) “que podemos apropriar diretamente nos produtos e variam conforme quantidade produzida”. 3.2 CUSTOS INDIRETOS Conforme Crepaldi (1998, p.59), os custos fixos ou indiretos “são os que para serem incorporados aos produtos, necessitam da utilização de algum critério de rateio”, ou distribuição para sua alocação, ordens de serviços ou produtos e serviços executados. O Custo Indireto de Fabricação (CIF) é todo o custo que não pode ser identificado facilmente com uma unidade de produto. Sendo que, para Wernke (2005), custos indiretos são os gastos apresentados para a empresa exercer suas atividades, afim de não ter ligação direta com o produto específico, (aqueles no qual, não se identifica na produção) nas empresas que são objeto de fabricação de apenas um produto. Um exemplo de custo indireto é o aluguel da fábrica, o supervisor geral da fábrica, ou seja, o mesmo está indiretamente ligado ao produto. 3.3 CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS Custos fixos são aqueles que não sofrem variações de acordo com a quantidade de produção, ou seja, independente de produzir ou não, isso não afeta o seu valor final. Como exemplo de custos fixos são os alugueis, salários, etc. Com base no pensamento de Martins (2003), o qual afirma que não existe custo ou despesa eternamente fixo, pode-se constatar que custo fixo é a soma de todos os fatores fixos de produção. É claro que, os custos fixos podem mudar, e isso não os torna variáveis. Sendo que, torna-os fixos a uma nova taxa: ou mais alta ou mais baixa (MOWEN; HANSEN, 2003). Os custos variáveis por sua vez, são aqueles que variam de acordo com a quantidade produzida, como por exemplo, a energia elétrica utilizada na produção e os insumos utilizados. Com base no pensamento de Martins (2003), o qual afirma que não existe custo ou despesa eternamente fixo, pode-se constatar que custo fixo é a soma de todos os fatores fixos de produção. É claro que, os custos fixos podem mudar, isso não os torna variáveis. Sendo que, torna-os fixos a uma nova taxa: ou mais alta ou mais baixa (MOWEN; HANSEN, 2003). 5 4 TIPOS DE DESPESAS Despesas são aqueles os gastos que as empresas fazem de maneira compulsória e não podem estar relacionados diretamente com a elaboração de produtos ou serviços, como os materiais de escritório e salários da administração. 4.1 DESPESAS VARIÁVEIS OU DIRETAS Conforme Valdecir Knuth, (2015, p. 102), as Despesas variáveis ou diretas são aquelas que podem ser facilmente quantificadas e apropriadas em relação às receitas de vendas dos produtos ou da prestação de serviço. Essas variam proporcionalmente ao volume das receitas e não conforme a quantidade produzida. Exemplos: impostos e comissões sobre vendas, fretes e seguros. 4.2 DESPESAS FIXAS OU INDIRETAS As despesas fixas e indiretas são aquelas despesas que permanecem constantes dentro de determinada faixa de atividade geradora de receita, independente do volume de vendas ou prestação de serviços. São gastos que não podem ser identificados com precisão conforme as receitas geradas. Exemplo: despesas administrativas, despesas financeiras, contribuição social, alugueis, seguros, alimentação, transporte, telefone e internet. Conforme Valdecir Knuth, (2015, p. 107). 5 FATOS QUE ALTERAM PREÇO DE COMPRA As compras de mercadorias para a produção da empresa são o que determina o cálculo do Custo da Produção. Existem fatos como despesas acessórias, descontos ou abatimentos incondicionais e devolução de compras ou compras anuladas, que alteram os valores das compras. Para Ribeiro (2009), ao adquirir mercadorias para revenda em um empresa, podem acontecer certos fatos que resultam num custo de aquisição, acrescentados ao valor pago ao fornecedor. Exemplo: fretes, seguros, descontos, devoluções e impostos incidentes sobre compras. Segundo o autor, o custo das mercadorias ou matérias-primas adquiridas para revenda ou industrialização, compreende (RIBEIRO, 2009): O preço da aquisição. O custo do transporte e o respectivo seguro. Os tributos devidos na aquisição ou importação exceto o ICMS e o IPI, quando recuperáveis. As devoluções de compras, compras anuladas, devolvidas ou canceladas. Os descontos incondicionais obtidos e/ou abatimentos sobre compras. 6 COMPRAS BRUTAS ( - ) ICMS / Impostos Recuperáveis ( - ) Devoluções de compras ( - ) Compras canceladas ( - ) Descontos Comerciais ( - ) Descontos Incondicionais ( - ) Abatimentos ( + ) IPI ( + ) Outros Impostos incidentes ( + ) Fretes s/ compras ( + ) Seguros s/ compras ( + ) Embalagem = COMPRAS LÍQUIDAS 6 FATOS QUE ALTERAM AS VENDAS BRUTA Conforme Ribeiro (2009), nas operações com impostos sobre vendas, os fatos que modificam ou alteram as vendas brutas são: Devolução de vendas; Vendas anuladas, devolvidas ou canceladas; Descontos incondicionais concedidos e/ou abatimento sobre vendas; Impostos incidentes sobre vendas e serviços (ISS, ICMS, PIS, COFINS). VENDAS BRUTAS (-) ICMS Impostos Recuperáveis (-) Devolução de vendas (-) Vendas canceladas (-) Descontos concedidos (-) Descontos incondicionais (-) Abatimentos (-) Outros impostos incidentes (-) ISS (-) COFINS (-) PIS = VENDAS LÍQUIDAS 7 RATEIO Critério de rateio significa adotar uma forma se dividir os custos fixos por quantidades de volume de produção, ou horas totais disponíveis dos funcionários contratado pela fabrica, ou peso total do volume de produção realizada, dentre outras formas possíveis, conforme Valdecir Knuth (2015, p. 104). 7 Segundo Marcos Antônio Sens (2011, p.55), referente ao rateio dos custos indiretos de fabricação, existem passos a serem seguidos: Separa custos das despesas; Separar custos diretos dos indiretos; Apropriar, por rateio, os custos indiretos de fabricação utilizando como critério de rateio os custos diretos; Apropriar, por rateio, os custos indiretos de fabricação utilizando como critério de rateio a mão de obra direta. 8 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO Este método é proveniente de um sistema desenvolvido na Alemanha, no século XX, conhecido por RKW (Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit). Todos os gatos relativos ao esforço de fabricação são rateados entre todos os produtos acabados. No Sistema de Custeio de Absorção é como se a empresa estivesse separada em duas partes: a fábrica e a atividade comercial são como se a atividade comercial vendesse os produtos que a fabrica produz por um determinado valor que cobrisse tudo o que ela tenha gasto para produzi-los. O ponto mais importante no sistema de custeio por absorção diz respeito aos custos fixos. Para os custos fixos serem identificados aos produtos deverão ser rateados, isso significa dividir ou distribuir os custos de acordo com algum critério que pode ser por número total de unidades produzidas ou número total de horas de produção, dentre outras formas. Conforme Valdecir Knuth, (2015,p. 111-112). Figura 2: 8 Segue exemplo: Para a confecção de uma lâmpada, uma indústria possui os seguintes gastos. Quantidade Produzida – R$ 34.000,00 Quantidade Vendida – R$ 30.000 Preço de Venda - R$ 7,50 Salário Operadores Fábrica – R$ 20.400,00 Salário dos Administradores – R$ 15.000,00 Salário dos Vendedores – R$ 12.000,00 Aluguel da Fábrica – R$ 10.200,00 Energia Elétrica Fábrica – R$ 2.720,00 Vidro - R$ 42.500,00 Fio de Cobre – R$ 4.080,00 Cálculo Matérial Direto - MD Vidro + Fio de Cobre MD = 42.500 + 4.080 MD = 46.580,00 Cálculo Mão Obra Direta - MOD Salário dos Operadores Fábrica MOD = 20.400,00 Cálculo Custo Indireto Fabricação - CIF CIF = Energia Elétrica + Aluguel Fábrica CIF = 2.720,00 + 10.200,00 CIF = 12.920,00 CPV = Quantidade Vendida x CUF CPV = 30.000 x 2,35 CPV = 70.500,00 Cálculo do CPV CUF = (MD + MOD + CIF) / Unid. Produzidas CUF = (46.580,00 + 20.400,00 + 12.920,00) / 34.000 CUF = 79.900,00 / 34.000 CUF = R$ 2,35 Cálculo do Custo Unitário de Fabricação - CUF 9 Estoque Final = (Quantidade Produzida - Quantidade Vendida) x CUF Estoque Final = (34.000 - 30.000) x 2,35 Estoque Final = 4.000 x 2,35 Estoque Final = 9.400,00 Os princípios contábeis e a legislação do IR determinam a utilização do custeio por absorção. Este sistema de custeio deve ser amplamente utilizado pelas empresas, evitando problemas com o fisco brasileiro. Conforme Valdecir Knuth, (2015, p. 117). 7,50x30.000 225.000,00R$ (-) Custo do Produto Vendido (+) Custo da Produção Fabricada no Período 79.900,00R$ (-) Estoque Final 9.400,00R$ (=) Custo do Produto Vendido 70.500,00R$ (=) Lucro Bruto 154.500,00R$ (-) Despesas Operacionais Adm. Fixas 27.000,00R$ (-) Despesas Operacionais Adm. Variáveis (=) Lucro do Exercício 127.500,00R$ 2,35x4.000 9.400,00R$ Estoque Inicial Estoque Final VENDAS DRE - CUSTEIO POR ABSORÇÃO 9 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Segundo Valdecir Knuth, (2015, p. 126), a margem de contribuição pode ser definida como sendo a diferença entre a Receita, o Custo e a Despesas variável de cada produto. É o valor que cada unidade traz efetivamente à empresa como sobra entre a receita e o custo. MC = PREÇO DE VENDA – CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO: 154.500,00R$ M.C. Unit. 4,54R$ Conhecer a Margem de Contribuição que as vendas proporcionam é fundamental para o planejamento de qualquer empresa e é essencial para poder tomar decisões. Se ela não é conhecida, a empresa pode estar vendendo bastante e mesmo assim tendo prejuízo. 10 PONTO DE EQUILÍBRIO Conforme Bornia (2002,p. 336), “ o ponto de equilíbrio, ou ponto de ruptura, é o nível de vendas em que o lucro é nulo”. 10 Wernke (2005) contempla que o ponto de equilíbrio é o suficiente para a empresa cobrir seus custos (e despesas) fixos e variáveis, sem gerar qualquer resultado positivo (lucro). Figura 3: O ponto de equilíbrio é o resultado zero da empresa. Conforme Valdecir Knuth, (2015, p. 130). 10.1 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL EM UNIDADES Ponto de equilíbrio contábil em unidades (PEC Unid) informa a quantidade de produtos que deve ser vendida para que o resultado do período seja nulo. Conforme Valdecir Knuth, (2015, p. 130), é calculado da seguinte forma: Custos Fixos Margem de Contribuição Unitária Ponto de Equilíbrio Contábil = 33.320 4,54 Ponto de Equilíbrio Contábil= 7339,21 11 10.2 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL EM VALOR Ponto de equilíbrio contábil em valor (PEC Valor) permite calcular o valor mínimo de vendas (em $) que a empresa deve conseguir para que não tenha lucro e nem prejuízo. Conforme Valdecir Knuth, (2015, p. 131), é expresso pela fórmula a seguir: Custos Fixos Margem de Contribuição Unitária % Ponto de Equilíbrio Valor = 33.320 0,68 Ponto de Equilíbrio Valor= R$ 49.000,00 10.3 PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO O Ponto de equilíbrio financeiro (PEC Fin.) representa o suficiente para pagar os custos e despesas variáveis, e os custos e outras dívidas que a empresa deve saldar no período. Conforme Valdecir Knuth (2015, p. 131), pode ser apurado pela fórmula a seguir: Custos Fixos + Despesas Fixas + Dívidas do Período Ponto de Equilíbrio Financeiro = Margem de Contribuição Unitária 60.320 4,54 Ponto de Equilíbrio Financeiro= 13.286,34R$ 11 ANÁLISE DE CUSTO O conhecimento e a compreensão sobre o funcionamento dessa técnica tornam-se essenciais aos gestores de empresa que atuam em mercados de concorrência acirrada e devem ser utilizados conceitos importantes, como, a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio. (Wernke,205). Figura 4: 12 Segundo Wernke (2005), a análise da CVL permite averiguar quais valores que devem ser praticados quanto aos preços de venda para se atingir a lucratividade desejada pelos investidores, qual é o custo de fabricação máximo dos produtos e quantas unidades devem ser vendidas. 12 PREÇO DE VENDA A Ciência Econômica determina que a formação de preços dos bens e serviços ocorre a partir da lei da oferta e demanda. Enquanto a oferta tentará vender ao maior preço possível, a demanda buscará adquiri-lo ao menor possível. Essa é umas das características da lei da oferta e da procura (DUBOIS; KULPA; SOUZA, 2009). Figura 5: 12.1 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Conforme Valdecir Knuth (2015, p. 137), o preço ideal de venda é aquele que cobre os custos do produto ou serviço e ainda proporciona o retorno desejado pela empresa. Segundo Valdecir Knuth (2015, p. 142), o preço de venda pode ser definido com base em três procedimentos: Baseado na concorrência: quando se busca conhecer o valor praticado por outras empresas e aplica-se um diferencial para mais ou para menos. Baseado em dados técnicos: opção em que a empresa levanta informações sobre o custo de aquisição da mercadoria, os impostos incidentes sobre o preço de venda, as despesas comerciais, as despesas financeiras, e define o lucro que deseja obter. Aleatório: quando a empresa define seu preço com base em estimativas de lucros, sempre considerando a melhor rentabilidade possível. 13 12.2 MARK UP Conforme Valdecir Knuth (2015, p. 138), a metodologia dominante de formação de preço de venda consiste na aplicação do MARK UP. Temos dois tipos de Mark Up: GASTO PERCENTUAL % PERCENTUAL /100 MARK- UP DIVISOR MARK- UP MULTIPLICADOR Comissões 6 0,06 PIS/COFINS 3,65 0,0365 ICMS 17 0,17 Lucro 40 0,4 Somatório 66,65 0,6665 0,3335 2,9985 MARK- UP O Mark Up divisor: esse é encontrado deduzindo do montante dos percentuais o valor 1. Ex: 66,65% /100 = 0,6665 – 1 = 0,3335 CUSTO DA MERCADORIA MARK UP DIVISOR PREÇO DE VENDA = 2,35 0,3335 PREÇO DE VENDA = 7,05R$ = O Mark Up multiplicador: esse é encontrado na divisão do valor “1” pelo mark up divisor. Ex: 100/(100-66,65)=100/33,35= 2,9985 PREÇO DE VENDA = CUSTO DA MERCADORIA X MARK UP MULTIPLICADOR Mark Up: Mark Up: Preço de Venda=2,35 X 3 = 7,05 100/(100-66,65) = 100/33,35 = 3 100/(100-(6+3,65+17+40+12)) Cálculo do Mark Up Multiplicador CONSIDERAÇÕES FINAIS Fora abordado nesta pesquisa a importância do controle dos custos, o impacto que os custos causam na formação do preço de venda, uma análise do que é custo e alguns cálculos básicos para 14 gestão dos custos. Também foram enfatizadas as principais diferenças no gerenciamento dos custos de uma empresa do ramo industrial.De forma clara e objetiva identificamos facilmente o que é custo, despesa e investimento, conhecimento este que é a base da gestão de custos. Através de cálculos de sistema de custeio por absorção, margem de contribuição, ponto de equilíbrio e mark up foi possível ver com bastante clareza a interferência dos custos no preço final do produto. Sendo assim, os objetivos principais da pesquisa foram alcançados, nos trazendo com clareza a importância da gestão de custos e a importância da sua prática para que as empresas alcancem seus objetivos de oferecer um preço de venda justo, competitivo e que proporcione uma boa projeção de lucros, tudo de forma idônea. REFERÊNCIAS FEMENICK, Tomislav. Conceitos Fundamentais sobre custos. 2005. Disponível em: <http://www.tomislav.com.br/conceitos-funtamentais-sobre-custos/>. Acesso em: 01 out. 2016. KNUTH , Valdecir . Contabilidade de Custos. Indaial: Uniasselvi, 2015 SENS, Marcos Antonio. Gestão de Custos. Indaial: Uniasselvi, 2011. UFSC Departamento de Ciências Contábeis. Disponível em: <http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/2CCF/20080810222512.pdf Acesso em 17 nov. 2016. ZANLUCA, Júlio Cesar. Portal de Contabilidade. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/custos_direitos.htm>. Acesso em 04 out. 2016.