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_____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE MOSSORÓ - RN. LAURIANO VASCO DA SILVEIRA, brasileiro, advogado, inscrito na OAB/RN sob nº 7.892, com endereço na Av. Rio Branco, 3321, Bairro Santo Antônio, Ap. 202, Bloco B, na cidade de Mossoró/RN, CEP 59.619-400, vem, à presença de Vossa Excelência, ajuizar AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL C/C PEDIDO LIMINAR em face de BANCO SANTANDER S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 90.400.888/0001-42, com sede na Rua Cel Vicente Saboia, n° 17, Centro, Mossoró - RN, CEP 59600-120; e ZURICH SANTANDER BRASIL SEGUROS E PREVIDÊNCIA S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 87.376.109/0001-06, , com sede na Av Presidente Juscelino Kubitschek, n° 2041, BLOCO A ANDAR 20, Vila Olímpia, São Paulo – SP, CEP 04.543-011, pelos motivos e fatos que passa a expor. OBJETO DA AÇÃO Declarar a inexistência de débito com relação aos contratos UG445600023854393432 e UG445600023628443532 face a existência de seguro prestamista acionado e indenização por dano moral por manutenção da negativação mesmo após a liquidação no sistema. _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com 1. DOS FATOS 2. Na data de 22/09/2019 o autor fora dispensado sem justa causa do cargo de professor na Apec. 3. Possuía dois contratos de crédito consignado com o Santander (UG445600023854393432 e UG445600023628443532) na data do desligamento, quando ficou inadimplente. 4. Informado que detinha seguro prestamista nos contratos de crédito consignado, Ligou para a Central Santander para acionar os seguros. 5. Informado pela Central de que teria que ligar para a Zurich Seguros o fez, no entanto pediram para entrar em contato com a agência de cadastro. 6. Requereu via telefone e e-mail junto à agência Santander que se acionasse o seguro, e sua gerente de relacionamento Yelena Medeiros pediu que fosse pessoalmente até a agência. 7. Na data de 18/02/2020 foi até a agência Santander e, atendido por Lana Dalila, fora informado que a gerente só voltaria no fim do mês, mas que o seguro tinha sido acionado e os contratos estavam liquidados. 8. Comprovações por e-mails em anexo. 9. Em 29/03/2020, 41 dias após a Ré ter dito ao autor que havia liquidado os contratos, o autor teve crédito negado pelo Hipercard (doc. Anexo). _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com 10. Consulta ao Boa Vista em 03/04/2020 confirmou a negativação em razão dos contratos UG445600023854393432 e UG445600023628443532 junto ao Santander. 11. Inconformado com o constrangimento infundado, vendo-se impedido de poder adquirir produtos no comércio, o Autor busca a inexistência de débito com relação aos contratos UG445600023854393432 e UG445600023628443532 face a existência de seguro prestamista e imediata retirada da inscrição no cadastro de inadimplentes bem como a composição do dano moral sofrido por abalo de crédito. 12. DO SEGURO PRESTAMISTA 13. Ao firmar contrato de crédito consignado com a Ré (UG445600023854393432 e UG445600023628443532) o autor contratou junto seguro prestamista, que, na definição do contrato de seguro em anexo, protege o contratante na hipótese de desemprego involuntário (doc. Anexo): 14. “Desemprego Involuntário: é a rescisão do contrato de trabalho por parte e vontade única e exclusiva do empregador, sem justa causa e desde que não seja decorrente de Programas de Demissão Voluntária (PDV) ou outras formas de desligamento não cobertas, estabelecidas nestas condições gerais (pg. 02)” 15. “3.4. Desemprego Involuntário para Pagamento de Parcelas Vincendas: Garante ao beneficiário, o recebimento de indenização, limitada ao valor e número de parcelas vincendas estabelecido no Contrato de Seguro, referente a contrato prévio firmado pelo _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com segurado junto ao estipulante, em caso de desemprego involuntário ocorrido durante o período de vigência do seguro individual. (pg. 08)” 16. “5.6. Condições de elegibilidade para a cobertura de Desemprego Involuntário para Pagamento de Parcelas Vincendas: a. O segurado deve ser pessoa física e possuir vínculo com o estipulante, conseqüente do contrato prévio firmado; b. o segurado deve ser trabalhador formal, contratado por meio de contrato de trabalho registrado em carteira profissional (CTPS) no regime da Consolidação da Leis Trabalhistas; c. a cada sinistro, na data do desligamento o segurado deve ter preenchido o requisito de período mínimo de trabalho ininterrupto no mesmo empregador do qual foi desligado, conforme estabelecido no Contrato deste seguro; d. que o desligamento tenha ocorrido posteriormente ao término do período de carência, previsto no Contrato, e; f. que após o cumprimento da franquia estabelecida no Contrato deste seguro, o segurado comprove estar desempregado e comprove a existência de saldo devedor ou parcelas vincendas. (pg. 12 e 13)” 17. O Autor junta comprovação de que fora desligado involuntariamente do emprego na data de 22/09/2019, é, pois, de rigor, que o seguro cubra as parcelas dos contratos. 18. DO ENQUADRAMENTO NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 19. A norma que rege a proteção dos direitos do consumidor, define, de forma cristalina, que o consumidor de produtos e serviços deve ser abrigado das condutas abusivas de todo e qualquer fornecedor, nos termos do art 3º do referido Código. https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor/art-3 _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com 20. No presente caso, tem-se de forma nítida a relação consumerista caracterizada, conforme redação do Código de defesa do Consumidor: 21. Lei. 8.078/90 - Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 22. Lei. 8.078/90 - Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 23. Assim, uma vez reconhecido o Autor como destinatário final dos serviços contratados, e demonstrada sua hipossuficiência técnica, tem-se configurada uma relação de consumo, conforme entendimento doutrinário sobre o tema: 24. "Sustentamos, todavia, que o conceito de consumidor deve ser interpretado a partir de dois elementos: a) a aplicação do princípio da vulnerabilidade e b) a destinação econômica não profissional do produto ou do serviço. Ou seja, em linha de princípio e tendo em vista a teleologia da legislação protetiva deve-se identificar o consumidor como o destinatário final fático e econômico do produto ou serviço." (MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do Consumidor. 6 ed. Editora RT, 2016. Versão ebook. pg. 16) 25. Ademais, a sujeição das instituições financeiras às disposições do Código de Defesa do Consumidor foi declaradaconstitucional pelo Plenário do Supremo https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor/art-3 https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor/art-2 https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com Tribunal Federal no julgamento da ação direta de inconstitucionalidade 2.591/DF DJU de 13.4.2007, p. 83. 26. Trata-se de redação clara da Súmula 297 do Superior Tribunal de Justiça, que assim dispõe: 27. O Código de Defesa do consumidor é aplicável às instituições financeiras. 28. Com esse postulado, o Réu não pode eximir-se das responsabilidades inerentes à sua atividade, dentre as quais prestar a devida assistência técnica, visto que se trata de um fornecedor de produtos que, independentemente de culpa, causou danos efetivos a um de seus consumidores. 29. DOS DANOS MORAIS 30. Conforme demonstrado, a empresa ré ao manter indevidamente o Autor no rol de inadimplentes, deixou de cumprir com sua obrigação primária de zelo e cuidado com as informações que gere, expondo o Autor a um constrangimento ilegítimo, gerando o dever de indenizar. 31. No presente caso, a Ré mantém o Autor inscrito no cadastro de inadimplentes já há 45 dias, ou seja, em prazo superior ao estabelecido para a baixa após o pagamento (máximo 5 dias úteis), gerando o dever de indenizar, conforme precedentes sobre o tema: https://modeloinicial.com.br/lei/129814/-/num-297 https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com 32. APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA E/OU INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO, CANCELAMENTO DE INSCRIÇÃO NOSPCE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. DANO MORAL. INSCRIÇÃO NEGATIVA. DEMORA NA EXCLUSÃO OU BAIXA. (...). A extinção de obrigação que originou registro negativo em órgãos de proteção ao crédito impõe ao credor adotar providência para exclusão ou baixa pelo credor no prazode 05 dias úteis por analogia ao previsto no § 3º do art. 43 do CDC , na linha de precedente do e. STJ. (...). - Circunstância dos autos em que o débito foi quitado por meio de acordo nos autos da ação revisional; a inscrição do nome da parte autora nos cadastros negativos de crédito permaneceu até o ajuizamento da ação; e se impõe condenar a parte ré pelos danos morais. RECURSO PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70074888041, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Moreno Pomar, Julgado em... 24/10/2017). 33. Cabe destacar que o prazo limite de 5 dias é entendimento pacificado no STJ ao aplicar por analogia o Art. 43, §3º do CDC - REsp 1.149.998. 34. Trata-se de dano inequívoco, uma vez que afeta diretamente a honra e a dignidade da pessoa, além de afetar o seu cadastro positivo. 35. A Lei n. 12.414/2011, também conhecida de lei do "cadastro positivo", além de disciplinar a formação e consulta a banco de dados, estabelece que a formação deste banco de dados ocorrerá com as informações de adimplemento e histórico do consumidor para fins de influenciar na concessão de crédito: 36. Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se: https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor/art-43,par-3 https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor/art-43 https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor/art-43 https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor/art-43,par-3 https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor https://modeloinicial.com.br/lei/L-12414-2011 https://modeloinicial.com.br/lei/26756/-/art-2 _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com 37. I - banco de dados: conjunto de dados relativo a pessoa natural ou jurídica armazenados com a finalidade de subsidiar a concessão de crédito, a realização de venda a prazo ou de outras transações comerciais e empresariais que impliquem risco financeiro; 38. Portanto, a inscrição indevida como inadimplente fere frontalmente a imagem e o histórico do Autor de cadastro positivo, influenciando em créditos futuros. 39. Trata-se de dano que independe de provas, conforme entendimento jurisprudencial: 40. Ação declaratória de inexistência de débito, cumulada com pedido de indenização por danos morais. Sentença de parcial procedência da pretensão inicial. 1(...). 2. Contrato de fornecimento de cartão de crédito. Arrependimento do consumidor. Existência de cláusula contratual no sentido de que a adesão ao negócio será realizada por meio do desbloqueio do cartão ou mediante a realização da primeira compra. Inexistência de comprovação nesse sentido. Ilegalidade da cobrança referente à taxas, anuidade e seguro. 3- Dano moral caracterizado. Nome do autor que foi levado a protesto público. Pecha de inadimplente que gera abalo bem acima do mero transtorno da vida em sociedade. Dano in re ipsa. Indenização devida. Verba fixada de forma adequada (R$ 10.000,00). Sentença mantida. Recurso improvido. (TJSP; Recurso Inominado Cível 1011158-16.2018.8.26.0451; Relator (a): Rogério de Toledo Pierri; Órgão Julgador: 1ª Turma Recursal Cível; N/A - N/A; Data do Julgamento: 12/02/2019; Data de Registro: 14/02/2019) 41. APELAÇÕES CÍVEIS - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - INSCRIÇÃO INDEVIDA - LEGITIMIDADE PASSIVA - SPC/SERASA- VERIFICAÇÃO - https://modeloinicial.com.br/lei/26756/-/art-2,inc-I _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com ILICITUDE DA NEGATIVAÇÃO - DANO MORAL IN RE IPSA- DEVER DE INDENIZAR - QUANTUM INDENIZATÓRIO - REDUÇÃO - SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), assim como SPC e SERASA, é um serviço de cadastros de crédito, gerido pela BOA VISTA SERVIÇOS S/A, logo não há que se falar em ilegitimidade passiva desta -Operam-se in re ipsa os danos morais decorrentes de inscrição em cadastro de inadimplentes levada a efeito sem prévia comunicação da iminência da negativação à pessoa atingida -O valor fixado a título de indenização deve ser congruente com a extensão do dano moral verificado, para que cumpra satisfatoriamente sua finalidade compensatória, sem implicar, por outro lado, enriquecimento sem causa da vítima. (TJ-MG - AC: 10000181242728001 MG, Relator: Domingos Coelho, Data de Julgamento: 23/01/2019, Data de Publicação: 25/01/2019) 42. DANOS MORAIS - Apontamento indevido de valor junto ao SERASA e SPC que, por si só, gera o direito à reparação pelos danos morais, que se presumem existentes ante as graves consequências que a medida provoca - Dano "in re ipsa" - Indenização devida - Valor ora fixado em R$ 10.000,00, pois tal montante se reputa adequado, levando-se em conta as condições da autora-vítima e da ré, que é uma das maiores empresas de telefonia do país - Caráter coibitivo da condenação, a fim de se reprimir novas condutas assemelhadas - Correção monetária - Dano moral - Incidência a partir do arbitramento, com base na Súmula 362, do C. STJ - Juros de mora de 1% ao mês a partir do evento danoso, consoante a Súmula 54 do C. STJ, por se tratar de ilícito extracontratual - Não aplicação nocaso em tela da Súmula 385 do C. STJ - Existência de negativação posterior à discutida na presente ação - Sentença parcialmente reformada - Recurso provido. (TJ-SP - AC: 11209961120178260100 SP 1120996-11.2017.8.26.0100, Relator: José Augusto Genofre Martins, Data de Julgamento: 17/04/2019, 31ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 17/04/2019) https://modeloinicial.com.br/lei/129814/-/num-362 https://modeloinicial.com.br/lei/129814/-/num-54 https://modeloinicial.com.br/lei/129814/-/num-385 _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com 43. APELAÇÃO CÍVEL. INSCRIÇÃO INDEVIDA NO SPC/SERASA. (...)APELANTE TRAZ AOS AUTOS DOCUMENTOS ONDE COMPROVA QUITAÇÃO DA PARCELA TIDA COMO NÃO PAGA. INCIDÊNCIA DO CDC. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DANO MORAL. IN RE IPSA. ÔNUS PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA DA CONDUTA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. CARÁTER IN RE IPSA. DANO MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA REFORMADA. APELO PROVIDO. (TJ- BA - APL: 00038636920018050080, Relator: Gardenia Pereira Duarte, Quarta Câmara Cível, Data de Publicação: 21/05/2019) 44. Portanto, devido o reconhecimento do dano moral. 45. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO 46. O quantum indenizatório deve ser fixado de modo a não só garantir à parte que o postula a recomposição do dano em face da lesão experimentada, mas igualmente deve, servir de reprimenda àquele que efetuou a conduta ilícita, como assevera a doutrina: 47. "Com efeito, a reparação de danos morais exerce função diversa daquela dos danos materiais. Enquanto estes se voltam para a recomposição do patrimônio ofendido, por meio da aplicação da fórmula "danos emergentes e lucros cessantes" (CC, art. 402), aqueles procuram oferecer compensação ao lesado, para atenuação do sofrimento havido. De outra parte, quanto ao lesante, objetiva a reparação impingir-lhe sanção, a fim de que não volte a praticar atos lesivos à personalidade de outrem." (BITTAR, Carlos Alberto. Reparação Civil por Danos Morais. 4ª ed. Editora Saraiva, 2015. Versão Kindle, p. 5423) https://modeloinicial.com.br/lei/CDC/codigo-defesa-consumidor https://modeloinicial.com.br/lei/CC/codigo-civil https://modeloinicial.com.br/lei/CC/codigo-civil/art-402 _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com 48. Neste sentido é a lição do Exmo. Des. Cláudio Eduardo Regis de Figueiredo e Silva, ao disciplinar o tema: 49. "Importa dizer que o juiz,ao valorar o dano moral,deve arbitrar uma quantia que, de acordo com o seu prudente arbítrio,seja compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela vítima, a capacidade econômica do causador do dano, as condições sociais do ofendido, e outras circunstâncias mais que se fizerem presentes" (Programa de responsabilidade civil. 6. ed., São Paulo: Malheiros, 2005. p. 116). No mesmo sentido aponta a lição de Humberto Theodoro Júnior: [...] "os parâmetros para a estimativa da indenização devem levar em conta os recursos do ofensor e a situação econômico-social do ofendido, de modo a não minimizar a sanção a tal ponto que nada represente para o agente, e não exagerá-la, para que não se transforme em especulação e enriquecimento injustificável para a vítima. O bom senso é a regra máxima a observar por parte dos juízes" (Dano moral. 6. ed., São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2009. p. 61). Complementando tal entendimento, Carlos Alberto Bittar, elucida que"a indenização por danos morais deve traduzir-se em montante que represente advertência ao lesante e à sociedade de que se não se aceita o comportamento assumido, ou o evento lesivo advindo.Consubstancia-se, portanto, em importância compatível com o vulto dos interesses em conflito, refletindo-se, de modo expresso, no patrimônio do lesante, a fim de que sinta, efetivamente, a resposta da ordem jurídica aos efeitos do resultado lesivo produzido. Deve, pois, ser quantia economicamente significativa, em razão das potencialidades do patrimônio do lesante"(Reparação Civil por Danos Morais, RT, 1993, p. 220). Tutela-se, assim, o direito violado. (TJSC, Recurso Inominado n. 0302581-94.2017.8.24.0091, da Capital - Eduardo Luz, rel. Des. Cláudio Eduardo Regis de Figueiredo e Silva, Primeira Turma de Recursos - Capital, j. 15-03-2018) _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com 50. Ou seja, enquanto o papel jurisdicional não fixar condenações que sirvam igualmente ao desestímulo e inibição de novas práticas lesivas, situações como estas seguirão se repetindo e tumultuando o judiciário. 51. Portanto, cabível a indenização por danos morais, E nesse sentido, a indenização por dano moral deve representar para a vítima uma satisfação capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de infligir ao causador sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado completo descaso aos transtornos causados. 52. DA TUTELA DE URGÊNCIA 53. Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo." 54. No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados, vejamos: 55. PERICULUM IN MORA - O risco da demora fica demonstrado diante da continuidade da cobrança indevida, bem como pela inscrição irregular em cadastro negativo de crédito, fato que vem gerando inúmeros transtornos e constrangimentos, o que deve cessar imediatamente, conforme precedentes sobre o tema: https://modeloinicial.com.br/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-300 https://modeloinicial.com.br/lei/CPC/codigo-processo-civil _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com 56. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - Ação de declaratória de nulidade de ato jurídico c.c. indenizatória por danos morais - Suspensão de cobranças não reconhecidas, relativas a cartão de crédito - Presença dos requisitos exigidos para a concessão da medida - Decisão mantida - Recurso não provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2252964-59.2017.8.26.0000; Relator (a): Paulo Pastore Filho; Órgão Julgador: 17ª Data de Registro: 01/03/2018) 57. FUMUS BUNI IURIS - A probabilidade do direito fica perfeitamente demonstrada diante da comprovação do abuso sofrido pelo Autor, diante de um constrangimento ilegal. Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco: 58. "Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo necessário à produção da provas dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284) 59. Assim, requer a imediata retirada da inscrição do Autor do cadastro de inadimplentes, sob pena de multa diária, conforme precedentes sobre o tema: 60. AGRAVO DE INSTRUMENTO - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - LIMINAR - CADASTRO DE INADIMPLENTES - PRAZO EXÍGUO. Se foi instaurada discussão sobre o débito é porque o devedor não reconhece a dívida ou a sua integralidade, razão pela qual a inscrição de seu nome em cadastros de maus pagadores no curso do litígio, é abusiva. A multa_____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com diária fixada para o caso de descumprimento da ordem judicial tem o objetivo de forçar a parte a cumprir a obrigação estipulada na decisão. Considera-se suficiente o prazo de 3 dias para retirada do nome do consumidor, do SPC. (TJ- MG - AI: 10000170546097001 MG, Relator: Evangelina Castilho Duarte, Data de Julgamento: 07/11/0017, Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 09/11/2017) 61. Requer-se, assim, que o Poder Judiciário, determine a retirada imediata do nome do autor do cadastro de inadimplentes. 62. DOS PEDIDOS 63. Por todo o exposto, REQUER: 1. A justiça gratuita na forma da lei; 2. O deferimento da tutela de urgência para determinar que o Réu exclua imediatamente o nome do Autor do cadastro de inadimplentes; 3. A total procedência da ação para, confirmar a tutela de urgência se concedida, determinando a exclusão do nome do Autor do cadastro de inadimplentes, por manifestamente ilegal 2.1 A declaração de inexistência de débito com as Rés, relativamente aos contratos UG445600023854393432 e UG445600023628443532, uma vez que possuem seguro prestamista e foram acionados e contratos liquidados conforme declaração da funcionária; 2.2 Sucessivamente, requer a condenação do Réu a pagar ao requerente um quantum a título de danos morais, não inferior a R$ 10 mil reais, considerando as condições das partes, principalmente o potencial econômico-social da lesante, a gravidade da lesão, sua repercussão e as circunstâncias fáticas; _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com 4. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC. DOS REQUERIMENTOS 1. A citação do Réu para responder, querendo; 2. A inversão do ônus da prova, uma vez que se trata de relação de consumo; 3. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a intimação das senhoras Yelena Medeiros e Lana Dalila, bem como a requisição da gravação das imagens da agência Santander Mossoró no dia 18/02/2020; 4. Seja acolhida a manifestação do interesse na audiência conciliatória, nos termos do Art. 319, inc. VII do CPC. Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Nestes termos, Pede deferimento. Mossoró (RN), 03 de abril de 2020. Lauriano Silveira OAB/RN 7.892 https://modeloinicial.com.br/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-85 https://modeloinicial.com.br/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-85,par-2 https://modeloinicial.com.br/lei/CPC/codigo-processo-civil https://modeloinicial.com.br/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-319 https://modeloinicial.com.br/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-319,inc-VII https://modeloinicial.com.br/lei/CPC/codigo-processo-civil _____________________________________________________________ Rua Juvenal Lamartine, 300 – Sala 02 AKS Empresarial │ Mossoró-RN (84)98798-5555 │ laurianosilveira@hotmail.com ROL DE TESTEMUNHAS 1. YELENA MEDEIROS, podendo ser encontrada na agência Santander Mossoró, Rua Cel Vicente Saboia, n° 17, Centro, Mossoró - RN, CEP 59600-120 2. LANA DALILA, podendo ser encontrada na agência Santander Mossoró, Rua Cel Vicente Saboia, n° 17, Centro, Mossoró - RN, CEP 59600-120