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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANASUNIDAS THAIANE SOUZA RODRIGUES RA: 8187692 Dissertação da obra “O Último dia de um condenado” A pena de morte era uma pratica antiga na França, desde o feudalismo medieval até pouco antes do início do século XXI, a execução penal esteve presente no direito francês sob as mais diversas formas, mesmo após a publicação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1789 após a primeira fase da Revolução Francesa, seguindo a linha dos ideais liberais, tal declaração surgiu para enfatizar que “a lei não poderá estabelecer penas além das estritamente e evidentemente necessárias”. Entretanto, foi a partir da Revolução Francesa que a sentença de morte tornou-se um cruel espetáculo popular e foi a partir da Revolução que a prisão tornou-se um local de detenção penal, ou seja, a privação de liberdade tornou-se um meio de sentenciar uma conduta que não se encaixava às devidas leis da nação, uma vez que a liberdade tornou-se um bem do qual a opinião pública havia tomando ciência. Esse período histórico, além de ter sido marcado por ideias iluministas, também é lembrado pelo uso excessivo da guilhotina como sentença, o que continuou em vigor até o dia 17 de setembro de 1981, onde na Assembleia Nacional, extinguiram o uso da guilhotina e a pena de morte no país. O período histórico francês entre a queda de Napoleão Bonaparte em 1814 até a revolução de Julho em 1830 é conhecido como Restauração Bourbon. Em 1829 é publicado um romance em forma de diário pelo francês Victor Hugo (1802- 1885) chamado “O último dia de um condenado” O monólogo relata os pensamentos e angustias da história de um homem em que se situava na classe média baixa, que é condenado à encarar a guilhotina pela sentença de um crime julgado, condenando-o culpado e como sanção penal a pena de morte No romance que ocorreu na França no século XIX, o autor pontua sua posição contra a pena de morte e tal propagação ao ódio que essa conduta trazia, além de afetar a moral do indivíduo e ser um meio de restrição ao direito à vida. O autor também sita em seu livro o uso da educação como ferramenta de prevenção das contravenções penais como um argumento contra a pena de morte. Em setembro de 1981, a França proibiu o uso da sentença de morte, abandonando assim o uso da guilhotina. Atualmente, o assunto da proibição de tal pena ainda é discutido com vigor no mundo inteiro, tendo em vista os princípios e leis da constituição federal de cada país. No Brasil, por exemplo, A pena de morte foi aplicada para crimes civis pela última vez em 1876 e não é utilizada oficialmente desde a Proclamação da República em 1889. O Brasil é o segundo país das Américas a abolir a sentença de morte como forma de punição para crimes. No entanto, de acordo com a Constituição Federal no artigo 5º, inciso XLVII, o país aboliu a pena de morte, salvo em caso de guerra declarada (artigo 84, inciso XIX). Há muitos argumentos encontrados na própria constituição contra a sentença abordada anteriormente, sendo a maioria deles reconhecidos como direitos fundamentais garantidos como cláusulas pétreas na carta constitucional, tendo como exemplo a violação do direito à vida e do direito à dignidade humana, princípio de humanidade, entre outros, estes estão situados no artigo 1º á 5º da Constituição Federal da República do Brasil de 1988; Artigo 3º: “Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.” Como já dito, o assunto da sentença de morte está entrando em pauta no mundo todo, cada nação tem seus critérios e sua proibição ou legalização vai de acordo com a carta constitucional de cada país. Com este trabalho, conclui-se que a pena de morte é um assunto que está sendo discutido desde o feudalismo até os tempos atuais, há países contra a sua proibição e outros a favor dela. No caso do Brasil, a sua proibição está escrita como uma clausula pétrea, imutável e inconstitucional, salvo em estado de guerra, pois viola inúmeros princípios e garantias fundamentais do direito, entre eles o direito à vida. De acordo com Victor Hugo, o autor do livro “O último dia de um condenado”, que é uma obra que critica a pena de morte, utiliza como um dos principais argumentos para a proibição desta, a possibilidade de ocorrer equívocos nos julgamentos que poderiam levar inocentes à morte, o romancista afirma que as penas devem ser educativas, para recuperar o criminoso, e não por vingança à vítima.