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A mulher já nasce com uma quantidade pré estabelecida de gametas que, com ações hormonais, são mensalmente amadurecidos e capacitados para fertilização É o sistema responsável por produzir gametas funcionais, proteger e sustentar o embrião, proporcionar nutrição ao mesmo e ao recém- nascido, entre outros. Puberdade O indivíduo XX já nasce com seus gametas, mas também passa pelo período de transição com fortes ações hormonais, quando as características sexuais secundárias se desenvolvem, ocorre um crescimento somático, distribuição de pelos e gordura corporal em locais estratégicos para favorecer o processo de reprodução, preparação para a fertilidade, modificações psicológicas e comportamentais Todo esse processo é dependente do eixo hipotálamo- hipófise- gônadas, produzindo alterações cíclicas dos ovários, resultando na maturação de um gameta por ciclo e secreções hormonais, que causam alterações também cíclicas em todos os órgãos reprodutores femininos Alterações físicas marco clínico da puberdade é a menarca (9 – 11 anos), além do surgimento do broto mamário no estágio M2 Estrogênio tem ação no esqueleto feminino, com a produção de osteoprotegerina, que tem ação inibitória sob os osteoclastos para evitar maior reabsorção óssea. No entanto, quando a mulher entra na menopausa, esse processo de proteção óssea reduz e contribui para a osteoporose. Além disso, o estrogênio leva a união das epífises ósseas, causando a parada do crescimento feminino (estirão de crescimento reduz). Dentre outras funções desse hormônio, está o crescimento de músculos, aumento do metabolismo, depósito de gordura em locais estratégicos e influência na atividade do SNC (sistema límbico e comportamentais) Organização do sistema genital feminino: Órgãos sexuais primários: gônadas Órgãos sexuais secundários: trato genital, órgãos externos, glândulas acessórias (todos relacionados com o processo reprodutivo e de desenvolvimento fetal) Órgãos genitais internos: Ovários: possuem a superfície lisa inicialmente e, conforme os ciclos ovulatórios vão acontecendo, cicatrizes são formadas pela ruptura ovariana durante a ovocitação, enrugando o tecido ovariano Tubas uterinas Útero Vagina Órgãos genitais externos (períneo): Vulva (pudendo feminino) o Monte púbis o Lábios maiores o Lábios menores o Clitóris o Bulbo do vestíbulo: fica profundamente aos lábios maiores o Glândulas vestibulares maior e menor Ovários Órgãos genitais primários, responsável pela produção dos gametas, amadurecimento dos folículos e síntese e liberação de hormônios Possui formato ovóide, aumentando de tamanho na idade fértil e regredindo na menopausa. Polo superior (extremidade tubária) e polo inferior (extremidade uterina), suspenso por uma prega peritoneal, chamado mesovário, que acompanha toda a região do hilo do ovário. Além dele, tem outras duas estruturas de suas estruturas de sustentação, o ligamento útero-ovárico e o suspensor do ovário (conecta o ovário de sua extremidade tubária, à parede lateral da pelve, também conduz a artéria e a veia ováricas) Se encontram lateralmente ao útero e a parede lateral da pelve Posteriormente, o ovário estabelece contato com o ureter e com o nervo obturador e, do lado direito, com o ápice do apêndice vermiforme. À esquerda, o colo sigmoide passa por cima do polo superior do ovário Vascularização do ovário artéria ovárica irriga os ovários e os segmentos adjacentes a tuba uterina. Ela se origina da parte abdominal da aorta, logo abaixo das artérias renais, passando por cima do nervo genitofemoral, do ureter e da artéria ilíaca externa, antes de se dirigir ao ovário, no ligamento suspensor do ovário (tanto artéria quanto veia ovárica estão nesse ligamento). Tanto a artéria ovárica quanto a artéria uterina ascendente terminam bifurcando-se em ramos ováricos e tubários O formato da rede vascular ao redor de cada folículo se assemelha ao de um ninho, a fim de fornecer a irrigação necessária aos folículos Veias que drenam o ovário formam um plexo venoso ovárico que, em seguida, forma a veia ovárica. A veia ovárica direita ascende e entra na veia cava inferior, já a veia ovárica esquerda drena para a veia renal esquerda. As veias tubárias drenam para as veias ováricas e para o plexo venoso uterino Drenagem linfática poucas alterações em comparação com os linfonodos masculinos. Os linfonodos regionais do ovário são os linfonodos lombares, localizados no nível dos rins, a partir dos quais a linfa é drenada para o tronco lombar. As vias linfáticas acompanham o ligamento suspensor do ovário Tubas uterinas Ductos transportadores de ovócitos, liberados mensalmente de um só ovário durante a vida fértil, da cavidade peritoneal periovariana para a cavidade uterina. Também são o local habitual de fertilização. Tubos musculares ocos (13cm de extensão) Devido a sua abertura na cavidade peritoneal que existe a possibilidade de gestações ectópicas ou abdominais. Além disso, são aberturas para processos infecciosos As margens livres anterossuperiores dos ligamentos largos formam a mesossalpinge, sustentando as tubas Na margem superior do ligamento largo do útero encontra-se a tuba uterina e, em sua face posterior se forma o mesovário (prega que se desprende do ligamento largo), que sustenta o ovário As tubas podem ser divididas em 4 partes, da região lateral para a medial: Infundíbulo: parte inicial que se abre na cavidade peritoneal, com pregas digitiformes, chamadas fímbrias (geralmente, tem uma mais desenvolvida que é chamada fímbria ovárica) (1 – 2 cm) Ampola: parte mais larga e mais longa da tuba, local habitual da fertilização (7 – 8 cm) Ístmo: paredes mais espessas da tuba3 – 6 cm Parte uterina: segmento intramural (1cm) Em períodos não férteis, há mecanismos que deixam o meio inóspito aos espermatozoides, Já durante o período fértil, os mecanismos são de fortalecimento e facilitação da fertilização Grande parte dos carcinomas de ovário não se originam propriamente do órgão, mas sim de células epiteliais do peritônio que estão em sua superfície (formas mais comuns de metástase são a hematogênica e a linfática) Como a presença de cicatrizes na tuba uterina poderia causar infertilidade? Tecido cicatricial nas tubas pode obstruí-las e impedir a condução do ovócito e, consequentemente, a fertilização desse pelos espermatozoides, gerando a infertilidade. Essas lesões podem ter sido causadas por deformidades anatômicas e funcionais, cirurgias prévias, gravides ectópica prévia, secundariamente a endometriose, salpingite, hidrossalpinge e/ou DIP. Além disso, essas lesões também podem ter sido realizadas de forma intencional, como nas laqueaduras tubárias. A obstrução tubária pode ser proximal ou distal, também podendo ser transitória ou crônica. Referência: DUN, E. C.; CEANA, H. N.; Tubal Factor Infertility Diagnosis and Management in the Era of Assisted Reproductive Technology. Obstet Gynecol Clin N Am 39 (2012) 551-566 LOSSO, A. C. Comprometimento tubário unilateral e infertilidade. Instituto GERA de Ensino e Pesquisa, 2019. Tubarão, Santa Catarina. 11556 – 8645 Útero Maior órgão, com formato piriforme, parede muscular muito espessa (se torna mais delgada com o avançar da gestação) que se adapta as condições pelas quais a mulher está passando (gravidez ou não), além de garantir força para expulsão durante o parto. Útero não gravídico, fica localizado na pelve menor, com o corpo sobre a bexiga urinária e o colo entre a bexiga urinária e o reto Oferece proteção mecânica, sustentação nutricional e remoção de resíduos para o embrião em desenvolvimento e para o feto. Além disso, as contrações da musculatura da parede uterina são importantes na expulsão do feto no momento do nascimento Tem 8 cmde comprimento, 5 de largura e 2 – 3 de espessura. Peso bastante variável, de 30 a 120g, podendo chegar a 1kg durante a gestação e ser bem reduzido nas mulheres com idade avançada Na mulher adulta, o útero encontra-se antevertido (inclinado anterossuperiormente em relação ao eixo da vagina) e antefletido (fletido anteriormente em relação ao colo), de modo que sua massa fique sobre a bexiga urinária. Esse posicionamento tem função protetora, impedindo que o útero seja exteriorizado em situações nas quais a pressão intra-abdominal se torne elevada A posição do útero muda com o grau de enchimento da bexiga urinária e do reto e, também com a evolução da gravidez. (mudanças de posição interferem nos exames de ultrassom) 1. Bexiga e reto vazios (posição típica uterina) 2. Bexiga e reto cheios (posição mais verticalizada) 3. Bexiga cheia e reto vazio (útero, praticamente, deixa de ser anterovertido) Útero tem uma face anterior (vesical) e uma face posterior (intestinal). Entre esses órgãos há uma deflexão da cavidade peritoneal, em posição anterior, formando a escavação vesicouterina e, em posição posterior, formando a escavação retrouterina (fundo de saco de Douglas) Corpo do útero forma 2/3 superiores do órgão, incluindo o fundo. Situado entre as lâminas do ligamento largo e é livremente móvel. É separado do colo pelo istmo, um segmento levemente estreitado (ápice da região triangular), com cerca de 1 cm de comprimento. Abaixo do istmo está o colo uterino Colo uterino tem 2,5 cm em uma mulher adulta não grávida. Dividido em 2 porções: Supravaginal Vaginal: circundada pelo fórnice da vagina Espaço interno do útero é dividido em: Cavidade uterina Corpo do útero Canal do colo do útero Colo uterino Óstio uterino A medida que a gestação avança, o fundo do útero modifica seu posicionamento, podendo ser palpado nos vários meses lunares (28 dias). Com o início do 10º mês lunar, o fundo do útero vira-se em direção anterior e em seguida se abaixa. Após o fim da gestação, o útero regride a um tamanho próximo do original, mas nunca do mesmo tamanho (sempre um pouco maior) Camadas uterinas: 1. Perimétrio: serosa que reveste externamente 2. Miométrio: camada muscular a. Estrato supravascular: camada mais externa, estabiliza a parede do útero b. Estrato vascular: camada média, espessa, com fibras musculares em uma disposição reticular, muito vascularizada, principal responsável pelas contrações uterinas (expulsão do feto) c. Estrato subvascular: camada mais interna, delgada, atua como um mecanismo de oclusão das tubas uterinas, sua contração promove o descolamento da túnica mucosa uterina (descamação da camada funcional) durante a mesntruação e o descolamento da placenta após o parto 3. Endométrio: camada interna Ligamentos suspensores do corpo do útero Ligamento largo do útero: pregas que se estendem das laterais do útero até as paredes laterais pélvicas e assoalho. Sua função é manter o útero em posição Ligamento redondo do útero: parte do ângulo tubário para frente e lateralmente em direção à parede da pelve, passando através do canal inguinal, até os lábios maiores do pudendo, inserindo-se na pele e no tecido adiposo dessa região Ligamentos suspensores do colo do útero Ligamento transverso do colo: vai do colo em direção à parede lateral da pelve. Sua função é restringir a movimentação inferior do útero Ligamento retouterino/ sacrouterino: segue póstero inferiormente do colo ao meio do sacro. São palpáveis ao toque retal Ligamento pubocervical (fáscia): fixa o colo anteriormente ao púbis Vascularização uterina provém das artérias uterinas Ramos helicinos: se entrelaçam (pregueados) ao longo do útero, podendo se adaptar ao crescimento uterino gestacional Ramos tubários: irriga a ampola da tuba uterina Ramos ováricos: irriga o ovário Ramos vaginais: descem a porção superior da vagina Veias penetram nos ligamentos largos com as artérias, formando um plexo venoso uterino de cada lado do colo, formando amplas anastomoses. Drenagem não segue o padrão ovárico, drenando para as veias ilíacas internas Muco do colo constituído por água, glicoproteínas, lipídios e sais. Promove a oclusão do óstio uterino, evitando a entrada de bactérias e espermatozoides, porém modifica-se conforme o estágio do ciclo reprodutivo, não tendo essa função oclusiva durante a parte fértil. Aspecto em clara de ovo, significa que a mulher entrou no período fértil Exame de colo do útero preventivo para detecção precoce do câncer de colo de útero. Deve ser realizado anualmente em mulheres em idade fértil e vida sexual ativa Vagina Tubo musculomembranáceo distensível, com 9 – 10 cm, ligação do útero com o meio externo, se estendendo do colo até o óstio vaginal, possui paredes pregueadas e capacidade de distensão Funções passagem do conteúdo menstrual, canal do parto, órgão da cópula feminina, provém condições para que os espermatozoides atinjam o óstio uterino Geralmente, está colapsada (por isso uso do espéculo) Na sua parede anterior fica a bexiga e a uretra, sendo que essa se projeta ao longo da linha mediana da parede anteroinferior da vagina Situa-se anteriormente ao reto, passando entre as margens mediais do músculo levantador do ânus (puborretal). A parte posterior do fórnice é mais profunda e tem intima relação com o fundo do saco de Douglas Existem 4 músculos que comprimem a vagina e atuam como esfíncters pubovaginal, esfíncter externo da uretra, esfíncter uretrovaginal e bulboesponjoso A medida que a mulher envelhece, esses músculos perdem tônus, principalmente nas multíparas, levando a casos de incontinência Vascularização vaginal ramos vaginais da artéria uterina e da pudenda interna Veias formam plexos venosos vaginais e são contínuas ao plexo venoso uterino, formando o plexo uterovaginal e drenando para as veias ilíacas internas Inervação plexo hipogástrico (superior e inferior), nervos sacrais e ramos do nervo pudendo Órgãos externos da vagina Vestíbulo da vagina espaço entre os lábios menores do pudendo. Formado pelo óstio da vagina, pelo óstio externo da uretra e pelos ductos da glândula vestibulares maior e menor Hímen separa a vagina dessa abertura externa (vestíbulo) Carúnculas himenais são os resquícios do hímen Monte do púbis área maior com pelos pubianos e grande quantidade de gordura (proteção mecânica durante o ato sexual) Lábios maiores homólogos ao escroto, constituídos de gordura, pelos pubianos, pregas cutâneas Bulbo do vestíbulo profundamente aos lábios maiores, estruturas eréteis que se enchem de sangue durante a excitação, aumentando a área de contato e aumentando o prazer. Na sua base ficam as glândulas vestibulares maiores, que podem se infectar e causar bartholinite Lábios menores pregas cutâneas que delimitam o vestíbulo vaginal, com muitas terminações nervosas sensitivas Clitóris anteriormente na junção dos lábios menores, órgão sensorial para o estímulo sexual, formado por dois corpos cavernosos que se juntam em posição ventral a um pequeno corpo e revestido pelo prepúcio do clitóris