Prévia do material em texto
Bioquímica Biossinalização Luana Simões – UNIATENAS – PASSOS 1 P 2C TEORIZAÇÃO Biossinalização → o que se entende a cerca do conceito/ o que significa? Dividindo o nome em dois, temos sinalização biológica. Pensando em sinalização biológica pensamos em sinalização celular. Quando se fala em biossinalização se refere a uma capacidade intrínseca/própria das minhas células de se comunicarem umas com as outras, e essa comunicação é extremamente importante para manutenção da homeostasia do organismo. Realidades do nosso dia a dia onde conseguimos visualizar de forma palpável esse conceito de biossinalizar. 1ª realidade: Maria Elizabeth → de que forma a biossinalização se fazia presente no contexto da Maria? Insulina (qual papel? Sinalizadora molécula– sinal). Maria era uma paciente portadora de DM 2, sendo portadora desse diabetes ela não respondia idealmente ao sinalizador. Visualiza-se que o processo de biossinalização, a capacidade da célula comunicar, não é dependente somente da presença do sinalizador. Posso ter uma molécula sinal, que está falando pro meu organismo que eu preciso de algo – no caso da Maria, insulina sinalizava que a glicose precisava ser captada por estar alta no sangue O que a célula precisa ter– para entender o que a glicose está falando? Receptor. Identifica-se pelo caso da Maria 2 protagonistas da biossinalização: o SINAL (vai carrear uma mensagem) e o RECEPTOR (responsável por interpretar e receber o sinal é como se fosse uma molécula decodificadora, que vai entender– o que o hormônio insulina quer falar para célula). Uma vez que o receptor interage com o sinal o problema é resolvido de imediato? Não. O que acontece intracelularmente a partir dessa interação sinal-receptor? Uma cascata de sinalização, que nada mais é que uma sequência de ativação de proteínas, a fim de chegar em uma proteína final, uma proteína-alvo, e essa é a grande responsável por saciar a necessidade, no caso da Maria, necessidade de captar glicose. Processo caso Maria: envolve: sinalizador → receptor → cascata → resposta final (4 protagonistas que vão concretizar o processo de biossinalização). O processo de biossinalização, visualizado no cenário da Maria, está presente no nosso organismo somente em contextos patológicos como no caso, ou é mandado em outros processos também? É mandado em vários outros, veremos outros 2 exemplos que demandam o processo de biossinalização. Situação 1: EAD, na frente do computador, desespero, tédio, poderia estar assistindo série, acompanhados de pipoca, batata frita, delivery – sempre comendo, e ai, diante desse cenário, nós enquanto organismo temos uma necessidade → esses alimentos consumidos são ricos em gordura e carboidratos, com alto índice calórico. Ao consumir esses alimentos em repouso, não há demanda naquele momento da energia daqueles alimentos na quantidade ingerida. Qual a necessidade ali? Quando se acaba de comer, os níveis de glicose no sangue aumentam e eu posso ficar por um longo período de tempo com os níveis de glicose sanguínea alta? Não. E se eu não vou gastar, qual a minha necessidade diante desse cenário? Armazenamento. A célula naquele momento sabe a necessidade? Que precisa ser guardado → não. Quem eu preciso que informe para ela que precisa ser guardado? Insulina (sinalizador). Diante dessa situação eu tenho uma demanda (armazenamento para glicemia diminuir), só que, não adianta eu ter apenas o sinal/necessidade, se não tiver alguém que avise a célula sobre a necessidade → preciso do sinalizador. Identifico a demanda e o sinalizador. Porém, adianta ter ambos e a célula não entender o que está sendo passado? Não. Preciso da molécula receptora, e ai, diante do receptor, se entende o sinal que está sendo passado e pode saciar a demanda/necessidade. Situação 2: Pessoas acompanhando o feed do instagram vendo as pessoas assistindo live e fazendo comidas maravilhosas (nível masterchef) e nós aqui com a batata frita de airfrier e vamos tentar nos aventurar na cozinha para tentar reproduzir as receitas que estamos vendo no feed, só que, nem todo mundo é abençoado com os dotes culinários e ai ao fazer a sua comida acaba causando um “incêndio”. Qual a reação quando isso acontece? Desespero, choro, jogar panela na pia. O que eu (enquanto organismo) preciso para reagir a essa situação? Energia. Precisando de energia, em comparação a situação anterior, eu quero pegar glicose e armazenar ou queimar para gerar ATP? Queimar. A necessidade/demanda é diferente → situação de fuga. Preciso gerar ATP. Meu organismo precisa que seja desenhado o fato de precisar de energia. Preciso de quem para informar? sinalizador, essa vai levar para as células a mensagem. Preciso então de um receptor, para situação se concretizar que é diferente da molécula anterior. Identificar a necessidade / Quem é a molécula sinal / molécula receptora. FECHAMENTO Conceitos: Biossinalização: Capacidade intrínseca, própria das nossas células de se comunicar umas com as outras. Só que, para que essa comunicação aconteça, ela precisa obedecer alguns passos. Na imagem: tem-se uma célula delimitada por membrana (cinza) e essa expressa uma molécula receptora, esse é responsável por recepcionar o sinal → 2 grandes protagonistas do processo: RECEPTOR e SINAL. A primeira coisa que tem que acontecer para concretizar a biossinalização é o sinal interagir com o receptor, a partir dessa interação cada uma dessas moléculas sinal-receptor vai exercer um papel. • Papel do sinal: sinalizar carregar uma mensagem e essa na grande– maioria dos casos, está tentando informar para célula uma necessidade. Temos sempre a molécula sinal como a premissa básica para sinalização acontecer, uma vez que ela carrega a mensagem. A mensagem é interpretada pela molécula receptora. • Papel do receptor : recebe e interpreta o sinal. O receptor é transmembrânico (imagem) expresso na membrana– celular → todo receptor tem essa característica? Não. Para que tipo de molécula (sinal) eu tenho um receptor transmembrânico? O que o sinal tem de característica que faz ele depender desse tipo de receptor? Solubilidade. A molécula sinal, representada na imagem seria uma molécula polar e sendo polar ela consegue atravessar a membrana? Não, então a forma que ela tem para trazer uma mensagem para célula, é se ligando a uma molécula que fica expressa na superfície celular, então os receptores transmembrânicos / de superfície, são receptores que tem por função receber e interpretar sinais extracelulares, justamente por terem características polares. Também temos moléculas / sinais apolares? Sim → Ex: Vitamina D (lipossolúvel), exerce papel de sinalizador. O receptor da Vitamina D é expresso na superfície? Não, é um receptor intracelular (nuclear). Não necessariamente todos os receptores são de superfície, existem 7 classes de receptores. O que determina ser de superfície ou não? A solubilidade do sinal. A partir da interação do sinal com o receptor vem o segundo passo: processo no qual, o receptor vai ser ativo e a partir desse momento ele passa a interagir com a maquinaria celular promovendo a cascata de sinalização. Na imagem: cascata: proteína quadrada é ativada por ação do receptor, uma vez ativada ativa o triângulo e esse ativou a bolinha → a cascata de sinalização é uma ativação em sequência de proteínas intracelulares. A cascata tem que ter um motivo pelo qual acontece, tem que levar a algum lugar. Imagem: quando a cascata finaliza ela alcança as proteínas em azul, essa são chamadas de proteínas efetoras. Conceito: Quando a cascata finaliza, ela finaliza chegando na ativação de uma proteína efetora ou proteína alvo. Proteína efetora: efetua a resposta celular. Qual resposta? Resposta com relação a necessidade levada pelo sinal → satisfazendo ou não a mesma. A proteína efetora (última da cascata) é a responsável por efetuar a resposta celular.A depender do sinal cada proteína tem uma resposta → ativação enzima metabólica: resposta: alteração do metabolismo / ativação proteína reguladora da transcrição: resposta: alteração expressão gênica / ativação proteína citoesqueleto: resposta: mudança de movimento da célula ou do citoesqueleto como um todo. Quando o processo de biossinalização se concretiza, a última e mais importante etapa dele é a geração de uma resposta celular. Quem é o responsável por gerar essa resposta? Proteína alvo/efetora. Ela conseguiria gerar essa resposta se os passos antecedentes não acontecessem? Não. Imagem: mostras as diferentes formas de transdução celular / biossinalização. (A) Sinalização dependente de contato: tem que ter contato célula. Molécula sinal expressa na superfície de uma célula e molécula receptora expressa na superfície de uma célula, para que o processo ocorra tem que ter o contato entre as células, via receptor, via molécula sinal. Característica básica: moléculas Esse processo que acontece nessas 3 etapas tem algumas particularidades. A depender dessas particularidades (características do sinal / receptor) temos classes de biossinalização / classes de sinalização. protagonistas sinal / receptor, são expressas na superfície celular e por serem expressas precisa do contato entre as duas. Ex: Processo de inflamação → para acontecer, preciso que a célula imune saia de dentro do vaso sanguíneo e vá para o local de inflamação no interstício, para que a célula saia do sítio de inflamação para concretizar sua ação, ela precisa interagir com uma molécula expressa na superfície da célula endotelial → célula endotelial (alvo), expressava um receptor (lectinas) e tinha glicoproteína expressa na célula imune, a partir dessa interação se tinha a concretização do processo. Toda vez que tiver um processo no qual, a expressão da molécula sinal e receptora tá na superfície celular, temos um processo de sinalização dependente de contato. (B) Sinalização Parácrina: O sinal atua nas proximidades da célula sinalizadora. Célula sinal produz a molécula sinalizadora, essa é secretada e o sítio de ação é nas células próximas (adjacentes) ao local de síntese. Molécula sinal não é uma molécula de superfície, é secretada. Ex: Eicosanoides → lipídeos sinalizadores (hormônios parácrinos) → atuam por sinalização parácrina. (C) Sinalização Sináptica: Muitas doutrinas trazem ela como um tipo de sinalização parácrina, de fato se assemelha, a diferença é que é uma sinalização específica para as células neuronais. Imagem: neurônio, esse produz uma molécula sinal: neurotransmissores e a partir da liberação desses na fenda sináptica, eles vão atuar em células próximas célula alvo, cuja expressão de receptores se dá– predominantemente na superfície. (D) Sinalização Endócrina: O sinal é produzido pela célula sinalizadora, cai na circulação sanguínea e por cair nela, alcança células alvo a longas distâncias, além das proximidades da síntese. Ex: Sinalização da insulina.. A célula para responder ao sinal, precisa de um receptor específico para ele. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PROCESSO DE BIOSSINALIZAÇÃO: 1 É específico – → Supondo que temos um único tipo de sinal (S1), esse agindo sobre receptores expressos em diferentes células, vai gerar o mesmo tipo de resposta? Não. Especificidade não é relacionada a resposta gerada, não se pode falar que o mesmo sinal, agindo em células diferentes, vai gerar uma mesma resposta. Posso falar em termos de especificidade relacionado ao receptor. O receptor é específico para esse tipo de sinal, mas se esse receptor (o mesmo) estiver expresso em células diferentes, ainda que interaja com o mesmo sinal, a resposta pode ser diferente. Na grande maioria vai ser, porque o tipo de resposta gerada depende da maquinaria celular da célula, e cada uma possui seu tipo. O que garante a resposta gerada é a maquinaria celular. Ex: Situação adrenalina → o que precisava? Gerar energia. Para que seja gerada precisa do que? Glicogênio e gordura. Adrenalina é um único sinal, o receptor é de uma mesma classe e pode ser expresso em células diferentes: hepáticas, musculares e adipócitas, sendo expresso em todas elas, a resposta vai ser a mesma em todas? Não. O receptor é específico para adrenalina, só que embora específico, a resposta em cada uma das células pode ser diferente, porque cada uma tem uma constituição própria: muscular tem glicogênio quebra glicogênio /– adipócita tem gordura – quebra gordura. No final do processo o objetivo é alcançado em todas. 2 Tem a capacidade de se amplificar– → O sinal, pode interagir com o seu receptor específico e a partir do início da cascata ativar uma enzima “x” (toda vez que visualizar o símbolo do triângulo verde dentro de um círculo, significa ativação), a enzima “x” por sua vez, ativa outras três e essas três por sua vez, cada uma, ativa 3. Amplifica-se o sinal, intracelularmente, a partir da cascata de sinalização. Amplificação se concretiza pelo desenvolvimento da cascata → ativação sequencial de proteínas intracelulares. 3 – Apresenta modularidade → vem de modular a resposta celular. Como acontece essa modulação? Agrupa um conjunto de moléculas. Como acontece o agrupamento? A modulação da resposta vai se concretizar por um conjunto de proteínas chamadas: proteínas moduladoras ou de ancoragem. Essas proteínas agrupam moléculas, como se fosse um ímã. Imagem: proteína amarela desenhada em três pontinhos, é uma proteína intracelular de ancoragem, não tem uma atividade enzimática específica, a única coisa que ela faz no meio da cascata é ancorar outras proteínas, é como um ímã onde outras proteínas como a verde e a rosa se ancoram, e a partir da ancoração, uma resposta específica pode ser gerada. Como ela modula? A depender de quem é essa proteína de ancoragem, ela pode chamar um grupo específico de proteínas intracelulares, e a proteína recrutada determina a resposta que vai ser gerada. Modularidade → processo de modulação da resposta celular que se concretiza através da ação de proteínas de ancoragem que ancoram outras proteínas. 4 Tem capacidade de dessensibilização – → Perca de sensibilidade do receptor. O que seria sensibilidade? Caso Maria E. - paciente portadora de DM II, tinha resistência a insulina (molécula sinal atua por meio de um receptor), comparando– a Maria a nós, o receptor da insulina dela em comparação ao nosso é mais sensível ou menos sensível? Menos. Sensibilidade é a capacidade de responder ao sinal, mesmo que esse esteja sendo produzido em baixas concentrações, quer dizer que a Maria não responde a insulina? Não. Só que ela precisa aumentar a quantidade da concentração de insulina para ter a mesma resposta que nós. Quanto mais sensível um receptor for, menor é a quantidade necessária para ativá-lo. Dessensibilização: toda vez que o receptor perde a sensibilidade, quer dizer que ele perde a capacidade de responder a molécula sinal, quando se tem um excesso de resposta. Nesse contexto (imagem), a perca de sensibilidade é programada / facilitada pela própria resposta, por que? Sinal interage com seu receptor específico o ativando, gerando cascata que culminou em uma resposta, essa resposta sasseia a necessidade, então não tem necessidade do mecanismo de biossinalização ficar ativo, a resposta gerada, causa alterações a nível de receptor que faz com que ele perca a sensibilidade ao sinal, dessa forma tem a geração de uma resposta equilibrada. 5- Tem capacidade de Integração → Imagem: sinal 1 e sinal 2 que estão agindo por meio dos seus receptores específicos e intracelularmente temos uma conversão para uma mesma resposta. Integração nada mais é que, a capacidade do processo de biossinalização integrar / unificar a resposta intracelularmente ainda que ela seja proveniente de dois ou mais sinais. → As características vistas vão se aplicar aos diferentes processos de biossinalização, só que temos 2 grandesprotagonistas no processo: Sinais e Receptores, então precisamos conhecer quem são os sinais e receptores para entender um pouco mais afundo como que eles vão concretizar a cascata gerando no final a resposta celular. Falando dos sinais, vimos que são somente hormônios? Não, temos no nosso organismo uma diversidade de sinais, sendo estes hormonais ou não. - Tabela: vários exemplos de moléculas que atuam no nosso organismo como sinalizadores, temos antígenos: moléculas do nosso sistema imunológico que são expressos sobretudo na superfície de agentes bacterianos, virais, parasitários..; temos glicoproteínas que é um classe de carboidratos, ou até mesmo resíduos pequenos de carboidratos que são os oligossacarídeos; sinais de desenvolvimento, como alguns fatores de crescimento; componentes da matriz; hormônios; algumas condições de baixa de oxigênio: hipóxia; a própria luz; o toque; micro-organismos; neurotransmissores; nutrientes e por ai vai. → Temos vários tipos, vários exemplos de sinais que não necessariamente são hormônios e podem iniciar o processo de biossinalização. Se o nosso organismo expressa essa diversidade de sinais e somado aos sinais que ele expressa ainda tem aqueles sinais externos relacionados por exemplo a bactérias, vírus.. será que ele desenvolveu um receptor para cada tipo de sinal que a gente tem no organismo? Não, seria totalmente inviável, expressar um tipo de receptor para cada sinal possível dentro do organismo e fora dele, o que temos na verdade são classes de receptores, e essas classes são responsáveis pela interação com esses diferentes sinais. → Temos então no organismo humano cerca de 6 classes de receptores. São específicas para seus respectivos sinais. Na imagem, temos a representação esquemática dessas 6 classes de receptores. • Classe 1 → Receptores associados a proteína G: 1ª característica, é um receptor de superfície celular, então na imagem percebemos a membrana de uma célula hipotética, o citoplasma e o núcleo, o receptor da 1ª classe é expresso na superfície celular, portanto, é responsável por receber e interpretar o sinal de tipos de moléculas polares, extracelulares, só que, o mecanismo de ativação deste receptor é dependente da sua associação a uma proteína G, porque, a ativação deste receptor mostrado (imagem: verde com risquinhos) é dependente da associação do receptor com a proteína G, toda vez que se associa proteína G e receptor tem-se o início do processo de ativação e consequente cascata. • Classe 2 e 3 → Receptores associados a enzimas . São receptores de superfície celular, também recebem e interpretam os sinais extracelulares, predominantemente moléculas polares ou carregadas. A ativação destes receptores é dependente da ação das enzimas as quais eles estão associados. ◦ Receptor tirosina-cinases: A enzima que é responsável pela sua ativação é uma cinase (enzimas que catalisam uma reação de fosforilação adicionar ou remover fosfato). A ativação deste– receptor, vai se concretizar através da ação dessa enzima, então toda vez que esse receptor for fosforilado ele vai ficar ativo. ◦ Receptor guanilil-ciclase : Essa enzima é responsável pela síntese de uma molécula chamada de GTP, toda vez que esse receptor está ativo, ele está ligado ao GTP. Quem produz o GTP? A enzima. Por que ele fica ativo quando se liga ao GTP? (* GTP e ATP são moléculas energéticas, só se diferenciam pela base nitrogenada – ATP: adenina / GTP: guanina) → Toda vez que a guanilil-ciclase produz o GTP ele pode quebrar-se liberando energia que vai ser convertida para ativação desse receptor. Para que a ação dessas enzimas se concretize, primeiro tem que ter um ligante interagindo com o receptor e ai o receptor é ativado; enzima só se torna ativa quando tem a interação com sinal. • Classe 4 → Receptor: Canais iônicos. Expressos na superfície celular, e esses canais podem estar ora abertos, ora fechados, percebam que sair do fechado e ir para o aberto é dependente da interação com o sinal (imagem: ligante), esse sinal pode ser de 2 tipos: potencial de membrana ou determinado soluto (ex: íons cálcio, magnésio, etc). Todo receptor canal iônico é aquele que a sua ativação (abertura do canal) é dependente ou de um potencial de membrana ou de um ligante específico, predominantemente íons. • Classe 5 → Receptor de Adesão: Vão viabilizar mecanismo de biossinalização que vão culminar como resposta final a adesão célulacélula. As moléculas responsáveis pela ativação deste tipo de receptores, que são receptores de superfície, são moléculas que participam da constituição tanto da matriz extracelular quanto do citoesqueleto. Imagem: receptor extracelularmente está interagindo com componentes da matriz extracelular que exercem o papel de sinal. Esse processo de viabilizar adesão célula-célula está relacionado a interação destes receptores com moléculas que constituem a nossa matriz e também o citoesqueleto. • Classe 6 → Receptor Nuclear: Ligante atravessa a membrana plasmática, atravessa a membrana nuclear e alcança seu receptor no núcleo. Para o ligante ter capacidade de alcançar o núcleo via membranas, ela precisa ter a característica apolar. Todo receptor nuclear: não é de superfície, recepciona moléculas que podem sim vir do meio extracelular, mas de caráter apolar, e essas uma vez que interagem com seus receptores vão deflagrar uma cascata que vai culminar em uma resposta a nível de expressão gênica → determinando a expressão ou não expressão de um gene específico. Qual gene? Depende do sinal, receptor e maquinaria para determinar resposta. Alvo dessa biossinalização é a expressão gênica. Ex: Vitamina D (hormônio D) → Qual característica faz com que ela dependa de um receptor nuclear? Ser lipossolúvel (essencialmente apolar). Vídeo: Comunicação Celular: Moléculas de sinalização e receptores A complexa formação de um organismo multicelular exige que as células se comuniquem emitindo e recebendo sinais, a comunicação celular é mediada principalmente por moléculas sinalizadoras extracelulares, os sinais emitidos podem atuar a distâncias curtas e longas como por exemplo através de hormônios, neurotransmissores ou moléculas ligadas a membrana. 4 formas de sinalização ou comunicação intercelular são possíveis: (A) As células estão em contato membrana – membrana, esse tipo de ligação é importante especialmente durante o desenvolvimento e na resposta imune. (B) A sinalização parácrina depende de sinais liberados no espaço extracelular e atua localmente sobre as células próximas, como por exemplo temos as moléculas sinal que regulam a inflamação no local de infecções. (C) A sinalização sináptica é realizada por neurônios nas sinapses nervosas na qual existe um pré-sináptico liberador de neurotransmissores e um pós-sináptico receptor do sinal enviado pelos neurotransmissores. (D) Sinalização Endócrina, onde uma célula endócrina secreta hormônios para corrente sanguínea, sendo estes distribuídos por todo o corpo. Nos organismos multicelulares as células se comunicam por meio de centenas de tipos diferentes de molécula sinal, essas incluem proteínas, peptídeos, aminoácidos, nucleotídeos, esteroides, ácidos graxos, entre outros. A maioria das moléculas é liberada pela célula sinalizadora no espaço extracelular por meio de exocitose independentemente da natureza do sinal a célula alvo responde por meio de um receptor que na maioria dos casos é uma proteína transmembrana ao qual a molécula sinal se liga de forma específica iniciando uma resposta na célula alvo. E qual é a localização desses receptores? Na maioria dos casos os receptores estão expostos na superfície da célula alvo, estes são chamados de receptores de superfície celular. Uma molécula sinal ou seja um ligante que não atravessa a membrana plasmática deve se ligar ao receptor gerando uma cascata de sinais intracelulares. Ecomo isso aqui acontece? A recepção do sinal tem inicio quando uma molécula sinalizadora que é o primeiro mensageiro, encontra o receptor localizado na membrana plasmática da célula alvo, o receptor é ativado e em seguida ativa uma ou mais proteínas de transdução de sinal ou moléculas pequenas intracelulares que são o segundo mensageiros, levando por fim a ativação de uma ou mais proteínas efetoras, o resultado final de uma cascata de sinalização pode ser uma alteração a curto prazo na função celular, metabolismo ou movimento, ou uma mudança a longo prazo na expressão gênica ou no desenvolvimento. A maioria das proteínas receptoras de superfície celular pertencem a 3 grandes famílias que diferem na natureza do sinal intracelular que geram. Receptores associados a canais iônicos: Um receptor associado aos canais iônicos, ele abre em resposta a ligação de sua molécula sinalizadora, permitindo então a passagem de íons através da membrana, eles são envolvidos na sinalização sináptica rápida. Receptores associados à proteína G: Quando um receptor associado a proteína G se liga a sua molécula sinalizadora extracelular o sinal é passado primeiro para a proteína G que está associada ao receptor. A proteína G ativada se desliga do receptor e ativa uma enzima alvo ou um canal iônico (não mostrado na figura), eles medeiam resposta a uma enorme diversidade de moléculas sinalizadoras extracelulares. Receptores associados a enzimas: Quando ativados, funcionam diretamente como enzimas ou estão associados diretamente a enzimas ativadas por eles. Receptor Intracelular: a molécula sinal, especialmente moléculas hidrofóbicas, como por exemplo os hormônios esteroides, eles difundem-se espontaneamente por meio da membrana plasmática das células-alvo e se ligam então a receptores localizados no citosol ou no núcleo, os quais são proteínas então capazes de regular a expressão gênica. O cortisol por exemplo, difunde-se pela membrana plasmática e se liga a sua proteína receptora que está no citosol, o complexo hormônio receptor entra no núcleo pelos poros nucleares e a ligação do cortisol ativa o receptor que se torna capaz de se ligar a sequências regulatórias específicas do DNA. E ativar ou reprimir a transcrição gênica. (FIM DO VÍDEO) Aplicando os conceitos nas situações aplicadas: Situação 2 → Susto reação rápida. Diante do fato de precisar ter uma reação– rápida, qual seria a sua necessidade? Geração de energia → nosso organismo concretiza essa síntese de energia através da síntese de ATP. Quais são os recursos que essa pessoa tem para gerar energia? Uma das possibilidades para essa pessoa é utilizar como fonte de energia o glicogênio → glicogênio é molécula de armazenamento de energia ou molécula energética? Armazenamento; Então para que eu sacie essa necessidade de gerar energia eu preciso quebrar o glicogênio em glicose, e a partir da liberação de glicose se consegue gerar ATP. Esse processo de quebra do glicogênio em glicose acontece espontaneamente ou preciso de algo para acontecer? Quem é o (a) responsável por efetivar a quebra do glicogênio? Enzima → glicogênio-fosforilase. Então preciso para atender a minha necessidade quebrar o glicogênio, só que eu só quebro o glicogênio por ação dessa enzima chamada de glicogênio-fosforilase → é responsável por catalisar a reação de quebra do glicogênio com consequente liberação de glicose. No processo de biossinalização qual o papel da glicogênio-fosforilase? Seria a proteína-alvo, ou seja, é a enzima que eu quero ativar no final da cascata porque ela será a responsável por efetuar a resposta, e essa resposta vai saciar a necessidade. Como que eu ativo essa enzima? Quais são os tipos de regulação enzimática? Proteólise / alostérica / modificação covalente. Qual o tipo mais predominante de modificação por ligação covalente? Fosforilação. A enzima, glicogênio-fosforilase, ela fica ativa toda vez que ela está fosforilada. Qual o mecanismo de regulação por trás dessa enzima? Fosforilação. Isso acontece para toda enzima? Não, depende da enzima falada. O que entender no caso: o processo de biossinalização vai levar a ativação de uma proteína-alvo e essa ativação se concretiza por um mecanismo de fosforilação. O organismo dessa pessoa esta ciente que ela precisa gera energia de forma rápida e que para isso ela precisa ativar a glicogênio-fosforilase? Não, preciso de um informante. Qual é essa molécula? Sinalizador → Adrenalina (hormônio), molécula secretada em situações de fuga e essa adrenalina vai ser responsável por desencadear vários mecanismos de biossinalização, e esses em conjunto vão viabilizar a geração de energia rápida para subsidiar a reação dessa pessoa: seja correr, seja pegar um balde de água e apagar o fogo. Só que a adrenalina só consegue informar para a célula se ela expressar o receptor. Qual classe das mencionadas representa o receptor de adrenalina? Receptor de adrenalina → classe 1 associados/ acoplados a proteína G. Para que eu consiga– chegar a ativação da proteína-alvo, eu preciso fazer com que a adrenalina seja produzida, interaja com seu receptor específico, deflagre a cascata de sinalização que vai chegar até a proteína. O que abordaremos primeiro? Como que o receptor funciona. E depois veremos como ele se aplica na situação → como leva a ativação da proteína alvo. Imagem: características gerais dessa classe de receptores. Todo receptor acoplado a proteína G, tem alguns componentes que são essenciais ao seu funcionamento, se por ventura, algum desses componentes deixa de ser produzido/expresso isso prejudica o funcionamento do receptor como um todo, e consequentemente o processo de sinalização que ele medeia. Então o 1° componente essencial é a molécula receptora, e ela é uma molécula de superfície celular (imagem: em verde: representação esquemática do receptor), receptor transmembrana. Temos 7 hélices que atravessam em sequência a membrana plasmática das células que expressam esse receptor, o receptor é chamado de alfa-helicoidal ou 7-alfa-helicoidal. 1ª característica: transmembrânico e apresenta 7 hélices alfa que atravessam a membrana celular das células que o expressam. Só que, não basta ter o receptor, esse receptor obrigatoriamente é associado/acoplado a uma proteína → proteína G (imagem: ao lado do verde escuro, em verde mais claro proteína G), essa é uma – proteína heterotrimérica: tem 3 subunidades estruturalmente diferentes, a constituição é baseada nessas 3 subunidades, com nomes específicos: alfa / beta / gama (imagem: verde claro – subunidade alfa / azul - beta e amarela gama), cada subunidade proteica tem– uma função definida na proteína G. • A subunidade alfa (ligadora de GTP). O que ocorre? Essa proteína G, como um todo, pode estar no nosso organismo de duas formas diferentes: ativa ou inativa, toda vez que a proteína G está ativa a subunidade alfa da proteína está ligada a uma molécula de GTP (molécula energética), toda vez que está inativa, está ligada ao GDP, o que isso quer mostrar? Quer mostrar que o GTP quebrou e liberou GDP + fosfato, e ai o GDP ficou na subunidade alfa e desligou a proteína. A subunidade alfa é a responsável por ligar o GTP, se ligada ao GTP ativa, se ligada ao GDP inativa. • A subunidade beta e gama, ficam unidas e formam um dímero/heterodímero (imagem: toda vez que o receptor interage com a molécula sinal ele se associa a proteína G pela subunidade alfa, a subunidade alfa se liga ao GTP e fica ativa, quando isso ocorre ela separa da subunidade beta e gama), qual a função do dímero? Esse recebe a subunidade alfa toda vez que ela se desligar. AULA 14/04 Por que a subunidade alfa se desprende/se separa? * relembrando os processos da biossinalização: 1ª etapa: sinal interage com receptor intracelularmente – → cascata o que define cascata? Ativação– sequencial de proteínas. Após momento que sinal interage com receptor eu tenhoque ativar uma primeira proteína que vão se ativando consecutivamente * Então em um receptor acoplado a proteína G, a subunidade alfa, quando ativa se desprende da beta e gama para ir ativar a primeira proteína da cascata. O desprendimento é concretizado com o objetivo de iniciar a cascata de sinalização, de ativar uma proteína (imagem: parte marrom), para que a cascata se propague até chegar na proteína final responsável pela geração da resposta.– Ultimo componente desse sistema é a própria enzima efetora. A enzima efetora (imagem: parte marrom), neste caso, pode ser tanto a primeira proteína da cascata quanto a última. Sempre temos: RECEPTOR – PROTEÍNA G – PROTEÍNA EFETORA: interação entre as três promove o processo de biossinalização mediado por essa classe de receptor. Acabamos de ver os componentes essenciais, agora veremos como esses componentes interagem entre si, promovendo um mecanismo geral de funcionamento do receptor. 1ª→ O que geral quer dizer? Quer dizer que todo receptor acoplado a proteína G independentemente de quem é o sinal, de quem é as proteínas da cascata e da resposta vai funcionar dessa mesma forma. Primeiro veremos como ele funciona em qualquer situação que dependa dele. Depois veremos como funciona na situação específica do nosso caso 2. Para entendermos do mecanismo geral precisamos relembrar o protocolo geral da biossinalização. Qual a primeira regra básica? Interação sinalreceptor (imagem: parte um, não tinha molécula sinal, o receptor estava sozinho na superfície celular, a proteína em suas 3 subunidades não estava associada a esse receptor e a enzima efetora estava no seu estado inativo, quando temos a interação da molécula sinal com seu receptor, cumprindo o primeiro passo, temos uma mudança conformacional na face intracelular (própria proteína G), só que, essa mudança conformacional que acontece é direcionada para a subunidade alfa, quando ocorre a mudança ela promove a substituição do GDP por GTP fazendo com que a proteína G saia do seu estado inativo para ativo. Quando o GTP se ligou na subunidade alfa, ativando toda a proteína G, o que vai acontecer com a subunidade alfa para começar a 2ª etapa? Por consequência da ativação da proteína G, temos o deslocamento da subunidade alfa no plano da membrana, vai se deslocando por movimentação entre os lipídeos de membrana. Se desloca das outras duas subunidades com um objetivo, qual? Para promover a ativação de determinada enzima, e essa que vai protagonizar a cascata. 2° passo de todo processo de biossinalização: deslocamento da subunidade alfa no plano da membrana → ativação da cascata de sinalização. O processo se desdobra e chegamos na proteína efetora/alvo que é responsável pela geração da resposta celular (essa resposta sempre saciando uma necessidade). Isso caracteriza o funcionamento geral de um receptor acoplado a proteína G, sempre vai atuar com essas 3 etapas. Aplicação para situação 2: Imagem: esquema que demonstra o processo de biossinalização mediado pela adrenalina (que era nossa molécula sinal) a fim de promover a quebra do glicogênio em glicose, para gerar energia e saciar a demanda. Para que esse processo ocorre? Quer saciar qual necessidade? Gerar energia. Qual meu objetivo final? Quebrar glicogênio. Quem faz isso? Enzima – glicogênio-fosforilase. Como ativar a enzima? Por um mecanismo de fosforilação. Toda vez que essa enzima estiver fosforilada ela está ativa. Então meu objetivo com o processo de fosforilação, é fosforilar essa enzima para que ela se torne ativa, mecanismo de regulação por modificação covalente. Só que para que isso ocorra realmente, eu preciso do sinal (informar a necessidade) e do receptor (interpretar a mensagem que o sinal está trazendo). - Sinal: adrenalina. - Receptor: acoplado à proteína G. IMAGEM: temos uma membrana de determinada célula, sensível a adrenalina, nesse caso a célula do hepatócito (fígado), onde temos glicogênio armazenado. Percebam que na superfície celular temos a expressão do receptor acoplado a proteína G transmembrânico que na sua face intracelular está– acoplado a proteína G 1ª coisa que tem que acontecer é ter um sinal, se ligando– ao receptor, com isso na face intracelular a proteína G se associa, quando ela se associa o que acontece na subunidade alfa? Ocorre uma mudança conformacional que faz com que o GDP saia e o GTP entre, ativando a proteína, ela se ativa com o objetivo de ativar uma enzima que vai iniciar a cascata, no caso específico da sinalização da adrenalina para promover a quebra do glicogênio essa enzima é chamada de adenilil- ciclase, tendo então a ativação (na imagem, os risquinhos em volta indicam ativação). O que a adenilil-ciclase faz? Tem a função de sintetizar o ATP (adenosina trifosfato), e este ATP a partir da sua formação vai gerar uma molécula que é produto da quebra do ATP chamada de AMP (adenosina monofosfato). O que aconteceu com o ATP para formar AMP? Perdeu 2 moléculas de fosfato inorgânico. O AMP atua como uma molécula moduladora, tem a função de ativar a próxima proteína da cascata → proteína cinase A (PKA). O AMP é modulador alostérico positivo ou negativo? Positivo. O que o AMP vai fazer? Ele é formado, interage com o sítio alostérico/regulador da proteína cinase A, faz uma mudança no sítio ativo que faz ela ficar mais específica para seu substrato, aumentando a sua atividade. O AMP ativou a proteína cinase A, o que uma cinase faz? Fosforilação. Quem ela vai fosforilar? A proteína alvo. O que acontece com a proteína-alvo fosforilada? Fica ativa, e com isso quebra o glicogênio em glicose. * Resumo: Adrenalina → interagiu com receptor transmembrânico, chamou a proteína G, trocou GDP por GTP, ativou a proteína, a subunidade alfa desloca para ativar a cascata através da proteína adenilil-ciclase → essa transforma o ATP o em AMP (tira-se dois fosfatos), que ativa a próxima proteína (por um mecanismo de regulação alostérica) cinase A (cinase catalisa reação de– fosforilação, vai adicionar fosfato em alguém → mas não adiciona fosfato diretamente na glicogênio-fosforilase, vai adicionar fosfato em uma enzima que também é uma cinase, só que essa cinase que ela adiciona fosfato é específica para ativar a glicogênio-fosforilase) → vem a PKA e fosforila a → cinase da fosforilase inativa, saindo do estado inativo para ativo, essa também faz fosforilação da glicogênio-fosforilase (que era a proteína-alvo), ao ser fosforilada sai do estado inativo para o ativo. Quem é o substrato da glicogênio-fosforilase, catalisa qual reação? Acontece a quebra do glicogênio em glicose. A glicose sai do interior da célula para circulação sanguínea a fim de saciar a necessidade de geração de energia. Célula hepática vai liberando a glicose no sangue, os tecidos vão captando para transformar em ATP. Temos quantas proteínas nessa cascata? 4 (adenilil-ciclase / PKA / cinase da fosforilase / glicogênio-fosforilase. Sempre vai ser assim? Não, depende da cascata de biossinalização. Situação 1 → vai exemplificar o funcionamento do receptor tirosina-cinase. Necessidade: diminuir a glicemia. Para isso eu tenho duas possibilidades? Posso pegar a glicose e gastar como fonte de energia, ou se não se tem uma demanda energética naquele momento vou pegar a glicose e armazenar. Na situação 1, qual caminho vai ser seguido? Armazenamento da glicose. Como armazeno glicose no organismo? Glicogênio (músculo ou fígado) ou Gordura. Vamos limitar a nossa situação no armazenamento na forma de glicogênio. Quero pegar essa glicose alta no sangue e transformar em glicogênio → como fazer isso? Quais os passos para isso se concretizar? 1° contexto: captar glicose → teremos que permear a entrada da glicose na célula, glicose é um carboidrato, ele entra na célula sem a necessidade de um transportador? Não, vamos precisar dos transportadores → GLUT, só que nas células que armazenam glicosena forma de glicogênio, esse GLUT é um pouco diferente porque ele não fica na membrana a todo momento, ele vai para a membrana a depender de uma sinalização → viabilizada pela insulina, então esses transportadores sensíveis a insulina são chamados de GLUT-4, expressos predominantementes nas células adiposas e musculares. Então o que eu quero fazer? Quero fazer com que esse transportador vá para a membrana. Só o fato de ir para a membrana resolve a minha necessidade? Não, porque a única coisa que aconteceu foi a entrada da glicose para dentro da célula. E agora? Preciso juntar vários monômeros de glicose para condensá-los e formar glicogênio. Para isso ocorrer preciso do que? Enzimas → no caso → glicogênio-sintase (faz síntese de glicogênio). Qual o papel do GLUT-4 e da glicogênio-sintase nesse mecanismo de sinalização? São proteínas-alvo ou efetoras. Para que eu sacie a minha necessidade preciso tanto mobilizar as enzimas de GLUT-4 quanto ativar a glicogênio-sintase, se essas duas coisas acontecerem eu consigo sintetizar o glicogênio, sintetizando quer dizer que eu captei a glicose do sangue, diminuindo a glicemia., e a necessidade é saciada. Na situação anterior vimos a enzima glicogêniofosforilase, responsável pela quebra do glicogênio e a glicogênio-sintase é responsável pela síntese do glicogênio, elas tem funções antagônicas, se a glicogênio- fosforilase é ativa quando fosfatada, a glicogênio-sintase é o que quando fosfatada? Inativa. Por que? Porque se as duas enzimas forem ativas quando fosforiladas, todo o processo de metabolismo é fútil, uma sintetiza e a outra quebra o tempo todo. Preciso sempre que uma seja ativa quando fosforilada ao passo que outra seja sempre inativa quando fosforilada, para que o ciclo de quebra e síntese não seja fútil. Então eu busco ativar a glicogênio-sintase nessa situação, para isso, o que precisa ser feito? Preciso desfosforilar, tenho que tirar fosfato, e toda vez que eu tiro eu ativo a glicogênio-sintase. Então meu objetivo é fazer com que a glicogênio- sintase fique desfosforilada. Para chegar na proteína-alvo preciso dos protagonistas, preciso de sinal e receptor. Quem é o sinal nessa situação? Insulina (informa o excesso de glicose), para que isso se concretize as células precisam ser sensíveis a insulina, ou seja expressar um receptor. Qual a classe do receptor de insulina? Transmembrana tirosina-cinase. – Imagem: representação esquemática dos receptores tirosinas-cinases. O que vemos? Uma membrana de revestimento de determinada célula, e percebemos expresso o receptor tirosina-cinase, esse diferentemente do receptor acoplado a proteína G, não é um receptor de uma única subunidade, ele é formado por duas subunidades: alfa e beta, ambas transmembrânicas, e a característica marcante desse receptor é que ele vai ter duas faces com funções previamente definidas → face extracelular, voltada para a matriz extracelular e essa tem a função de interagir com o ligante/sinalizador. A partir do momento que o ligante interage com a face externa, vamos ter uma alteração conformacional na face interna/ citoplasmática, essa face interna tem atividade catalítica ou enzimática própria (atividade enzimática intrínseca), é como se a face citoplasmática fosse uma enzima, só que acoplada ao receptor, essa face nada mais é que o sítio ativo enzimático uma enzima. Qual enzima é? Cinase. A face– citoplasmática tem atividade cinásica intrínseca, é uma cinase, portanto catalisa reações de fosforilação, só que essa fosforilação não acontece em qualquer lugar, acontece em resíduos de tirosina (aminoácido). Na imagem, as bolinhas em azul representam os resíduos de tirosina. Toda vez que o sinal interage com o receptor, as subunidades se fosforilam → autofosforilação (o próprio receptor se fosforila). Por que ele se autofosforila, qual objetivo? Para ele ficar ativo e iniciar a cascata. Premissa básica para acontecer a cascata de biossinalização. * Mecanismo geral de funcionamento do receptor: 1° → interação sinal receptor. – 2° → Intracelularmente – mudança conformacional na face intracelular, promovendo a ativação da função cinásica, acontecendo a autofosforilação → ativando o receptor, que interage com a maquinaria intracelular a fim de promover a cascata. 3° → Cascata ativa proteína efetora/alvo → geração Resposta celular → necessidade saciada.