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A insu�ciência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa, caracterizada pela incapacidade do coração bombear o sangue de maneira adequada para suprir as necessidades do organismo. Pode ser causada por alterações estruturais e funcionais, seus sinais e sintomas são característicos, e resultam na redução do débito cardíaco e/ ou elevadas pressões de enchimento das câmaras cardíacas no repouso ou no esforço. ● Insu�ciência Cardíaca Crônica: re�ete a natureza progressiva e persistente da doença. ● Insu�ciência Cardíaca Aguda: são alterações rápidas ou graduais de sinais e sintomas resultando em terapia urgente. Tipos de IC A IC pode ser classi�cada de acordo com o lado do coração (classi�cação anatômica), de acordo com a função alterada (classi�cação funcional) e de acordo com o débito cardíaco. IC Sistólica (esquerda): é a mais comum, ocorre devido a insu�ciência ventricular - di�culdade dos ventrículos em bombear o sangue para fora da cavidade do coração. IC Diastólica ( direita): A principal causa da IC direita é a IC esquerda, ocorre a restrição do relaxamento ventricular e, consequentemente o seu enchimento diastólico, estando com sua capacidade contrátil inalterada. A insu�ciência cardíaca congestiva (ICC), ocorre pela insu�ciência cardíaca dos dois lados do coração (direito e esquerdo) se inicia pelo lado esquerdo que leva ao lado direito. Fatores de risco ● Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) ● Diabetes Me�itus ● Dislipidemias ● Excesso de peso/ obesidade ● Tabagismo ● Consumo excessivo de álcool ● Sedentarismo ● Doença arterial coronariana (DAC) ● Ataque cardíaco prévio ● Doenças cardíacas congênitas ● Cardiomiopatia A DAC pode ser o fator de risco mais provável para o desenvolvimento da IC. ● As mulheres apresentam uma incidência e prevalência relativas menores do que a dos homens. Manifestações Clínicas As principais manifestações são a dispneia, edema e fadiga. A dispneia e fadiga ocorre devido ao aumento das pressões venosas pulmonares e baixo débito cardíaco (em repouso ou inabilidade de aumentar o débito cardíaco durante esforço). Em geral, a dispneia ocorre durante o esforço, sendo aliviada por repouso. O edema pode ocorrer por conta da falência ventricular esquerda que promove a retenção de líquidos. @isabellariza�onu� A falência ventricular direita , leva à congestão hepática, à plenitude gástrica,e dor no hipocôndrio direito . Diagnóstico É importante ser realizado uma boa história clínica e um exame físico bem detalhados em todos os pacientes em busca dos principais sinais e sintomas de IC. Exames para o diagnóstico: Ecocardiograma: exame de imagem para diagnóstico e acompanhamento de pacientes suspeitos. outros exames de imagem que podem ser utilizados são: Raio X tórax, ECG, ressonância magnética , PET, SPECT de perfusão miocárdica, angiotomogra�a coronária. Péptidos natriuréticos: BNP e NT-proBNP, tem demonstrado papel importante no prognóstico de pacientes com IC, auxilia no diagnóstico principalmente para excluir casos incertos. Pontos de corte para diagnóstico para IC Avaliação etiológica Prevenção da IC Envolve a abordagem dos estágios A e B. Estágio A: interrupção do tabagismo, tratamento da hipertensão arterial, uso de estatinas para pacientes com DAC, empagli�ozina em diabetes. Estágio B: IECA na disfunção do VE assintomática, de etiologia isquêmica e não isquêmica, betabloqueador em adição ao IECA na disfunção do VE assintomática de etiologia isquêmica e não isquêmica, antagonista mineralocorticoide em pacientes poś infarto com disfunção do VE (FEVE <40%) e diabetes. Tratamento medicamentoso: As principais recomendações são: ● Diuréticos: são a classe terapeutica mais largamente utilizada em pacientes com IC para alívio da congestão @isabellariza�onu� ● Inibidores da enzima conversora da angiotensina: constituem um grupo de fármacos com comprovados benefícios na evolução de pacientes IC com fração de ejeção reduzida, tanto em relação à morbidade, como à mortalidade, além de conferirem melhor qualidade de vida. ● Betabloqueadores: também são considerados fármacos de primeira linha no tratamento da IC com fração de ejeção reduzida, pois determinam benefícios clínicos na mortalidade global, na morte por ICe por morte súbita, além de melhorarem sintomas e reduzirem as taxas de rehostitalizações por IC. ● Anticoagulantes: nos pacientes que apresentam grandes dilatações arteriais, o risco de formação de trombos é muito elevado e o uso de anticoagulantes deve ser considerado. Terapia Nutricional: O tratamento da IC tem como objetivo não apenas aliviar os sintomas e melhorar a capacidade funcional e a qualidade de vida, mas também a prevenção da doença, a atenuação do remodelamento ventricular e a redução na mortalidade. A IC leva a uma série de alterações �siológicas, das quais muitas in�uenciam diretamente o estado nutricional. Pacientes com ICC apresentam , frequentemente, a perda ponderal progressiva de peso, podendo chegar ao quadro de caquexia cardíaca. Caquexia cardíaca: é uma grave complicação da insu�ciência cardíaca associada com altas taxas de mortalidade e caracterizada por uma perda de peso não intencional devido a perda de gordura, músculo e massa óssea. A terapia nutricional visa: ● minimizar a perda de peso ● recuperar o estado nutricional ● reduzir o esforço cardíaco Recomendações nutricionais para IC: ● dieta fracionada de 5 a 6 vezes ao dia com pequeno volume e a consistência deve ser alterada de acordo com o quadro do paciente, mas em geral é de consistência pastosa. ● Evitar a ingestão excessiva de sódio. ● Aumento do potássio na dieta por meio de frutas, verduras e legumes. ● Preferir gorduras mono e poli-insaturadas ● Restringir o colesterol dietético no limite de 200mg/dia. ● Dieta hiperproteica devido hipermetabolismo e hipercatabolismo ( 1,5 a 2,0 g/kgP/dia para pacientes com grau avançado de desnutrição). ● Aumentar fontes alimentares de �toesteróis ● Consumir maiores quantidades de �bras totais 17 a 30 g/dia e solúveis 7 a 13g/dia. @isabellariza�onu� Coenzima Q10, Omega 3 e vitamina D, parecem ter efeitos bené�cos. Comorbidades presentes: ● Doença Arterial Coronariana (DAC) ● Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) ● Insu�ciência da Válvula Mitral (IM) ● Estenose Aórtica ● Dislipidemias ● Obesidade e caquexia ● Diabetes Me�itus (DM) ● Doença Renal ● Doenças da Tireoide ● Doença Pulmonar (asma e doença pulmonar obstrutiva crônica) ● Disfunção erétil ● De�ciência de ferro e anemia ● Síndrome da apneia do sono. ● Câncer ● Depressão Insu�ciência Cardíaca Crônica É caracterizada pela incapacidade contínua do coração bombear sangue su�ciente pelo corpo para garantir um suprimento su�ciente de oxigênio. Pode ocorrer por vários fatores de riscos mas os mais comuns são: ● Hipertensão Arterial (HAS) ● Diabetes me�itus ● Excesso de peso ● ser do sexo masculino. Afeta comumente pessoas idosas e pessoas com outras condições cardíacas, não há cura para insu�ciência cardíaca crônica mas os seus sintomas podem ser atenuados. Os riscos da Insu�ciência Cardíaca Crônica, estão ligados a uma doença do músculo cardíaco (após ataque cardíaco ou in�amação do músculo cardíaco), ritmos cardíacos anormais, anemias , problemas renais e hipertensão arterial. Os sintomas podem ser: ● acumulação de líquidos e inchaço de pés, pernas e abdôme. ● batimentos cardíacos acelerados ou irregulares. ● falta de ar, respiração ofegante ao relaizar atividades ou em repouso. ● lábios e/ou dedos azuis (cianose) ● retenção de liquidos. Diagnóstico: Geralmente é feito com a história médica e exame físico. O método mais con�ável para diagnosticar a IC é o ECO , que permite ver como o coração está se movendo e bombeando. ● O raio X de tórax mostra se o coração está aumentado e se há acúmulo de líquido no coração. ● O ECG e os exames de sangue também podem ser úteis. Insu�ciência Cardíaca Aguda Geralmente ocorre quando o coração de repente não consegue bombear o sangue de forma e�caz para todo o corpo. Geralmente é umaemergência e precisa de avaliação urgente, o tratamento da emergência geralmente requer hospitalização e monitoramento intenso por um @isabellariza�onu� médico. Ela pode ser comum com a idade, e acomete homens e mulheres com mais de 65 anos e as pessoas que já tem uma condição cardíaca estão mais propensas a desenvolver insu�ciência cardíaca crônica. Algumas causas possíveis são: ● Ataques cardíacos ● coágulos ● infecções graves Os sintomas podem incluir: ● falta de ar ● dor ou pressão no peito (angina) ● tosse ● edema ● lábios ou dedos azulados (cianose) Os sintomas podem aparecer durante o repouso ou em exercício e podem evoluir rapidamente. Diagnóstico: É baseado nos sintomas e no exame �sico. O ECG e o ECO são os melhores testes para obter informações sobre o funcionamento do coração. Os níveis de oxigênio no sangue também devem ser monitorados. Transplante Cardíaco Em casos de IC avançada, quando a expectativa de vida é menor que 2 anos, recomenda- se o transplante cardíaco. Nesses casos, o objetivo da terapia nutricional é fornecer nutrição adequada com menor sobrecarga cardíaca, mantendo os mais estáveis possíveis antes da cirurgia. Recomendações nutricionais pré- transplante: ● evitar excesso de ingestão de líquidos, com uma hidratação em torno de 20-30 ml/kg/dia. ● evitar o consumo de bebidas alcoólicas ● Reduzir a ingestão de estimulantes cardíacos (cafeína) até que o paciente esteja recuperado. ● A ingestão de proteínas deve estar aumentada ( 1,5 a 2 g/kg) para reposição proteica. ● a ingestão de gorduras devem estar limitadas, com maior aporte de gorduras mono e poli-insaturadas. ● O colesterol dietético não deve ultrapassar as 200 mg/dia. ● A quantidade de sódio pode variar de acordo com o quadro clínico do paciente, a tolerância máxima é de 1 a 2 g/dia. ● Oferta de �bras em torno de 20 a 30g, e 6 de �bras solúveis. Recomendações nutricionais poś - transplante: As necessidades do uso intermitente de drogas imunossupressoras podem acarretar alterações gastrointestinais, além de facilitar o aparecimento de infecções. ● dieta hiperproteica (1,5 a 2 g/kg/dia) ● aumentar o volume da dieta conforme a tolerância e o quadro clínico do paciente. @isabellariza�onu� ● A ingestão de lipídios devem ser de 25 a 30% do VET, priorizando as gorduras mono e poli-insaturadas. ● Devem priorizar a ingestão de carboidratos complexos. ● A ingestão de carboidratos simples devem ser controladas, pois esses pacientes apresentam frequentemente hiperglicemia e hipertrigliceridemia. ● Oferta de �bras em torno de 20 a 30g, e 6 de �bras solúveis. ● A restrição de sódio deve ser moderada, em torno de 2,4 g/dia, de acordo com o quadro clínico do paciente. ● Aumentar a ingestão de ácidos graxos ômega 3. ● Ofertar quantidades adequadas de cálcio e fósforo (1.200 mg de cada/dia) Referências: Diretriz Brasileira de Insu�ciência Cardíaca Crônica e Aguda - Sociedade Brasileira de Cardiologia - 2018. Livro: Coleção Manuais da Nutrição: Nutrição Clínica. Volume 3. 2° edição. Cap 9. Editora Sanar -2020. Sites: Insu�ciência Cardíaca: o que é ? - Sanar Med Insu�ciência Cardíaca Crônica - ADA Insu�ciência Cardíaca Aguda- ADA Insu�ciência Cardíaca (IC)- Manual MSD: versão para pro�ssionais e pacientes. Anotações Extras: ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ @isabellariza�onu�