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PROJETO DE INTERVENÇÃO GRUPOS VULNERÁVEIS

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FACULDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO NORTE
PROJETO INTEGRA III
PSI 3MA
FERNANDA FIUZA BASTOS DE MORAES PINTO
NICHOLAS DO AMARAL OLIVEIRA
CINTIA LARISSA DE OLIVEIRA PEREIRA
ACSA VITOR DA SILVA
ANNA LIVIA SANTOS ARAUJO
PROJETO DE INTERVENÇÃO GRUPOS VULNERÁVEIS 
MOSSORÓ-RN
2021
INTRODUÇÃO
O grupo vulnerável escolhido pela equipe para introduzir o projeto de intervenção foram as mães de pacientes autistas do CAPS infantil Mossoró. Essas mães são em sua maioria de baixa renda, e acabam dedicando toda sua vida aos cuidados do filho autista, pois acreditam que esses precisam de seu auxílio a todo momento. Além de tomarem para si todas as responsabilidades do cuidado e acompanhamento do tratamento ainda enfrentam dificuldades no sentido financeiro e de deslocamento.
O CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial infantil) é a parte do CAPS responsável pelo atendimento a crianças e adolescentes e seus familiares, nesse sentido, é necessário que a equipe de profissionais evolvida tenha pelo menos a presença de terapeuta ocupacional, assistente social, psicólogo, psiquiatra, neurologista e enfermeiro, já que a principal função desse serviço é projetar um conjunto de atividades terapêuticas (sejam elas individuais ou em grupais), tomando como base a subjetividade de cada indivíduo, bem como as suas necessidades individuais, conclui Machineski et al. (2013), em complemento de Couto et al. (2008). Nesse viés, os autores acrescentam que na rede de atenção à saúde mental, crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), têm o atendimento priorizado. 
Em vista disso, o Transtorno do Espectro Autista pode ser caracterizado por déficits na interação social e na comunicação social e pelos padrões repetitivos e restritos de comportamento, interesses e atividades, afirma American Psychiatic Association (2014). Segundo o DSM-V, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) reúne o transtorno autista (autismo), o transtorno de Rett, o transtorno desintegrativo da infância, o transtorno global do desenvolvimento e o transtorno de Asperger.
De acordo com Gomes (2015), em 2010 foi estimado no Brasil um total de 500 mil pessoas autistas, sem contar ainda com a existência de subnotificação em decorrência da falta de dados exatos sobre o diagnóstico e maior clareza nas definições dessas crianças. Em sua pesquisa Silva (2018) afirma que o autismo é definido pela presença de manifestações que começam a surgir na infância e é percebido na maioria das vezes antes dos 3 anos, essas manifestações atingem a capacidade das crianças em suas funções diárias. É identificado a apresentação de défices sociais e de comunicação e comportamentos repetitivos.
Para Nascimento et al. (2018) as crianças autistas reagem de forma forma própria a estímulos sensoriais, são resistentes a dor, hipersensibilidade ao toque, reações excessivas a odores, bem como se encantam com estímulos visuais específicos. Os autores ainda pontuam a dificuldade de interação interpessoal, no contato com outras crianças e família.
Dessa forma, como aponta Silva (2018) as famílias dessas crianças são desafiadas a ajustar e reorganizar seus planos e desejos para o futuro à essas limitações da condição. Bem como ter a capacidade de adaptar-se na intensa dedicação aos cuidados e necessidades específicas do filho.
 	Segundo Sprovieri (2001) o Brasil é um país com grande desigualdade social e exibe uma pequena parcela da população com acesso aos avanços mais recentes da tecnologia médica e grande parcela dessa mesma população que vive a incerteza de uma possível refeição, logo, os pais de uma criança com autismo, podem desencadear sobrecarga emocional devido ao escasso de projetos de apoio psicológico e financeiro, uma vez que crianças com o espectro, geralmente necessitam de adaptações dos pais e familiares, bem como uma adaptação no âmbito da criação e da educação formal, exigindo, dependendo do caso, de um certo cuidado diferenciado, ressalta Fávero e Santos (2010). O autor ainda ressalta que essa mudança relacionada à necessidade de adaptação, pode causar um aumento do nível de estresse, podendo interferir na qualidade de vida dos pais das crianças e adolescentes com TEA. 
	Toda essa reorganização da família é essencial para a criança, contudo na grande maioria dos casos a figura da Mãe é a mais desafiada. Segundo Gutierrez et al (2009) a expectativa social ligada a mulher é que ela seja uma cuidadora de excelência e assuma as responsabilidades de cuidadora principal. O autor pontua que a mãe toma para si a maior carga de responsabilidade pelo cuidado do filho, pois a imagem da mulher está sempre ligada a forma acrítica, a maternidade e amor incondicional.
Na pesquisa de Smena et al. (2011) conclui-se que ao receber o diagnóstico, essa mãe lida com a demanda de redirecionar suas expectativas em relação ao seu futuro e ao do filho. A intensa cobrança por cuidado pode gerar interferências na sua vida social, afetiva e profissional. Os autores afirmam que as mães de crianças autistas tendem a renunciar a desejos próprios e carreira profissional em detrimento da maior atenção ao filho.
Com todas essas demandas sobre si, segundo Zanatta et al (2014) há uma grande necessidade dessas mulheres de serem ouvidas e receberem conforto, mas nem sempre encontram ajuda. Para os autores as redes de atendimento profissional devem se atentar para essas questões e expandir seu trabalho para outros meios para que seja levado em conta a relação social da mãe e da criança, bem como dar suporte e apoio que necessitam.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
A ideia do projeto surgiu a partir de conversas com profissionais que trabalham no CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial infantil) Mossoró, que recebe crianças com transtornos mentais, em sua maioria autistas. Diante do relato desses profissionais percebemos a grande demanda que as mães desses infantes carregam a respeito de sua identidade, autoestima e autocuidado. Foi percebido que essas mulheres dedicam toda a sua vida para os cuidados com o usuário, deixam cidades em interiores para residir em Mossoró na tentativa de garantir um melhor tratamento aos seus filhos. Já que elas dedicam sua vida a acompanhá-los nos atendimentos, na escola, muitas delas ficam durante toda aula com eles. Todo esse tempo dedicado acaba muitas vezes fazendo essas mulheres se esquecerem de si mesmas, ou até não se acharem merecedoras, esquecem sua própria identidade.
Nesse caso, o projeto visa conhecer mais a fundo essas mães e suas trajetórias, trazendo para diálogo questões de autoestima, autocuidado e identidade, na tentativa de ajudar e dar voz a essas mulheres, como também apoiar no cuidado consigo mesmas. Dessa forma, tendo objetivo de facilitar cuidados básicos e essenciais para que essas mães possam ter uma melhor qualidade de vida e menos colaterais de uma relação desgastante para criar seu filho autista. Como afirma Rosa (2005), é sobre o cuidador que recai intensamente a sobrecarga do cuidado, ele torna-se, portanto, personagem central no planejamento das ações apresentadas pela equipe profissional. Para a autora, a principal ferramenta desses profissionais seria conhecer a forma como o cuidador lida com seus sentimentos, angústias e desconfortos nesse cuidado com o outro para que esse cuidador seja também cuidado por alguém.
O autocuidado tem se tornando um símbolo forte para todas as pessoas, mas especialmente para quem vivencia situações desgastantes. Segundo Silva (2020), o cuidado pessoal impõe uma mudança de estilo de vida, atitude, rotina e conscientização em relação aos próprios limites. Com isso, sabe-se que o autocuidado é um olhar atencioso para o nosso mundo interno, tendo o intuito de entender quais as próprias necessidades reais e genuínas.
	O projeto teria como intuito viabilizar um momento de qualidade para as mães em situação de vulnerabilidade social, e responsáveis por crianças com transtornos autista que por investirem tanto tempo no cuidado aos filhos, esquecem de cuidar de si mesmase de seu papel em meio a sociedade e como indivíduo que também necessita de atenção. Seria realizado dinâmicas em grupos, para que se tornasse mais funcional a expressão de suas situações específicas e de como se sentem.
 Dessa forma, teríamos como foco compreender essas mães e entregar auxílio por meio de informações práticas, e apoio no que se refere a produtos de higiene, como absorventes, perfumes, maquiagens, entre outros, que auxiliem a ressaltar sua beleza e cuidado com si mesmas. A intervenção teria como ponto principal incentivar o autocuidado, e consequentemente autoestima das mães.
Para que seja possível a realização da entrega desses produtos, seria realizado uma arrecadação de tais produtos. Seria feita uma arte para que pudesse ser divulgada e postada em redes sociais como Instagram, Facebook e WhatsApp. Por meio da divulgação e arrecadação faríamos a distribuição para as mães na situação descrita anteriormente. 
Dessa forma, a intervenção, a princípio, foi pensada para ser feita de maneira presencial, onde os integrantes do grupo levariam os produtos arrecadados e fariam a entrega às mulheres na própria sede do CAPSi, junto com dinâmicas, como a dinâmica do espelho, que consiste em colocar um espelho dentro de um caixa e falar com as participantes sobre a sua importância nos seus diferentes ambientes de interação (trabalho, família, amigos), para em seguida, dizer que dentro da caixa estará a imagem de uma pessoa linda, forte, batalhadora, importante, logo, ao abrir, a participante veria seu próprio reflexo. Outra pensada foi a dinâmica do Autofeedback, dinâmica essa que consiste na avaliação que a participante tem de si, bem como seus desejos, habilidades, vontades, qualidades, coisas preferidas, com o intuito de, ao final ressaltar os pontos positivos presentes na participante. 
Porém, como atualmente, a situação da pandemia relacionada ao COVID-19 ainda faz parte da sociedade, a idéia do grupo é entregar as arrecadações no CAPS infantil, para que as próprias pessoas engarregadas do trabalho de lá façam a distribuição da forma mais segura, e a dinâmica seria feita de maneira online com o auxílio dos funcionários do CAPS infantil. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (Org.). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recurso eletrônico]: DSM-5. Trad. Maria Inês Corrêa Nascimento. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. Disponível em: http://aempreendedora.com.br/wp-content/uploads/2017/04/Manual-Diagnóstico-e-Estatístico-de-Transtornos-Mentais-DSM-5.pdf. Acesso em: 25 de abr. de 2021.
COUTO, Maria Cristina Ventura; DUARTE, Cristiane S.; ANDRADE, Pedro Gabriel Godinho. A saúde mental infantil na Saúde Pública brasileira: situação atual e desafios. Revista Brasileira de psiquiatria, v. 30, n. 4, p. 390-398, 2008.
FÁVERO, M.; SANTOS, M. Autismo infantil e estresse familiar: uma revisão sistemática
da literatura. Psicologia: reflexão e crítica, vol. 18, n° 3, p. 358-369, 2005.
GOMES PTM, et al. Autismo no Brasil, desafios familiares e estratégias de superação: revisão sistemática. J. Pediatr. 2015; 91(2): 111-121.
Gutierrez, D. M. D., & de Souza Minayo, M. C. (2009). Papel da mulher de camadas populares de Manaus na produção de cuidados da saúde. Saúde e Sociedade, 18(4), 707-720. doi: 10.1590/S0104-12902009000400014
MACHINESKI, Gicelli Galvan; SCHNEIDER, Jacó Fernando; CAMATTA, Marcio Wagner. O tipo vivido de familiares de usuários de um centro de atenção psicossocial infantil. Rev. Gaúcha Enfermagem, Porto Alegre, v. 34, n.1, p. 126-132, Março.2013
Nascimento YCML, Castro CSC, Lima JLR, Albuquerque MCS, Bezerra DG. Transtorno do espectro autista: detecção precoce pelo enfermeiro na Estratégia Saúde da Família. Rev baiana enferm. 2018;32:e25425. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/25425/15968. Acesso em: 25 de abr. de 2021.
ROSA, Lúcia Cristina dos Santos. A inclusão da família nos projetos terapêuticos dos serviços de saúde mental. Psicol. rev. (Belo Horizonte),  Belo Horizonte ,  v. 11, n. 18, p. 205-218, dez.  2005 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682005000200005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  27  abr.  2021.
Smeha, L. N., & Cezar, P. K. (2011). A vivência da maternidade de mães de crianças com autismo. Psicol. estud., 16(1), 43-50, 2011. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/pe/v16n1/a06v16n1. Acesso em: 25 de abr. de 2021.
SILVA, Janise Késia de Queiroz. Autocuidado de mães de filho com deficiência. 2020. 38f. Monografia (Graduação em Psicologia) - Centro Universitário Fametro, Fortaleza, 2020. Disponível em: http://repositorio.fametro.com.br/jspui/handle/123456789/440. Acesso em: 25 de abr. de 2021.
Silva SED, Santos AL, Sousa YM, Cunha NMF, Costa JL, Araújo JS. A família, o cuidar e o desenvolvimento da criança autista. J Health Biol Sci. 2018 Jul-Set; Diponível em: https://periodicos.unichristus.edu.br/jhbs/article/view/1782/675. Acesso em: 25 de abr. de 2021.
SPROVIERI, Maria Helena S .; ASSUMPCAO JR, Francisco B .. Dinâmica familiar de children autistas. Arq. Neuro-Psiquiatr. , São Paulo, v. 59, n. 2A, pág. 230-237, junho de 2001. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2001000200016&lng=en&nrm=iso>. acesso em 26 de abril de 2021. Disponível em:  https://doi.org/10.1590/S0004-282X2001000200016 . Acesso em: 25 de abr. de 2021.
Zanatta, E. A., Guimarães, A. N., Ferraz, L., & Motta, M. G. C. (2014). Cotidiano de famílias que convivem com o autismo infantil. Revista Baiana de Enfermagem, 28(3), 271-282. Recuperado de http://search.proquest.com/openview/b79b6e0325d3dedf7e3a41bdc036d57b/1?pq-origsite=gscholar&cbl=2040112. Acesso em: 25 de abr. de 2021.

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